sábado, 16 de fevereiro de 2019

Juristas preparam plano de segurança alternativo ao de Moro, que chamam de “grotesco”. Por Paulo Henrique Arantes

O ministro da Justiça, Sérgio Moro — Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Grotesco. Assim juristas, políticos e acadêmicos comprometidos com normas civilizatórias classificam o projeto de Sérgio Moro de combate ao crime. A prisão do réu após condenação em segunda instância, antes do trânsito em julgado e portanto em franca afronta à Constituição, e a quase permissão para matar que se pretende dar a policiais têm sido combatidas até por parte da imprensa que há pouco tempo idolatrava o juiz-símbolo da Lava Jato.
O projeto Moro, contudo, é pior do que se imagina. Quase ninguém viu, mas em determinado ponto ele dá autonomia à Polícia Federal e ao Ministério Público para firmar acordos internacionais diretamente, sem o crivo do Congresso Nacional ou do Presidente da República.
“Pense na polícia brasileira trocando informações com a polícia americana, sem o mínimo de regulamentação sobre isso. Será que a polícia brasileira pode dar informações sobre brasileiros a uma força policial de outro país? Será que a nossa soberania não estará sendo colocada em risco nessa circunstância?”, indaga Alexandre Pacheco, advogado do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e de outros movimentos sociais.
Pacheco integra um grupo que está elaborando um plano de segurança pública e combate ao crime a ser contraposto ao projeto Moro, e que deverá ser apresentado ao Congresso Nacional em caráter pluripartidário, com a chancela de todos os partidos que fazem oposição do governo Bolsonaro. A ideia é dar ao petista Fernando Haddad o comando político da iniciativa. Entre seus formuladores estão criminalistas como Fábio Tofic Simantob, Roberto Podval e Alberto Zacharias Toron, constitucionalistas como Pedro Estevam Serrano e lideranças do PT como José Eduardo Cardozo, Paulo Teixeira e Luiz Eduardo Greenhalg, para ficar nos que atuam no campo jurídico. Entidades como o grupo Prerrogativas, o IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), a Abracrim (Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas) e o IBCCrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais) estão representadas no time, entre outras.
“Estamos preparando uma alternativa que vai ser apresentada pela Frente de Esquerda no Congresso, por isso não dá para ser classificada como uma iniciativa do PT – isso seria um erro. É dos partidos de oposição e visa a combater o problema da corrupção de verdade, o problema da violência, o problema da atuação das facções criminosas nos presídios, exatamente as questões em que o projeto do ministro Sérgio Moro não toca concretamente”, explica o advogado Marco Aurélio Carvalho, fundador da Associação de Juristas para a Democracia e um dos coordenadores dos trabalhos.
“É um trabalho dirigido por juristas progressistas preocupados com o avanço do Estado de exceção, com o avanço da cultura punitivista. O que se pretende é oferecer uma reflexão alternativa”, diz Carvalho.
Outro trecho do plano Moro que passou despercebido pela imprensa obriga os presos a fornecerem material genético quando solicitado pelas autoridades públicas, caso contrário perderão direitos como a progressão de regime. “Fornecer um pedaço do próprio corpo? É bastante complicado dar ao Estado o direito de acessar o corpo de um cidadão. Trata-se de uma cópia quase literal do que faziam Joseph Mengele e os cientistas nazistas”, ataca Alexandre Pacheco.
“Nossa intenção é bater na porta de instituições que atuam na área e também na de congressistas, e mostrarmos que 99% do que está sendo proposto por Sérgio Moro não faz nenhum sentido. Tudo que ele coloca como ideia anticrime provavelmente não trará nenhum efeito positivo”, argumenta o criminalista.
Moro também demonstra desapreço pelas audiências de custódia em seu projeto, ignorando decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que atesta a necessidade do procedimento — que é o instrumento processual que determina que todo preso em flagrante deve ser levado à presença da autoridade judicial, no prazo de 24 horas, para que esta avalie a legalidade e necessidade de manutenção da prisão.
Além disso, há “soluções” no plano Moro sobre questões que já estão sendo sanadas  pelo Supremo Tribunal Federal. Por exemplo, a presunção de inocência. “É um casuísmo enorme, e ele está querendo tratar de forma errada – o instrumento processual legislativo não é aquele. Dessa forma, Moro está reconhecendo, por exemplo, que a prisão de Lula é irregular. Se a decisão do STF a respeito da prisão em segunda instância fosse pacífica, ele não proporia isso”, observa Marco Aurélio Carvalho.
“O que está norteando o projeto de Sérgio Moro é um ideal punitivista que não vai resolver os problemas o país, inclusive vai piorar muitos deles”, critica.
O projeto dos sonhos para a segurança pública, a criminalidade e a corrupção no Brasil, no entender dos juristas progressistas, envolve terrenos que Sérgio Moro não visitou. O ex-juiz símbolo da Operação Lava Jato peca pelo primarismo penal.
“Boa parte das coisas que ele propõe já está sendo tratada em projetos de lei. Outra parte das coisas que ele propõe não poderia ser tratada em projetos de lei. E uma outra parte das coisas que ele propõe são retrocessos que já foram derrotados no Supremo ou no próprio Congresso”, aponta Carvalho.
Também as Defensorias Públicas fazem parte do grupo que desenvolve a contraposição ao plano Moro. No dia 27 de fevereiro, a Seção de São Paulo da OAB realiza audiência pública para discuti-lo.
Fonte: DCM

Reinaldo nega agressão a Boris Casoy e à Rede TV


"É estupefaciente que eu me veja na contingência de desmentir algo assim”, diz ele. "Ainda que Boris fosse meu inimigo — O QUE É MENTIRA ABSOLUTA! —, eu jamais faria isso em respeito aos telespectadores, a meus colegas e à empresa na qual fiquei por três anos"
Da revista Fórum – O jornalista Reinaldo Azevedo publicou em seu blog na RedeTV!, nesta sexta-feira (15), um texto no qual desmente veementemente que tenha ignorado o agradecimento de Boris Casoy, no momento de sua despedida da emissora, além de ter tocado suas partes íntimas ao se levantar da bancada.
Segundo o jornalista, a “versão que saiu por aí, em páginas que não se distinguem de esgoto, é que eu teria sido hostil a Boris, ignorando as suas palavras. Um gesto para retirar o microfone, posto por dentro da camisa, foi interpretado como um gesto obsceno. É estupefaciente que eu me veja na contingência de desmentir algo assim”
E acrescenta: "Ainda que Boris fosse meu inimigo — O QUE É MENTIRA ABSOLUTA! —, eu jamais faria isso em respeito aos telespectadores, a meus colegas e à empresa na qual fiquei por três anos. Essa gente pode não acreditar. Mas é possível ser digno mesmo em dias um tanto sombrios".


MST realiza festa da colheita e oferece almoço gratuito, no Paraná


Almoço será oferecido gratuitamente a todos, como forma de apresentar o resultado da agricultura familiar
A diversidade e a produtividade são as marcas da agricultura e da pecuária no acampamento. / Prefeitura de Ortigueira
As 400 famílias do acampamento do Maila Sabrina do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), localizado em Ortigueira, norte do Paraná (PR), vão celebrar a colheita do último ano com uma grande festa neste sábado (16).
Uma celebração ecumênica vai abrir a atividade às 11h, com presença confirmada dos Bispos Bom Anuar Batisti, de Maringá, Dom Bruno Versaire Cesari, de Campo Mourão e Dom Sergio Arthur Braschi, de Ponta Grossa, além de padres e religiosas da região. Prefeitos, deputados, senadores e representantes de sindicatos e organizações sociais de todo o estado vão participar do ato político, marcado para ocorrer às 12h. O superintendente de Assuntos Fundiários do Govento do Estado também confirmou presença. 
O almoço será oferecido gratuitamente a todos os participantes, como forma de apresentar o resultado da agricultura familiar e da luta pela reforma agrária.


À noite, um baile da cultura camponesa, fará o encerramento da atividade.

Produtividade


A diversidade e a produtividade são as marcas da agricultura e da pecuária no acampamento. O último ano foram 108 mil sacas de soja e milho; 3 mil sacas de feijão; 286 toneladas de arroz, abobora, batata e legumes em geral; 900 toneladas de mandioca; 35 mil caixas de tomate, 8700 animais, entre bovinos, cabritos, cavalos e porcos. 

Essa produtividade destoa da situação da área antes da ocupação. O território de 10.600 hectares era de devastação ambiental, pela produção de búfalo, sem cumprir os critérios de reserva legal. 
As famílias, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocuparam a área no dia 8 de janeiro de 2003. No mesmo ano, houve o pedido de reintegração de posse, que está em disputa jurídica desde então.
A área passou por quatro avaliações de preço e o dono não quer vender pelo preço de mercado. Para o MST, a solução para a disputa da área deve ser a partir do diálogo, e que seja considerado o desenvolvimento socioeconômico, educacional e cultural que as famílias conquistaram na área. O Movimento também afirma que o governo deve adquirir pelo preço de mercado.
Fonte: Brasil de Fato

Reunião agendada por Bebianno com a Globo foi o motivo da queda


O presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o ministro Gustavo Bebianno, quando soube que ele havia marcado uma reunião com o executivo Paulo Tonet, vice-presidente de Relações Institucionais da Globo. Segundo Bolsonaro, que privilegia as emissoras Record e SBT, Bebianno estaria traindo sua confiança e colocando o inimigo dentro de casa. A reunião não chegou a acontecer
247 – O presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o ministro Gustavo Bebianno, quando soube que ele havia marcado uma reunião com o executivo Paulo Tonet, vice-presidente de Relações Institucionais da Globo. Segundo Bolsonaro, que privilegia as emissoras Record e SBT, Bebianno estaria traindo sua confiança e colocando o inimigo dentro de casa. A reunião não chegou a acontecer. É que informa reportagem do El Pais:
Além de ter seu filho incentivando essa disputa, Bolsonaro se sentiu traído por Bebianno quando ele agendou uma reunião com Paulo Tonet Camargo, vice-presidente de relações institucionais do Grupo Globo (do qual fazem parte a TV Globo e o jornal O Globo). Ele também é presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). Em uma conversa com Bebianno, enquanto ainda estava internado, o presidente disse a ele que o ministro estaria "colocando o inimigo dentro de casa". Aliados de Bebianno relataram ao EL PAÍS que o objetivo dele era fazer uma ponte com a maior emissora brasileira. Essa ponte nem chegou a ser construída. A reunião com o executivo da Globo foi cancelada.
Desde que assumiu a presidência, Bolsonaro tem dado preferência a conceder entrevistas para concorrentes da Globo, principalmente para a TV Record. Também afirmou dezenas de vezes que iria rever todos os contratos publicitários com a imprensa e destinaria as verbas públicas de maneira mais equânime, sem, necessariamente, levar em conta o alcance de cada veículo de comunicação e questionando práticas arraigadas como o chamado "BV" – ou "bônus por volume", recebido pela agência que destina a um determinado veículo um pacote de publicidade Seu grupo político avalia que a Globo tenta manipular a opinião pública contra ele e contra seus filhos. O caso mais emblemático, na visão deles, foi o destaque dado ao escândalo envolvendo o policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, hoje senador pelo PSL do Rio de Janeiro.


De saída do governo, Bebianno desabafa na web contra 'o desleal'


Após crise envolvendo filho do presidente, advogado publicou texto que não menciona Bolsonaro

 José Cruz/Agência Brasil
O ministro Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência, que está de saída do governo de Jair Bolsonaro, publicou um desabafo em seu Instagram na madrugada deste sábado (16).
"O desleal, coitado, viverá sempre esperando o mundo desabar na sua cabeça", diz um trecho do texto atribuído ao escritor Edgard Abbehusen.
Outro trecho diz: "Saímos de qualquer lugar com a cabeça erguida ao carregar no coração a lealdade."
Bebianno, no entanto, não cita o nome do presidente na publicação. Seu Instagram, cuja foto de perfil é ele ao lado de Bolsonaro, é privado e tem 10 mil seguidores.
Após uma semana turbulenta em que articulou para se manter no cargo, Bebianno decidiu deixar o governo. Ele recusou o convite para ocupar a diretoria de uma estatal ou um cargo menor na estrutura federal. O ministro teria dito que a oferta era uma demonstração de “ingratidão”.
Fonte: Notícias ao Minuto

Lula fica em Curitiba até STF decidir sobre pena após 2º grau


Mudança de local para o cumprimento da sentença do petista volta a ser aventada após condenação no caso do sítio de Atibaia

Ricardo Stuckert / Instituto Lula
Alvo de pressões políticas, a decisão sobre a transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da cela especial montada na sede da Polícia Federal em Curitiba só sai após decisão do Supremo Tribunal Federal, marcada para abril, sobre a execução da pena após condenação em segunda instância.
Apesar disso, autoridades envolvidas no caso já especulam sobre os possíveis destinos do ex-presidente. Uma das possibilidades é a federalização de uma área em um presídio estadual. Outra possibilidade é a remoção de Lula para uma sala de Estado-Maior em uma unidade militar, em São Paulo, próximo de seu domicílio, ou em Curitiba, no quartel do Exército, localizado no bairro Pinheirinho, área central da cidade.
A transferência de Lula voltou ao debate político nos últimos dias, após a segunda condenação do ex-presidente na Operação Lava Jato, no caso do sítio de Atibaia (SP). Políticos da bancada anti-PT e aliados do governo Jair Bolsonaro (PSL) cobraram a remoção do petista, após a juíza Gabriela Hardt decretar mais 12 anos e 10 meses de prisão à sua pena que era de 12 anos e 1 mês.
Nos dias que precederam a condenação circulou uma mensagem nos grupos de WhatsApp do PT dizendo que já havia uma cela reservada para o ex-presidente na Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Isso fez acender a luz de alerta no partido. Em Pinhais, Lula seria submetido a um regime de preso comum, conviveria com outros detentos, não teria direito a visitas privadas, algo que não está previsto nas hipóteses estudadas até aqui.
Vários fatores além do julgamento no STF influirão nessa decisão, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo. A confirmação ou não da nova sentença pela segunda instância da Lava Jato, a identificação de um local com condições de segurança e estrutura para o regime especial que o petista tem direito e a vontade do próprio condenado devem ser considerados.
Aliados de Lula se recusam a comentar a possibilidade de transferência. "A única hipótese que avaliamos é a de Lula sair de Curitiba e voltar para casa, livre", disse o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.
O ex-presidente já disse a mais de um visitante que não gostaria de sair da PF em Curitiba. Sua defesa já se manifestou em 2018 sobre o assunto: não quer sair de sua cela especial na PF. Mas, se tiver de ser removido, que seja para uma sala de Estado-Maior em unidade das Forças Armadas em São Paulo, perto de sua residência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Notícias ao Minuto

Bolsonaro avisa Bebianno que ele está demitido


Presidente Jair Bolsonaro informou a Gustavo Bebianno que decidiu demiti-lo do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência; chamado de "mentiroso" por Carlos Bolsonaro e pelo próprio presidente, Bebianno foi convidado a ocupar a diretoria de uma estatal, mas não aceitou; sua saída do governo será formalizada na segunda-feira (18), com publicação no Diário Oficial; acusado de repassar dinheiro do PSL para candidaturas laranjas, Bebianno já avisou que se cair, Bolsonaro cai junto
247 - O presidente Jair Bolsonaro informou ao ministro Gustavo Bebianno que decidiu demiti-lo do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência. 
A informação foi divulgada nesta noite pela jornalista Daniela Lima, da Folha de S. Paulo, e também pelo Jornal do SBT. "Pessoas próximas ao ministro confirmaram na noite desta sexta (15) que ele será exonerado e que não há volta na decisão de Bolsonaro. A saída dele do governo será formalizada na segunda-feira (18), com publicação no Diário Oficial. Bolsonaro deixou o ato de exoneração assinado. O presidente esteve com Bebianno no início da noite desta sexta (15)", diz Daniela Lima. 
Segundo a jornalista Jussara Soares, do Globo, Bebianno foi convidado a ocupar a diretoria de uma estatal, mas não aceitou e, por isso, ficou decidido que vai sair do governo. Auxiliares do presidente ponderaram que o assunto continuará sendo tratado no fim de semana pelo governo.
Mais cedo, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, havia informado a Bebianno que ele permaneceria no governo. Também foi divulgado que Bolsonaro teria acertado com o núcleo militar do governo que o filho Carlos Bolsonaro seria afastado das questões do governo
Gustavo Bebianno perdeu força no governo após a divulgação do uso de candidaturas laranjas pelo PSL para desvio de recursos de campanha. Bebianno vinha tentando empurrar a responsabilidade para o então presidente licenciado da sigla, deputado Luciano Bivar (PSL). 
A situação do ministro se deteriorou ainda mais na noite desta quarta-feira, 13, depois que o presidente Jair Bolsonaro compartilhou tweets do filho, o vereador Carlos Bolsonaro, que chamou Bebianno de mentiroso. Os três tweets de Carlos Bolsonaro sobre o assunto foram retuitados pelo perfil oficial do presidente Jair Bolsonaro. 
Assista a vídeo com a notícia da demissão de Gustavo Bebianno dada pelo SBT: 
O Jornal Nacional tá falando que o Bebbiano segue no governo

Mas o Jornal do SBT já deu o furo, o Bolsonaro exonerou o ministro

Globo passando vergonha, hein...pic.twitter.com/wWZ89pbJvp
— Paulo (@pauloap) 15 de fevereiro de 2019



Biofort inicia empreendimento de R$ 40 milhões em Apucarana


Empresa do Grupo Forus iniciou terraplanagem para instalar estrutura de 10 mil m², na primeira etapa do projeto 
(Foto: Profeta)
O grupo empresarial Forus, que mantém várias empresas, entre elas a Forquimica (Cambira), deu início nesta sexta-feira (15/02) a uma nova planta em Apucarana, numa área de seis alqueires, a margem da BR-376, entre o contorno sul e a estrada rural do Biloti. No local já está sendo preparada a terraplanagem, para a construção dos galpões industriais, com área de 10 mil m², para a instalação da Biofort Indústria e Comércio de Produtos Agrícolas Ltda.
O empreendimento terá um aporte de R$ 40 milhões, na sua primeira etapa, e deve estar operando já no segundo semestre, com geração imediata de 70 postos de trabalho, incluindo 8 biólogos, além de químicos e engenheiros. Todos os equipamentos já estão comprados para instalação, inclusive tanques de grande porte, em material inoxidável, que foram importados da Alemanha.
Toda a documentação da Biofort já tramitou e obteve os pareceres de aprovação na Prefeitura de Apucarana. A empresa também já detém os licenciamentos necessários para sua instalação.
Na estrutura inicial de 10 mil m² funcionará o setor industrial (produção), laboratório, inoculantes, aditivos, estoque e expedição. Também está projetada ampla área de estacionamento e a parte administrativa, que virão na segunda etapa.
Ao acompanhar o início das obras da Biofort, o prefeito em exercício Junior da Femac manifestou sua satisfação por receber em Apucarana esta grande empresa de produção agrobiológica. “O Grupo Forus já mantém uma planta igual a essa na Georgia (EUA) e agora escolheu o Paraná e Apucarana para a instalação da Biofort. Agradeço aos empresários Édson Rosini e Paulo Assis pelo empreendimento que irá mais empregos e tributos ao Município”, comentou, acrescentando que Apucarana é um importante centro logístico e referência na área de agroindústria.
PRODUTOS BIOLÓGICOS – O diretor industrial da Biofort, o bioquímico Carlos Schuh, explica que a empresa irá fabricar produtos biológicos para uso na agricultura, incluindo inoculantes para leguminosas, organismos para controle biológico de pragas e linha de aditivos para sementes. “Estamos desenvolvendo nossos produtos em parceria com a Embrapa e parceria com a Universidade de Sevilha (Espanha). Vamos exportar para os Estados Unidos, Argentina, Paraguai e toda a América Latina”, informa Schuh.
O diretor proprietário Édson Rosini explica que os produtos da Biofort contribuem para aumentar a defesa da planta e a redução no uso de agroquímicos. “O nível de controle biológico na área de produção é maior que o de uma UTI hospitalar, com rigorosa esterilização e ar purificado”, revela Rosini, emendando que as bactérias ajudam na produção de milho, feijão, trigo e soja.
Paulo Assis, também diretor proprietário da Biofort, acrescenta que o inoculante desenvolvido pela empresa substitui a aplicação de uréia na soja. “A bactéria absorve o nitrogênio pelo ar e transfere uréia para a planta, reduzindo os custos na lavoura”, diz Assis, informando ainda que a empresa também irá fabricar produtos para multinacionais.
GRUPO FORUS – A Biofort passa a integrar o Grupo Forus, ao lado da Forquímica (insumos e fertilizantes), Dominus (indústria química), Domclor (produtos para tratamento de água), Stevia Natus (indústria de adoçantes), Laborfort (laboratório de análises químicas), EcoForest (reflorestadora), Mademax (beneficiamento de eucalipto), Forbrothers (escritório de negócios imobiliários) e TransAgil (transportadora).
O grupo Forus que adquiriu a Fazenda Figueira, com área de 100 alqueires no contorno norte de Apucarana, anuncia para breve a abertura de loteamentos urbanos, abrangendo 60 alqueires.


“Providência” inicia construção de unidade para radioterapia


O prefeito Júnior da Femac lembrou que a unidade foi viabilizada em dezembro do ano passado, sendo uma conquista intermediada pelo prefeito licenciado Beto Preto e pelo deputado federal Sérgio Souza, junto à direção da Itaipu Binacional
(Foto: Edson Denobi)
O Hospital da Providência deu início nesta sexta-feira (15/02) à preparação do terreno que vai abrigar a unidade de radioterapia do setor de oncologia. A primeira ação está sendo a demolição de um imóvel na Rua Osório Ribas de Paula, onde funcionava setores administrativos do hospital. O início da obra foi marcado por uma solenidade, que contou com a presença do prefeito em exercício Júnior da Femac, da diretoria do hospital, autoridades municipais, lideranças comunitárias, religiosas e colaboradores do hospital.
Atualmente, pessoas acometidas pelo câncer em Apucarana e região precisam recorrer à Londrina ou outros centros de referência para obter o tratamento, por isso a conquista da radioterapia vem sendo bastante celebrada pelas autoridades e diretoria do hospital. O prefeito Júnior da Femac lembrou que a unidade foi viabilizada em dezembro do ano passado, sendo uma conquista intermediada pelo prefeito licenciado Beto Preto e pelo deputado federal Sérgio Souza, junto à direção da Itaipu Binacional. O equipamento importado sob encomenda dos Estados Unidos, tem um custo estimado de US$ 1,250 milhão (cerca de R$ 5 milhões, na cotação atual), contudo, para abrigar o acelerador linear de última geração, é preciso a construção de um “bunker” com custo estimado em R$2,5 milhões.
“O aparelho de radioterapia já tem recursos garantidos junto à Itaipu e a fabricação já está em andamento nos Estados Unidos, ficando pronto nos próximos seis meses. Mas a radioterapia de Apucarana começa agora. Assim que a demolição esteja concluída e o terreno preparado, tem início a construção desse bunker ou casamata, que é uma engenharia diferenciada, com paredes que têm até dois metros de espessura para evitar a passagem de radiação”, destacou Júnior da Femac, prefeito em exercício de Apucarana. Ele salientou que para essa obra o hospital ainda não possui todos os recursos e convocou a sociedade para contribuir. “Com aprovação dos vereadores, que acreditam na gestão Beto Preto, já direcionamos R$1 milhão para este projeto. Essa é uma obra para salvar vidas. Daqui a alguns meses não será mais preciso recorrer a Londrina ou Curitiba para ter esse tratamento, por isso tenho a certeza de que a população não só de Apucarana, mas de todo o Vale do Ivaí, vai unir esforços conosco e colaborar para que os recursos necessários para conclusão do bunker sejam obtidos o quanto antes”, disse Júnior da Femac, agradecendo a todos os envolvidos na conquista da radioterapia para a cidade.
O tempo previsto para construção do bunker é de seis meses. As obras serão realizadas por uma empresa especializada neste tipo de construção, visto às peculiaridades do projeto *(ver quadro). Já o Hospital Nossa Senhora das Graças, de Curitiba, mantenedor do Hospital da Providência, realizará o apoio operacional de engenharia e equipe de captação de recursos em apoio à viabilização do projeto. Com área total de 367,56 metros quadrados, além do bunker que receberá o equipamento, a unidade de radioterapia contará com uma área de apoio composta por sala de espera do acelerador linear, posto de comando do acelerador linear, sala de espera, box de troca de roupa, sala de confecção de máscaras, dois consultórios, sala de planejamento física médica, copa, DML, sala de atividades e banheiros. “É uma alegria muito grande poder estar iniciando esta obra, onde agradecemos ao empenho do Beto Preto, do deputado federal Sérgio Souza, do prefeito em exercício Júnior da Femac e também de toda equipe do hospital, que se dedicou mais que 100% na elaboração do projeto para que ele fosse aprovado pela Itaipu Binacional”, pontuou irmão Geovana Ramos, diretora-geral do Hospital da Providência, salientando que o aparelho conquistado por Apucarana será o mais avançado em funcionamento no Paraná e um dos mais avançados do Brasil.
A radioterapia é um tratamento isolado ou em conjunto com a quimioterapia e cirurgia. Atualmente, o tempo de espera para a primeira sessão de radioterapia dos pacientes que são referência para 16ª Regional de Saúde pode levar até quatro meses de espera em nossa região, pois o único centro de atendimento em radioterapia é o Hospital do Câncer de Londrina. “O Hospital da Providência já realiza a cirurgia oncológica e a quimioterapia e, com a radioterapia, poderemos concluir um ciclo completo no tratamento oncológico”, informa irmã Geovana.
Presente no ato de lançamento da obra, o presidente da Câmara de Vereadores, Luciano Molina salientou que desde que soube da possibilidade de convênio com a Itaipu, os vereadores se mobilizaram favoravelmente. “O câncer é uma doença que não acorrenta somente a pessoa doente, mas toda a família e essa unidade de radioterapia vai mitigar o sofrimento de muitas pessoas, não só de Apucarana, mas de toda nossa região, por isso a Câmara estará sempre de portas abertas para o que for necessário no sentido de viabilizar a totalidade deste projeto”, disse Molina.
Para angariar o restante dos recursos necessários para a conclusão do bunker, o hospital criou o projeto “Padrinhos da radioterapia”. Uma das primeiras doações foi feita por membros de um grupo de amigos intitulado “Amigos de Apuca”. A porta-voz do grupo, Nilce Biscaia, conta que os membros já são parceiros antigos do “Providência”. “Já realizamos várias ações em prol do setor de quimioterapia, entre outros setores do hospital, e assim que soubemos deste projeto para a radioterapia fizemos a doação de recursos que tínhamos. Com o R$1 milhão repassado pela prefeitura, ainda é preciso mais R$1,5 milhão para a conclusão do bunker, por isso aproveito para convocar toda a sociedade de Apucarana e região para contribuir. A construção da radioterapia do Providência é uma obra de suma importância”, afirmou Nilce.
A paciente Rosângela Rosa dos Santos fez tratamento de quimioterapia na Unidade de Tratamento do Câncer de Apucarana após descobrir o câncer de mama em maio de 2018 e por recomendação médica precisará da radioterapia. “Farei a radioterapia em outra cidade e quando o serviço chegar será uma bênção para os pacientes não precisarem ir tão longe para fazer o tratamento, que é muito difícil”, comemora a paciente. Para Rosângela, atendimento humanizado da equipe da unidade vem fazendo a diferença para seu tratamento. “Não tem o melhor lugar que aqui, quando descobri que tinha câncer fiquei sem chão, mas a enfermeira já me abraçou, me acolheram, as pessoas daqui parecem que foram selecionadas por Deus para atenderem os pacientes”, conta.
O Hospital da Providência é habilitado como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia – UNACON, desde 2008 junto ao Ministério da Saúde. Na unidade são realizados tratamentos de Quimioterapia – tratamento por meio de substâncias químicas que afetam o funcionamento celular; Hormonioterapia – tratamento que busca inibir o crescimento do câncer, pela retirada do hormônio da circulação ou pela introdução de uma substância com efeito contrário ao hormônio (antagonista); e Cirurgia Oncológica – tratamento por meio de intervenção invasiva.
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DO BUNKER
• Área do bunker: 111,60 m2
• Área interna do bunker: 65,35 m2
• Área total da radioterapia: 367,56 m2
• Paredes (Total Linear): 89,36m
• Espessura das paredes do bunker: de 1,00m2 a 2,00 m2
• Quantidade de concreto do bunker: 327,00 m3
ÁREAS DE APOIO
• Sala de espera do acelerador linear;
• Posto de comando do acelerador linear;
• Sala de espera;
• Box de troca de roupa;
• Sala de confecção de máscaras;
• Consultório 1;
• Consultório 2;
• Sala de planejamento física médica;
• Copa;
• DML,
• Sala de atividades,
• Banheiros
• Passagem
• Bunker


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Cirurgia de Bolsonaro exigirá pagamento inédito por hospital militar


Será a primeira vez que a instituição de saúde mantida pelo governo federal terá que despender recursos para custear o tratamento de um presidente em uma instituição externa

A cirurgia a que Jair Bolsonaro (PSL) foi submetido exigirá um pagamento inédito pela União. Será a primeira vez que o Hospital das Forças Armadas (HFA), que é mantido pelo governo federal, terá que despender recursos para custear o tratamento de um presidente em uma instituição externa.
O Planalto possui desde 1999 um contrato com o HFA, que tem sede em Brasília, para a prestação de assistência médico-hospitalar a integrantes da Presidência da República.
No caso de Bolsonaro, a Presidência informa que a unidade pertencente ao Ministério da Defesa será a responsável por pagar a internação dele no Hospital Israelita Albert Einstein, no Morumbi, em São Paulo.
A previsão é que o governo apresente a conta do Einstein ao HFA, que deverá saldar o débito. O valor não é divulgado.
Bolsonaro ficou internado no hospital por 17 dias. O paciente foi submetido em 28 de janeiro a uma cirurgia delicada e longa, para reconstrução do trânsito intestinal.
Ele esteve sob os cuidados de uma das melhores equipes médicas do país, sob o comando do cirurgião Antônio Luiz Macedo.
O HFA informou à Folha de S.Paulo que inexistiu situação semelhante envolvendo um presidente nos últimos 20 anos. "Não foi possível encontrar algum registro de que o HFA tenha sido demandado para atender alguma despesa desse gênero pela Presidência da República. Esta é a primeira vez", afirma, em nota.
Outra particularidade no quadro de Bolsonaro é que ele não foi encaminhado ao Einstein por médicos do HFA. O presidente deu entrada diretamente no hospital em São Paulo, como um paciente comum.
O contrato entre Planalto e HFA prevê que o chefe do Executivo possa ser encaminhado para atendimento especializado em outro hospital ou clínica, caso os médicos vejam necessidade.
Embora o protocolo a ser seguido fosse o HFA dar aval prévio para a transferência, o caminho adotado foi dentro do previsto, segundo o hospital do governo.
"No caso, trata-se de uma excepcionalidade, pois é a continuação de um tratamento de urgência já iniciado no Albert Einstein", diz o HFA.
Bolsonaro foi transferido para São Paulo um dia após sofrer uma tentativa de assassinato a faca durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro. Ele passou por duas cirurgias no Einstein em 2018 e teve que se submeter à terceira para retomar a normalidade do trânsito intestinal, comprometida por causa do ataque.
As tratativas para o pagamento da terceira operação envolverão apenas o HFA e o Einstein. Não haverá reembolso para o presidente.
"Os atendimentos prestados por outras organizações são previamente auditados pela Seção de Contas Externas do HFA para verificação de sua lisura", diz o Ministério da Defesa.
"As não conformidades são discutidas entre as equipes técnicas para a busca do consenso. Em seguida, a nota fiscal é emitida para o seu regular pagamento."
O HFA não possui contrato ou convênio com o Einstein. O Ministério da Defesa diz que há "um relacionamento institucional" entre as duas unidades. Por respeito às informações dos pacientes, a política do hospital paulistano é manter sigilo sobre valores e pagamentos.
O contrato cobre prestação de serviços de assistência médica ambulatorial, hospitalar e farmacêutica, incluindo exames e serviços auxiliares de diagnóstico e terapia. Abrange também "internações clínico-cirúrgicas e em unidades de terapia intensiva".
Além dos integrantes da Presidência, o hospital pode ser usado por militares das Forças Armadas e seus dependentes. Ex-presidentes não são atendidos por essa cobertura.
De acordo com a instituição e com a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, o contrato tem um valor anual estimado de R$ 240 mil.
O HFA explica que "o valor é estimativo anual e os pagamentos são efetuados somente para ressarcir os procedimentos realizados. Só há repasses quando e tão somente houver utilização de algum serviço médico nos termos do contrato".
A informação de que o HFA será o responsável por arcar com os gastos da atual internação no Einstein foi reiterada pela assessoria de comunicação e pelo porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros.
"Existe um convênio da Presidência da República com as Forças Armadas e será por meio deste convênio que será efetivado o pagamento ao hospital Albert Einstein", afirmou ele, em entrevista, um dia após a cirurgia.
Conta Como a Folha de S.Paulo mostrou, a conta médica referente ao tratamento que Bolsonaro fez no ano passado após a facada ainda não havia sido apresentada até o fim de dezembro.
Como ele era deputado federal na época, o pedido de ressarcimento de gastos médicos e hospitalares deveria ter sido encaminhado à Câmara dos Deputados.
A equipe de Bolsonaro havia dito em setembro, dias após a tentativa de assassinato, que estava conversando com a Câmara e que iria recorrer ao reembolso a que os congressistas têm direito quando usam a rede privada de saúde.
De acordo com a Câmara, ele pode fazer pedido de ressarcimento a qualquer tempo, mesmo depois do fim do mandato -ele renunciou em dezembro para assumir a Presidência.
A reportagem perguntou à assessoria da Casa se houve solicitação de reembolso neste ano. O órgão informou que essas informações precisam ser solicitadas por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação), o que leva alguns dias para ser respondido.
A assessoria do PSL disse que o partido não tem as informações de campanha, mas que isso deveria ser visto com Bolsonaro. A Secom (Secretaria Especial de Comunicação) da Presidência afirmou não dispor do dado, "pois, à época, Jair Bolsonaro era ainda candidato".
O Einstein também não se pronuncia, por respeito ao segredo de dados.
A Santa Casa de Juiz de Fora, que fez a cirurgia emergencial no dia 6 de setembro, na sequência do atentado, afirmou que o então candidato foi atendido pelo SUS.
O HFA diz que não teve nenhuma participação nos procedimentos realizados em 2018 e que não pode efetuar pagamentos pelo tratamento porque Bolsonaro ainda não era presidente e, portanto, não estava coberto pelo contrato que a instituição tem com o Planalto. Com informações da Folhapress.
Fonte: Notícias ao Minuto

Fachin autoriza execução de penas alternativas após segunda instância


O ministro do STF Edson Fachin decidiu nesta sexta-feira (15) que penas alternativas também podem ser executadas após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça; com a decisão, pessoas que foram condenadas a penas restritivas de direitos, como prestação de serviços à comunidade, pagamento de multa, perda de bens e valores, deverão iniciar o cumprimento da pena antes do trânsito em julgado do processo criminal
Agência Brasil - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin decidiu hoje (15) que penas alternativas também podem ser executadas após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça.
Com a decisão, pessoas que foram condenadas a penas restritivas de direitos, como prestação de serviços à comunidade, pagamento de multa, perda de bens e valores, deverão iniciar o cumprimento da pena antes do trânsito em julgado do processo criminal.
O entendimento do ministro está baseado na decisão da Corte que permitiu, em 2016, prisão após condenação em segunda instância, mesmo que ainda seja possível recorrer a instâncias superiores.
Segundo Fachin, o entendimento também é aplicado ao caso de penas alternativas, que são aplicadas em condenações menores do que quatro anos, envolvendo crime sem violência e quando o réu não é reincidente.
"No que diz respeito especificamente à execução provisória de pena restritiva de direitos decorrente de condenação na qual já superada a segunda instância, constato que diversos são os julgados na ambiência deste STF no qual restou reconhecido que a possibilidade de execução provisória da pena não está restrita às hipóteses de penas privativas de liberdade", afirmou.
O caso foi decidido em um recurso do Ministério Público Federal (MPF) contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em junho de 2017, a Terceira Seção da Corte decidiu pela impossibilidade da execução provisória das penas restritivas de direitos. Dessa forma, a execução das penas alternativas, ao contrário da pena de prisão, só poderia ocorrer após o fim de todos os recursos possíveis no STF, última instância da Justiça.
O processo que motivou a decisão envolve um réu condenado a dois anos de reclusão em regime aberto pelo crime de falsificação de documento público, cuja pena foi substituída por prestação de serviços à comunidade e limitação de saída aos finais de semana.
Em segunda instância, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) determinou a execução da pena, mas a Defensoria Pública do estado recorreu ao STJ, que suspendeu a execução.
No dia 10 de abril, o STF deve voltar a julgar a questão da prisão em segunda instância. Serão julgadas três ações declaratórias de constitucionalidade (ADCs) que tratam do cumprimento imediato de pena após a confirmação de condenação em julgamento pela segunda instância da Justiça. O relator é o ministro Marco Aurélio, que já cobrou diversas vezes o debate em plenário.
O tema pode ter impacto sobre a situação de milhares de presos pelo país, entre eles, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde 7 de abril do ano passado, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, após ter sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), no caso do tríplex do Guarujá (SP).