Numa sessão marcada por confusão, uma votação anulada e pela
desistência da candidatura pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), o senador
Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito neste sábado, 2, presidente do Senado;
candidato do presidente Jair Bolsonaro, Alcolumbre recebeu 42
votos; Esperidião Amin (PP-SC) obteve 13 votos, Angelo Coronel, oito
votos, Fernando Collor, três votos; Reguffe, seis votos e Renan Calheiros,
cinco votos
247 - O senador
Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito neste sábado, 2, presidente do Senado
Federal, numa sessão marcada por tensão, confusão, votação anulada por denúncia
de fraude e pela desistência da candidatura pelo senador Renan Calheiros
(MDB-AL).
Alcolumbre
recebeu 42 votos. Esperidião Amin (PP-SC) obteve 13 votos, Angelo Coronel, oito
votos, Fernando Collor, três votos; Reguffe, seis votos e Renan Calheiros,
cinco votos.
Os
senadores Jader Barbalho (MDB-PA), Renan Calheiros (MDB-AL), Maria do Carmo
Alves (DEM-SE) e Eduardo Braga (MDB-AM) não votaram.
Após
uma confusão na apuração dos votos para a Presidência do Senado, os senadores
decidiram repetir a eleição na tarde de hoje (2). Na hora da apuração dos
votos, foram encontrados 80 envelopes com 80 cédulas e outras duas cédulas
avulsas na urna, o que levantou suspeitas sobre fraude nas eleições. O total de
senadores é de 81. Após a decisão sobre uma nova eleição, os papeis com os
primeiros votos foram triturados.
No meio
da segunda votação, o senador Renan Calheiros anunciou sua desistência da
disputa, denunciando irregularidades na declaração de votos por
senadores. "Este processo não é democrático", disse Renan, que
após citar a decisão da bancada do PSDB de anunciar os votos, bem como do
senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que anunciou voto em Davi Alcolumbre
(DEM-AP); "Eles querem ganhar de qualquer jeito. Mas eu não sou Jean
Wyllys. Eu não vou renunciar ao meu mandato", disse
Leia também reportagem da Agência Brasil sobre o assunto:
Com 42
votos, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito hoje (2) em primeiro turno
presidente do Senado. O principal opositor de Alcolumbre, o senador Renan
Calheiros (MDB-AL), retirou a candidatura na tarde de hoje.
Renan
Calheiros teve 5 votos. Espiridião Amin (PP-SC) ficou com 13 votos, Ângelo
Coronel (PSD-BA) teve 8 votos, Reguffe recebeu (sem partido-DF) 6 votos e
Fernando Collor (Pros-AL) ficou com 3 votos
Senador
de primeiro mandato, Alcolumbre teve uma atuação discreta nos primeiros quatro
anos de mandato no Senado. Na disputa pelo comando da Casa, revelou-se um hábil
articulador, congregando os adversários de Renan Calheiros e os aliados do
governo federal.
O novo
presidente contou com o apoio do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, também
filiado ao DEM.
Aos 41
anos, o senador estreou na política no início deste século. Foi vereador em
Macapá, três vezes deputado federal e chegou ao Senado em 2015. Nas eleições de
outubro passado, concorreu ao governo do Amapá e ficou em terceiro lugar.
É um
dos mais jovens senadores a assumir a presidência da Casa.
Eleição
A
eleição para a presidência do Senado foi marcada por um embate sobre se a
votação seria aberta ou secreta. Ontem (1º), após cinco horas de sessão, a
maioria dos parlamentares decidiu pelo voto aberto. Mas uma decisão do
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli determinou que a
votação deveria ser secreta.
A
eleição foi feita em cédulas e teve que ser realizada duas vezes, pois na
primeira apuração foi encontrada uma cédula a mais na urna. Após ser suspensa
ontem, a sessão começou hoje por vota das 12h.
Em seu
discurso ainda como candidato, Alcolumbre prometeu, se eleito, ampliar a
transparência dos atos legislativos e de todos os fatos envolvendo o Senado.
"O Senado deve se balizar pelos pilares da independência, transparência,
austeridade e protagonismo. Os desafios do atual momento brasileiro são
imensos. Por um lado, a complexa crise fiscal exige reformas urgentes a fim de
corrigirmos as distorções. Por outro, é preciso reverter a profunda crise
política que minou a confiança nos políticos", disse Alcolumbre,
acrescentando que o povo clama por um novo modelo de fazer político. "Mais
igualitário, mais democrático e com ampla participação
cidadão".