A crise política
aberta com os desdobramentos em torno das denúncias de candidaturas laranjas do
PSL, que resultaram na fritura do ministro da Secretaria-Geral da Presidência,
Gustavo Bebianno, e em ataques diretos feito pelos filhos do presidente Jair Bolsonaro,
levou os militares que integram o governo a decidirem interferir diretamente no
caso para evitar que possível demissão de Bebianno acabe por levar a cizânia a
outros setores do governo; além do temor de que se cair, Bebianno o faça
atirando, o entendimento geral é que Carlos Bolsonaro teria passado dos limites
com os ataques diretos contra o ministro
247 - Diante da crise
política aberta com os desdobramentos em torno das denúncias de candidaturas
laranjas do PSL, que resultaram na fritura do ministro da Secretaria-Geral da
Presidência, Gustavo Bebianno, os militares que integram o governo Bolsonaro
decidiram interferir diretamente no caso para evitar que possível demissão de
Bebianno acabe por levar a cizânia a outros setores do governo.
A crise
política vem sendo ampliada nos últimos dias e ganhou novos contornos após o
vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, chamar o ministro de "mentiroso"
nas redes sociais em razão de declarações feitas por ele de que não havia crise
e que continuava falando regularmente com o presidente.
Nesta
quarta-feira (13), em uma entrevista concedida à TV Record, Bolsonaro mandou um
recado a Bebianno ao afirmar que ele "voltará às origens", caso seja
confirmado que ele está envolvido no esquema de candidaturas laranjas. Apesar
da pressão, Bebianno vem resistindo e diz que só deixará o cargo se for
demitido, o que levou ao temor de que, caso ele caia, crie complicações ainda
maiores ao governo.
Segundo
o jornal O Estado de S. Paulo, os militares que
integram o governo avaliam que é necessário "estancar" a ação do clã
familiar de Bolsonaro, que ira de encontro aos interesses nacionais. Entre os
militares envolvidos na operação para conter a crise estão o vice-presidente
Hamilton Mourão, e os ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e
da Secretaria de Governo, Augusto Heleno e Carlos Alberto dos Santos Cruz,
respectivamente. Outros interlocutores e ministros também estariam agindo para
impedir novas ações do gênero.
O
entendimento geral é que Carlos Bolsonaro teria passado dos limites com o
ataque direto a Bebianno.