Há 20 anos, tomou posse como presidente o
comandante da Revolução Bolivariana; confira artigo do deputado Elías Jaua
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Hugo Chávez tomou posse como presidente da Venezuela em 2 de fevereiro de 1999 / Foto: Arquivo |
Há 20 anos, o
Comandante Hugo Chávez assumiu a Presidência da República da Venezuela. A grave
situação política, econômica e social que hoje estamos confrontando, pelos
motivos que conhecemos e temos abordado em artigos
anteriores, pretende ser imputada a Chávez e ao modelo soberano,
produtivo, de inclusão, igualdade social e protagonismo popular que ele
desenvolveu, entre os anos 1999 e 2013, especialmente a partir de 2004, após
conseguir a estabilidade política, derrocando democraticamente o golpismo.
Hoje
ponho a minha mão no fogo pelo seu esforço, por suas conquistas, por seu
sacrifício, por seu amor pela Venezuela e pelos humildes desta pátria, e
escrevo este artigo em defesa de Hugo Chávez.
Pensei
em preencher este texto com cifras estatísticas. Não, melhor, vou apelar às
vivências dos que leem meus artigos para falar sobre seu período de
governo, de 1999 a 2013.
Na área
política, Hugo Chávez cumpriu seu dever convocando um processo constituinte
amplo, plural, participativo e restabelecendo a República e suas instituições,
promovendo à aprovação popular a Constituição da República
Bolivariana da Venezuela de 1999. Recuperou o vigor da democracia
eleitoral elevando os níveis de participação para acima de 80% e ganhando todas
as eleições presidenciais com mais de 55% dos votos. Reconheceu o poder
protagonista do povo em seus territórios e setores por meio dos Conselhos
Comunais, as chamadas Comunas, mesas de distribuição de água, conselhos de camponeses, de
indígenas, de trabalhadores, etc. Respeitou a pluralidade dos movimentos e
organizações sociais e os apoiou. Sempre reconheceu a existência da
oposição, vencendo a quase totalidade das disputas de maneira
justa e reconhecendo as suas vitórias.
Derrotou
de maneira democrática e dentro do respeito aos direitos humanos previstos na
Constituição – como nunca tinha ocorrido antes na Venezuela – os
processos golpistas de desestabilização que ocorreram nos anos 2001, 2002, 2003
e no ano de 2007.
Fundou
uma nova doutrina patriótica, democrática e popular no âmbito militar.
Na área
social, Hugo Chávez quitou a dívida social acumulada por 100 anos de
capitalismo rentável. Tirou quase 10 milhões de seres humanos da
pobreza. Garantiu a alimentação de toda a população. Pela primeira
vez na nossa história, a fome se transformou em uma exceção durante seu
governo. Enviou milhares de médicos, milhares de medicamentos aos
hospitais e aos bairros populares. Resgatou e massificou a segurança
social para os adultos mais velhos. Expandiu as redes de água, luz,
telefonia, entre outros serviços, onde nunca tinham chegado
antes. Conseguiu que os mais altos percentuais de meninos, meninas
e jovens fossem incorporados ao sistema educacional; os estudantes do
ensino médio sem vaga desapareceram. Defendeu dezenas de milhares de
famílias de classe média, conseguindo salvar suas casas das fraudes
imobiliárias e garantiu que iguais quantidades desse setor tivessem acesso a
uma casa nova e que milhões de famílias dos setores populares obtivessem uma
casa digna. Transformou-nos em potência esportiva e promoveu a massificação do
esporte. Resgatou e nos fez sentir orgulhosos das expressões de nossa
diversidade étnica-cultural.
Hugo
Chávez reivindicou o papel protagonista da mulher e da juventude na
transformação da sociedade.
E além
dos direitos sociais essenciais, promoveu políticas para que toda a população
tivesse acesso a tecnologias, turismo, meios de transporte, etc.
Na
parte econômica, Hugo Chávez, com sua liderança, conseguiu uma política de
preços justos no petróleo. Defendeu o manejo soberano das
rendas econômicas nacionais, e assegurou a sua
justa distribuição. Recuperou as empresas do Estado, financiou e
apoiou o setor privado, promoveu a emergência da economia social, comunal. Incrementou
a níveis históricos a produção agrícola e industrial. Garantiu o acesso à
terra, insumos e maquinarias agrícolas aos camponeses, aos indígenas e a todos
os produtores por igual, da mesma forma atuou com os grandes, médios e pequenos
industriais. Incrementou a níveis históricos o emprego formal e o salário
de todos os trabalhadores.
Construiu
uma plataforma em ciência e tecnologia, indústria e agricultura que nunca antes
tinha tido o nosso país e que é a garantia para nossa recuperação.
No âmbito
territorial, Hugo Chávez impulsionou o desenvolvimento de infraestruturas de
viação, telecomunicações, energéticas, industriais, de água, de saúde, de
educação e de sistemas de transporte massivos em todo o território nacional,
para garantir a permanência da população em suas cidades natais.
Na área
internacional, Hugo Chávez conseguiu que a Venezuela fosse respeitada no mundo,
defendendo com paixão a nossa independência e a nossa dignidade
nacional. Foi o grande fomentador da união, cooperação e a paz no nosso
continente e de um mundo pluripolar, no qual se respeite o direito
internacional.
As
conquistas são muito mais, as cifras que as sustentam estão registradas nos
organismos nacionais e internacionais, mas especialmente o apelo ao registro de
sua memória, a você que está lendo, do que você vivenciou nos tempos de Chávez
e você vai me dizer se é verdade ou não o que eu escrevo.
É
verdade que teve erros e omissões. Que falem deles seus detratores, como alguma
vez disse o sempre saudoso compatriota William Lara: “Com Chávez, até em seus
erros”.
De
maneira especial defendo Chávez como o líder que sempre assumiu sua
responsabilidade em primeira pessoa, tanto perante crises políticas, como as de
2002, quanto perante tragédias naturais como o deslizamento de 1999, ou as
enchentes de 2010, ou na crise elétrica desse mesmo ano.
Sempre
adiante, reconhecendo erros, tomando decisões, seja em caso de derrotas
eleitorais como as de 2007, seja no caso de sua própria doença desde 2011.
Eu o defendo como o ser humano dos pequenos e profundos detalhes com seu povo e
conosco, seus companheiros e companheiras de sonhos e de lutas. Eu o defendo
como um político honesto, que morreu sem riquezas materiais e defendendo suas
ideias com a verdade.
Chávez
cumpriu! E demonstrou que seu modelo do Socialismo Bolivariano foi exitoso para
as grandes maiorias que conseguiram os mais altos níveis de liberdade e
protagonismo político; de igualdade no acesso aos direitos sociais, de
estabilidade política, econômica e social e que sentiram como nunca antes
tinham sentido, o orgulho de serem venezuelanos e venezuelanas.
Se hoje
fosse 6 de dezembro de 1998, votaria novamente em Hugo Chávez. Viva Chávez,
caramba!
Hoje
estamos em 2019, cabe a nós evitar a guerra, ganhar a paz com dignidade, restabelecer
o nosso modelo de desenvolvimento político, econômico e social e projetar a
nossa pátria em direção a um bom futuro.
Sempre
que se defenda uma ideia justa haverá amanhã, sempre se encontrará novamente o
caminho da vitória. Por meio de Deus, por meio de nós, assim será. A pátria em
primeiro lugar! Viva a Venezuela!
*Elías Jaua Milano é sociólogo
e deputado da Assembleia Nacional, membro do Bloco da Pátria, do Partido
Socialista Unido da Venezuela (PSUV)
Fonte:
Brasil de Fato