Diretório presidido por Marcelo Álvaro Antônio repassou R$ 279 mil a quatro candidatas à Câmara Federal que, em seguida, enviaram dinheiro a empresas de assessores
Valter Campanato/Agência Brasil |
Quatro
candidatas à Câmara Federal pelo Estado de Minas Gerais obtiveram, juntas,
pouco mais de 2 mil votos. No entanto, receberam do PSL, partido ao qual são
filiadas, R$ 279 mil para serem usados na campanha. Apesar da votação
insignificante, elas estão entre os 20 candidatos do partido que
mais conseguiram dinheiro público em todo o Brasil.
Movimentações nas
contas de Lilian Bernardino (196 votos), Mila Fernandes (334 votos), Débora
Gomes (885 votos) e Naftali Tamar (669 votos) levantaram suspeitas quanto à
possibilidade de elas terem sido usadas como "laranjas" pelo deputado
federal mais votado do Estado e escolhido ministro do Turismo de Jair
Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio (PSL). É ele quem também comanda a legenda em
Minas.
As
informações constam em matéria publicada nesta segunda-feira (4) pela
Folha de S. Paulo, que visitou as cidades de Ipatinga, Governador
Valadares, Timóteo e Coronel Fabriciano, na região do Vale do Rio Doce, para
investigar as informações prestadas pelas candidatas à Justiça Eleitoral.
Ainda segundo a
Folha, as quatro teriam passado parte da verba recebida - R$ 85 mil - para
Álvaro Antônio, já que o dinheiro, de acordo com repasses realizados por elas,
foram parar nas contas de empresas que são de assessores, parentes ou sócios de
assessores do hoje ministro.
Além
delas, uma quinta candidata do PSL de Minas, Cleuzenir Souza, recebeu do
partido R$ 60 mil de recursos públicos e obteve 2.097 votos. Ela não declarou
gastos com nenhuma empresa vinculada ao ministro e, durante a campanha,
registrou um boletim de ocorrência em que acusa dois assessores de Álvaro
Antônio de cobrar dela a devolução de metade do valor. O fato foi
noticiado em dezembro último, pela coluna Mônica Bergamo, também da Folha.
Marcelo
Álvaro Antônio tem 44 anos e foi reeleito para o segundo mandato como deputado
federal, com 230 mil votos. Nascido em Belo Horizonte, foi vereador da capital
mineira antes de se eleger deputado pela primeira vez, em 2014. O ministro já
foi filiado a PRP, MDB, PR e, neste ano, migrou para o PSL, partido de
Bolsonaro. Ele integra a frente parlamentar evangélica no Congresso Nacional.
O
ministro do Turismo foi procurado e afirmou, por meio da assessoria, que “a
distribuição do fundo partidário do PSL de Minas Gerais cumpriu rigorosamente o
que determina a lei” e que “refuta veementemente a suposição com base em
premissas falsas de que houve simulação de campanha com laranjas no partido.”
Fonte:
Notícias ao Minuto