Em greve desde o anúncio de fechamento da fábrica que produz
caminhões, no último dia 19, os metalúrgicos realizaram uma assembleia para
discutir os rumos da mobilização e a estratégia da luta pela manutenção dos
empregos na montadora e em toda a cadeia produtiva da indústria
automobilística; o fechamento da planta da Ford no ABC impacta mais de 27 mil
trabalhadores
247 - Centenas de guarda-chuvas coloridos simbolizaram a
determinação dos trabalhadores e trabalhadoras da Ford, em São Bernardo do
Campo, na Região do ABC Paulista, de lutar por seus direitos na manhã desta
terça-feira (25) de chuva. Em greve desde o anúncio de fechamento da fábrica
que produz caminhões, no último dia 19, os metalúrgicos realizaram uma
assembleia para discutir os rumos da mobilização e a estratégia da luta pela
manutenção dos empregos na montadora e em toda a cadeia produtiva da indústria
automobilística. Depois de decidirem a manutenção da greve, seguiram em
caminhada pelo centro da cidade. O fechamento da planta da Ford no ABC
impacta mais de 27 mil trabalhadores, direta e indiretamente – tanto da Ford
quanto das fábricas que produzem peças automotivas, prestadores de serviços,
restaurantes e comércio da redondeza.
Entre a Ford e o
Paço Municipal, manifestantes foram pressionar o prefeito da cidade, Orlando
Morando (PSDB), para que ele proponha políticas de proteção aos empregos e a
empresa no Brasil, muitos motoristas buzinaram em solidariedade aos
metalúrgicos.
Durante
o percurso, trabalhadores de empresas que prestam serviços para a Ford, como
autopeças, diretores e diretoras do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC)
denunciavam os impactos da saída da Ford para todos e todas.
“Essa
luta é de todos e todas. Essa montadora não pode fazer isso. Tem pais, mães,
filhos fazendo a luta", afirmou a secretária de Mulheres da Federação
Estadual dos Metalúrgicos de São Paulo, Andréa Souza.
“Sem
emprego, os trabalhadores e as trabalhadoras não vão poder comprar e os
comércios vão sair no prejuízo e toda a economia de São Bernardo será afetada e
não vamos permitir que isso aconteça”.
Impactos
E foi
contra mais essa tragédia para a classe trabalhadora que se uniram à luta
contra o fechamento da montadora, metalúrgicos de regiões como Osasco, Pouso
Alegre, Guarulhos e Taubaté, professores, químicos, eletricitários e servidores
públicos e até trabalhadores do outro lado do mundo.
“Estamos
aqui não somente por solidariedade, estamos ao lado de vocês porque estamos
convencidos que a luta de vocês também é nossa!”, afirmou Elena Lattuada,
Secretária-Geral da Confederação Geral Italiana - CGIL Lombardia, maior
sindicato da Itália, que representa mais de 5,5 milhões de trabalhadores.
“Vamos
conversar com o sindicato europeu e a Ford para ajudar na luta de vocês. A
gente conhece bem a Ford e as multinacionais que se aproveitam dos
trabalhadores e depois vão para outros lugares. É indispensável a luta porque é
importante para os trabalhadores do mundo. Vocês não estão sozinhos, continuem
até vencer”, finalizou Elena.
O
presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, que é professor, reforçou o
entendimento de que a luta não é só dos metalúrgicos, é de toda a classe
trabalhadora.
“Estou
vendo sindicatos, centrais e parlamentares porque é uma preocupação de todos
nós. O fechamento da Ford aqui em São Bernardo é um golpe contra a classe
trabalhadora. A luta dos metalúrgicos da Ford é luta da classe! E a unidade é
fundamental pra sairmos vitoriosos”, afirmou.
*Com
informações da CUT