sábado, 15 de junho de 2019

“Lula é vítima de lawfare e ataque a defesa é tática dessa prática nefasta”, dizem advogados de Lula


Ricardo Stuckert
Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, advogados de defesa de Lula, classificaram como "estarrecedor" e "repugnante" os novos trechos de conversas divulgadas pelo The Intercept, em que Sergio Moro orienta os procuradores a fazer uma campanha para atacar o que chamou de 'showzinho' da defesa; "É repugnante, ainda, constatar que a campanha midiática ocorrida em maio de 2017 objetivando atacar a memória de D. Marisa Letícia Lula da Silva tenha sido tramada pela Lava Jato", repudiam em nota
247 - O advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, classificaram como "estarrecedor" e "repugnante" os novos trechos de conversas divulgadas pelo The Intercept, que mostram o então juiz Sergio Moro orientando os procuradores da Lava Jato de Curitiba a emitir nota para atacar a defesa do ex-presidente.
"As novas mensagens reveladas ontem (14/06/2019) pelo "The Intercept", para além de afastar qualquer dúvida de que o ex-juiz Sérgio Moro jamais teve um olhar imparcial em relação a Lula, mostram o patrocínio estatal de uma perseguição pessoal e profissional, respectivamente, ao ex-Presidente e aos advogados por ele constituídos", diz um trecho da nota divulgada pelos advogados.
De acordo com o conteúdo das conversas divulgadas pelo The Intercept, num diálogo entre Moro e o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, ele pede para que eles divulgassem uma nota à imprensa para rebater o que ele chamou de 'showzinho' da defesa do ex-presidente Lula.
Confira a íntegra:
"É estarrecedor constatar que o juiz da causa, após auxiliar os procuradores da Lava Jato a construir uma acusação artificial contra Lula, os tenha orientado a desconstruir a atuação da defesa técnica do ex-Presidente e a própria defesa pessoal por ele realizada durante seu interrogatório (10/05/2017). As novas mensagens reveladas ontem (14/06/2019) pelo "The Intercept", para além de afastar qualquer dúvida de que o ex-juiz Sérgio Moro jamais teve um olhar imparcial em relação a Lula, mostram o patrocínio estatal de uma perseguição pessoal e profissional, respectivamente, ao ex-Presidente e aos advogados por ele constituídos.
É inimaginável dentro de um Estado de Direito que o Estado-juiz e o Estado-acusador se unam em um bloco monolítico para atacar o acusado e seus advogados com o objetivo de impor condenações a pessoa que sabem não ter praticado qualquer crime.
É repugnante, ainda, constatar que a campanha midiática ocorrida em maio de 2017 objetivando atacar a memória de D. Marisa Letícia Lula da Silva tenha sido tramada pela Lava Jato, como também revelam as mensagens do "The Intercept".
Tais fatos, públicos e notórios, reforçam o que sempre defendemos nos processos e no comunicado encaminhado em julho de 2016 ao Comitê de Direitos Humanos da ONU: Lula é vítima de "lawfare" e o ataque aos seus advogados é uma das táticas utilizadas para essa prática nefasta.
Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins (15/06/2019)"


Casa Divina Providência reivindica ajuda do Município


A entidade atua no sentido de ajudar as pessoas que estão em Apucarana em busca de tratamento médico-hospitalar ou que passam por cirurgias
(Foto: Profeta)
Diretores voluntários da Casa de Apoio Divina Providência estiveram em audiência nesta sexta-feira (14), com o prefeito de Apucarana, Junior da Femac. A entidade atua no sentido de ajudar as pessoas que estão em Apucarana em busca de tratamento médico-hospitalar ou que passam por cirurgias.
“Muitas pessoas que acompanham os pacientes não dispõem de recursos para se manter na cidade e, nestas circunstâncias, a Casa de Apoio Divina Providência oferece café da manhã, almoço e espaço para repouso”, explica o presidente da entidade, Pedro Fisco.
José Balau e Lairton Pereira, do Conselho Diretor da entidade, também presentes na audiência, explicaram que têm o apoio de vinte e cinco voluntários que se revezam nas demandas da casa de apoio. “Mantemos apenas duas funcionárias, sendo uma na cozinha e outra na administração, mas faltam recursos para a alimentação e outras despesas”, explica Lairton Pereira.
A casa de apoio conta com a colaboração de alguns empresários que pagam carnês mensais e outros que doam alimentos e material de limpeza. “Trata-se de um trabalho de grande importância, pois observamos no dia a dia a dificuldade de muitas famílias e isso nos sensibiliza”, assinala José Balau.
O prefeito Junior da Femac assegurou que o Município irá buscar alternativas para contribuir na manutenção da Casa de Apoio Divina Providência. “São pessoas valorosas da nossa sociedade que mantém este serviço de grande alcance social e que merecem o nosso apoio”, frisou. A audiência também foi acompanhada pelo vereador Gentil Pereira, o empresário Rodrigo Ducatti, e o secretário Herivelto Moreno.


Mudanças no trânsito têm boa aceitação


Prefeitura, por meio do Idepplan, planeja rotatórias, novos semáforos e outras intervenções na cidade 
(Foto: Profeta)
As propostas da Prefeitura, via Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento de Apucarana (Idepplan), para intervenções pontuais no trânsito da cidade tiveram uma boa aceitação por parte de comerciantes, prestadores de serviços e lideranças comunitárias. O tema foi alvo de debate em audiência pública realizada na noite de quinta-feira (13), no auditório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-PR), de Apucarana.
O prefeito Junior da Femac participou da audiência junto com secretários e representantes da comunidade. Durante a audiência pública foram apresentados oito pontos que devem receber mudanças e, ao mesmo tempo, os participantes tiveram oportunidade de avaliar e opinar a respeito.
Entre os locais que a prefeitura planeja fazer intervenções está a Praça Duque de Caxias, na Rua Padre Severino Cerutti, junto ao Colégio são José. A proposta prevê a implantação de uma rotatória para disciplinar o trânsito, neste ponto onde existe o encontro de seis ruas, tornando o trânsito bastante complicado, principalmente em horários de pico.
Outra rotatória também está sendo proposta para a Avenida Central do Paraná no cruzamento com a Rua Dom Pedro II, no Jardim América.
Já a Rua Rio de Janeiro, junto a Avenida Minas Gerais também está na pauta de melhorias. A proposta é criar neste ponto uma nova via de acesso para o anel central de Apucarana.
Na Rua Nova Ucrânia, em frente ao cemitério Cristo Rei, está previsto um novo acesso, visando ordenar o trânsito, que vem crescendo com a expansão de bairros nas imediações.
Nos cruzamentos das ruas Ítalo Ado Fontanini com Oswaldo Cruz, e da Avenida Minas Gerais com a Rua Esmeralda, a proposta da administração é a instalação de novos semáforos.
Na Rua Rio Branco, próximo ao Hospital da Providência, está em estudo uma solicitação para um criar um corredor exclusivo de ambulâncias.
A Praça Interventor Manoel Ribas (Redondo), também está na pauta da prefeitura. A proposta prevê a retirada dos canteiros do entorno, para abertura de mais 25 vagas de estacionamento.
As medidas, segundo o prefeito Júnior da Femac, só serão adotadas após a prefeitura ouvir os moradores e comerciantes. “Estamos apresentando esses pré-projetos e, ao mesmo tempo, abrindo o diálogo com a população, que tem espaço para fazer sugestões e opinar a respeito, participando efetivamente das mudanças”, informa o prefeito.
Samuel Ernesto da Silva, comerciante na Rua Rio Branco, se manifestou satisfeito com as propostas. “Estou há bastante tempo em Apucarana e fiquei muito contente pelo fato de termos sido convidados a discutir estas mudanças, pois o prefeito nos deu a oportunidade de opinar e fazer sugestões, antes de decidir a respeito disso”, avaliou Silva.
O padre Bertolin, diretor do Colégio São José, disse que a proposta de criar uma rotatória na Rua Severino Ceruti, na altura da Praça Duque de Caxias, é muito boa. “Apucarana está crescendo e todos nós sentimos as dificuldades do trânsito. A proposta responde a expectativa que a cidade necessita, principalmente na nossa região, onde em horários de pico é quase impossível atravessar a Severino Ceruti”, comentou Bertolin.
A partir de agora, conforme anunciou Junior da Femac, serão avaliadas as sugestões recebidas e novos estudos serão realizados. “Só Apucarana tem uma frota de 84 mil veículos em circulação que, somados aos visitantes em trânsito, apresenta cenários complicados em alguns pontos. Precisamos atualizar, criar soluções para os gargalos, buscando mais segurança e melhor fluxo de tráfego”, assinala.


Cientista político defende prisão preventiva de Moro


"Já existem os pressupostos para a prisão preventiva de Sérgio Moro, pois neste momento ele pode estar destruindo provas", defendeu o cientista político Alberto Carlo Almeida
247 - Para o cientista político Alberto Carlos Almeida, os fatos revelados pelas conversas do então juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato de Curitiba, pelo The Ingtercept, já são suficientes para sustentar a prisão preventiva de Moro, hoje ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro.
"Já existem os pressupostos para a prisão preventiva de Sérgio Moro, pois neste momento ele pode estar destruindo provas", afirmou Alberto em sua página nas redes sociais.
Ele destaca ainda que as conversas mostram que uma fraude processual impediu Lula de disputar a eleição de 2018. "Nada mais escandaloso que isso!", afirmou.




Bolsonaro diz que há 'possibilidade zero' de demitir Sergio Mor


Para Bolsonaro, a revelação dos diálogos não compromete Moro

Bolsonaro diz que há 'possibilidade zero' de demitir Sergio Moro
 Isaac Amorim/MJSP

O presidente da República, Jair Bolsonaro, descartou demitir o ministro da Justiça, Sergio Moro, diante do vazamento de conversas que supostamente manteve com procuradores quando era juiz da Operação da Lava Jato. "Possibilidade zero. Acredito nele. E o Brasil deve muito a Moro", afirmou Bolsonaro a jornalistas, durante encontro no Palácio do Planalto.
Segundo o presidente, a revelação dos diálogos não compromete Moro. Ele disse acreditar que o ministro seria o primeiro a lhe dizer que fez algo errado.
"Ele não inventou nada. Não inventou provas. Ele não precisa inventar provas. Ele trocou diálogos com algumas pessoas", disse Bolsonaro.
O presidente disse que o País tem uma dívida com o ex-juiz da Lava Jato por "prender corruptos" e "buscar um ponto de inflexão" no combate à corrupção, que é "o câncer do País".
STF
O presidente disse que Moro segue como um bom nome para a próxima vaga do Supremo Tribunal Federal (STF). "É uma possibilidade muito grande", afirmou.
Fonte: Notícias ao Minuto

Moro vai dar entrevista chapa branca ao Ratinho, assessor de imprensa bolsonarista

Sérgio Moro. Foto: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL


Do Globo:
Na próxima segunda (17), o ministro Sergio Moro vai gravar uma entrevista para o programa do Ratinho, no SBT. A participação do ex-juiz foi marcada no mês passado, quando o apresentador esteve em Brasília para um encontro com o presidente Jair Bolsonaro.
A agenda foi mantida mesmo depois de Moro se tornar foco da crise causada pela publicação de mensagens trocadas entre ele e o procurador Deltan Dallagnol sobre a operação Lava-Jato na época em que ele foi juiz. A revelação foi feita pelo site “The Intercept”.
A ideia inicial era que Moro falasse sobre o pacote anticrime, proposto por ele. Agora, o ministro da Justiça deve aproveitar a oportunidade para dar sua versão sobre as conversas e reiterar que não há anormalidade na sua conduta.
Fonte: DCM

Entenda, em dez pontos, as transgressões de Moro e Dallagnol


Reprodução
Diante da gravidade das infrações cometidas por Sergio Moro e Deltan Dallagnol, entre outros cujos nomes estão por vir em novas reportagens, o meio especializado tem dito que não apenas o caráter desses dois está em cheque. A reputação do CNMP e do CNJ – enquanto instituições da República – também estará caso ambos não sejam punidos
Da Rede Brasil Atual – A troca de mensagens entre o ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o procurador da República Deltan Dallagnol, responsável pela Lava Jato, e outros integrantes da operação ratificou suspeitas e críticas de que o ex-magistrado atuava também como investigador, além de julgador dos casos. Entre as conversas reveladas pelo site The Intercept Brasil, estão a combinação de ações, cobranças sobre a demora em realizar novas operações, orientações e dicas de como a força-tarefa da Lava Jato deveria proceder.
O Intercept revelou que até o procurador tinha dúvida sobre as acusações de propina da Petrobras horas antes da denúncia do caso do tríplex no Guarujá. E que a equipe de Ministério Público Federal atuou para impedir a entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes das eleições por medo de que ajudasse a eleger o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad. Cooperação ilegal, motivações políticas e sustentação de uma acusação frágil revelam os bastidores da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A RBA listou alguns aspectos importantes do que foi revelado até agora para tentar ajudar o leitor a traduzir o "juridiquês".
1. Separação de funções

No Brasil, o sistema de justiça funciona com partes separadas. A Constituição não considera o Ministério Público – estadual ou federal – como parte do Poder Judiciário. O MP representa a sociedade. A ele cabe reunir provas, formular a denúncia e sustentar a acusação – seus integrantes têm, então, procuração constitucional para advogar em nome da sociedade. Aos juízes e desembargadores, cabe julgar com base nas provas e argumentos, de acusação e de defesa.

Moro auxiliou procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e até sugeriu a alteração de ordem das fases da Operação Lava Jato. Perguntava o motivo de alguns pedidos do MPF e orientava a melhor forma de encaminhar as petições. Em um mês que não houve novas operações, Moro cobrou Dallagnol se não era "muito tempo sem operação".
2. O que é um juiz imparcial?

O Código de Ética da Magistratura proíbe essa relação entre juiz e procuradores. Em seu artigo 8 diz claramente: "O magistrado imparcial é aquele que busca nas provas a verdade dos fatos, com objetividade e fundamento, mantendo ao longo de todo o processo uma distância equivalente das partes (acusação e defesa), e evita todo o tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito".

Mas, além de opinar sobre as ações do MPF, Moro também chegou a propor uma resposta conjunta quando o PT emitiu notas criticando a atuação da Operação Lava Jato. "O que acha dessas notas malucas do diretório nacional do PT? Deveríamos rebater oficialmente? Ou pela Ajufe (Associação de Juízes Federais)?", questiona o ex-juiz a Dallagnol.
3. Juiz suspeito

O Código de Processo Penal também é muito claro sobre os limites da atuação do juiz. O artigo 254 define que o magistrado deve se declarar suspeito de julgar um processo, entre outros motivos, "se tiver aconselhado qualquer das partes".

Moro não só aconselhou como incentivou e ofereceu pessoas a serem ouvidas pelos procuradores, com o objetivo de garantir o andamento do processo de acordo com seu objetivo.
4. A lei deveria ser para todos

Moro e Dallagnol também discutiram sobre contra quem dirigir investigações ou não. Quando 77 executivos da empreiteira Odebrecht apresentaram seus relatos, estariam implicados mais 150 nomes do mundo político. Embora costumassem dizer publicamente que "a lei é para todos", ambos conversaram sobre quem recairia a aplicar a lei.

Quando recebeu uma lista um pouco mais detalhada sobre os envolvidos, Moro foi categórico em dizer que as investigações deveriam ter foco sobre o Poder Executivo – à época em que o país fora presidido pelo PT. "Opinião: melhor ficar com os 30 por cento iniciais. Muitos inimigos e que transcendem a capacidade institucional do MP e judiciário", escreveu o atual ministro da Justiça quando era juiz.
5. Processo capenga

Para garantir que o processo ficasse em Curitiba, nas mãos de Sergio Moro, Dallagnol fez uma manobra arriscada. Vinculou os supostos benefícios a Lula no caso do triplex de Guarujá ao esquema de corrupção na Petrobras. Para sustentar essa tese, o procurador não se fiou a provas robustas ou testemunhos inquestionáveis, mas a uma reportagem do jornal O Globo sobre o atraso nas obras do Edifício Solaris quando este ainda pertencia à Bancoop.

"A denúncia é baseada em muita prova indireta de autoria, mas não caberia dizer isso na denúncia e na comunicação evitamos esse ponto", avisou o procurador a Moro. Para dar mais força à denúncia, ele estava ciente que era preciso conquistar a induzir a opinião pública. E não o juiz com quem trocava mensagens quase diariamente. E o fez: construiu uma apresentação de slides em powerpoint e colocou Lula como "chefe" de um esquema de corrupção gigantesco, chamando-o de "líder máximo", mesmo sem ter prova alguma, apenas "convicções".
6. Agentes públicos x privacidade

"Ah, mas as conversas foram obtidas por um hacker. Foi um crime. As autoridade têm direito à privacidade", alegam alguns apoiadores do esquema Lava Jato. Ainda que a obtenção das informações tenham sido obra de um hacker, a divulgação não. Como se tratam de informações de interesse público, de ilegalidades cometidas por agentes públicos no exercício da função, os jornalista do Intercept se consideraram na obrigação de divulgar (avisando que foi só início). E quando se trata de má conduta de servidores públicos não cabe evocar direito à privacidade, com escreveu o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

É provável que Moro, Dallagnol e os demais procuradores da Lava Jato não possam ser punidos com base em uma prova obtida dessa forma. Por outro lado, a contaminação dos processo em que eles atuaram pelo que foi revelado pode levar a anulação de condenações e de processos que ainda estão em andamento.
7. Inflando protestos

As motivações políticas de Moro e Dallagnol ficam evidentes em uma conversa de 13 de março de 2016, quando as manifestações contra o governo da presidenta Dilma Rousseff atingiram o ápice. O ex-juiz diz querer "limpar o Congresso". O diálogo entre eles revela que as ações da Lava Jato buscavam influenciar a opinião pública contra o governo petista.

Dallagnol: E parabéns pelo imenso apoio público hoje. Seus sinais conduzirão multidões, inclusive para reformas de que o Brasil precisa, nos sistemas político e de justiça criminal.
Moro: Fiz uma manifestação oficial. Parabéns a todos nós.
8. Aos inimigos, nem a lei

Apesar de reclamar da divulgação de suas conversas, Moro e Dallagnol dialogaram sobre a revelação das conversas grampeadas ilegalmente entre Lula e Dilma, quando ela o indicou para o cargo de ministro da Casa Civil. No cargo, Lula empregaria de sua capacidade política para tentar conter a escalada da crise que derrubaria Dilma naquele mesmo ano. A ação era ilegal: um juiz de primeira instância não pode autorizar grampo telefônico contra a presidência da República e a gravação foi obtida após o prazo limite da decisão que permitiu o grampo nos aparelhos de Lula.

Moro chegou a pedir desculpas públicas, mas nas conversas com Dallagnol se dizia convicto de ter agido conforme seus objetivos. "Não me arrependo do levantamento do sigilo. Era melhor decisão. Mas a reação está ruim", escreveu o ex-juiz.
9. Operação anti-PT

Os procuradores da Lava Jato atuam de modo "técnico, imparcial e apartidário, buscando a responsabilização de quem quer que tenha praticado crimes no contexto do mega-esquema de corrupção na Petrobras", segundo escreveu Dallagnol nas redes sociais. Mas quando o STF autorizou uma entrevista de Lula ao jornal Folha de S. Paulo, o partidarismo da equipe ficou evidente. Tanto em lamentações quanto em ações para impedir a entrevista. O medo? Que Lula ajudasse Fernando Haddad a vencer a eleição.

Nas trocas de mensagens, os procuradores buscam formas de impedir a entrevista: descumprir a decisão judicial buscando brechas legais, alegar que a decisão valia para todos os condenados na Lava Jato, convidar outros veículos de comunicação à revelia da decisão judicial. Quando o STF acatou pedido do Partido Novo contra a entrevista, os procuradores deixaram qualquer profissionalismo de lado e comemoraram como final de campeonato: "Devemos agradecer à nossa PGR: Partido Novo!!!"
10. Quem investiga procurador e juiz

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) é o órgão encarregado de controlar e fiscalizar a atuação dos órgãos integrantes do Ministério Público nacional e de seus membros. Integrantes do CNMP já pediram que a conduta de Deltan Dallagnol seja investigada.

O conselho é presidido pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e composto por outros 13 membros: quatro provenientes do Ministério Público Federal; três dos MPs estaduais; dois juízes, indicados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ); dois advogados indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); e dois cidadãos de notório saber jurídico, indicados pela Câmara e pelo Senado.
Por sua, vez, condutas consideradas suspeitas por parte de magistrados são investigadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O órgão é presidido pelo presidente do STF, e um ministro do STJ exerce a função de corregedor. Os outros 13 demais integrantes são: um ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST); um desembargador de Tribunal de Justiça (TJ, segunda instância da esfera estadual); um juiz estadual; um juiz do Tribunal Regional Federal (TRF, segunda instância na esfera federal); um juiz federal; um juiz de Tribunal Regional do Trabalho (TRT); um juiz do trabalho; um membro do MPF; um membro de MP estadual; dois advogados (OAB); e dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados por Câmara e Senado.
Muita gente critica o fato de se ter poucas notícias de punição a procuradores ou juízes porque eles são investigados por seus próprios pares. Portanto, o corporativismo acaba fazendo com que denúncias não sejam levadas adiante. Diante da gravidade das infrações cometidas por Sergio Moro e Deltan Dallagnol, entre outros cujos nomes estão por vir em novas reportagens, o meio especializado tem dito que não apenas o caráter desses dois está em cheque. A reputação do CNMP e do CNJ – enquanto instituições da República – também estará.


Greenwald: a cada mentira, nós publicaremos a prova de que Moro está mentindo


Após as novas revelações, Glenn respondeu a Moro no Twitter: “Como eu disse antes, Sergio Moro deveria parar de mentir quando tenta se defender, porque nós temos as evidências e os fatos"; na prática, ele revelou que seu método será encurralar o ex-juiz que usou seu poder para forjar uma acusação contra o ex-presidente Lula e abrir espaço para a chegada da extrema direita ao poder
Jornal GGN – O jornalista do Intercept Brasil Glenn Greenwald divulgou na noite desta sexta (24) novos trechos de conversas entre Sergio Moro e procuradores de Curitiba que provam conluio em ações penais da Lava Jato, incluindo o caso triplex.
Após as novas revelações, Glenn respondeu a Moro no Twitter: “Como eu disse antes, Sergio Moro deveria parar de mentir quando tenta se defender, porque nós temos as evidências e os fatos.”
“A cada mentira – como ele fez hoje no Estadão – nós publicaremos a prova de que ele está mentindo, como acabamos de fazer em resposta à entrevista”, disparou o jornalista.


“Direto na jugular”, disse procurador ao defender usar morte de Dona Marisa para atacar Lula


Ricardo Stuckert
Novo conteúdo divulgado pelo The Intercept mostra os procuradores preparando a estratégia de ataque contra o Lula; covardemente, eles escolheram a morte da esposa do ex-presidente, Marisa Letícia, como alvo da nota que iria direcionar as manchetes dos meios de comunicação; "Eu iria direto na jugular", disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima ao defender a proposta no grupo de procuradores
247 - Trechos inéditos das conversas entre o então juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato de Curitiba foram divulgados pelo The Intercept nesta sexta-feira (14). O novo conteúdo mostra os procuradores preparando a estratégia de ataque contra o Lula. Um dos alvos usados foi a esposa do ex-presidente, Marisa Letícia, que já havia falecido.
A menção à Dona Marisa seria feita na nota oficial que o Ministério Público iria emitir à imprensa. "Eu iria direto na jugular", disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima em uma das conversas no grupo de procuradores.
Santos Lima foi quem recebeu as ordens de Sergio Moro para que o MPF publicasse uma nota. Na conversa com os procuradores, Santos Lima ditou a narrativa que foi usada por diversos veículos da mídia. "Eu iria direto na jugular, falando que culpar quem morreu é uma tática velha de defesa", escreveu ele, que minutos antes havia dito que "se fosse para falar" seria do jeito dele, ou seja, tentando criar a tese que que para se esquivar das acusações, Lula citou a ex-mulher que morreu vítima de um AVC.
Inicialmente, a estratégia de Santos Lima não convenceu os demais procuradores. "Ele não reconheceu os crimes e colocou nas costas dela... ele apenas disse que ela que tratou disso e que ela mesma não ia comprar no fim... qto ao item apreendido, pulou fora. Vcs que estavam lá podem avaliar melhor, mas pelo pouco que vi não me pareceu que foi isso. Foi?", disse Deltan Dallagnol.
Mas a tese prevaleceu e a narrativa foi traçada pelo procurador Julio Noronha: "... Quanto às muitas contradições verificadas no interrogatório do ex-Presidente Lula, à imputação de atos à sua falecida esposa, à confissão de sua relação com pessoas condenadas pela corrupção na Petrobras e à ausência de explicação sobre documentos encontrados em sua residência, o Ministério Público Federal se manifestará oportunamente, no processo, especialmente nas alegações finais", rascunhou o procurador para aprovação dos demais.
O texto final da nota do MPF trouxe a menção de Marisa, sendo manchete de diversos veículos de comunicação.




Urgente: Moro mandou procuradores atacarem Lula e sua defesa na imprensa


Em mais um lote inédito de mensagens trocadas entre o ex-juiz Sergio Moro e procuradores da Lava Jato, fica evidente que a função de coordenador informal da operação estava realmente a cargo do atual ministro da Justiça; num diálogo entre Moro e o procurador Carlos Fernando, fica patente o pedido do ex-juiz a procuradores para que eles divulgassem uma nota à imprensa para rebater o que ele chamou de 'showzinho' da defesa do ex-presidente Lula
247 - Em mais um lote inédito de mensagens trocadas entre o ex-juiz Sergio Moro e procuradores da Lava Jato, fica evidente que a função de coordenador informal da operação estava realmente a cargo do atual ministro da Justiça. Num diálogo entre Moro e o procurador Carlos Fernando, fica patente o pedido do ex-juiz a procuradores para que eles divulgassem uma nota à imprensa para rebater o que ele chamou de 'showzinho' da defesa do ex-presidente Lula. 
A reportagem do Site The Intercept destaca que "os procuradores acataram a sugestão do atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, em mais uma evidência de que Moro atuava como uma espécie de coordenador informal da acusação no processo do triplex. Em uma estratégia de defesa pública, Moro concedeu uma entrevista nesta sexta-feira ao jornal o Estado de S. Paulo onde disse que considera "absolutamente normal" que juiz e procuradores conversem. Agora, está evidente que não se trata apenas de "contato pessoal" e "conversas", como diz o ministro, mas de direcionamento sobre como os procuradores deveriam se comportar."
Veja o trecho do diálogo entre Moro e Carlos Fernando dos Santos Lima: 
"Santos Lima – 22:10 – Achei que ficou muito bom. Ele começou polarizando conosco, o que me deixou tranquilo. Ele cometeu muitas pequenas contradições e deixou de responder muita coisa, o que não é bem compreendido pela população. Você ter começado com o Triplex desmontou um pouco ele.

Moro – 22:11 – A comunicação é complicada pois a imprensa não é muito atenta a detalhes
Moro – 22:11 – E alguns esperam algo conclusivo
Além do depoimento, outro vídeo com Lula também tomava conta da internet e dos telejornais naquele mesmo dia. Depois de sair do prédio da Justiça Federal, o ex-presidente se dirigiu à Praça Santos Andrade, em Curitiba, e fez um pronunciamento diante de uma multidão. Por 11 minutos, Lula atacou a Lava Jato, o Jornal Nacional e o então juiz Sergio Moro; disse que estava sendo "massacrado" e encerrou com uma frase que entraria para sua história judicial: "Eu estou vivo, e estou me preparando para voltar a ser candidato a presidente desse país". Era o lançamento informal de sua candidatura às eleições de 2018.

Um minuto depois da última mensagem, Moro mandou para o procurador Santos Lima:
Moro – 22:12 – Talvez vcs devessem amanhã editar uma nota esclarecendo as contradições do depoimento com o resto das provas ou com o depoimento anterior dele

Moro – 22:13 – Por que a Defesa já fez o showzinho dela.
Santos Lima – 22:13 – Podemos fazer. Vou conversar com o pessoal.
Santos Lima – 22:16 – Não estarei aqui amanhã. Mas o mais importante foi frustrar a ideia de que ele conseguiria transformar tudo em uma perseguição sua.
Moro, o juiz do caso, zombava do réu e de seus advogados enquanto fornecia instruções privadas para a Lava Jato sobre como se portar publicamente e controlar a narrativa na imprensa."



Moro orientou Dallagnol a fazer delação seletiva no caso Odebrecht


REUTERS/Rodrigo Paiva
O ex-juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol tramaram a delação seletiva de executivos da Odebrecht – o que é crime – e selecionaram apenas 30% dos alvos, o que pode ter sido feito de acordo com as preferências políticas e ideológicas da dupla; com isso, em tese, toda a delação da empreiteira pode ser anulada, em razão da orientação do juiz e do procurador de que fizessem algo parcial apenas
247 – "Em conversas divulgadas pelo site 'The Intercept Brasil', o ex-juiz e ministro da Justiça, Sergio Moro, orientou o coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol a 'ficar com 30%' da delação da empreiteira Odebrecht", aponta reportagem do portal UolJuristas ouvidos pelo UOL consideram o fato grave e defendem investigação das mensagens.
"Num diálogo de 15 de dezembro de 2016, quando faltava um dia para serem concluídos os depoimentos de executivos da empreiteira, Deltan Dallagnol, procurador do MP (Ministério Público), listou o cargo de 372 políticos brasileiros na delação. Ele informou para o então juiz Moro que cerca de 30% dos casos eram de crimes de corrupção, 30% de caixa dois e 40%, de uma 'zona cinzenta' a ser apurada. Em resposta, o então magistrado afirmou ser 'melhor ficar com os 30 por cento iniciais'", aponta o texto de Eduardo Militão.
O presidente regional da Anacrim (Associação Nacional de Advocacia Criminal), Bruno Espiñera, disse que, mesmo para o Ministério Público, a lei não permite selecionar o que investigar e o que não investigar. Com relação ao Ministério Público, se há 100 envolvidos nos fatos, ele tem que investigar os 100. Não pode dizer que 70% tem político ou tem gente com poder grande e não deveria ter investigação. "É inominável em qualquer democracia. É assustador."
Abaixo, o diálogo, de 15 de dezembro de 2016
Deltan - 16:01:03* - Caro, favor não passar pra frente:

Deltan - 16:01:03* - Odebrecht (favor manter aqui): 9 presidentes (1 em exercício), 29 ministros (8 em exercício), 3 secretários federais, 34 senadores (21 em exercício), 82 deputados (41 em exercício), 63 governadores (11 em exercício), 17 deputados estaduais, 88 prefeitos e 15 vereadores
Deltan - 16:01:03* - 62 deputados/senadores em exercício. Com governadores dá 73
Deltan - 16:01:03* - 301 políticos na relação
Deltan - 16:01:03* - Mais 72 políticos estrangeiros
Deltan - 16:04:40 - brasileiros são políticos por cargo que OCUPA, OCUPOU oOU [sic] PARA O QUAL SE CANDIDATOU
Deltan - 16:04:45 - por isso os 9 presidentes
Moro - 17:22:10 - Tudo isso corrupção e lavagem ou muitos casos de cx2?
Deltan - 17:25:21 - Para dizer, teria que olhar um a um. Não temos esse levantamento ainda. Intuitivamente, com base nas leituras e análises: 30% claramente propina: eles e nós reconhecemos 40% zona cinzenta: depende de diligências ou análises 30% claramente caixa 2 e nós concordamos
Deltan - 17:51:34 - As doações via caixa 1 sem indícios de contrapartida não entram nisso. Ficam fora.
Moro - 18:32:37 - Opinião: melhor ficar com os 30 por cento iniciais. Muitos inimigos e que transcendem a capacidade institucional do mp e judiciário.
Moro - 18:32:46 - Reservado obviamente
Deltan - 19:00:34 - [sinal de positivo com as mãos]




Filho de Teori Zavascki pede investigação sobre emails de Moro e Dallagnol


Nelson Jr./SCO/STF
"Respeitosamente, porém, faço uma provocação: tendo em vista o manifesto interesse da coletividade na Operação Lava Jato, por uma questão de coerência, não seria o caso de a íntegra das caixas de e-mails corporativos das autoridades colocadas sob suspeição (sejam do Poder Judiciário, sejam do MPF) serem remetidas independentemente de ordem judicial aos órgãos de fiscalização", publicou Francisco Prehn Zavascki em seu perfil no Facebook
Por Francisco Zavascki, em seu facebook  Sobre a licitude da obtenção das conversas publicadas pelo “The Intercept”, particularmente entendo que, a despeito de, ao que tudo indica, se tratar de celulares funcionais, estão protegidos pelo direito à privacidade. Portanto, somente mediante ordem judicial é que se poderia ter acesso a essas conversas.
No entanto, em recentíssimo precedente, o TRF4, apoiado em parecer do MPF, entendeu que as caixas de e-mails corporativos não estão submetidas à regra constitucional da inviolabilidade das comunicações.
No caso, uma autarquia federal, na qual tramitava um inquérito administrativo para investigar ex-administradores de uma companhia de previdência, sem qualquer ordem judicial, e sem estarem investigando qualquer fato específico (portanto, numa verdadeira “expedição de pesca”), acessaram as caixas de e-mails dos ex-administradores contidas nos servidores da empresa (que é privada) e utilizaram essas informações para embasaram imputações que tem repercussões no âmbito civil e penal. 
Esse ato foi contestado judicialmente e o TRF4, com base em parecer do MPF, afirmou que “o e-mail corporativo é uma ferramenta de trabalho, que pertence ao empregador, e não aos funcionários, que devem restringir o seu uso ao cumprimento de suas atribuições. Assim, o primeiro pode (e deve) zelar pela utilização adequada dos meios proporcionados aos segundos, para o desempenho de suas funções”. Dessa forma, “se o objeto das correspondências é, confessadamente, a atuação da entidade investigada (presentada por seus dirigentes), a inviolabilidade de correspondências não pode ser oposta ao poder de polícia ínsito à atividade regulatória, previsto no Decreto-Lei n. 73/66, na Lei n. 6.204/74, 10.190/2001 e na Lei Complementar n. 109/2001”.
Diante disso, concluiu o TRF4 que “as informações obtidas por meio do monitoramento de e-mail corporativo não são provas ilícitas, quando relativas a aspectos não pessoais e de interesse da Administração Pública ou da coletividade”.
Reitero que não concordo com esse entendimento, pois acredito que, mesmo nestes casos, incide a garantia da inviolabilidade das comunicações. Respeitosamente, porém, faço uma provocação: tendo em vista o manifesto interesse da coletividade na Operação Lava-Jato, por uma questão de coerência, não seria o caso de a íntegra das caixas de e-mails corporativos (e, pela lógica, das mensagens constantes dos celulares corporativos) das autoridades colocadas sob suspeição (sejam do Poder Judiciário, sejam do MPF) serem remetidas independentemente de ordem judicial aos órgãos de fiscalização competentes para que, vasculhando-as, possam achar eventuais irregularidades? Deixo a pergunta no ar apenas para reflexão.