Trabalhadores da educação exigem do governador Ratinho Junior (PSD)
reposição das perdas da inflação e fim dos ataques à educação
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Educadores(as) dizem não ao calote da data-base - Foto: João Paulo / APP-Sindicato |
Professores e
funcionários de escola da rede pública estadual vão entrar em greve, por tempo
indeterminado, a partir do próximo dia 25. A deliberação foi aprovada em
assembleia estadual extraordinária da APP-Sindicato, realizada na manhã deste
sábado (15) em Curitiba.
A
medida é consequência da falta de resposta do governador Ratinho Junior (PSD)
para as reivindicações da categoria, principalmente o pagamento da reposição
salarial do funcionalismo.
“Já
são quase quatro anos de sacrifício dos servidores. Não estamos pedindo
aumento, é apenas a reposição das perdas da inflação”, diz o presidente da
APP-Sindicato, professor Hermes Leão. Ele acrescenta que a indignação da
categoria aumenta a cada dia também por conta de políticas de perseguição e
desvalorização dos educadores.
Com
a decisão, os trabalhadores da educação paranaense vão se juntar a outras
categorias do serviço público estadual na greve unificada convocada pelo Fórum
das Entidades Sindicais (FES).
Os
sindicatos também criticam a postura do governador. Durante a campanha
eleitoral, Ratinho prometeu pagar a data-base. Disse que se reuniria com os
sindicatos em um dos primeiros atos do seu governo. Depois da posse, não
cumpriu as promessas.
Não ao calote
Na
avaliação dos representantes dos trabalhadores, o governo atual repete a
prática da gestão Richa (PSDB), de subestimar as previsões de arrecadação para
tentar justificar o calote no funcionalismo.
Sem
revisão nos salários desde 2016, a defasagem nos rendimentos dos servidores
estaduais passa de 17%. O tamanho do prejuízo é equivalente a mais de dois
meses de salário por ano.
A
data-base venceu em maio. A reivindicação é 4,94%, referente a inflação dos
últimos 12 meses, e uma proposta para o pagamento dos atrasados.
De
acordo com o economista do FES, Cid Cordeiro, a situação fiscal do governo
permite atender o pedido do funcionalismo e não oferece risco às contas
públicas. Ele esclarece que Ratinho Junior assumiu o estado com o menor índice
de gasto com pessoal dos últimos 10 anos.
Participaram
da assembleia professores e funcionários de escola de todas as regiões do
estado. Os deputados estaduais Requião Filho (MDB), Professor Lemos (PT) e
Tadeu Veneri (PT) também estiveram presentes para registrar apoio à luta da
categoria em defesa da educação e melhores condições de trabalho.
Pauta unificada
Pagamento
da Data-base;
Retirada do Projeto de Lei Complementar 4/2019 da ALEP que destrói a carreira
do funcionalismo público estadual;
Abertura de concurso público;
Defesa da Previdência Pública;
Humanização da perícia médica no Estado;
Melhores condições de atendimento da saúde dos servidores;
Garantia do direito de greve e retirada das faltas atribuídas ilegalmente;
Concessão de licenças especiais.
Eixos da pauta específica
1)
Contra o Desmonte da Escola Pública.
2) Melhores Condições de Trabalho.
3) Valorização Profissional.
4) Defesa da Previdência Pública.
Pauta Específica:
• defesa do Piso Nacional;
• realização de concurso público e manutenção do processo de seleção de
professores(as) PSS, conforme vigência atual, através da prova de títulos;
• pagamento do piso mínimo regional e reajuste do auxílio-transporte e
alimentação para os funcionários de escola;
• manutenção, conforme o previsto em lei, do processo de eleição de diretores
de escolas;
• defesa da jornada de trabalho em horas-aula para os professores, pedagogos e
readaptados e da hora-atividade;
• contra o intervencionismo pedagógico nas escolas (tutorias, Prova Paraná,
controle de frequencia dos estudantes, pressão por resultados, entre outros.)
• abertura de novas turmas do PDE e manutenção do Pró-funcionário, que são
programas estruturais e permitem avanços na carreira.
Calendário da greve
18/6 – Mobilização com representação dos NS junto a ALEP e Palácio Iguaçu, na
reunião da Frente Parlamentar em Defesa dos Servidores Públicos.
17
a 24/6 – Plenárias regionais unificadas dos servidores.
– Formação de comandos regionais da educação unificado.
– Pressão aos deputados nas regiões para interlocução junto ao governo.
– Mobilização nas redes sociais.
– Intensificação de visitas ás escolas para organização da greve.
– Reuniões com as comunidades escolares.
– Entrega de carta às famílias e estudantes no dia 24/6.
25/6 INICIO DA GREVE UNIFICADA
– Instalação de comitês de greve em Curitiba e nos Núcleos Sindicais.
26/6 – Reunião do Comando Estadual de Greve.
– Ato conjunto com a direção da CNTE, às 17 horas (concentração na SEFA e caminhada
até a Boca Maldita).
Fonte:
APP Sindicato