Ex-presidente do BNDES Demian Fiocca negou que o
ex-presidente Lula ou algum de seus ministros tenha realizado qualquer tipo de
intervenção nas ações da instituição enquanto esteve à frente do banco;
"Não houve nenhuma interferência do ex-presidente Lula, José Dirceu, Guido
Mantega ou Antonio Palocci", afirmou; Fiocca depôs nesta quarta-feira (10)
à CPI que deverá investigar a suspeita de irregularidades em contratos
internacionais firmados pelo BNDES entre 2013 e 2015
247 - O ex-presidente do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Demian Fiocca
negou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou algum de seus ministros
tenha realizado qualquer tipo de intervenção nas ações da instituição enquanto
esteve á frente do banco. Fiocca depôs nesta quarta-feira (10) à Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) que deverá investigar a suspeita de
irregularidades em contratos internacionais firmados pelo BNDES entre 2013 e
2015. "Não houve nenhuma interferência do ex-presidente Lula, José Dirceu,
Guido Mantega ou Antonio Palocci", afirmou Fiocca.
"A última palavra é dada pela sua
diretoria. A governança do BNDES estabelece normas para um encaminhamento. Um
diretor não pode autorizar sozinho um empréstimo. A diretoria coletiva responde
de forma coletiva", explicou. "Na minha gestão no BNDES, vi um
processo republicano e técnico. Não houve interferência no sentido de 'faça tal
investimento de determinada maneira'", ressaltou Fiocca ao ser questionado
se tinha conhecimento de algum esquema de corrupção envolvendo o BNDES.
Segundo reportagem do Valor
Econômico, Fiocca também foi questionado sobre a concessão de financiamentos
à Cuba e Venezuela, que estão com pagamentos atrasados de cerca de R$ 2
bilhões. "O nível de inadimplência na minha época era muito baixo",
observou o ex-executivo. "A Presidência não se envolvida em avaliação de
risco. Há um comitê de crédito que tem uma análise mais técnica. Chamava-se
Comitê de Enquadramento de Operações, no qual na qual o superintendente de
crédito expunha a conclusão dele (para deliberação dos demais integrantes do
grupo], assegurou.
Ainda segundo Fiocca, o BNDES não deixou
de financiar "nenhuma obra de infraestrutura" no Brasil por falta de
fundos no período em que esteve à frente da instituição. "Não houve
nenhuma obra de infraestrutura que não saiu porque o BNDES não tinha funding.
(O banco) precisa de alguém que banque a obra. No caso da infraestrutura
brasileira, o gargalo não é ausência de financiamento do BNDES. O banco
financiou tudo aquilo que poderia financiar no Brasil", disse.