Enquanto recebia a visita do presidente Jair Bolsonaro, o
Museu do Holocausto traz em site um histórico que atesta o óbvio, comprovado e
reiterado historicamente: o Nazismo, que matou seis milhões de judeus, foi um
movimento de extrema-direita, surgido em meio aos reflexos do Tratado de
Versailles e à resistência à "crescente ameaça do Comunismo"; Bolsonaro,
no entanto, ignorou a história e repetiu o que disse seu chanceler, Ernesto
Araújo, que o nazismo foi um movimento de esquerda, usando como única
justificativa o nome do partido de Adolf Hitler
247 - O presidente Jair Bolsonaro
visitou nesta terça-feira (2) o centro de memória do Holocausto Yad Vashem, em
Jerusalém, museu público israelense que lembra as vítimas e aqueles que
combateram o genocídio de seis milhões de judeus pelos nazistas.
Em seu site, a
instituição traz um breve histórico sobre a ascensão do partido nazista na
Alemanha entre guerras.
Bolsonaro
visitou a exposição Flashes of Memory – Fotografia durante o Holocausto. Ele
também depositou flores em homenagem às vítimas do nazismo e assinou o livro de
honra do memorial.
Ao
abordar a situação alemã após o Tratado de Versailles, que selou a paz entre as
principais potências europeias após a Primeira Guerra, o museu explica que
havia um clima de frustração que, "junto a intransigente resistência e
alertas sobre a crescente ameaça do Comunismo, criou solo fértil para o
crescimento de grupos radicais de direita na Alemanha, gerando entidades como o
Partido Nazista".
Leia
reportagem da Reuters sobre o assunto:
Não há dúvida de que nazismo foi movimento de esquerda, diz
Bolsonaro em Israel
O
presidente Jair Bolsonaro fez nesta terça-feira eco às declarações do ministro
das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ao afirmar que "não há
dúvida" de que o nazismo foi um movimento de esquerda, durante entrevista
a jornalistas em Israel.
Para
embasar seu argumento, o presidente procurou lembrar o nome oficial do Partido
Nazista.
"Não
há dúvida, né? Partido Socialista, como é que é?", respondeu Bolsonaro
quando indagado por um repórter se concordava com a declaração de Araújo, dada
recentemente e posteriormente reiterada, de que o nazismo, que governou a
Alemanha de 1933 a 1945, quando o país foi derrotado na Segunda Guerra Mundial,
era um movimento de esquerda.
"Partido
Nacional Socialista da Alemanha", completou o presidente ao ser lembrado
do que seria o nome oficial do partido nazista, de Adolf Hitler. Na verdade, o
nome completo era Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães.
Um dos
compromissos de Bolsonaro em sua visita a Israel foi uma visita ao Yad Vashem,
o museu mundial do Holocausto, quando 6 milhões de judeus foram assassinados
pela Alemanha nazista de Hitler. O site do museu traz a história do Holocausto
e a ascensão do nazismo da Alemanha. De acordo com o site, o Partido Nazista
teve origem em grupos radicais de direita.
"Hitler
e o Partido Nazista chegaram ao poder devido a circunstâncias sociais e
políticas que caracterizaram o período entre-guerras na Alemanha. Muitos
alemães não podiam admitir a derrota de seu país na Primeira Guerra Mundial,
argumentando que 'traições' e a fragilidade na retaguarda paralisaram e,
eventualmente, causaram o colapso na frente de batalha", afirma o museu em
seu site em um texto em inglês.
"Essa
frustração, junto com a resistência intransigente e alertas sobre a crescente
ameaça do comunismo, criou solo fértil para o crescimento de grupos radicais de
direita na Alemanha, gerando entidades como o Partido Nazista."