O Banco Central finalmente reconheceu que a economia encolheu
no primeiro trimestre do governo Bolsonaro, num desastre de largas proporções: o índice
do Produto Interno Bruto (PIB) do período, a ser divulgado oficialmente em
breve, será negativo; o país está mergulhando na recessão. A informação consta
da ata do Comitê de Política Monetária (Copom)
247 - O Banco Central
finalmente reconheceu que a economia encolheu no primeiro trimestre do governo Bolsonaro,
num desastre de largas proporções: o índice do Produto Interno Bruto (PIB) do
período, a ser divulgado oficialmente em breve, será negativo; o país está
mergulhando na recessão. A informação consta da ata do Comitê de Política
Monetária (Copom) que aponta que os indicadores disponíveis sugerem uma
"probabilidade relevante" de que a economia brasileira tenha tido
queda no primeiro trimestre.
Na semana passada, o BC já havia
reconhecido sinais de fraqueza econômica, mas disser preciso mais tempo para
analisar em profundidade o comportamento da economia. O dado negativo agrava o
risco de que o país entre em uma recessão técnica já que a revisão do PIB do
último trimestre de 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) apontou para um crescimento pífio da economia, de apenas 0,1%. Caso os
dados do primeiro trimestre deste exercício sigam esta tendência o Brasil
entrará oficialmente em recessão (leia no Brasil 247).
"Leia a seguir reportagem da agência
Reuters sobre o assunto:
Reuters -
Indicadores disponíveis sugerem "probabilidade relevante" de que a
economia brasileira tenha recuado ligeiramente no primeiro trimestre deste ano
sobre o período anterior, apontou o Banco Central, com implicações para o
desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Na ata do Comitê de Política Monetária
(Copom), publicada nesta terça-feira, o BC apontou que "o processo de
recuperação gradual da atividade econômica sofreu interrupção no período recente,
mas o cenário básico contempla sua retomada adiante".
O BC avaliou no documento que alguns
efeitos de choques vividos pela economia em 2018 ainda persistem e acrescentou
que "incertezas sobre aspectos fundamentais do ambiente econômico futuro –
notadamente sobre sustentabilidade fiscal – têm efeitos adversos sobre a
atividade econômica", numa provável referência à necessidade de aprovação
da reforma da Previdência.
"A manutenção de incertezas quanto à
sustentabilidade fiscal tende a ser contracionista. Reformas que geram
sustentabilidade da trajetória fiscal futura têm potencial expansionista, que
pode contrabalançar efeitos de ajustes fiscais de curto prazo sobre a atividade
econômica, além de mitigar os riscos de episódios de instabilidade com elevação
de prêmios de risco, como o ocorrido em 2018", pontuou.
Na semana passada, o BC reconheceu mais
sinais de fraqueza econômica, mas manteve o discurso de que precisa analisar
com tempo suficiente o comportamento da atividade antes de eventual mudança na
rota dos juros, com a Selic mantida na mínima histórica de 6,5 por cento. A
mensagem foi reforçada na ata nesta terça-feira.
Por Marcela Ayres