domingo, 28 de abril de 2019

Rodonorte reduz preço do pedágio nas estradas do Paraná e fixa pedido de desculpas


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O preço das tarifas de pedágio da concessionária Rodornorte estão 30% mais baratos. A redução faz parte de um acordo de leniência com a força tarefa da Operação Lava Jato. A redução nos preços entrou em vigor a 0 hora deste sábado (27) e deve durar pelo menos 12 meses. Além da redução de preços, a Rodonorte, controlada pela empresa CCR, publicou placas ao longo da rodovia onde admite "que foram cometidos atos de corrupção pela concessionária e, por esse motivo, formalmente pede desculpas”. (Veja íntegra do acordo)
O desconto valerá para todos os trechos operados pela Rodonorte no Paraná, como a ligação entre Curitiba e Londrina da BR-376, por exemplo, onde os preços atuais para carros variam entre R$ 11,60 e R$ 12,40, a depender da praça de pedágio.
Ficaram mais baratos também os trechos operados pela concessionária nas BR-373 e BR-277, bem como na PR-151.  
O acordo com a força-tarefa do Ministério Público Federal do Paraná foi firmado no âmbito da Operação Integração, fase da Lava Jato que apura irregularidades em contratos de concessão de rodovias no Paraná. Os termos foram homologados pela 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF-PR.
Em nota, o MPF disse que a empresa concordou em pagar R$ 750 milhões em decorrência de ilícitos praticados, dos quais R$ 350 milhões serão utilizados na redução da tarifa para os usuários.
“As obrigações firmadas pela Rodonorte com a força-tarefa da Lava Jato, como apresentar descrição detalhada, documentos e informações sobre infrações e ilícitos de que participou e adotar práticas especiais de ética, integridade e transparência, constam do termo do acordo”, diz o texto do MPF.
A íntegra do acordo de leniência com a Rodonorte foi divulgada no site do MPF-PR. Os termos preveem que a concessionária apresente ainda, no prazo de 90 dias, um plano com propostas de obras consideradas prioritárias. Em troca, os procuradores responsáveis pelo caso se comprometem a não processar a empresa, seja civil ou criminalmente.
Junto com outras concessionárias, a Rodonorte foi apontada pelas investigações como responsável pelo pagamento de propinas para o financiamento de campanhas políticas, em troca de ser beneficiada em processos de licitação. 
ANEL DE INTEGRAÇÃO
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) determinou a redução das tarifas cobradas nas praças de pedágio pelas concessionárias Caminhos do Paraná em 25,77% e da Viapar em 19,02%. O pedido foi feito por procuradores da força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná (MPF-PR) em conjunto com procuradores de Paranavaí, Ponta Grossa, Apucarana e Guarapuava que atuam na Operação Integração, desmembramento da Lava Jato. A redução nas tarifas deve ocorrer a partir da data em que as concessionárias foram intimadas. Cabe recurso da decisão do TRF-4.
Segundo o MPF, os porcentuais, de 25,77% e 19,02%, correspondem à soma de degraus tarifários obtidos em aditivos recentes que, conforme o MPF, foram obtidos mediante pagamento de propina a agentes públicos.
O tribunal enfatizou em decisão publicada ontem que como as concessionárias “vêm se locupletando com benefícios indevidos às custas da coletividade desde o início da concessão, a redução tarifária pelo curto período faltante representa um mínimo a ser por elas suportado”.
As decisões proferidas no dia 16 de abril atendem recursos do MPF após o juiz federal de origem negar liminar sobre a redução das tarifas e a inibição de novos aditivos nos contratos.
Fonte: Bem Paraná

sábado, 27 de abril de 2019

Bolsonaro tenta insultar Lula, mas fracassa


Jair Bolsonaro, que se elegeu presidente apenas porque o ex-presidente Lula foi retirado da disputa por uma condenação sem provas, tentou fazer uma piada sobre a entrevista de Lula aos jornalistas Florestan Fernandes Júnior e Mônica Bergamo, que se tornou o tema mais debatido no mundo. "Acho que bebida é proibido na cadeia", disse Bolsonaro, que também afirmou não ser "cachaceiro". Lula afirmou que o Brasil hoje é governado por "um bando de loucos" e disse que irá tomar a primeira "cachaça" com os militantes que fazem a Vigília Lula Livre
247 – A força da entrevista de Lula, avaliado como o melhor presidente da história do Brasil e que só não é presidente pela terceira vez porque Sergio Moro, atual ministro da Justiça, o retirou da disputa presidencial mexeu com a cabeça de Jair Bolsonaro – presidente com a pior avaliação desde a redemocratização do Brasil. Ao tentar responder à fala de que o "Brasil é governado por um bando de malucos", Bolsonaro afirmou não ser "cachaceiro".
Confira seu tweet e reportagem da Reuters:
O consumo de bebida alcoólica é proibido na cadeia. Boa tarde a todos! pic.twitter.com/lu1fVSEJJB
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 27 de abril de 2019
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro rebateu neste sábado declaração feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na véspera, de que o Brasil está sendo governado por um “bando de malucos”, afirmando que “pelo menos não é um bando de cachaceiros”.
Ao ser questionado nesta manhã sobre a declaração de Lula, que deu entrevista a dois veículos de imprensa autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro também criticou a decisão da Justiça.
“Pelo menos não é um bando de cachaceiros, né?”, disse a jornalistas. “Olha, eu acho que o Lula, primeiro, não deveria falar. Falou besteira. Quem era o time dele? Grande (parte) está preso ou sendo processado”, acrescentou.
“Eu acho que foi um equívoco, um erro da Justiça ter dado o direito de dar uma entrevista. Presidiário tem que cumprir sua pena.”
Em entrevista aos jornais Folha de S.Paulo e El País, o ex-presidente disse que o Brasil precisa fazer uma autocrítica.
“Vamos fazer uma autocrítica geral nesse país. O que não pode é esse país estar sendo governado por esse bando de malucos que governa o país. O país não merece isso e sobretudo o povo não merece isso”, disse Lula.



Lula diz que Ciro faz mal a si próprio e se diz pronto para recebê-lo


Reuters
"Ele não causa mal ao PT. Ele causa mal a ele mesmo. O Ciro Gomes precisa aprender uma lição elementar: é preciso aprender a ouvir coisas de que você não gosta. Suportar os contrários. Conviver na diversidade. Ele precisa aprender essa lição mínima", disse Lula em sua entrevista histórica, concedida nesta sexta-feira. "O dia em que ele pedir para me visitar, eu vou aceitar que ele me visite aqui, para ter uma conversa boa com ele. Porque eu gosto dele"
247 – Na entrevista histórica que concedeu aos jornalistas Florestan Fernandes Júnior e Mônica Bergamo, o ex-presidente Lula também mandou um recado para Ciro Gomes, do PDT, que tem feito ataques sistemáticos ao PT. "Deixa eu dizer uma coisa: eu, pessoalmente, gosto do Ciro Gomes, tenho respeito pelo Ciro Gomes. Ele não causa mal ao PT. Ele causa mal a ele mesmo. O Ciro Gomes precisa aprender uma lição elementar: é preciso aprender a ouvir coisas de que você não gosta. Suportar os contrários. Conviver na diversidade. Ele precisa aprender essa lição mínima", disse ele. 
"Quando foi governador do Ceará, ele não precisava disso. Quando foi prefeito de Fortaleza, não precisava disso. Mas, agora, para ser presidente do Brasil, ele precisa. E ninguém será presidente do Brasil se romper com o PT, o PC do B. Com a direita, não sei se a direita aceitaria ele. Como eu gosto do Ciro, o dia em que ele pedir para me visitar, eu vou aceitar que ele me visite aqui, para ter uma conversa boa com ele. Porque eu gosto dele. Eu gosto do Flavio Dino."
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Globo dá vexame histórico e censura entrevista com Lula


A edição deste sábado do jornal O Globo, da família Marinho, simplesmente ignora a entrevista concedida pelo ex-presidente Lula, que foi o assunto mais debatido no mundo nesta sexta-feira. Na entrevista, Lula falou sobre sua condição de preso político, do papel da mídia na destruição do Brasil e disse ainda que o Brasil é governado por malucos. Censura da Globo lembra capítulos tristes de sua história, como o veto à campanha Diretas-Já
247 – O grupo Globo de comunicação provou, mais uma vez, não ter compromisso com a democracia, com seus leitores e com a liberdade de expressão ao censurar a entrevista concedida pelo ex-presidente Lula, que foi o tema mais comentado do mundo nesta sexta-feira.
Na entrevista, Lula falou sobre sua condição de preso político, do papel da mídia na destruição do Brasil e disse ainda que o Brasil é governado por malucos. Censura da Globo lembra capítulos tristes de sua história, como o veto à campanha Diretas-Já
Leia, abaixo, reportagem da Reuters sobre a entrevista:
BRASÍLIA (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em sua primeira entrevista à imprensa desde que foi preso há pouco mais de um ano, que o país está sendo governado por um “banco de malucos”, revelou ter recusado conselhos de aliados para deixar o país na iminência da prisão e fez duras críticas ao ministro da Justiça e primeiro juiz que o condenou na operação Lava Jato, Sérgio Moro, a quem diz querer “desmascarar”.
“Vamos fazer uma autocrítica geral nesse país. O que não pode é esse país estar sendo governado por esse bando de malucos que governa o país. O país não merece isso e sobretudo o povo não merece isso”, afirmou o ex-presidente, ao defender uma autocrítica da elite brasileira após a eleição do presidente Jair Bolsonaro.
Depois de uma batalha jurídica —em que foi proibido de ser entrevistado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) durante a campanha eleitoral—, o ex-presidente falou com os jornais Folha de S.Paulo e El País na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre pena por condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no processo do tríplex do Guarujá (SP).
Na entrevista, Lula fez críticas a Bolsonaro, embora não tenha sido taxativo em relação ao presidente. Disse que “ou ele constrói um partido sólido, ou não perdura”.
Ao ser perguntado se se dava conta de que poderia passar o resto da vida preso, disse não ter problema com isso, mas que vai provar sua inocência.
“Adoraria estar em casa com minha mulher, meus filhos, meus netos, meus companheiros, mas eu não faço nenhuma questão porque eu quero sair daqui com a cabeça erguida como eu entrei. Inocente. E só posso fazer isso se eu tiver coragem e lutar com isso”, afirmou.
Lula conta que, quando ficou claro que o objetivo era prendê-lo, aliados lhe disseram para sair do país, se refugiar numa embaixada ou até fugir. Mas ele afirmou ter tomado uma decisão de que deveria ficar e mirou seus ataques aos principais personagens envolvidos em sua condenação.
“Eu tenho tanta obsessão de desmascarar o Moro, desmascarar o Deltan Dallagnol (coordenador da Lava Jato no Ministério Público Federal) e a sua turma e desmascarar aqueles que me condenaram que eu ficarei preso durante 100 anos, mas eu não trocarei a minha dignidade pela minha liberdade”, disse.
“Eu tenho certeza que eu durmo todo dia com a minha consciência tranquila. Tenho certeza que o Dallagnoll não dorme e que o Moro não dorme”, reforçou. “Sei muito bem qual lugar que a história me reserva. E sei também quem estará na lixeira.”
Na entrevista, o ex-presidente se mostrou esperançoso em uma eventual vitória futura no STF no seu processo. Disse que o Supremo teve “coragem” em analisar uma série de casos, como a liberação das pesquisas com células-tronco, na demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em permitir a união homoafetiva “contra todo o preconceito evangélico” e a favor da adoção das cotas para negros nas universidades, em decisões contrária a boa parte da opinião pública.
“Ela (A Suprema Core) já demonstrou que teve coragem e se comportou. No meu caso, a única coisa é que votem em relação aos autos do processo. Não peço favor a ninguém”, disse.
Na parte da entrevista que foi divulgada pelos veículos, não há comentário dele a respeito da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que manteve a condenação no caso do tríplex, mas reduziu a pena para 8 anos e 10 meses de prisão, o que poderia abrir a possibilidade para que tenha direito a pedir a progressão para o regime semiaberto —em que teria direito a trabalhar fora da cadeia de dia e voltar à noite— a partir de setembro.
Em pelo menos um momento divulgado pelos jornais, Lula mostrou emoção e chorou, quando foi perguntado sobre a morte do neto, Arthur, de 7 anos, no mês passado, e da morte do irmão Vavá, em janeiro deste ano.
Apesar da lei de execuções penais prever a autorização para presos irem ao velório e enterro de parentes próximos, o ex-presidente não pôde comparecer ao enterro do irmão. No entanto, foi autorizado a sair por algumas horas para o velório e cerimônia de cremação do neto.
“A morte do meu neto é uma coisa que não... Às vezes penso que seria tão mais fácil se eu tivesse morrido... já vivi 73 anos, poderia morrer e deixar meu neto viver”, disse, chorando.
“Mas não são apenas esses momentos que deixam a gente triste. Eu sou um homem que tento ser alegre, que tento trabalhar muito essa questão do ódio. Eu trabalho muito para vencer a questão do ódio, da mágoa profunda. Eu tenho muitos momentos de tristeza aqui. O que me mantém vivo, que eles têm que saber, é meu compromisso com esse país.”
O ex-presidente disse ter preocupação com seus familiares —citando o fato de que ele está com os bens bloqueados. Mas ele destacou que também se preocupa com o Brasil, ao citar que antes o país era uma referência e que a situação atual é uma “avacalhação”.
Os jornalistas ficaram por mais de duas horas com o ex-presidente, em uma sala de reuniões na sede da PF, em Curitiba, onde Lula está preso desde 7 de abril do ano passado.
Segundo as reportagens, pelas regras da PF, os jornalistas teriam que ficar a quatro metros da sala. No entanto, de acordo com vídeo publicado pela Folha de S.Paulo, Lula, ao chegar na sala, cumprimentou e abraçou os jornalistas, antes de sentar na sua mesa.



Lula diz sentir pena de Antonio Palocci


"Eu tenho pena do Palocci porque um homem da qualidade política dele não tinha o direito de jogar a vida fora como ele jogou. Tenho um profundo respeito pela mãe do Palocci, que é fundadora do PT, que carrega barro até hoje pelo PT lá em Ribeirão Preto. Mas lamentavelmente eu tenho pena do Palocci. Ele não merecia fazer com ele o que ele está fazendo", disse o ex-presidente Lula
247 – Na entrevista desta sexta-feira, o ex-presidente Lula também falou sobre Antonio Palocci, que foi seu ministro e depois o traiu. "Desde os anos 1970 você que tem no Brasil uma disputa entre o cara que foi preso e denunciou o companheiro que era traidor. Quem não denunciou é o herói. Eu nunca tratei assim. Eu acho que o ser humano tem um limite do suportável do ponto de vista psicológico, da dor que ele recebe", disse ele.
"Eu tenho pena do Palocci porque um homem da qualidade política dele não tinha o direito de jogar a vida fora como ele jogou. Tenho um profundo respeito pela mãe do Palocci, que é fundadora do PT, que carrega barro até hoje pelo PT lá em Ribeirão Preto. Mas lamentavelmente eu tenho pena do Palocci. Ele não merecia fazer com ele o que ele está fazendo."
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Indústria vai produzir a bota “7 Léguas” em Apucarana


Com investimento de R$ 6 milhões, a empresa Workflex vai ofertar 100 novos empregos 
(Foto: Profeta)

A indústria Workflex Company, estabelecida no Parque Industrial Oeste – em frente ao Núcleo João Paulo I – anunciou nesta sexta-feira (26/04) ao prefeito Junior da Femac e ao secretário de indústria e comércio, Edison Peres Estrope, um investimento de R$ 6 milhões para ampliar sua linha de produção em Apucarana. A empresa, que já gera 130 postos de trabalho, está agregando um novo produto: a bota “7 Léguas”, cuja marca acaba de ser comprada.
Os empresários Renato Mincache e Miguel Evaristo Vieira Filho, da Workflex, informam que com os novos equipamentos já adquiridos para a produção da bota 7 Léguas serão gerados de imediato mais 100 empregos na indústria. “A nossa empresa que concorre com a Grandene e Vulcabras entre outras, vai passar a produzir 350 mil pares de botas de PVC e EVA por mês”, anuncia Renato Mincache.
Miguel Evaristo Vieira Filho revela que a Workflex Company está se tornando a maior empresa deste segmento no Brasil. “A indústria apucaranense passa a ser uma das duas empresas do planeta – ao lado de uma indústria russa – que injetam direto a sola da bota com o restante do calçado”, explica ele.
Conforme anunciaram os empresários apucaranenses, atualmente a empresa ocupa uma área de 4.000 metros quadrados em sua linha de produção. E, a partir de agora, irá agregar mais 3.500 mil metros quadrados para implantar a fábrica da bota 7 Léguas. “Com essa nova linha passamos a figurar como a maior empresa do país, em capacidade produtiva instalada, neste segmento de calçados de PVC e EVA”, destaca Mincache.
Miguel Vieira Filho revela que os produtos da Workflex Company, inclusos na categoria de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), são comercializados com frigoríficos, indústrias químicas e agroindústrias do Brasil e países do Mercosul.
O prefeito Junior da Femac agradeceu aos empresários por acreditarem e investirem em Apucarana gerando empregos e impostos no Município. “Recebemos da Workflex algumas demandas para a ampliação da empresa e a prefeitura estará à disposição para contribuir no que estiver ao nosso alcance”, comentou o prefeito.
Mincache e Vieira Filho também pediram o apoio do prefeito Junior da Femac, no sentido de que o Governo do Estado possa rever a alíquota de ICMS do setor. “Está difícil trabalhar no Paraná, por conta dos incentivos que os nossos concorrentes de São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais dispõem”, critica Vieira, acrescentando que “enquanto no Paraná se paga 12%, nos demais estados a alíquota é de 7%”.
Junior da Femac se comprometeu a levar pessoalmente ao Governador Ratinho Junior a reivindicação deste segmento produtivo. “É preciso estimular a geração de empregos e com essa concorrência, realmente fica difícil para as indústrias paranaenses de calçados de segurança competirem com paulistas, mineiros e catarinenses”, assinalou Junior.


sexta-feira, 26 de abril de 2019

Apucarana fecha programação do “Maio Amarelo”


Atividades têm início na próxima sexta-feira (03/05) com doação de sangue no Hemonúcleo e segue aos sábados com passeio ciclístico e motociclístico, simulação de acidente, blitz educativa, entre outras ações (Foto: Guto Marques)
Entidades envolvidas na organização do Movimento Maio Amarelo, que este ano tem como mote “no trânsito, o sentido é a vida”, realizaram nesta sexta-feira (26/04), na Prefeitura de Apucarana, uma reunião para definir a programação do evento, que acontece ao longo do próximo mês com diversas atividades. Uma realização encabeçada pela Superintendência de Trânsito, Transporte e Segurança do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento de Apucarana (Idepplan), o objetivo é, através de ações integradas entre o poder público e a sociedade civil, chamar a atenção da população para o alto índice de mortes e feridos no trânsito.
“Temos que nos conscientizar que trânsito é coisa séria e que sem respeito mútuo não chegaremos a lugar algum. No trânsito, a pessoa exerce vários papéis, ora é motorista, noutra é pedestre, ciclista, motociclista, por isso devemos sempre buscar nos auto-educar para um trânsito mais seguro. Existem algumas doenças que matam, mas hoje em nível mundial, especialmente entre os jovens, o número de mortes no trânsito é alarmante. Uma doença muitas vezes não é possível evitar, mas o acidente no trânsito é perfeitamente evitável”, pontuou Carlos Mendes, superintendente do Idepplan.
O mês de maio foi fixado em 2011, quando a ONU decretou a Década de Ação para Segurança no Trânsito. O amarelo simboliza atenção e também a sinalização e advertência no trânsito. “Com isso, o mês de maio se tornou referência mundial para balanço das ações que o mundo inteiro realiza”, explica Mendes, frisando que a preocupação com a melhoria da segurança no trânsito tem que ser contínua. “Trânsito tem que ser pensado todo o dia. Respeito ao próximo, às leis. Multa tem que ser a última instância. A conscientização tem que vir em primeiro lugar. A pessoa tem que ter em mente que ao falar ao celular dirigindo, dirigir acima do limite de velocidade, não respeitar a faixa de pedestre ou furar o sinal vermelho, por exemplo, vai estar assumindo o risco de matar alguém. Multa tem um valor, já a vida não tem preço, uma vez perdida não tem como recuperar e é isso que as pessoas devem pensar em primeiro lugar, basta ter educação no trânsito”, reforça Mendes.
A programação definida para o “Maio Amarelo” em Apucarana tem na próxima sexta-feira (03/05), com doação de sangue no Hemonúcleo. “A equipe do Idepplan, com destaque os agentes de trânsito, vão realizar este ato simbólico, conclamando que a sociedade faça o mesmo ao longo de todo o ano, pois quando pensamos em acidente no trânsito, um dos itens mais urgentes sempre é a disponibilidade de sangue para atendimento às vítimas”, comenta Carlos Mendes, superintendente do Idepplan.
No dia 4 de maio, das 9 às 10 horas, na área central, está previsto a realização de um passeio ciclístico organizado pela Associação Terra Brasil dos Ciclistas de Apucarana. Dia 11, das 9 às 11 horas, na Praça Rui Barbosa, a Associação dos Deficientes Físicos de Apucarana (Adefiap), irá promover um evento de conscientização com a presença de cadeirantes. No dia 18, das 9 às 10 horas, na área central, o “Maio Amarelo” prevê passeio motociclístico organizado pelo motoclube de Apucarana. “No dia 25, das 9 às 11 horas, na Praça Rui Barbosa, iremos promover uma simulação de acidente de trânsito, onde a população poderá acompanhar toda dinâmica que envolve o trabalho de resgate às vítimas”, conta Mendes.
A programação do movimento será encerrada no dia 27 de maio, das 14h30 às 16 horas, com blitz educativa na área central. “A intenção é que esse grupo de entidades se mantenha mobilizado após o Maio Amarelo para que o Conselho Municipal de Trânsito seja reativado”, finaliza Mendes.
Sobre – Uma organização da Prefeitura de Apucarana, através do Idepplan, o Movimento Maio Amarelo tem apoio da Guarda Municipal de Apucarana, 10º Batalhão da Polícia Militar do Paraná, 11º Grupamento do Corpo de Bombeiros do Paraná, Hemepar, Adefiap, Associação Terra Brasil dos Ciclistas de Apucarana, Detran Paraná, Fecomércio PR, Samu, Senac e auto-escolas.


Apucarana vai sediar Jogos Universitários em 2020


Cidade foi aclamada como sede dos 60º edição estadual da competição que é organizada pelo Governo do Paraná e reúne acadêmicos de graduação e pós-graduação de todo o estado
(Foto:Arquivo)
Em votação realizada nesta semana em congresso técnico dos 59º Jogos Universitários do Paraná (JUPs), competição que acontecerá de 17 a 23 de maio em Maringá, a cidade de Apucarana foi eleita pra sediar a competição em 2020. A notícia foi oficializada nesta sexta-feira (26/04), ao prefeito Júnior da Femac, pela secretária Municipal de Esportes e Lazer, Jossuela Pinheiro, que participou do evento que definiu a escolha.
Júnior lembrou que em fevereiro deste ano, juntamente com a secretária Jossuela, esteve em Curitiba na sede do Esporte Paraná, quando colocou Apucarana à disposição para sediar a competição estadual. “Hoje estamos muito felizes com a definição, que pelo que fomos informados foi por aclamação de todos os dirigentes esportivos presentes, o que na prática representa mais uma conquista da gestão Beto Preto dentro da política de valorização do esporte”, pontuou o prefeito Júnior da Femac.
Ele lembra que a partir de 2013, com o início da administração municipal, o Município voltou a investir no setor e a sediar competições de nível estadual. “Infelizmente, devido a falta de interesse dos gestores anteriores, o esporte ficou por anos sem receber a atenção merecida. Realidade que ficou para trás, a partir da gestão Beto Preto, e hoje somos reconhecidos como a Casa do Esporte no Paraná”, pontua Júnior da Femac, frisando que as competições estaduais além de promoverem o nome de Apucarana, aquecem a economia local. “São milhares de atletas e dirigentes esportivos que se hospedam na cidade e consomem no comércio local”, exemplifica o prefeito.
Os Jogos Universitários do Paraná (JUPs) acontecem desde 1935 e são parte dos Jogos Oficiais do Estado do Paraná, organizados pela Secretaria do Esporte e do Turismo (SEET) em parceria com a Federação Paranaense de Desportos Universitários (FPDU). Cada edição dos JUPs reúne aproximadamente 1.500 participantes. “Os JUPs são disputados por acadêmicos de graduação e pós-graduação das Instituições de Ensino Superior do Paraná. Os campeões dos JUPs participam dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) e, os campeões dos JUBs, habilitam-se para os Jogos Universitários Mundiais (UNIVERSÍADE)”, relata professora Jossuela Pinheiro, secretária Municipal de Esportes e Juventude de Apucarana.
A competição conta com diversas modalidades sendo elas: Acadêmico, Atletismo, Atletismo Paradesportivo, Basquetebol, E-Game-Fifa, E-Gmes_LOL (League of Legends), Futsal, Handebol, Judô, Karatê, Natação, Natação Paradesportiva, Voleibol, Vôlei de Praia. “A credibilidade de Apucarana em sediar eventos esportivos junto com o Esporte Paraná, deve-se muito a gestão Beto Preto e ao prefeito Júnior da Femac, que juntos realizam um trabalho que faz do município a Capital do Esporte do Estado”, diz a secretária Jossuela. Ainda não há um mês definido para a competição em 2020. “Vamos aguardar a definição por parte do Governo do Paraná. Contudo, podemos afirmar que iremos atuar para que seja mais uma competição marcante em nossa cidade”, concluiu Jossuela.


Apucarana investe R$ 1,4 milhão em uniformes para alunos da rede municipal


Mais de 12 mil crianças de escolas e creches receberam hoje (26/4) um kit composto de jaqueta, calça e bermuda
(Foto: Profeta)
A Prefeitura de Apucarana repassou hoje (26/4) os uniformes escolares de inverno para os mais de 12 mil alunos da rede municipal de ensino. Cada criança recebeu um kit composto de jaqueta, calça e bermuda. O investimento, com recursos próprios, soma R$ 1,4 milhão.
A secretária de educação Marli Fernandes e o prefeito Junior da Femac acompanharam a entrega no CMEI Olívio Fernandes, do Núcleo Tancredo Neves, e na Escola Vida Nova (Caic), do Jardim Monções.
“Em 2019, a novidade é que as crianças das creches também estão sendo contempladas com os uniformes de inverno, que foram confeccionados a partir do tamanho nº 2. Até o ano passado, elas ganhavam apenas camisetas,” destacou a secretária.
Junior da Femac pediu desculpas às famílias apucaranenses pelo atraso na entrega do vestuário. “Não houve negligência por parte da nossa equipe, pois a licitação para a compra dos uniformes começou há sete meses. Como Apucarana é um município que honra os seus compromissos em dia, empresas de todo o país participam das nossas concorrências públicas. Por um lado, isso é bom porque leva a uma maior economia. Mas, por outro, as empresas que ficam em 2º e 3º lugar costumam entrar com recursos e contestações contra a 1ª colocada, tornando o processo licitatório bastante moroso,” explicou.
O prefeito acrescentou ainda que as camisetas de mangas curtas e longas devem ser entregues aos alunos no prazo de três semanas.
A qualidade dos uniformes escolares foi elogiada pelos pais que estavam presentes. “Eu sou costureira e conheço de tecidos. Quando peguei nas mãos as roupas que a minha filha ganhou, percebi que a malha é muito boa,” afirmou Fernanda Aparecida Vagula Feitosa, mãe de uma aluna do CMEI Olívio Fernandes.
“Os uniformes são feitos de poliamida, que é um material antimofo, antialérgico, bastante resistente e não forma bolinhas ao lavar,” completou a secretária de educação.
O presidente da Associação de Pais, Mestre e Funcionários (APMF) do CMEI Olívio Fernandes, Diego Vinícius Paschoal, acredita que as vestimentas chegaram em uma boa hora. “O inverno está se aproximando e nós sabemos que algumas famílias não têm condições de comprar uniformes para os seus filhos. Nós esperamos que essa ação do poder público municipal continue por muitos anos,” pediu.
Participaram ainda da entrega dos uniformes escolares, o secretário municipal de Gestão Pública, Nikolai Cernescu, e os vereadores José Airton Deco de Araújo e Francisley Preto Godoi (Poim).


“Imagine se os milicianos do Bolsonaro fossem amigos da minha família?”


Ex-presidente Lula pediu uma "autocrítica geral" no Brasil, na entrevista que concedeu aos jornalistas Florestan Fernandes Júnior, do El País, e Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo; "O que não pode é esse país estar governado por esse bando de maluco que governa o país. O país não merece isso e sobretudo o povo não merece isso", diz Lula; ex-presidente, que é mantido preso político há mais de um ano, comparou o tratamento que a imprensa dá a ele e ao clã Bolsonaro: "Imagine se os milicianos do Bolsonaro fossem amigos da minha família?"; vídeo com a íntegra da entrevista de Lula será divulgado no domingo, 28, ao meio dia 
247 - Na entrevista exclusiva concedida à Folha e ao jornal El País, nesta sexta-feira (26), o ex-presidente Lula afirma que a elite brasileira precisa fazer uma autocrítica depois da eleição de Jair Bolsonaro e afirma que o país está sendo governado por "um bando de maluco".
"Vamos fazer uma autocrítica geral nesse país. O que não pode é esse país estar governado por esse bando de maluco que governa o país. O país não merece isso e sobretudo o povo não merece isso", enfatiza Lula.
O ex-presidente também comparou o tratamento que a imprensa dá a ele e a Bolsonaro. "Imagine se os milicianos do Bolsonaro fossem amigos da minha família?", questionou, referindo-se ao fato de o filho do presidente, Flávio Bolsonaro, ter empregado familiares de um miliciano foragido da Justiça em seu gabinete quando era deputado estadual pelo Rio.
Neto Artur e militares
Ao ser questionado sobre a morte de seu neto Artur, de 7 anos, vítima de uma bactéria, há um mês, o ex-presidente se emocionou. "Eu às vezes penso que seria tão mais fácil que eu tivesse morrido. Eu já vivi 73 anos, poderia morrer e deixar o meu neto viver", disse.
Lula disse ainda que acompanha a briga de Bolsonaro com o vice-presidente, Hamilton Mourão. Afirmou que, se sair da prisão, quer "conversar com os militares" para entender "por que esse ódio ao PT" já que seu governo teria recuperado o orçamento das Forças Armadas.
Ressoltou, no entanto, que não nutre esse mesmo ódio ao afirmar que era "grato" ao general Mourão "pelo que ele fez na morte do meu neto [defender que ele fosse ao velório], ao contrário do filho do Bolsonaro [Eduardo]", que afirmou no Twitter que Lula queria se vitimar com a morte do menino.
O vídeo com a íntegra da entrevista de Lula será divulgado no domingo, 28, ao meio dia, concomitantemente pelo El País e pela Folha. 

Lula: durmo todo dia com a consciência tranquila; O Moro e o Dallagnol tenho certeza que não


Eduardo Matysiak / Reprodução
Em entrevista aos jornalistas Florestan Fernandes Jr., do El País, e Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o ex-presidente Lula diz que "não consegue imaginar os sonhos que teve para o Brasil" para agora ver a situação como está, sob o governo Bolsonaro; o Brasil está sendo governado "por um bando de maluco", disse; ele também fez duras críticas aos ministros e juízes que o condenaram, mas declarou que dorme com a consciência tranquila todos os dias; "Eu tenho certeza que o Dallagnol não dorme, que o Moro não dorme", ressaltou; assista
247 - Na primeira entrevista concedida desde que foi preso politicamente, em 7 de abril de 2018, o ex-presidente Lula reforçou sua inocência nesta sexta-feira 26 e disse dormir com a consciência tranquila, ao contrário do que acredita que seus algozes o façam. Ele afirmou, no entanto, que o que mais o preocupa na prisão é a situação do Brasil atualmente. Um trecho de oito minutos do vídeo foi publicado no site do jornal El País.
Aos jornalistas Florestan Fernandes Jr., do El País, e Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, que conseguiram autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para a entrevista, o ex-presidente disse que seu lugar é no Brasil, onde provará sua inocência a quem o condenou, uma "obsessão" sua.
"Muita gente achava que eu deveria sair do Brasil, ir para uma embaixada, fugir. E eu tomei como decisão que meu lugar é aqui. Eu tenho tanta obsessão de desmascarar o Moro, de desmascarar aqueles que me condenaram que eu ficarei 100 anos preso, mas não trocarei minha dignidade pela minha liberdade", declarou o ex-presidente.
"Eu tenho certeza que durmo todo dia com a minha consciência tranquila. Eu tenho certeza que o Dallagnol não dorme, que o Moro não dorme", disse ainda. "Eu vou trabalhar muito para provar a minha inocência e a farsa que foi montada". Ele ainda caçoou do atual ministro: "Sempre riram de mim porque eu falava 'menas'. Agora, o Moro falar 'conje' é uma vergonha". Lula disse também acreditar que "Moro não sobrevive na política".
"Eu adoraria estar em casa, mas não faço nenhuma questão. Porque quero sair daqui com a cabeça erguida, como um inocente", prosseguiu. Eu penso que um dia as pessoas que irão me julgar estarão preocupadas com os autos dos processos, estarão preocupadas com as provas, e não com a manchete do Jornal Nacional".
Lula chorou ao falar sobre a morte do neto. "Seria tão mais fácil que eu tivesse morrido. Mas o que me mantém vivo? Eu tenho compromisso com este país".
Sobre a situação do País, disse que "não consegue imaginar os sonhos que teve para o Brasil" para agora ver a situação como está, sob o governo de Jair Bolsonaro. "O Brasil é governando por um bando de maluco", resume. "Eu sonhei grande e passei a ser um presidente muito respeitado. Eu virei referência", lembra Lula.
Assista:





Florestan e Mônica Bergamo: passamos por todos os temas com Lula


Eduardo Matysiak
Jornalistas do El País e Folha de S.Paulo entrevistaram o ex-presidente Lula na manhã desta sexta-feira 26 disseram ter sido bem recebidos na sede da Polícia Federal, disseram que Lula "estava bem" e que conversou com eles sobre política nacional, internacional, governo Bolsonaro; o vídeo irá ao ar nos dois veículos ainda hoje
247 - Os jornalistas Florestan Fernandes Jr., do El País, e Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, entrevistaram o ex-presidente Lula na manhã desta sexta-feira 26 na sede da Polícia Federal em Curitiba. Em frente à prisão de Lula, eles relataram terem sido bem recebidos no local e tiveram tempo suficiente para conversar com Lula, cerca de duas horas. 
Mônica afirmou que Lula "estava bem" e que puderam conversar com o ex-presidente "sobre política nacional, internacional, governo Bolsonaro, enfim, passeamos por todos os temas". Ela informou ainda que haverá vídeo da entrevista, a ser publicado ainda nesta sexta nos dois veículos.
Eles evitaram comentar a tentativa da PF de criar um circo na entrevista nesta quinta, derrotada pelo STF. Mas Florestan assegurou que "em vários anos, em décadas de carreira", nunca viu nada parecido.
Confira a fala dos dois jornalistas veiculada pelo Jornalistas Livres:


Moraes mantém inquérito sobre fake news que “desvirtuam liberdade de expressão”


Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
"Os atos investigados são as práticas de condutas criminosas, que desvirtuando ilicitamente a liberdade de expressão, pretendem utilizá-la como verdadeiro escudo protetivo para a consumação de atividades ilícitas contra os membros da corte e a própria estabilidade institucional do Supremo Tribunal Federal", disse o ministro Alexandre de Moraes, que tem aval do presidente da corte, Dias Toffoli
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu em ofício encaminhado nesta quinta-feira ao colega Edson Fachin que o inquérito aberto para apurar fake news contra ministros da corte investiga condutas criminosas que desvirtuam "ilicitamente a liberdade de expressão".
"Os atos investigados são as práticas de condutas criminosas, que desvirtuando ilicitamente a liberdade de expressão, pretendem utilizá-la como verdadeiro escudo protetivo para a consumação de atividades ilícitas contra os membros da corte e a própria estabilidade institucional do Supremo Tribunal Federal", disse Moraes.
Fachin é relator de uma ação movida pela Rede que tem por objetivo arquivar o inquérito das fake news. Esse inquérito conduzido por Moraes e que corre sob sigilo foi aberto no mês passado por meio de uma portaria do presidente do STF, Dias Toffoli, mas tem sido alvo de fortes críticas públicas e questionamentos na própria corte.
No ofício a Fachin, Moraes defendeu as medidas tomadas por ele na instrução do inquérito e afirmou que não existiu qualquer censura prévia ao ordenar a retirada do ar de reportagem jornalística referente ao presidente do Supremo.
Na quinta-feira passada, Moraes recuou e revogou decisão anterior que havia retirado dos sites O Antagonista e da revista Crusoé uma reportagem publicada há duas semanas que faz uma suposta ligação de Dias Toffoli com a empreiteira Odebrecht.
O relator do inquérito sigiloso repetiu que revogou a ordem de retirada do ar das reportagens tão logo ficou comprovada a existência do documento que a embasava. Ele se referia a um pedido de esclarecimento da Polícia Federal ao empreiteiro Marcelo Odebrecht, que firmou acordo de delação premiada, para saber quem seria a identidade de um personagem que ele cita em um e-mail como "amigo do amigo do meu pai". Marcelo disse se tratar de Dias Toffoli, segundo a reportagem.
"A medida foi revogada em 18 de abril de 2019, em virtude da existência desses fatos supervenientes —envio do documento à PGR e integralidade dos autos ao STF—, que tornou desnecessária sua manutenção, pois inexistente qualquer apontamento no documento sigiloso obtido mediante suposta colaboração premiada, cuja eventual manipulação de conteúdo pudesse gerar irreversível dano a dignidade e honra do envolvido e da própria corte, pela clareza de seus termos", disse.