segunda-feira, 15 de julho de 2019

Vazamentos da Lava Jato são provas da parcialidade de Moro, diz presidenta da Fenaj


Maria José Braga analisa a relevância das denúncias contra Moro e a Lava Jato e defende trabalho do The Intercept Brasil
Braga comentou o cenário de perseguição e intimidação à imprensa no Brasil - Créditos: Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)
Braga comentou o cenário de perseguição e intimidação à imprensa no Brasil / Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)

"Se essas provas não servem para a Justiça, para o jornalismo e para a sociedade elas servem". A afirmação de Maria José Braga, presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), deixa evidente sua posição sobre os vazamentos de conversas entre juízes e procuradores da Lava Jato, revelados pelo site The Intercept Brasil.
Gleen Greenwald e sua equipe, segundo ela, não cometeram nenhuma irregularidade até o momento. Pelo contrário, estão prestando um serviço valioso ao interesse público, ajudando a comprovar o que antes era apenas uma "dedução analítica": a parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro e da Lava Jato.
Suplente do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, Braga conversou com o Brasil de Fato sobre as ameaças e tentativas de intimidação dos jornalistas do The Intercept Brasil. Além de ressaltar a importância de se preservar o sigilo da fonte – direito garantido pela Constituição –, a presidenta da Fenaj chamou a atenção para a relevância das violações cometidas pela Lava Jato.
Confira os melhores momentos da entrevista:
Brasil de Fato: A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania recebeu o jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil, para falar sobre os vazamentos de conversas do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro. Esse caso suscitou muitos questionamentos sobre a forma de obtenção das mensagens. Como você se posiciona em relação a essa polêmica?
Maria José Braga: A sociedade precisa compreender que o jornalismo tem, além da sua base teórica, do seu conhecimento técnico e comprometimento ético, os seus próprios métodos. E a investigação jornalística, obviamente, é diferente de uma investigação policial, judicial ou de outro profissional de qualquer área. O que o jornalista faz é, essencialmente, trabalhar com fontes. 
No caso do Intercept, Glenn e a equipe tiveramPara o jornalismo, é isso que interessa. Se para a Justiça, a obtenção de uma informação de forma ilegal não serve para os autos, para o jornalismo e para a sociedade como um todo, essas provas são válidas.  a sorte de contar com uma fonte que tinha um vasto material, que comprovava o que vastos segmentos da sociedade já alertavam desde o início da operação Lava Jato. 
Se nós pegarmos a história da Lava Jato, vários juristas, vários advogados, jornalistas, analistas sociais, todo mundo que estava acompanhando de perto a questão já apontava que havia uma parcialidade do juiz Sérgio Moro, e que o Ministério Público estava atuando muito em consonância com o Judiciário.
O que era uma dedução analítica, agora se constituiu em provas documentais. Se elas não servem para a Justiça, é uma questão, mas para o jornalismo elas servem. Está claro que houve troca de mensagens entre um membro do MP e um juiz, que deveriam atuar cada um na sua área, de forma independente, sem contaminação das partes. 
Para o jornalismo, é isso que interessa. Se para a Justiça, a obtenção de uma informação de forma ilegal não serve para os autos, para o jornalismo e para a sociedade como um todo, essas provas são válidas. 
Está na Constituição Brasileira a garantia do sigilo de fonte. O jornalista não precisa explicar como obtém as informações, e nem mesmo dizer se a obtenção é legal ou não: ele tem a prerrogativa de resguardar a sua fonte. E o sigilo da fonte é um dos princípios básicos do jornalismo, porque a fonte pode trazer informações relevantes, de interesse público, e às vezes até informações que contrariam poderosos, pessoas que detêm cargos, e precisa se resguardar. Se não, quem faria esse tipo de denúncia, colocando a si e a sua família em risco?
Levantou-se a possibilidade de que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) passaria a investigar as atividades financeiras do Glenn Greenwald após a publicação dos vazamentos. Como a Fenaj enxerga as intimidações aos jornalistas que trabalham com temas delicados como esse?
Infelizmente, as agressões a jornalistas têm sido frequentes. O caso do Gleen Greenwald vem comprovar que há atores que não respeitam as regras democráticas. Tem gente que acha que, se o seu interesse pessoal foi contrariado, pode usar da violência.  
Todo mundo que parte para a violência contra o jornalista é porque teve o seu interesse pessoal contrariado. E o jornalismo trabalha essencialmente com interesse público. Nossa obrigação é trazer a luz os fatos que colaboram com o interesse da sociedade, expondo procedimentos inadequados ou até ilegais de determinados atores.
A Fenaj e os sindicatos de jornalistas fazem o trabalho de denunciar publicamente, oferecer apoio ao jornalista ameaçado. Isso vai desde o apoio moral até o apoio jurídico, permitindo ao jornalista entrar na Justiça ou se defender de acusações, e em casos extremos realizar deslocamentos – quando a vida do profissional está ameaçada. 
Ao mesmo tempo em que muitos jornalistas cumprem sua função social de maneira exemplar, vivemos um momento de bastante descrédito em relação à profissão. Alguns jornalistas de veículos consolidados chegaram a classificar como fake news as revelações do Intercept. Como lidar com esse dilema? 
Esse é o principal desafio da categoria de jornalistas no Brasil e no mundo: mostrar para a sociedade que nós fazemos um trabalho bom, que serve para a constituição da cidadania, e que nós somos necessários. 
Existem grupos consolidados que utilizam as meias verdades e as mentiras travestidas de notícia com objetivos muito claros. A população está confusa, e é nosso papel desfazer a confusão. É nosso papel dizer que, apesar de haver muita coisa positiva nas redes sociais e nos grandes veículos de comunicação, também há um caldo muito grande de desinformação. 
Em fevereiro, o governo Bolsonaro tentou alterar a Lei de Acesso à Informação. Logo em seguida, tomou outras medidas no sentido de limitar a transparência, como a extinção de vários conselhos participativos. Qual o impacto dessas mudanças para a sociedade? 
O atual presidente do Brasil não é um democrata. É uma pessoa eleita com uma plataforma mais do que conservadora, que atinge os direitos humanos em vários aspectos. Depois da posse, o presidente tem dado várias declarações de que as instituições garantidoras da democracia podem ser desprezadas. Entre essas instituições, está a imprensa.
O governo Bolsonaro tem feito críticas muito contundentes à imprensa, mas sem apontar problemas e soluções reais. Tem feito críticas desqualificando os veículos e culpando os jornalistas. 
Ele também tem atuado para aniquilar a participação da sociedade civil nos conselhos de governo que estavam instituídos, ao mesmo tempo em que tenta aniquilar as entidades sindicais. 
Sobre este tema, observamos que as condições de trabalho para os jornalistas estão piorando: demissões em massa, pressão por aumento da produtividade, redução de salários, aumento da violência. Em contrapartida, há uma fragilização dos sindicatos. Quais as perspectivas de atuação dessas entidades neste contexto?
Com a pulverização da principal fonte de financiamento das empresas jornalísticas, que é a publicidade, em vez de buscar se recolocar no mercado pela qualidade, optou-se pelo mais fácil, que é enxugar o quadro, demitir. Houve, de fato, a partir de 2015, diminuição de postos de trabalho para jornalistas no Brasil, em razão do enxugamento das redações, precarizando ainda mais as relações e as condições de trabalho.
O jornalista, antes mesmo da contrarreforma trabalhista, já enfrentava o que é, para mim, uma das piores situações para o trabalhador, que é o trabalho intermitente. Você não tem nenhum vínculo de trabalho, não tem salário, e recebe apenas pelo trabalho executado quando a empresa te chama. 
Como resolver? Não há outra forma de enfrentamento a não ser a organização dos trabalhadores. Os sindicatos estão enfraquecidos e os jornalistas precisam fortalecer os seus sindicatos. Não é porque a situação está adversa que o profissional vai abandonar a sua entidade. É exatamente o contrário.
Algum trabalhador ou trabalhadora acha que seu patrão vai repor as perdas salariais voluntariamente? Eu desconheço categorias de patrões que façam isso sem a luta dos sindicatos em conjunto com suas categorias. É preciso haver essa valorização, é preciso haver uma diversificação do trabalho das entidades sindicais, inclusive ampliando e se somando à luta política pela democracia no Brasil. 
Fonte: Brasil de Fato


Quem é a mulher que empurrou padre Marcelo Rossi do palco


Moradora da Zona Norte do Rio de Janeiro prestou depoimento nesta segunda-feira e afirmou que sofre de transtorno bipolar
















A mulher que atacou o padre Marcelo Rossi, domingo à tarde, durante uma missa na comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP), é uma técnica em enfermagem, divorciada, moradora do Bairro de Anchieta, Zona Norte do Rio de Janeiro. Ao prestar depoimento, V. H. F. S, de 32 anos, alegou que sofre de transtorno bipolar e que faz tratamento psiquiátrico.
O ataque foi gravado em vídeo, que se espalhou nas redes sociais. missa era transmitida pela internet. Conforme mostra o vídeo, o padre Marcelo Rossi fazia uma pregação, quando a mulher corre em direção ao religioso e o empurra. Ele caiu em cima dos fiéis. Ainda no domingo, o próprio Marcelo Rossi gravou vídeo, afirmando estava bem.
Logo depois do episódio, embora o padre Marcelo Rossi não tenha registrado queixa, a mulher que o atacou foi levada pela Polícia Militar para a delegacia de plantão de Lorena. A PM registrou a agressão em um boletim de ocorrência (BO).
 Ao prestar depoimento na delegacia, a mulher demonstrou confusão mental. Ela disse que foi à comunidade Canção Novaem uma excursão. De acordo com o delegado responsável pelo procedimento, Daniel Castro, V..H.F.S. afirmou que a intenção era “se aproximar para conversar” com o padre Marcelo Rossi e não para agredi-lo. No entanto, segundo o delegado, as declarações da mulher foram “desencontradas”.
“Ela falou que queria entrar para conversar com ele e que se assustou na hora que viu os seguranças correndo atrás dela. É a versão dela, mas quem vê as imagens vê que não tem nada disso [seguranças correndo atrás dela]. Ela entrou correndo, se assustou e empurrou ele num momento em que meio que surtou, perdeu o controle, mas que não tinha intenção nenhuma, que queria só conversar com ele”, informou Castro.
(foto: Reprodução da internet/Youtube)

Na saída da delegacia, a mulher disse que o ocorrido foi algo entre ela e o padre. “Entre eu e ele, entre eu e ele”, falou. Em seguida, ela entrou em um carro da Canção Nova para ser levada de volta à Cachoeira Paulista, onde passou a noite em uma pousada. A cidade fica situada às margens da Via Dutra, a 198 quilômetros do Rio de Janeiro.

Filho de três anos

A moradora da Zona Norte do Rio de Janeiro informou que foi à excursão em companhia do filho de três anos de idade. Com ocorrido, Maria Cristiane Batista, representante do Conselho Tutelar de Cachoeira Paulista também foi à delegacia. A criança está agora sob responsabilidade de outra conselheira em uma pousada da cidade.
Fonte: em.com.br

MPF: combate à corrupção deve respeitar processo legal e liberdade de imprensa


Em um claro recado à conduta do ex-juiz Sérgio Moro e do procurador Deltan Dallagnol, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão do MPF, disse nesta segunda-feira, 15, que prevenção e o combate à corrupção são legítimos "quando se articulam com o respeito ao direito dos investigados"
247 - A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão que integra o Ministério Público Federal (MPF), publicou nota nesta segunda-feira, 15, sobre os vazamentos de diálogos da Vaza Jato. Em nota, a PFDC reforça que o combate à corrupção deve se dar com "respeito ao devido processo legal e à liberdade de imprensa".
O órgão do MPF ainda destacou que a luta contra corrupção é legítima quando investigados e acusados têm direito a um julgamento justo. "A prevenção e o combate intransigente à corrupção são legítimos quando se articulam com o respeito ao direito dos investigados e acusados de responderem a um processo justo, bem como com a liberdade de manifestação jornalística e de garantia do direito coletivo de receber e buscar informação".
A PFDC afirmou também que eventual obtenção ilegal das mensagens da Vaza Jato não obstrui o direito de publicação. "A ilegalidade na obtenção das mensagens também não obstrui o direito de publicação. Eventualresponsabilidade pela invasão indevida de privacidade deve ser investigada de modo autônomo e, se comprovada, sancionada, sem, contudo, interferir na liberdade de publicação dos conteúdos".
*Muito* importante do MPF, A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) - uma clara denúncia do que Moro e Deltan fizeram, e um aviso para não tentar criminalizar os jornalistas que os expuseram https://t.co/rb2EAU8RLopic.twitter.com/FqZgXcQ5p8
— Glenn Greenwald (@ggreenwald) 15 de julho de 2019


Esquema de palestras derruba blindagem no Conselho do MP a Dallagnol


"Não tem como o conselho não analisar o fato de o procurador falar na criação de uma empresa para benefício dele no nome da mulher. Também me parece grave quando é atrelada uma palestra a um tema que é investigado", analisou um integrante do CNMP
247 - O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) deve dar início a uma investigação para apurar o esquema de palestras de Deltan Dallagnol e de outros procuradores, apontada em mensagens vazadas pelo The Intercept.
O corregedor do conselho, Orlando Rochadel Moreira, arquivou um pedido em junho que solicitava a apuração sobre os fatos apontados no vazamento que apontava o conluio com o então juiz Sergio Moro.
Antecipando-se a investigação, o corregedor diz que não é possível comprovar a veracidade das mensagens e, ainda que sejam autênticas, Deltan não teria cometido 'nenhuma infração ética'.
Agora, diante dos novos trechos revalados pela Folha, em parceria com o The Intercept, o conselho deve voltar a analisar o tema, desta vez debruçando-se sobre as palestras dadas pelo procurador.
"Não tem como o conselho não analisar o fato de o procurador falar na criação de uma empresa para benefício dele no nome da mulher. Também me parece grave quando é atrelada uma palestra a um tema que é investigado", analisou um conselheiro, em entrevista à revista Época.


PT cobra do CNMP investigação de Dallagnol e Pozzobon por usarem Lava Jato para ganhar dinheiro


No pedido protocolado no Conselho Nacional do Ministério Público, as bancadas do PT na Câmara e no Senado pedem providências imediatas do Conselho, inclusive com o afastamento dos procuradores por 120 dias para a apuração das denúncias de que montaram plano para ganhar dinheiro às custas da Lava Jato
247 - As bancadas do PT no Congresso Nacional ingressaram no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) com Reclamação Disciplinar contra os procuradores Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, e Roberson Pozzobon, por uma série de irregularidades praticadas por eles e reveladas pela Vaza Jato, incluindo o “plano de negócios para lucrar com a fama” da operação baseada em Curitiba.
Na ação, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e os líderes na Câmara, Paulo Pimenta (RS), e no Senado, Humberto Costa (PE), afirmam que as denúncias publicadas nesse domingo, 14, na Folha de S. Paulo e do The Intercept Brasil, são “gravíssimas” e merecem providências imediatas do Conselho, inclusive com o afastamento dos procuradores por 120 dias para a apuração das denúncias.
Segundo a revelação da Folha e do Intercept, Dallagnol e Pozzobon discutiram estratégias para ganhar dinheiro fazendo eventos e lucrar com fama da Lava Jato. Pelos diálogos revelados, os procuradores montaram plano de negócios de eventos e palestras para lucrar com a fama e contatos obtidos durante as investigações da Lava-Jato. 
“Dallagnol discutiu criar empresa sem ser sócio, para evitar questionamentos legais e críticas, para arrecadar com palestras, que segundo ele ia “promover cidadania”, conformes diálogos obtidas pelo The Intercept Brasil.
Diante das denúncias, Pimenta, Gleisi e Humberto pedem na ação, além da instauração do processo administrativo disciplinar contra Dallagnol e Pozzobon, que a PGR investigue as empresas Star Palestras e Eventos, Polyndia e Conquer. É fundamental, segundo petistas, que as empresas informem sobre as suas relações com os procuradores, em especial sobre reuniões e contatos mantidos sobre os eventos e sobre tratativas para estabelecimento de parceria comercial com os Dallagnol e Pozzebon.
Os petistas pedem ainda a averiguação da existência de contratos de prestação de serviços entre eles, os termos do contratos, valores, datas e descrições de serviços, além da apresentação de cópias dos contratos e comprovantes de pagamentos realizados em favor dos procuradores e o balanço contábil e financeiro dos últimos cinco anos. (Com informações do PT na Câmara)



Deputado pede a retenção do passaporte de Dallagnol


“Neste momento em que se agravam as acusações contra ele e seu parceiro Sergio Moro, é importante termos a garantia de que ele não poderá deixar o país, como aliás fez este fim de semana o próprio ministro da Justiça, viajando aos EUA”, diz o parlamentar
247 – O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) protocolou na manhã desta segunda-feira 15 de julho pedido de retenção do passaporte do procurador Deltan Dallagnol. O protocolo foi feito na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, uma das comissões a que havia sido submetida a presença de Dallagnol para explicar as últimas denúncias feitas pela imprensa. 
O procurador, que é coordenador da Lava Jato, optou por não comparecer às audiências a que foi convidado, sem apresentar justificativa plausível. “Dallagnol tem tempo para responder a órgãos de comunicação, como o Estadão, mas não demonstra a mesma boa vontade para falar com os parlamentares, o que é no mínimo uma afronta à democracia”, diz o deputado Rogério Correia.
“Neste momento em que se agravam as acusações contra ele e seu parceiro Sergio Moro, é importante termos a garantia de que ele não poderá deixar o país, como aliás fez este fim de semana o próprio ministro da Justiça, viajando aos EUA.”  
Em reportagem de capa na edição de ontem, a Folha de S. Paulo informa que Dallagnol criou plano para lucrar com imagem da operação Lava Jato. Em mensagens trocadas com vários interlocutores, o procurador da República demonstrou intenção de criar empresa de fachada com a mulher, além de pagar propinas a comissões de formaturas e agenciar palestras para associações que representavam empresas investigadas pela Lava Jato.


PF pode prender “hacker” para induzir depoimento contra Intercept


Jornalista Monica Bergamo revela que a Polícia Federal pode anunciar nesta semana a prisão do suposto responsável pelo vazamento das mensagens de Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e outros procuradores; objetivo seria atingir reportagens com "depoimento induzido"; o jornalista Glenn Greenwald disse que "tática fracassará"
247 - Enquanto o ministro da Justiça, Sérgio Moro, está de licença do cargo para "interesses particulares", a Polícia Federal poderá anunciar para esta semana a prisão do suposto "hacker" responsável pelo vazamento de mensagens de Moro dos procuradores da Lava Jato, que estão sendo divulgadas pelo site The Intercept e parceiros. 
A informação foi divulgada pela jornalista Monica Bergamo, pelo Twitter. "The Intercept recebeu informação de q PF pode prender um suposto 'hacker' nesta semana para tentar atingir reportagens c depoimento induzido", escreveu Bergamo. 
O jornalista Glenn Greenwald comentou o assunto e disse que a tática "fracassará". "Essa tática equivocada - que a PF durante o afastamento do ministro Sérgio Moro, está considerando realizar essa semana - fracassará. Nenhuma pessoa minimamente racional pode continuar a ver a tática cínica de Moro e Deltan com qualquer credibilidade", disse Greenwald.
Em reportagem nesse domingo, 14, a Folha de S. Paulo e o Intercept mostraram diálogo que mostram que o procurador Deltan Dallagnol montou um plano para ganhar dinheiro às custas da Lava Jato. 
A revelação levou o PT a ingressar no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) com pedido de invetigação conta Dallagnol me o procurador Roberson Pozzobon, bem como do afastamento dos dois das funções no MPF (leia mais no Brasil 247).







Orquestra Sinfônica do Paraná lota Cine Fênix


Concerto de gala no sábado à noite foi uma extensão do 39º Festival Internacional de Música de Londrina (FML
(Foto: Profeta)
Com a máxima capacidade de público, o Cine Teatro Fênix recebeu um concerto de gala no sábado à noite. A Orquestra Sinfônica do Paraná (OSO) presenteou os apucaranenses com um grande espetáculo que é uma extensão do 39º Festival Internacional de Música de Londrina (FML) iniciado dia 10 e segue até dia 25.
“É com grande alegria que a prefeitura de Apucarana abre essa casa de espetáculo para receber a Orquestra Sinfônica do Paraná, em mais uma iniciativa de promoção da cultura junto a nossa população”, disse a secretária da Promoção Artística, Cultural e Turística de Apucarana (Promatur), Maria Agar. Sob a regência de Norton Morozowicz, o concerto da gala da orquestra teve Marco Antonio Almeida, no piano solo.
Desde 28 de maio de 1985, a Orquestra Sinfônica do Paraná vem construindo uma trajetória que já conta com mais de 40 maestros convidados e cerca de 200 solistas, que vieram de diversos lugares do Brasil e do mundo para enriquecer o repertório do grupo musical. A OSP conta com cerca de 900 obras catalogadas de mais de 250 compositores. São mais de 500 apresentações dentro e fora do Paraná, com montagens de importantes óperas, balés, primeiras audições mundiais, sul-americanas e brasileiras.


Começa a funcionar em Apucarana o sistema simplificado para obter o “SIM”


Alterações permitem tramitação mais rápida do Serviço de Inspeção Municipal, reduz valores de taxas e amplia o prazo para adequações.
(Foto: Profeta)
O prefeito Junior da Femac acaba de assinar o decreto que regulamenta a nova sistemática de expedição do Serviço de Inspeção Municipal, o “SIM”. E, já a partir desta segunda-feira, dia 15 de julho, a Secretaria Municipal de Agricultura estará recebendo os processos e garantindo maior agilidade na sua tramitação.
“Os pesque-pagues, os pequenos produtores rurais e a agroindústria familiar poderão obter o selo do SIM com mais facilidade”, explica o prefeito Junior da Femac, assinalando que isso será viabilizado, mas sem abrir mão dos cuidados indispensáveis para a sanidade dos produtos.
Ao lado da médica veterinária Thaísa Soethe, responsável direta pelo Serviço de Inspeção Municipal, e do Procurador Geral do Município, Paulo Sérgio Vital, o prefeito Junior da Femac informa que, a partir de agora, todos os processos serão centralizados na Secretaria da Agricultura. “Os interessados farão o protocolo na secretaria e, em até 15 dias úteis, receberão a visita do veterinário para proceder a vistoria e emissão do laudo”, revelou.
Segundo Thaisa Soethe, em mais dez dias úteis os interessados em obter o selo SIM serão convocados para assinar o termo de compromisso de implantação e execução das ações a serem promovidas para regularização. “Ao mesmo tempo, a Secretaria da Agricultura irá expedir um registro prévio de seis meses, para o funcionamento do estabelecimento produtivo”, anuncia a veterinária.
Conforme argumenta ela, o objetivo é dar mais agilidade nos processos de liberação do selo de inspeção para produtos, subprodutos e linhas de abate de bovinos, suínos, caprinos, aves e peixes. Atualmente, cerca de trinta produtores ou estabelecimentos já têm o selo de inspeção; e outros cinco estão em processo de liberação.
“Mudam os procedimentos internos, com prioridade para análise de projetos que envolvam empreendimentos alimentícios e da agricultura familiar.  A estimativa é que, diante de um cenário de crise econômica vivenciada no País, as medidas venham garantir mais emprego e renda para os pequenos e micro-empreendedores”, pontua o prefeito Junior da Femac.
Ele ponderou que as alterações foram propostas levando em consideração a responsabilidade com a manutenção da saúde pública, observando a qualidade os produtos e obedecendo critérios de segurança alimentar. “Era preciso simplificar, pois o empreendedor precisa de resposta rápida, para decidir se pode ou não fazer o investimento”, argumenta Junior, acrescentando que nestas condições, o produtor já pode iniciar de imediato sua atividade.
O foco com a regulamentação do processo de obtenção do selo SIM, é evitar que o processo fique emperrado, atrasando a avaliação do pedido. “Vamos acreditar no empreendedor, mas sem deixar de controlar a sanidade, principalmente, na produção de alimentos de origem animal”, conclui o prfeieot Junior da Femac.
A intenção é que, com o novo trâmite burocrático, o empreendedor saia com o selo provisório do Serviço de Inspeção Municipal num prazo máximo de 30 dias. De acordo com a médica veterinária Thaisa Soethe, que coordena o Serviço de Inspeção Municipal (SIM), se enquadram na exigência do selo produtores rurais, bem como açougues, mercados, supermercados e hipermercados que manipulam e fracionam produtos de origem animal como leite, queijos e derivados, mel, peixes, lingüiça, carne moída, carnes temperadas, embutidos, charques e todos os cortes possíveis para serem acondicionados em embalagens/bandejas.


MP fará pente-fino nas contas eleitorais de Flávio Bolsonaro para apurar 'rachadinha' de Queiroz


Flavio Bolsonaro admite estar sendo investigado e já teve sigilos quebrados
As doações de campanha do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) passarão por um pente-fino para saber se o dinheiro arrecadado por Fabrício Queiroz com outros assessores do gabinete dele na Alerj irrigou campanhas políticas do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro
247 - Na investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro promove sobre o conhecido Bolsogate, as contas eleitorais do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) passarão por um pente-fino para saber se o dinheiro arrecadado por Fabrício Queiroz com outros assessores do antigo gabinete dele na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) irrigou campanhas políticas do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.
As doações de campanha de Flávio já são alvos da investigação desde o final de março pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) no âmbito do inquérito que apura supostos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa por meio do desvio de salário de assessores no gabinete de Flávio na Alerj.
De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, além do uso eleitoral, investigadores analisam em sigilo possível enriquecimento ilícito dos envolvidos e prática de agiotagem, entre outros, com os recursos arrecadados por Queiroz.
Dados da quebra de sigilo fiscal e bancário de Flávio, Queiroz e de outros 92 suspeitos devem ser cruzados com as informações de campanhas colhidas pelos promotores, que buscam trilhar o caminho do dinheiro e vão dar a dimensão dos desvios de salários de assessores, na chamada "rachadinha" que era feita por Queiroz e determinar se houve ou não envolvimento de Flávio.


domingo, 14 de julho de 2019

Deltan também discutiu cachê das palestras de Janot


Procurador Deltan Dallagnol, em conversa íntima com o ex-procurador-geral da República, que chama o chefe da Lava Jato de "amigo", sugere que Rodrigo Janot faça uma palestra e discute com ele o valor do cachê; ao questionar se o valor oficial cobrado por Janot era de R$ 30 mil, sinalizou que faculdades normalmente “não pagam esse valor… mas se pedir uns 15k, acho que pagam”
247 - Além de revelar o plano de enriquecimento do procurador Deltan Dallagnol às custas da Operação Lava Jato e, consequentemente, da prisão do ex-presidente Lula, a reportagem do site The Intercept, em parceria com a Folha de S.Paulo, deste domingo 14 mostra como o procurador tentou convencer outras autoridades a também realizar palestras e lucrar.
Uma dessas pessoas foi o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Em junho do ano passado, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba tentou convencer Janot a participar de um evento em São Paulo. "Fazia quase seis meses que eles não se falavam pelo Telegram, segundo o histórico de mensagens", contextualiza a reportagem.
Depois de falar sobre o evento, Dallagnol enviou a seguinte mensagem de texto, mostrando intimidade com o ex-chefe da PGR: “Tava aqui gerenciando msgs e vi que fui direto ao ponto kkkk Tudo bem com Vc? Espero que esteja aproveitando bastante, tomando muita água de coco e dormindo o sono dos justos rs Agora, vou te dizer, Vc faz uma faaaaaaaltaaaaa”.
“Oi amigo kkkkkk”, respondeu Janot. “Considero sim mas teremos que falar sobre cache. Grato pela lembra”. Dallagnol perguntou se o cachê oficial do ex-chefe era de R$ 30 mil e sinalizou que faculdades normalmente “não pagam esse valor… mas se pedir uns 15k, acho que pagam”.
O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que se aposentou e hoje atua como advogado, informou via assessoria de imprensa que “prefere não comentar o conteúdo da conversa com o procurador Dallagnol”.


Picaretagem: Deltan falou em instituto sem fins lucrativos, que pagaria valor alto aos palestrantes


Uma das hipóteses cogitada por Deltan Dallagnol, para não pagar Imposto de Renda, foi criar uma empresa sem fins lucrativas, que pagaria valores altos aos procuradores. "Escaparíamos das críticas, mas teria que ver o quanto perderíamos em termos monetários”, disse
247 – O procurador Deltan Dallagnol, discutiu em 3 de março deste ano com colegas da Lava Jato, a criação de um instituto sem fins lucrativos, que evitaria a exposição dos donos e também pagaria menos Imposto de Renda. É o que aponta um trecho da reportagem do Intercept. Confira:
No último dia 3 de março, Dallagnol postou no chat detalhes sobre um evento organizado por uma entidade que se apresentava como um instituto. Ele comentou que esse formato jurídico também poderia servir para evitar questionamentos jurídicos e a repercussão negativa quanto à atividade deles.
“Deu o nome de instituto, que dá uma ideia de conhecimento… não me surpreenderia se não tiver fins lucrativos e pagar seu administrador via valor da palestra. Se fizéssemos algo sem fins lucrativos e pagássemos valores altos de palestras pra nós, escaparíamos das críticas, mas teria que ver o quanto perderíamos em termos monetários”.


Deltan só pensava em dinheiro: “As palestras e aulas já tabeladas neste ano estão dando líquido 232k. Ótimo…"


“Se tudo der certo nas palestras, vai entrar ainda uns 100k limpos até o fim do ano. Total líquido das palestras e livros daria uns 400k. Total de 40 aulas/palestras. Média de 10k limpo”, disse o procurador que montou um power-point para condenar Lula sem provas, fraudou a eleição presidencial, quebrou a economia e depois planejou seu enriquecimento
247 – reportagem devastadora do Intercept deste domingo revela a obsessão do procurador Deltan Dallagnol, que montou um power-point para condenar o ex-presidente Lula sem provas, fraudou a eleção presidencial e quebrou a economia nacional, em ficar milionário. Confira, abaixo, mais um trecho:
 dezenas de conversas analisadas pela Folha e pelo Intercept, Dallagnol mostrou grande interesse quanto ao valor de cada palestra. Em um dos chats, Dallagnol somou os lucros da atividade apurados em setembro de 2018. “As palestras e aulas já tabeladas neste ano estão dando líquido 232k. Ótimo… 23 aulas/palestras. Dá uma média de 10k limpo”, afirmou.
No mês seguinte, o procurador manifestou a expectativa para o fechamento de 2018. “Se tudo der certo nas palestras, vai entrar ainda uns 100k limpos até o fim do ano. Total líquido das palestras e livros daria uns 400k. Total de 40 aulas/palestras. Média de 10k limpo”, disse o procurador. Em 2016, Dallagnol havia faturado R$ 219 mil com as palestras.
Como procurador, o coordenador da força-tarefa recebe um salário bruto de R$ 33.689,11 por mês, conforme o portal de transparência do MPF –  um total que pode superar R$ 430 mil neste ano. Em 2018, ele recebeu cerca de R$ 300 mil em rendimentos líquidos, sem considerar valores de indenizações.




Deltan à esposa: 'vamos organizar congressos e eventos e lucrar, ok?'


O chefe da Lava Jato em Curitiba discutiu abertamente com a esposa como deveriam fazer para ganhar dinheiro às custas da visibilidade que obtiveram com a Lava Jato, que causou graves prejuízos econômicos a milhões de brasileiros
247 – "Vamos organizar congressos e eventos e lucrar, ok? É um bom jeito de aproveitar nosso networking e visibilidade", escreveu o procurador Deltan Dallagnol à esposa, segundo aponta a reportagem da Vaza Jato deste domingo.
Confira, abaixo, reportagem do site Desmascarando sobre o ato de improbidade administrativa cometido pelo procurador:
Reportagem devastadora da Folha de São Paulo de hoje revela que o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, montou um plano de negócios de eventos e palestras para lucrar com a fama e contatos obtidos durante as investigações do caso de corrupção, apontam mensagens obtidas pelo The Intercept Brasil e analisadas em conjunto com a Folha.
Em um chat sobre o tema criado no fim de 2018, Deltan e um colega da Lava Jato discutiram a constituição de uma empresa na qual eles não apareceriam formalmente como sócios, para evitar questionamentos legais e críticas.
A justificativa da iniciativa foi apresentada por Deltan em um diálogo com a mulher dele. “Vamos organizar congressos e eventos e lucrar, ok? É um bom jeito de aproveitar nosso networking e visibilidade”, escreveu.
A reportagem da Folha revela detalhes de como Deltan planejava lucrar milhões de reais com sua empresa de palestras, além de mostrar que ele usou funcionários do MPF do Paraná para resolver assuntos particulares, o que pode configurar ato de improbidade administrativa, peculato e o infração à lei 8.112/90. A intenção de ser administrador de pessoa jurídica também revela desprezo pela lei 8.112/90, que proíbe servidores públicos de serem administradores de empresas.
Um advogado especialista em Direito Administrativo consultado pelo Desmascarando aponta para o cometimento de pelo menos duas ilegalidades por Deltan Dallagnol, tendo como base o que consta na matéria do jornal Folha de São Paulo:
Segundo o advogado, que prefere não se identificar por medo de retaliações,  o uso das funcionárias do Ministério Público Federal em atividade particular pode ser interpretado como infração passível de demissão do serviço público, segundo o artigo 117 IX da Lei 8.112/90:
Art. 117.  Ao servidor é proibido:
IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;
XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;
Ainda segundo o advogado, o uso das funcionárias do Ministério Público Federal para ajudar na organização de suas palestras pessoais, um negócio privado no qual lucrou cerca de 400 mil reais só em 2018, segundo a reportagem, também seria ato de enriquecimento ilícito, configurado na Lei de Improbidade Administrativa (8429/92) :
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:
IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;
A matéria completa da Folha está no link: