segunda-feira, 24 de junho de 2019

Lula diz que não aceita o adiamento de seu pedido de habeas corpus e cobra do STF coragem para julgar


Lula participa de ato em defesa das democracias no Fórum Social Mundial de Salvador. 
Foto: Ricardo Stuckert

Salvador (BA), 15/03/0218.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta manhã com seu advogado, Cristiano Zanin Martins, e disse que não aceita a manobra do Supremo Tribunal Federal para adiar seu pedido de habeas corpus que aponta a suspeição do ex-juiz Sergio Moro. Ele disse ainda que, se for o caso, prefere até perder, mas também questionou: por que eles têm tanto medo da verdade?
247 – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu com indignação à manobra do Supremo Tribunal Federal para  adiar seu pedido de habeas corpus, que aponta a suspeição do ex-juiz Sergio Moro – fato que se tornou evidente com os diálogos da chamada 'Vaza Jato'. O adiamento pode ocorrer em razão de uma decisão da ministra Cármen Lúcia, de colocar seu caso como o último da pauta. Embora Lula esteja na condição de preso político há mais de um ano, os ministros do STF vêm sendo pressionados por generais da ativa e da reserva a mantê-lo preso.
Lula também divulgou nesta segunda-feira uma carta enviada ao amigo Celso Amorim. "Meus advogados recorreram ao Supremo Tribunal Federal, para que eu tenha finalmente um processo e um julgamento justos, o que nunca tive nas mãos de Sergio Moro. Muita gente poderosa, no Brasil e até de outros países, quer impedir essa decisão, ou continuar adiando, o que dá no mesmo para quem está preso injustamente", diz ele. "A pergunta que faço todos os dias aqui onde estou é uma só: por que tanto medo da verdade? A resposta não interessa apenas a mim, mas a todos que esperam por Justiça". Leia, abaixo, a íntegra:
Querido amigo,
A cada dia fico mais preocupado com o que está acontecendo em nosso Brasil. As notícias que recebo são de desemprego, crise nas escolas e hospitais, a redução e até mesmo o fim dos programas que ajudam o povo, a volta da fome. Sei que estão entregando as riquezas do país aos estrangeiros, destruindo ou privatizando o que nossa gente construiu com tanto sacrifício. Traindo a soberania nacional.
É difícil manter a esperança numa situação como essa, mas o brasileiro não desiste nunca, não é verdade? Não perco a fé no nosso povo, o que me ajuda a não fraquejar na prisão injusta em que estou faz mais de um ano. Você deve se lembrar que no dia 7 de abril de 2018, ao me despedir dos companheiros em São Bernardo, falei que estava cumprindo a decisão do juiz, mas certo de que minha inocência ainda seria reconhecida. E que seria anulada a farsa montada para me prender sem ter cometido crime. Continuo acreditando.
Todos os dias acordo pensando que estou mais perto da libertação, porque o meu caso não tem mistério. É só ler as provas que os advogados reuniram: que o tal tríplex nunca foi meu, nem de fato nem de direito, e que nem na construção nem a reforma entrou dinheiro de contratos com a Petrobrás. São fatos que o próprio Sergio Moro reconheceu quando teve de responder o recurso da defesa. 
É só analisar o processo com imparcialidade para ver que o Moro estava decidido a me condenar antes mesmo de receber a denúncia dos procuradores. Ele mandou invadir minha casa e me levar à força pra depor sem nunca ter me intimado. Mandou grampear meus telefonemas, da minha mulher, meus filhos e até dos meus advogados, o que é gravíssimo numa democracia. Dirigia os interrogatórios, como se fosse o meu acusador, e não deixava a defesa fazer perguntas. Era um juiz que tinha lado, o lado da acusação.
A denúncia contra mim era tão falsa e inconsistente que, para me condenar, o Moro mudou as acusações feitas pelos promotores. Me acusaram de ter recebido um imóvel em troca de favor mas, como viram que não era meu, ele me condenou dizendo que foi “atribuído” a mim. Me acusaram de ter feito atos para beneficiar uma empresa. Mas nunca houve ato nenhum e aí ele me condenou por “atos indeterminados”. Isso não existe na lei nem no direito, só na cabeça de quem queria condenar de qualquer jeito.
A parcialidade dele se confirmou até pelo que fez depois de me condenar e prender. Em julho do ano passado, quando um desembargador do TRF-4 mandou me soltar, o Moro interrompeu as férias para acionar outro desembargador, amigo dele, que anulou a decisão. Em setembro, ele fez de tudo para proibir que eu desse uma entrevista. Pensei que fosse pura mesquinharia, mas entendi a razão quando ele divulgou, na véspera da eleição, um depoimento do Palocci que de tão falso nem serviu para o processo. O que o Moro queria era prejudicar nosso candidato e ajudar o dele.
Se alguém ainda tinha dúvida sobre de que lado o juiz sempre esteve e qual era o motivo de me perseguir, a dúvida acabou quando ele aceitou ser ministro da Justiça do Bolsonaro. E toda a verdade ficou clara: fui acusado, julgado e condenado sem provas para não disputar as eleições. Essa era única forma do candidato dele vencer. 
A Constituição e a lei determinam que um processo é nulo se o juiz não for imparcial e independente. Se o juiz tem interesse pessoal ou político num caso, se tem amizade ou inimizade com a pessoa a ser julgada, ele tem de se declarar suspeito e impedido. É o que fazem os magistrados honestos, de caráter. Mas o Moro, não. Ele sempre recusou se declarar impedido no meu caso, apesar de todas as evidências de que era meu inimigo político.
Meus advogados recorreram ao Supremo Tribunal Federal, para que eu tenha finalmente um processo e um julgamento justos, o que nunca tive nas mãos de Sergio Moro. Muita gente poderosa, no Brasil e até de outros países, quer impedir essa decisão, ou continuar adiando, o que dá no mesmo para quem está preso injustamente. 
Alguns dizem que ao anular meu processo estarão anulando todas as decisões da Lava Jato, o que é uma grande mentira pois na Justiça cada caso é um caso. Também tentam confundir, dizendo que meu caso só poderia ser julgado depois de uma investigação sobre as mensagens entre Moro e os procuradores que estão sendo reveladas nos últimos dias. Acontece que nós entramos com a ação em novembro do ano passado, muito antes dos jornalistas do Intercept divulgarem essas notícias. Já apresentamos provas suficientes de que o juiz é suspeito e não foi imparcial. 
Tudo que espero, caro amigo, é que a justiça finalmente seja feita. Tudo o que quero é ter direito a um julgamento justo, por um juiz imparcial, para poder demonstrar com fatos que sou inocente de tudo o que me acusaram. Quero ser julgado dentro do processo legal, com base em provas, e não em convicções. Quero ser julgado pelas leis do meu país, e não pelas manchetes dos jornais. 
A pergunta que faço todos os dias aqui onde estou é uma só: por que tanto medo da verdade? A resposta não interessa apenas a mim, mas a todos que esperam por Justiça.
Quero me despedir dizendo até breve, meu amigo. Até o dia da verdade libertadora. Um grande abraço do
Lula
Curitiba, 24 de junho de 2019 


Lula entra com nova petição para que seu HC seja julgado nesta terça


Lula será mantido preso político até segundo semestre
Em documento protocolado nesta tarde no STF, defesa do ex-presidente Lula lembra que o julgamento do habeas corpus de Lula foi iniciado em dezembro do ano passado e que o regimento do Supremo prevê prioridade do julgamento sobre os demais
247 - A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou na tarde desta segunda-feira, 24, petição no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que o habeas corpus em favor de Lula seja julgado nesta terça-feira, 25.
No documento, o advogado Cristiano Zanin Martins lembra que o habeas corpus teve seu julgamento iniciado no dia 4 de dezembro de 2018 e foi interrompido no mesmo dia com pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. 
"De acordo com o art. 138 do RISTF7 , preferirá aos demais, na sua classe, o processo em mesa cujo julgamento tenha sido iniciado", argumenta Zanin, complementando que julgamentos de pessoas idosas também têm prioridade nos julgamentos do STF.
O julgamento do HC em que Lula uma série de provas da parcialidade do então juiz Sérgio Moro na condução do processo contra o ex-presidente estava previsto para ir a julgamento nesta terça na Segunda Turma do STF. 
Mas a presidente da turma, ministra Cármen Lúcia, manobrou e adiou o julgamento da matéria, que ganhou maior urgência após as revelações do The Intercept, de que Moro coordenou a a estratégia de acusação contra Lula.


Apucarana resgata convênios e garante mais dois veículos


Anúncio foi feito pelo prefeito Junior da Femac e pelo secretário estadual de Saúde, Beto Preto, que trouxe as liberações de Curitiba. 

(Foto: Edson Denobi)

Dois convênios para aquisição de veículos, no valor de R$ 129 mil, foram resgatados pelo Município de Apucarana. Os processos haviam sido encaminhados junto ao governo do Estado no início do ano passado, mas não avançaram. Contando com a ajuda do ex-prefeito de Apucarana e atual secretário estadual de Saúde, Beto Preto, os processos foram liberados para a licitação.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira (24/06) pelo prefeito de Apucarana, Junior da Femac, e por Beto Preto. O ato ocorreu no gabinete municipal e contou com a presença maciça dos secretários municipais e também de vários vereadores, além do juiz Osvaldo Soares Neto e de Altimar Carletto, chefe da 16ª Regional de Saúde.  “Trata-se de um veículo destinado para a Secretaria Municipal da Promoção Artística, Cultural e Turística e outro que será utilizado no prédio central da Prefeitura”, informa Junior da Femac.
O processo já consta no Sistema de Acompanhamento e Monitoramento do Paraná Cidade e a licitação está autorizada pelo governador Ratinho Junior e por João Carlos Ortega, secretário estadual de Desenvolvimento Urbano (SEDU). “Apucarana, aos 75 anos, tem novamente representatividade no cenário estadual. Os dois convênios estavam perdidos, mas temos agora pessoas em Curitiba sempre vigilantes com o nome de Apucarana. Graças ao auxílio do  Beto Preto, conseguimos recuperar esses dois convênios”, frisa Junior da Femac.
O prefeito de Apucarana salienta ainda que os recursos são a fundo perdido, ou seja, não precisarão ser ressarcidos pelo Município. “Precisaremos apenas participar com o valor da contrapartida. No veículo de maior valor, orçado em R$ 82.990, a contrapartida será de R$ 12.990. Já o outro, no valor de R$ 46.040, a contrapartida será de R$ 6.040”, detalha Junior da Femac.
O secretário estadual de Saúde, Beto Preto, afirma que a partir de abril do ano passado muitos processos que estavam tramitando no Governo do Estado foram paralisados. “Todos os processos estão sendo agora continuados, demonstrando o compromisso do governador Ratinho Junior com Apucarana”, reitera.
Um dos processos que estão sendo retomados é da nova maternidade do Hospital Providência.  “O processo estava esquecido numa gaveta, mostrando desrespeito com as gestantes que serão atendidas neste espaço majoritariamente pelo SUS”, lamenta Beto Preto.
MAIS RECURSOS – Ao trazer as liberações dos veículos, Beto Preto também anunciou diversos outros recursos para o Município. “Para o período de 2019 e 2020 estaremos liberando recursos para a construção de duas Unidades Básicas de Saúde, em locais que ainda serão definidos”, informa o secretário estadual da Saúde.
De acordo com Beto Preto, também serão liberados cerca de R$ 3 milhões para as obras de ampliação do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e Região (Cisvir). O secretário estadual da Saúde também disse que Apucarana será contemplada com o aumento do quadro de médicos, através da reposição de vagas e também com o reaproveitamento de profissionais do Programa Mais Médicos do Governo Federal. “Existe esta possibilidade que ainda será definida pelo Ministério da Saúde em relação aos médicos cubanos que permaneceram no Brasil”, informa, acrescentando que alguns deles ainda residem em Apucarana.
O ex-prefeito também disse que está se empenhando para agilizar a liberação de recursos em outras áreas, como os mais de R$ 20 milhões para a construção de uma nova subestação de energia da Copel. “Também estive recentemente junto com o vereador Poim na Sanepar, buscando a liberação da rede coletora de esgoto para a Vila Reis, Distrito de Pirapó e Jardim Interlagos”, completa Beto Preto.


Prefeito lamenta perda do desportista Antônio Zacharias


O ex-vereador e ex-secretário de Esportes, Toninho Zacharias, faleceu na manhã de hoje e seu sepultamento está para as 17h30 no Cemitério Cristo Rei. O velório está acontecendo na Câmara de Vereadores
O prefeito Junior da Femac decretou luto oficial por três dias no Município de Apucarana, pelo falecimento nesta segunda-feira (24) do ex-vereador e ex-secretário municipal de esportes, o empresário Antônio Zacharias, aos 66 anos. “Lamentamos profundamente a perda precoce deste grande desportista e ex-presidente do Apucarana Futebol Clube, o Toninho Zacharias”, comentou o prefeito, manifestando suas condolências à sua família e aos amigos do desportista apucaranense.
Antônio Zacharias, que atuava ao lado do seu irmão Oswaldo Zacharias na Construtora Zacarias, foi vereador na 9ª Legislatura na Câmara Municipal de Apucarana, no período de 1983 a 1988. Ele também ocupou o cargo de Secretário Municipal de Esportes de maio de 1983 a 12 de março de 1984. Anteriormente, Toninho, como era carinhosamente chamado por todos, também presidiu a equipe do Apucarana no futebol profissional.
Conforme acrescenta ainda o prefeito Junior da Femac, os apucaranenses estão bastante entristecidos com a perda do Toninho Zacharias, que era pessoa muito conhecida e querida na cidade, notadamente no meio esportivo. “Apucarana reconhece e valoriza a trajetória do Toninho Zacharias no meio empresarial e, principalmente, na área esportiva e, em consideração à sua atuação, estamos decretando luto oficial no Município”, assinalou Junior.
O velório de Antônio Zacharias está sendo realizado no plenário da Câmara Municipal de Apucarana.  O sepultamento está programado para as 17h30, no Cemitério Cristo Rei.


“Lula é um preso político. Tem ser libertado”: o artigo assinado por juristas do mundo todo

Entrada na PF no Paraná, onde Lula está preso. Foto: Eduardo Matysiak


PUBLICADO ORIGINALMENTE NO LE MONDE
Éramos poucos, em 2018, quando advertimos que o processo contra Lula era parte de uma vontade, por qualquer meio e a qualquer custo, de colocá-lo fora da corrida para as eleições presidenciais que se aproximavam.
Esta estratégia foi bem sucedida, já que ela levou à eleição de Bolsonaro.
As recentes revelações do jornalista Glenn Greenwald e sua equipe derrubaram todas as máscaras. A investigação e o julgamento de Lula foram tendenciosos desde o início. Sergio Moro não só conduziu o processo com parcialidade como comandou de fato a acusação, desafiando as regras de procedimento mais fundamentais no Brasil.
Na prática, ele manipulou os mecanismos da delação premiada, orientou o trabalho do Ministério Público, exigiu a substituição de uma procuradora que não o satisfazia e dirigiu a estratégia de comunicação do Ministério Público.
Sabemos também através destas revelações que tal estratégia foi levada adiante de forma secreta, em estreita colaboração com o Ministério Público.
Isso se soma ao fato de que Sergio Moro havia grampeado os telefones dos advogados de Lula e decidido, por sua própria iniciativa, não cumprir uma decisão de um desembargador ordenando a libertação de Lula, violando a lei de forma flagrante.
Apesar de todos esses esquemas, Sergio Moro teve de se resignar a condenar Lula por “fatos indeterminados”, dada a inexistência material de provas que o implicassem diretamente neste caso de corrupção. Ao fazer isso, tornou Lula um preso político em função do que deve ser considerado, diante dessas novas revelações, como uma conspiração política.
O Supremo Tribunal Federal tem agora o dever de retirar todas as consequências destas gravíssimas irregularidades que conduziram a uma condenação injusta e ilegal e, consequentemente, libertar Lula e anular a sua condenação.
As autoridades brasileiras devem tomar todas as iniciativas necessárias para identificar os responsáveis por este gravíssimo abuso de procedimento.
A luta contra a corrupção é hoje um assunto essencial para todos os cidadãos do mundo, assim como a democracia e o Estado de Direito, mas, no caso de Lula, ela foi usada para alimentar estratégias que o eliminassem do jogo político, a fim de permitir que Bolsonaro chegasse ao poder e, em seguida, “recompensasse” Sergio Moro, nomeando-o ministro da Justiça.
Os signatários deste apelo ressaltam que os beneficiários desta conspiração demonstram apenas desprezo pelo interesse geral dos brasileiros, pelas liberdades públicas, pelos direitos dos povos indígenas e, além disso, pela democracia.
Bruce ACKERMAN, Sterling Professor of Law and Political Science, Yale University
John ACKERMAN, Professor, Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM)
William BOURDON, Advogado (Paris)
Mireille DELMAS MARTY, Professora, Collège de France
Joan GARCÉS, Advogado (Madrid)
Baltasar GARZÓN, Advogado (Madrid)
Louis JOINET, Juiz, primeiro advogado-geral honorário da Cour de Cassation (França), antigo presidente do grupo de trabalho da ONU sobre detenção arbitrária e da Comissão dos Direitos Humanos
Wolfgang KALECK, Advogado (Berlin)
Henri LECLERC, Advogado (Paris)
Christophe MARCHAND, Advogado (Bruxelas)
Jean-Pierre MIGNARD, Advogado (Paris)
Philippe TEXIER, Juiz, conselheiro honorário na Cour de Cassation (França), antigo presidente do Comité dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais das Nações Unidas
Fonte: DCM

STF adiará julgamento de suspeição de Moro no caso Lula


STF adiará julgamento de suspeição de Moro no caso Lula
O Supremo Tribunal Federal adiará o julgamento do Habeas Corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está marcado para esta terça-feira (25). A defesa de Lula pede a suspeição de Moro, solicitação que ganhou força após as revelações do site Intercept Brasil apontarem que ele interferiu no trabalho de procuradores da Operação Lava Jato para tirar o ex-presidente da eleição
247 - O Supremo Tribunal Federal adiará o julgamento do Habeas Corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está marcado para esta terça-feira (25). A defesa de Lula pede a suspeição de Moro, solicitação que ganhou força após as revelações do site Intercept Brasil apontarem que ele interferiu no trabalho de procuradores da Operação Lava Jato para tirar o ex-presidente da eleição. A informação sobre o adiamento foi publicada pela coluna de Mônica Bergamo
A presidente da Segunda Turma do STF, Cármen Lúcia, colocou o caso, no entanto, no último lugar da fila. Antes dele, 11 processos teriam que ser apreciados.
O ministro Gilmar Mendes concluiu que não haverá tempo de debater o caso de Moro. Só o voto dele tem mais de 40 páginas. 
Mendes decidiu, então, indicar o adiamento da discussão. O caso deverá voltar à pauta apenas no segundo semestre.


O artigo em que a defesa de Lula explica por que a condenação do ex-presidente deve ser anulada

Foto: Reprodução do You Tube


Os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins escreveram artigo que a Folha de S. Paulo publica nesta segunda-feira:
Está na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (25), o habeas corpus que impetramos em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 5 de novembro de 2018. Se o Estado de Direito prevalecer, Lula deverá ter sua liberdade plena restabelecida nessa data e os processos devem voltar ao início, presididos por juiz natural, independente e imparcial, o que nunca foi o caso do atual , em relação ao ex-presidente.
A Constituição Federal e a legislação não permitem a condução do processo e sua conclusão por juiz que tenha —ou aparente ter interesse no seu desfecho.
A mera dúvida sobre a isenção do magistrado é suficiente para que seja reconhecida sua suspeição. O que se busca proteger, além do direito fundamental do cidadão, é a imagem e a confiança na própria Justiça, essencial à democracia.
Não há qualquer controvérsia quanto ao fato de que, em 2016, Moro autorizou ilegalmente, por 23 dias, a interceptação do principal ramal do nosso escritório e monitorou, com procuradores e policiais, as conversas que mantínhamos sobre a estratégia jurídica de defesa do ex-presidente Lula. Naquele momento, discutíamos no Supremo (Ação Civil Originária 2.833) que o Ministério Público Federal do Paraná não tinha atribuição legal para qualquer iniciativa no chamado “caso do tríplex”. Vale dizer: nosso trabalho foi escandalosamente monitorado quando Moro e os procuradores disputavam o caso Lula com outras jurisdições.
O decano do Supremo, ministro Celso de Mello, reconheceu suspeição de Moro, em 2013, ao julgar recurso que envolvia o monitoramento de outros advogados autorizado pelo ex-juiz, anotando, à época em voto vencido, que esse vício deve ser reconhecido “em situações anômalas em que o magistrado surge travestido de verdadeiro investigador” (habeas corpus 95.518).
É exatamente isso o que se verifica no processo que resultou na condenação do ex-presidente, pois, além do monitoramento da defesa, ocorreram inúmeros outros atos, igualmente incontroversos, que afastam Moro da condição de juiz imparcial.
É possível citar: (a) as decisões proferidas antes mesmo da instauração da ação penal (como a condução coercitiva sem base legal), que já deixavam clara a predisposição do atual ministro de condenar Lula; (b) a força-tarefa liderada por Moro para impedir o cumprimento da ordem de soltura emitida por desembargador federal do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em julho de 2018; (c) o levantamento, de ofício, do sigilo de material às vésperas das últimas eleições presidenciais e, ainda, (d) a guinada de Moro para o cargo de ministro de Estado em um governo para cuja eleição foi decisivo o impedimento de Lula, com base na condenação imposta pelo ex-juiz —contrariando até mesmo decisões da ONU.
Moro argumenta à exaustão que sua sentença foi revisada por outros juízes. Mas além do vício da parcialidade contaminar o processo —independentemente da comprovação do prejuízo—, diante da sua gravidade no caso concreto, os danos saltam aos olhos. Na cruzada contra Lula, sua defesa foi tratada como mera formalidade; provas relevantes foram indeferidas e criou-se na opinião pública, por ações do próprio juiz do caso, uma expectativa de condenação difícil de ser superada mesmo com as provas de inocência que apresentamos.
As recentes reportagens do site “The Intercept” trazem à tona novos e chocantes elementos para comprovar a verdade histórica sobre a perseguição judicial a Lula (“lawfare”) e terão muita importância para a análise futura do processo de erosão da democracia no país.
Independentemente desse episódio, os fatos que embasaram o habeas corpus são mais do que suficientes para determinar a nulidade dos processos contra Lula e a imediata libertação do ex-presidente.
Fonte: DCM

Após negativa de Ratinho, forças policiais marcam reunião para definir ações para possível greve

Foto: APP-Sindicato


Entidades ligadas à Polícia Civil do Paraná e à Polícia Militar do Paraná se reúnem, na manhã desta segunda-feira (24), para definir uma pauta de reações as últimas declarações do governador Ratinho Junior. O chefe do Poder Executivo afirmou que o Estado “não tem dinheiro”para dar o reajuste salarial de 4,97% reivindicado pelas categorias.
O governador se baseia na Lei de Responsabilidade Fiscal, que estaria no limite, e que seria herança de governos anteriores. “Podemos até pensar em reajuste, mas seria necessário aumentar impostos. E precisamos perguntar para a sociedade se quer aumento de imposto para dar reajuste para servidor”, disse Ratinho na última semana.
O encontro será na sede da Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná (Adepol-PR). Estarão na reunião representantes das entidades dos Praças e Oficiais da Polícia Militar, dos Agentes Penitenciários, Investigadores, Escrivães, Papiloscopistas e Delegados de Polícia. “A cada declaração infeliz do governado Ratinho as coisas ficam mais difíceis. Todos sabemos que o estado está em plenas condições de ordenar aquilo que é de direito dos servidores. Não vamos recuar”, declarou o presidente da ADEPOL, delegado Daniel Fagundes.
Professores e profissionais da saúde também engrossam o caldo da paralisação prevista para essa terça-feira (25).
Fonte: Paranaportal

Morre Toninho Zacharias, imobiliarista e ex-vereador



Aos 69 anos de idade, morreu na manhã desta segunda-feira (23), no Hospital da Providência de Apucarana, o imobiliarista e ex-vereador Antônio Zacharias. Já algum tempo ele vinha lutando contra um tumor na cabeça.
Toninho Zacharias, como era mais conhecido, era irmão de Osvaldo Zacharias, proprietário da Imobiliária e Construtora Zacarias, instalada na Avenida Curitiba. Ele foi vereador em Apucarana na Legislatura de 1983 a 1988. O presidente atual da Câmara dos Vereadores de Apucarana, Luciano Molina, emitiu nota de pesar pelo falecimento.
Toninho Zacharias também foi presidente, diretor de futebol e diretor das categorias de base do Apucarana Atlético Clube na década de 80, foi diretor da Liga de Futebol de Salão de Apucarana (Lifusa), comentarista esportivo da Rádio Cultura, secretário de esportes do município e integrante do Veterano Atlético Clube de Apucarana (VACA).
Ele deixa esposa e seis filhos. O corpo está sendo velado na Câmara de Vereadores e o sepultamento está previsto para as 17 horas desta segunda-feira no Cemitério Cristo Rei.
Fonte: TN Online

domingo, 23 de junho de 2019

'Melhor não nos metermos nisso', disse Dallagnol sobre protesto contra Teori


Filho de Teori Zavascki pede investigação sobre emails de Moro e Dallagnol
Em outra mensagem do dia 23 de março de 2016, enviada tarde da noite, Sergio Moro se mostra preocupado com o protesto convocado contra o então ministro do STF, Teori Zavascki, pelo MBL. "Melhor não nos metermos nisso", diz Deltan Dallagnol
247 – Em outra mensagem do dia 23 de março de 2016, enviada tarde da noite, Sergio Moro se mostra preocupado com o protesto convocado contra o então ministro do STF, Teori Zavascki, pelo MBL. "Melhor não nos metermos nisso", diz Deltan Dallagnol.
Moro (22:36:04) - Nao.sei se vcs tem algum contato mas alguns tontos daquele movimento brasil livre foram fazer protesto na frente do condominio.do ministro. Isso nao ajuda evidentemente
Deltan (23:28:49) - Se quiser, vou atrás para ver se temos algum contato, mas, não sendo violento ou vandalizar, não acho que seja o caso de nos metermos nisso por um lado ou outro...
Deltan (23:49:32) - não, com o MBL não. Eles ficaram meio “bravos” com a gente, porque não quisemos apoiar as manifestações contra o governo no ano passado. eles são declaradamente pró-impeachment.
Moro (23:51:40) - Ok.


Folha: não há nenhum indício de adulteração nas mensagens


TRF-4 já usou mensagens do Telegram para reforçar condenações
Para confirmar a autenticidade do material, a Folha procurou jornalistas que trocaram jornalistas que trocaram mensagens com integrantes da Lava Jato e o que se comprovou é que o material em poder do Intercept, sobre o conteúdo no Telegram é íntegro, ao contrário do que dizem Moro e Dallagnol
247 – A Folha de S. Paulo só confirmou a parceria com o Intercept após checar a autenticidade do material. Confira, abaixo, trecho de reportagem deste domingo:
Ao examinar o material, a reportagem da Folha não detectou nenhum indício de que ele possa ter sido adulterado.
Os repórteres, por exemplo, buscaram nomes de jornalistas da Folha e encontraram diversas mensagens que de fato esses profissionais trocaram com integrantes da força-tarefa nos últimos anos, obtendo assim um forte indício da integridade do material.
Após as primeiras reportagens sobre as mensagens, publicadas pelo Intercept, no dia 9, Moro e os procuradores reagiram defendendo sua atuação na Lava Jato, mas sem contestar a autenticidade dos diálogos revelados. 
Depois de alguns dias, passaram a colocar em dúvida a integridade do material, além de criticar o vazamento das mensagens. Até agora, porém, Moro e os procuradores não apresentaram nenhum indício de que as conversas reproduzidas sejam falsas ou tenham sido modificadas.


Em parceria, Folha e Intercept revelam novos crimes de Moro e Dallagnol


Pacote de mensagens aponta que Sergio Moro e Deltan Dallagnol atuaram em sintonia no episódio do grampo ilegal da ex-presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, que foi vazado para o Jornal Nacional e foi determinante para o golpe de 2016, que abriu espaço para a ascensão da extrema-direita no Brasil
247 – "Procuradores na linha de frente da Operação Lava Jato se articularam para proteger Sergio Moro e evitar que tensões entre ele e o Supremo Tribunal Federal paralisassem as investigações num momento crítico para a força-tarefa em 2016", aponta a primeira reportagem decorrente da parceria entre a Folha de S. Paulo e o The Intercept. "O objetivo era evitar que a divulgação de papéis encontrados pela Polícia Federal na casa de um executivo da Odebrecht acirrasse o confronto com o STF ao expor indevidamente dezenas de políticos que tinham direito a foro especial -- e que só podiam ser investigados com autorização da corte."
Moro e Dallagnol temiam que o ministro Teori Zavascki desmembrasse os inquéritos que estavam sob controle de Moro em Curitiba, uma vez que atingiam políticos com foro privilegiado.  "Tremenda bola nas costas da Pf", disse Moro. "E vai parecer afronta". Moro também se referiu à palavra 'lambança', ao se referir ao erro da PF. 
"Saiba não só que a imensa maioria da sociedade está com Vc, mas que nós faremos tudo o que for necessário para defender Vc de injustas acusações", respondeu Dallagnol, sobre o fato de Moro ter em seu poder dados sobre pessoas com foro privilegiado.
Nesta primeira parceria, Folha e Intercept mostram que o juiz deve se manter equidistante entre acusação e defesa – e não atuar como uma das partes. O que as mensagens revelam é que Moro foi chefe da acusação em toda a Operação Lava Jato.


sábado, 22 de junho de 2019

Lava Jato destruiu empresas, diz executivo da Band


“Antes de você prender uma pessoa, investigue. Busque provas, comprove aquilo. E depois você prende. Senão você vai destruindo carreiras, profissões, nomes, empresas, setores”, disse o presidente da Rede Bandeirantes, Johnny Saad, em crítica à Lava Jato, durante evento realizado pelo canal BandNews com empresários brasileiros esta semana. Saad afirmou que o combate à corrupção não pode “destruir empresas nacionais”.
Ele destacou que a crise no Brasil não é resultado “só de problemas econômicos” e criticou a atuação da Lava Jato. “A elite que está aqui sentada, com o Poder Judiciário, com o poder Legislativo, com a CGU, tem instrumentos para que possa se revolver isso.
Saad lembrou também que “nenhuma das empresas internacionais que se envolveu no escândalo da Petrobrás ou em outros escândalos foi destruída. Penalize quem fez, mas não se penalize a empresa”, completou, lembrando o caso da Odebrecht que, esta semana, pediu recuperação judicial de quase R$ 100 bilhões, após demitir metade de seu quadro de empregados.
 Confira:





Ciro: Moro foi homenageado por potências que se beneficiaram com a destruição do Brasil


Ciro manifesta desejo de fechar agências reguladoras
Em discurso feito durante homenagem a Leonel Brizola, Ciro Gomes, do PDT, diz que a Lava Jato foi uma operação que atendeu aos interesses econômicos dos Estados Unidos, que, por sua vez, prestaram homenagens ao ex-juiz Sergio Moro
247 – Durante uma palestra em São Borja (RS), em homenagem a Leonel Brizola, Ciro Gomes apontou um outro aspecto perverso da operação Lava Jato: a destruição da economia nacional, o benefício prestado aos Estados Unidos e as homenagens oferecidas por Washington ao ex-juiz Sergio Moro. Confira o vídeo:



Nassif desabafa e diz que Brasil foi transformado num grande puteiro


Nassif alerta: Moro pode usar a Polícia Federal para atacar o Intercept
"Desde 1964, não se viu jornalismo tão infame, tão covarde, ajudando a espalhar o medo, o terror. Bastava uma nota plantada, para intimidar qualquer crítico. Principalmente porque o Supremo Tribunal Federal havia liberado tudo, permitindo criminalizar qualquer conduta, ainda que sem nenhum respaldo nas leis e nos códigos.", escreve o jornalista
Por Luis Nassif, no GGN – No auge do clima de terror implantado pela República de Curitiba, em conluio com a mídia, bastava uma crítica contra a operação para, no dia seguinte, algum jornalista-policial publicar nota zangada por policial-jornalista informando sobre supostas futuras denúncias contra o recalcitrante.
Desde 1964, não se viu jornalismo tão infame, tão covarde, ajudando a espalhar o medo, o terror. Bastava uma nota plantada, para intimidar qualquer crítico. Principalmente porque o Supremo Tribunal Federal havia liberado tudo, permitindo criminalizar qualquer conduta, ainda que sem nenhum respaldo nas leis e nos códigos.
No puteiro Brasil, celebrou-se a grande festa pagã, entre parças jornalistas, donos de puteiro, saudando puteiros mais elevados, todos enrolados na mesma bandeira, celebrando a selvageria, a vingança, a destruição dos direitos e das leis.


Requião sugere que Moro será queimado nas fogueiras da Inquisição


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"Quando Savonarola saiu do fundamentalismo moralista e se meteu nos negócios sucessórios do Vaticano foi queimado no mesmo local onde queimou tantos 'infieis'.Na frente do Palazzo Vecchio". diz o ex-senador Roberto Requião (MDB-PR)
247 – O ex-senador Roberto Requião (MDB-PR) prevê um final trágico para o ex-juiz Sergio Moro, que trocou a capa de super-herói pela de político e eventual sucessor de Jair Bolsonaro. O paralelo traçado por Requião é com uma figura central da Inquisição: Savonarola. Confira:


Brasileiro troca avião pelo ônibus


Depois do golpe, das sabotagens à democracia e do pior governo já eleito - como atestam pesquisas de opinião - o Brasil mergulha no retrocesso assentido e saboreia a volta à pobreza como um souvenir da contemporaneidade
247 - A cobrança por bagagem e por assento nos voos, além da crise econômica, leva muitos brasileiros a trocar os aeroportos pelas rodoviárias. De janeiro a maio deste ano, o volume de passageiros que encararam a estrada de ônibus em viagens interestaduais aumentou 12% ante igual período do ano passado, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati). 
A reportagem do jornal O Globo destaca que "nos primeiros quatro meses de 2019, o número de pessoas que cruzaram as divisas entre os estados brasileiros a bordo de avião cresceu 2,95%, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os dados de maio para bilhetes aéreos ainda não estão disponíveis."
A matéria ainda acrescenta que "o movimento pode ser um indício de consolidação de uma tendência verificada no ano passado, quando o ritmo de crescimento do transporte de passageiros sobre rodas superou o feito com asas. Desde 2010, quando o número de pessoas transportadas por avião ultrapassou o das que viajavam de ônibus pela primeira vez no país, a procura pelas estradas vinha caindo — a exceção foi o ano de 2012, quando houve uma leve alta."