Grupo de 20 magistrados da Associação Juízes para a
Democracia (AJD) visitará a Vigília Lula Livre na próxima quinta (8)
"Esse processo, ao contrário de todo o rito, começa pela sentença”, diz Raquel Braga, integrante da AJD / Ricardo Stuckert |
Um grupo de
magistrados fará uma nova visita à Vigília Lula Livre em Curitiba, capital
paranaense, na próxima quinta-feira (8). Será a segunda vez que integrantes da
Associação Juízes para a Democracia (AJD) visitam o espaço em 2019. A primeira
visita ocorreu em abril.
Os
juristas entregarão a Luiz Inácio Lula da Silva uma carta aprovada pela
assembleia da AJD na qual qualificam o ex-presidente como preso político.
No dia da visita, a mensagem deve ser levada a Lula por Raduan Nassar, escritor
condecorado com o Prêmio Camões, e o jornalista Fernando Morais, que têm visita
marcada com o petista.
A AJD
estima que entre 20 e 30 juízes e ex-magistrados comparecerão à Vigilia.
Raquel
Braga, juíza do Trabalho aposentada e integrante da organização, afirmou ao Brasil de Fato que
a carta foi motivada pelo fato de que “o acusado já estava condenado, e a
partir desse veredito se arquitetou todo um caminho para confirmar a
condenação”.
“Foi um
processo utilizado com lawfare, ou seja,
usado contra aquele considerado inimigo [político]. Um processo que extrapolou
toda a regra legal. Não foi obedecido o devido processo legal. Com os
vazamentos recentes, ratifica-se todo esse entendimento. Esse processo, ao
contrário de todo o rito, começa pela sentença”, aponta.
Partidarismo?
Juízes
que têm se manifestado de forma contrária aos desvios da Lava Jato ou às ações
de Sérgio Moro enquanto ministro muitas vezes sofrem pressões institucionais sob
a acusação de que também se posicionam de forma político-partidária. Braga
rejeita esse tipo de discurso, afirmando que a postura da AJD é uma
“manifestação cívica, justamente contra a politização da Justiça”.
“É uma
irresponsabilidade achar natural [por exemplo] que o Moro, sendo investigado,
esteja no comando da Polícia Federal. Quem defende o afastamento de Moro não
está tendo posicionamento partidário, está com posicionamento em defesa das
instituições, do papel de cada uma. É irresponsável afirmar que é posição
partidária quem defende a Constituição”, rebate.
Fonte:
Brasil de Fato