Jurista italiano, um dos mais influentes do mundo, alertou
para "uma enorme ameaça" que vive o Ocidente: o uso do Poder
Judiciário para fins políticos; "Não está apenas em jogo a democracia no
Brasil, mas a democracia global", diz Ferrajoli
Jornal
GGN – Um dos juristas mais renomados do mundo, o italiano
Luigi Ferrajoli disse, durante evento internacional em solidariedade a Lula,
que a prisão do ex-presidente e o impeachment de Dilma Rousseff foram frutos de
um processo de perseguição política deflagrado por meio do uso das vias
judiciais. Para Ferrajoli, o mais preocupante e "escandaloso" é que o
lawfare parece ter se tornado método para se chegar ao poder no Ocidente pós
guerra, colocando em ameaça as democracias.
Em vídeo de cerca
de 3 minutos que circula nas redes sociais, Ferrajoli começa analisando a
sentença do caso triplex. Para o jurista, o processo contra Lula "é
vergonhoso por muitos motivos, não apenas pela falta de provas, não apenas pela
aceleração do processo para impedir Lula de se candidatar, mas também por uma
característica escandalosa, a total falta de imparcialidade."
O jurista chamou atenção para o fato de
que Sergio Moro foi, ao mesmo tempo, o juiz instrutor do processo e o
magistrado que decidiu quais provas seriam validades ou descartadas para constituir
a decisão final sobre Lula. A separação entre essas duas figuras, o juiz que
atua ativamente na persecução penal, e o juiz que profere a sentença, é um
"princípio elementar", disse Ferrajoli. É preciso haver
"separação entre juiz e acusação."
Contra Lula, a Lava Jato produziu "um
processo político, inquisitório, fundado sobre a petição de princípio. É
verdade, é aceitável tudo aquilo que confirma a acusação. É falso, inaceitável
tudo aquilo que a desmente."
Ferrajoli avaliou que a força-tarefa e o ex-juiz
Sergio Moro manipularam a opinião pública através da imprensa.
"Evidentemente essa era a única maneira para poder provocar a reação da
opinião pública, porque evidentemente se produziu, no Brasil, uma mudança do
poder que não era aceitável para a elite, e então era necessário aquilo que foi
chamado golpe."
Confira a reportagem completa no Jornal
GGN.