terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Assessor que culpou imprensa por cancelamento de entrevista de Bolsonaro é exonerado

Foto: Christian Clavadetsche

O assessor de imprensa Tiago Pereira Gonçalves, que atribuiu à “abordagem antiprofissional da imprensa” o cancelamento da entrevista do presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, foi exonerado nesta segunda-feira (28).
A sua saída foi publicada no “Diário Oficial da União”. Ele trabalhava no Palácio do Planalto desde agosto do ano passado, na administração do ex-presidente Michel Temer. Antes, trabalhou com o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP).
No período eleitoral, ele fez diversas postagens críticas ao hoje presidente. O assessor de imprensa também compartilhou um vídeo favorável à campanha #EleNão, que mobilizou artistas e pessoas comuns na campanha eleitoral com motivos para não votar no então presidenciável.
Na semana passada, em Davos, Gonçalves afirmou a repórteres que aguardavam Bolsonaro no hotel que o cancelamento da entrevista coletiva se deu devido à “abordagem antiprofissional da imprensa”
Após a repercussão do motivo do cancelamento, ele usou o Twitter para reclamar da postura do repórter Lucas Neves, da Folha de S.Paulo, que o citou nominalmente na reportagem. Gonçalves apagou a postagem.
Fonte: Paranaportal

No Paraná, três barragens de rejeitos de minério são monitoradas

Foto: EBC

Após o rompimento da barragem em Brumadinho, e três anos depois da tragédia de Mariana, a preocupação com as barragens retorna de maneira mais preocupante.
No Paraná há 461 barragens, destas três são de rejeitos de minério.  As barragens estão localizadas em Figueira, Campo Magro e Adrianópolis, segundo o gerente regional da Agência Nacional de Mineração Hudson Calefe, somente a de Adrianópolis tem rejeitos líquidos.
“A barragem de Figueira é de carvão mineral. Estão terminando a exploração de minério naquela região. Estamos tirando do circuito de fiscalização porque ela seca. A de Campo Magro é extração de ouro, que também é seca, o que vem junto com o ouro é areia. Em Cerro Azul, na região de Adrianópolis, o mineral que eles tiram é fluorita, que pode fazer tinta, entre outras coisas. Essa barragem é úmida.
Ainda de acordo com Calefe, a barragem de Adrianópolis está sob controle.
“Está sob controle absoluto. Não só nosso, que é obrigatório fazer pela empresa. Eles precisam registrar sempre que eles contratam e a cada 15 dias eles tem inserir no programa da Agência Natural da Mineração o controle que eles estão fazendo. A úmida que temos ali é bem tranquila”, disse.
O gerente da regional Paraná da Agencia de Mineração explica que ela não representa perigo, pois não há comunidade residindo no entorno da barragem. “Essa única úmida que temos, não tem população ao redor, é só a mineradora”.
Hudson Calefe acredita que apesar de todo o controle realizado pela Agencia Nacional de Mineração e no Paraná com o auxílio do IAP, mesmo com protocolos rígidos para concessão e fiscalização, o governo federal deverá rever esses protocolos em relação as barragens no pais.
“Os protocolos são super rígidos, mas ainda devem ser revistos. A Agência Nacional de Brasília precisa rever os protocolos. Não deixar a população perto. A Agência dá a licença para explorar o minério em conjunto com a licença de operação do Instituto Ambiental do Paraná”.
De acordo com a Agencia Nacional de Mineração no Paraná, todo o controle operacional das barragens no estado é realizado pessoalmente com vistorias, a última foi realizada em meados de dezembro. Além disso todo o aparato tecnológico disponível é utilizado para abastecer uma base de dados em Brasília para monitorar a atividade das barragens.
Fonte: Paranaportal

Samarco deve R$ 350 milhões ao Ibama por desastre em Mariana


Três anos após o crime-catástrofe da barragem de Fundão, em Mariana (MG), a Samarco (que tem a Vale como uma de suas acionistas) ainda não pagou nenhum centavo de multa ambiental ao Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis); as informações são do próprio instituto, que ainda informou ter instaurado 25 autos de infração que totalizaram a quantia de R$ 350,7 milhões de multas à mineradora
247 - Três anos após o crime-catástrofe da barragem de Fundão, em Mariana (MG), a Samarco (que tem a Vale como uma de suas acionistas) ainda não pagou nenhum centavo de multa ambiental ao Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). As informações são do próprio instituto, que ainda informou ter instaurado 25 autos de infração que totalizaram a quantia de R$ 350,7 milhões de multas à mineradora.
A reportagem do jornal O Globo destaca que "os dados revelam a dificuldade que o governo federal tem para punir grandes empresas, mesmo após desastres, como o rompimento de barragens de rejeitos em Brumadinho (MG), que já levou a pelo menos 65 mortes e 279 desaparecidos. No episódio da última sexta-feira, o Ibama já multou a Vale em R$ 250 milhões, por meio de cinco autos de infração."
"No caso de Mariana, a dificuldade para receber o valor das multas ambientais, segundo o próprio Ibama, vem dos recursos apresentados pela Samarco. De acordo com o órgão, a mineradora recorreu de todos os autos de infração e, mesmo após o órgão confirmá-los no âmbito administrativo, a empresa insiste em recorrer 'buscando afastar sua responsabilidade pelo desastre', afirmou o Ibama em nota."


Vale doa migalhas a quem teve parente morto


A Vale vai doar R$ 100 mil para cada família que teve um parente morto na tragédia gerada com o rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte. Segundo a empresa, trata-se de doação, e não de indenização
Agência Brasil – A Vale vai doar R$ 100 mil para cada família que teve um parente morto na tragédia gerada com o rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte. As doações serão repassadas a partir de hoje (29). Segundo a empresa, trata-se de doação, e não de indenização. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, foram confirmadas 60 mortes em decorrência do rompimento da barragem na Mina Feijão. Outras 292 pessoas estão desaparecidas.
A doação foi informada em coletiva de imprensa concedida no Rio de Janeiro por Luciano Siani, diretor-executivo de finanças e relações com investidores da Vale. "Isso nada tem a ver com indenização, que serão valores muito maiores", destacou ele. Luciano afirmou que os pagamentos serão realizados já a partir de amanhã (29).
Members of a rescue team carry a body recovered after a tailings dam owned by Brazilian mining company Vale SA collapsed, in Brumadinho, Brazil January 28, 2019. REUTERS/Washington Alves

Empresa esclarece que os R$ 100 mil são doação, e não indenização para aqueles que perderam parentes em Brumadinho. Pagamento começa nesta terça-feira - Washington Alves/Reuters/Direitos Reservados
O diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani, disse que está assegurado o repasse da compensação financeira para o município de Brumadinho. "A Vale vai compensar o município como se a operação estivesse correndo", ressaltou.

O executivo da Vale reiterou a decisão tomada pelo Conselho Administrativo de Vale de suspender o pagamento de bônus e dividendos aos acionistas da empresa. Também garantiu que o município de Brumadinho não irá perder arrecadação por conta da paralisação das atividades da mineradora. A prefeitura receberá uma compensação financeira para manter sua receita como se as operação estivessem ocorrendo normalmente.
Luciano disse ainda que a empresa contratou uma equipe de psicólogos do Hospital Albert Einstein especializada no atendimento à vítimas de catástrofes. Ela irá atuar de forma complementar aos demais profissionais de saúde que já estão trabalhando com os atingidos.
Questionado sobre a queda de 24% das ações da Vale na Bolsa de São Paulo, Siani disse que o foco das preocupações é outro. "O foco é na mitigação do sofrimento."
O diretor da Vale afirmou ainda que não ter competência para avaliar as sugestões de mudança no comando da Vale. Segundo Siani, o tema "compete ao Conselho de Administração".
"Todos esses assuntos são de menor importância, todo o foco está nas pessoas e no meio ambiente. A família Vale está dilacerada e está sofrendo", disse Siani.
Contenção

Outra medida anunciada pelo executivo da Vale é a implantação de uma cortina de contenção no Rio Paraopeba. "Queremos impedir que o rejeito que se desloca lentamente afete a captação de água na cidade de Pará de Minas. Temos a expectativa muito grande de que isso tenha sucesso", disse.

De acordo com monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a pluma formada pela mistura de rejeito e água está avançando a uma velocidade de um quilômetro por hora. O último boletim divulgado hoje (28) estima que a água turva chegará na noite de amanhã (29) à São José da Varginha, município que faz limite com Pará de Minas.
Protesto

Do lado de fora do edifício que abriga a sede da Vale, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, um protesto convocado pelas redes sociais reuniu cerca de 100 pessoas. Eles jogaram lama na entrada do prédio, acenderam velas e estenderam faixas cobrando a responsabilização criminal da mineradora. "Não foi acidente", registravam cartazes. Alguns ativistas também fizeram uma performance encenando os impactos da tragédia.

Presente no ato, o professor Geovano Santos da Fonseca, criticou não apenas a Vale, como também a atuação do poder público. "Não podemos esperar boa fé dos órgãos que não fiscalizaram antes. A solução que temos é nos juntar nas ruas e dizer que não vamos aceitar mais que a vida das pessoas sejam ceifadas dessa forma", disse.


Venezuela venceu batalhas diplomáticas na OEA e na ONU, afirma chanceler


Ministro de Relações Exteriores, Jorge Arreaza, também analisou a criação de um novo canal para dialogar com os EUA
Ministro fez balanço da situação diplomática da Venezuela / Hispantv

O ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, fez nesta segunda-feira (28) um balanço positivo das reuniões diplomáticas ocorridas na Organização de Estados Americanos (OEA) e no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Na pauta das duas organizações, estava a tentativa de golpe contra o presidente Nicolás Maduro. Na última semana, o oposicionista Juan Guaidó se autodeclarou "presidente encarregado" do país e foi reconhecido pelos presidentes de países como Estados Unidos e Brasil.
"O governo dos Estados Unidos foi derrotado na OEA. Por isso, eles não esperavam, pois não contavam com a dignidade dos governos e dos povos latinos. Então, foram à ONU, e tiveram que ouvir a posição rotunda da maioria dos diplomatas, que deram uma cátedra de respeito à soberania nacional", elogiou Arreaza, em entrevista coletiva. No caso da ONU, o governo Donald Trump havia solicitado uma reunião extraordinária no Conselho de Segurança, mas a proposta de deslegitimar Maduro não funcionou. 
O presidente da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, Diosdado Cabello, também interpreta que foram obtidas "importantes vitórias" nos últimos dias contra os países que tentam derrotar o governo bolivariano. "Nós os derrotamos nas eleições, na OEA, na ONU, nos quartéis, nas ruas. Vencemos com a verdade. Impôs-se a bandeira da paz sobre o ódio opositor. Vamos em busca da vitória moral, com a dignidade do povo. Em qualquer batalha, nós venceremos”, escreveu em sua conta oficial no Twitter, neste domingo (27).
"Esquizofrenia diplomática"
Nas reuniões realizadas na OEA e na ONU, os Estados Unidos buscavam apoio de países aliados para comunicar a "deslegitimação coletiva" do governo Maduro. No entanto, não obtiveram maioria nem na OEA, nem no Conselho de Segurança da ONU.  "O povo venezuelano pode se considerar vitorioso", ressaltou o chanceler Jorge Arreaza, na entrevista desta segunda. O ministro venezuelano explicou ainda que "não houve votação na OEA, nem na ONU". Ou seja, a análise sobre a posição de cada país foi feita a partir da exposição dos chefes de cada deleção estrangeira. 
Passados esses enfrentamentos, as tensões entre os EUA e a Venezuela devem diminuir, segundo Arreaza: "Estamos em novo momento das relações com os EUA. Seguiremos mantendo o diálogo", prometeu. A informação de que seria retomado um canal de diálogo entre a diplomacia dos dois países havia sido anunciada pelo presidente Maduro no último sábado (26), durante um pronunciamento na rua de Caracas, junto aos apoiadores. "Estamos vendo a possibilidade de um 'escritório de interesses', que vai promover o diálogo e realizar trâmites burocráticos", enfatizou o chanceler. Foi assim que Cuba e Estados Unidos mantiveram as relações por mais de cinco décadas, até o restabelecimento da diplomacia no último ano do governo de Barack Obama. 
Arreaza informou que foram enviados representantes do governo dos EUA para a Venezuela a fim de abrir esse canal de diálogo. "Juntos, estamos estudando a melhor fórmula para manter o diálogo entre o governo venezuelano e o dos EUA. O Estado norte-americano possui diferentes porta-vozes e um contradiz o outro. Por isso é que, às vezes, parece que existe uma espécie de 'esquizofrenia diplomática'", ressaltou. "No governo dos EUA, existem duas realidades: uma real e outra digital, a partir do que dizem no Twitter. Isso porque o pagamento do lobby nos EUA é legalmente permitido – isso seria corrupção em outros países. Uma reunião com o secretário de Estado é paga, as leis são pagas. Então, imagino que eles sofrem pressão. Por isso, existem essas duas posições. Uma é aquela anunciada nos meios e a outra é a real, a que funciona na prática", explicou o ministro de Relações Exteriores da Venezuela.
Relação com a oposição 
O governo também considera a abertura de um canal de diálogo mais efetivo com a oposição venezuelana, mediado por governos estrangeiros. "Estamos em contato com a chancelaria de México, que assim como a da Rússia, propôs mediar um diálogo. Não existe nada formal, mas existem conversações abertas. Estamos esperando que a oposição venezuelana manifeste sua intensão em dialogar", disse o chanceler. "Existe um diálogo permanente com a oposição, por meio de reuniões secretas com porta-vozes. E são secretas porque eles querem".
O Papa Francisco se posicionou neste domingo (27) sobre os enfrentamentos entre chavistas e opositores, durante uma entrevista coletiva no avião em que retornava ao Vaticano após a Jornada Mundial da Juventude, no Panamá. "Espero que cheguem a um acordo, e que seja uma solução justa e pacífica. O que me assusta é o derramamento de sangue. Quero pedir a grandeza de quem pode ajudar. O problema da violência é o que me assusta", declarou o pontífice.
A oposição venezuelana convocou novo protesto de rua para a próxima quarta-feira (30). A manifestação foi anunciada, na noite de domingo, pelo deputado Juan Guaidó, que fez juramente simbólico no dia 23 de janeiro, na primeira manifestação massiva da oposição dos últimos dois anos.
Fonte: Brasil de Fato


Engenheiros que prestaram serviço à Vale são presos em Minas e em SP


O Ministério Público (MP-SP) e a Polícia Civil do estado cumpriram dois mandados de prisão expedidos pela Justiça Estadual de Minas Gerais contra engenheiros que prestavam serviço para a mineradora Vale e atestaram a segurança da barragem 1 da Mina do Feijão, que se rompeu em Brumadinho (MG), na Grande Belo Horizonte; em Minas, foram cumpridos outros três mandados de prisão. Pelo menos 65 morreram e 279 desaparecidos; as ordens da Justiça são de prisão temporária, com validade de 30 dias
247 - O Ministério Público de São Paulo e a Polícia Civil do estado cumpriram na manhã desta terça-feira (29) dois mandados de prisão expedidos pela Justiça Estadual de Minas Gerais contra engenheiros que prestavam serviço para a mineradora Vale e atestaram a segurança da barragem 1 da Mina do Feijão, que se rompeu na sexta-feira (25) em Brumadinho (MG), na Grande Belo Horizonte. Em Minas, foram cumpridos outros três mandados de prisão. As ordens da Justiça, expedidas no domingo (27), são de prisão temporária, com validade de 30 dias.
Pelo menos 65 morreram e 279 desaparecidos por causa da tragédia. A empresa já teve R$ 12,1 bilhões de bloqueios e multas.
A prisão dos engenheiros André Yassuda e Makoto Namba em São Paulo ocorreu nos bairros de Moema e Vila Mariana, Zona Sul da cidade. 
Em nota, a Vale informou que "está colaborando plenamente com as autoridades". "A Vale permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas", diz a nota divulgada após a prisão dos engenheiros.



segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Gleisi Hoffmann: Um país agredido por mentiras e acuado por milícias


“A família Bolsonaro não consegue explicar depósitos suspeitos em contas correntes, cujas origens e destinações são duvidosas”



Sérgio Moro e Jair Bolsonaro têm muito a explicar ao país. Arautos da moralidade e ferrenhos defensores do combate ao crime e à violência, estão enredados por um governo que começa a ser a tradução linear do que se propuseram a combater.
Os fatos divulgados são pródigos em evidências. A família Bolsonaro não consegue explicar depósitos suspeitos em contas correntes, cujas origens e destinações são duvidosas. Tudo leva a crer num esquema de desvios de contas salariais de funcionários laranjas e transações mal explicadas de imóveis. O resultado foi um aumento patrimonial pouco compatível com a remuneração legal do clã.
Soma-se a isso o esforço de abafar as investigações e o requerimento de foro privilegiado do filho acusado.
Esses fatores já seriam graves por si só. Mas vêm acompanhados da denúncia do envolvimento dos Bolsonaros com as milícias cariocas, com contratação de parentes de chefes do escritório do crime no Rio de Janeiro. Além de homenagens do parlamentar aos milicianos e manifestações formais de apoio à sua atuação. Está neste rol um dos presos pela suspeita dos assassinatos de Marielli e Anderson.
Sérgio Moro, que não encontrou nenhum depósito na conta de Lula, de Marisa ou de seus filhos, que foi Leão nas investigações e acusações contra o PT, que fez shows pirotécnicos na condução coercitiva de Lula e em prisões de filiados do PT, que impediu Lula de ser ministro e depois condenou-o à prisão pra impedi-lo de ser candidato a presidente, está um gatinho com a família Bolsonaro, a quem deve seu posto no governo.
Até agora não emitiu sequer opinião sobre o que acontece. É evasivo nas respostas, faz cara de paisagem, como se nada tivesse com a situação que o rodeia. Abrandou o discurso contra a corrupção e não se colocou contra o fim da Lei de Acesso à Informação, implantada no governo petista, nem contra as tentativas do Banco Central de afrouxar as regras de controle da lavagem de dinheiro e da retirada de parentes de políticos de uma lista de monitoramento, além de limitar a investigação do COAF. Fico imaginando se isso tivesse acontecendo em um governo do PT…
E o crime, como vai enfrentar? Começará pelas milícias já identificadas no Rio de Janeiro? Logo devem aparecer as de São Paulo e outras ramificações. Vai fazer coro com a exaltação de criminosos que resolvem vender serviços matando a esmo? É repugnante a situação.
Agora, começa a ficar clara a real intenção de Bolsonaro para facilitar a posse de armas. Medida apoiada e defendida por Moro. Como se defender desta ação paramilitar que começa a tomar conta do Estado e caminha para a institucionalidade. É muito compreensível a decisão de Jean Willys de ir embora. Recorrer a quem?!
Os dois arautos da moralidade e da segurança, que representando forças e interesses poderosos da economia e das elites brasileiras trouxeram o país a esta situação, têm o dever moral e público de falar sobre os fatos. A história é impiedosa com os que mentem e perseguem.
Gleisi Hoffmann é senadora (PT-PR) e presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores


Fake news invadem as redes para explorar tragédia de Brumadinho


Pelo Whatsapp, grupos bolsonaristas espalham versões mentirosas sobre fatos relacionados com o rompimento da barragem ocorrido em Minas Gerais

Vale não foi reestatizada pelo PT, nem rompimento da barragem foi obra de atentato bolivariano

São Paulo – Em meio à tragédia do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, que até o momento deixou 60 mortos e 292 desaparecidos, grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) divulgam mentiras, boatos e notícias falsas – fake news – implicando desde a ex-presidenta Dilma Rousseff, a "agentes bolivarianos com explosivos", passando pelo envio de veterinários, a pedido da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, para cuidar de animais atingidos pela lama, o que também não ocorreu. 
O primeiro boato que começou a circular no submundo das redes sociais desde a última sexta feira (25), quando ocorreu a tragédia, acusa a ex-presidenta Dilma de ter reestatizado a Vale, e que "petistas indicados" comandariam os negócios da empresa. 
Em nota, o PT afirma que o atual presidente da empresa, Fabio Schvartsman, não tem qualquer ligação com o partido, e lembra que a estatal, criada por Getulio Vargas, em 1942, foi privatizada em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), pelo valor de R$ 3,3 bilhões, e que não foi reestatizada durante as gestões petistas.
Para efeito de comparação, a ex-estatal teve R$ 11 bilhões do seu caixa bloqueados temporariamente pela Justiça para eventual pagamento de indenizações aos atingidos em Brumadinho. 
O partido também lembra que, durante as mais de cinco décadas em que a mineradora permaneceu sob controle do Estado brasileiro, "nunca houve desastre ambiental que chegasse perto dos de Mariana e Brumadinho."

Decreto

Outra fake news ressuscitada após o ocorrido em Brumadinho é que Dilma, em 2015, teria "transformado" a tragédia de Mariana, quando o rompimento da barragem da mineradora Samarco – controlada pela Vale e pelo grupo BHP Billiton – matou 19 pessoas, em "desastre natural", supostamente suavizando os impactos da tragédia. O decreto, editado 10 dias depois da lama da mineração devastar o distrito de Bento Rodrigues, serviu na verdade para que as famílias dos atingidos pudessem ter acesso a recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
"A má-fé dos que espalham fake news continua a mil, mesmo diante da tragédia de Brumadinho. Em 2015, assinei decreto que considera natural desastres como rompimento de barragens. Isso foi para permitir àqueles atingidos sacar o FGTS para reconstruir suas vidas", respondeu a ex-presidenta. O boato surgiu naquele ano, sendo desmentido à época pelo site E-Farsas

Atentado

Mas talvez a mais fantasiosa versão sobre o episódio em Brumadinho envolve dois supostos agentes estrangeiros – um cubano e um venezuelano – que teriam causado o rompimento da barragem da Vale com a detonação de explosivos. Os suspeitos teriam sido detidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Minas Gerais, após troca de tiros que teria deixado um morto. 
Atribuídas à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e à própria PRF, as informações teriam sido divulgadas pelo Observatório Direita Brasileira. Os nomes dos supostos perpetradores do atentado, assim como o do observatório, foram inventados, e não constam de nenhuma outra publicação ou documento, senão no texto que circula pelo WhatsApp. 
"Não há qualquer confirmação da Abin das pessoas presas", afirma o site Boatos.org. O texto lembra que uma notícia impactante como essa renderia manifestação oficial do governo brasileiro e da própria Abin. "E não há nada. Nadinha."
A Abin divulgou nesta segunda-feira (28), três dias após a circulação da mentira, uma nota em que afirma a informação é "totalmente inverídica". 

Veterinários

Um perfil falso da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, diz que, a pedido dela, "com olhos cheios de lágrima", "o ministro da Agricultura" teria enviado a Minas Gerais 100 médicos veterinários para auxiliar no tratamento de animais atingidos pela lama da Vale.
Segundo a Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda), são apenas sete veterinários e outros seis bombeiros civis que também são auxiliares veterinários, prestando atendimento aos animais no momento. Cabe lembrar também que é uma ministra, Tereza Cristina, e não um ministro, que ocupa a pasta da Agricultura no atual governo. 
Fonte: RBA



Bombeiros afirmam que equipamentos de Israel não são efetivos para as buscas



Da Folha:
Os equipamentos trazidos de Israel para Brumadinho (MG) “não são efetivos para esse tipo de desastre”, disse o comandante das operações de resgate, o tenente-coronel Eduardo Ângelo.
“O ministro de Israel se pronunciou a respeito das dificuldades que eles tiveram. O imagiador que eles têm pegam corpos quentes, e todos os corpos [na região] são frios. Então esse já é um equipamento ineficiente”.
Indagado sobre que outros equipamentos israelenses podem ser usados nas buscas, o comandante afirmou: “Dos equipamentos que eles trouxeram, nenhum se aplica a esse tipo de desastre”.
O militar reconheceu que o detector de imagens poderia ser eficaz para localização de sobreviventes, pois capta o calor humano. Porém, nenhum sobrevivente foi localizado pelas buscas das últimas 48 horas. “O que faz [constitui] a imagem é a temperatura. Quando a temperatura está homogênea, é como se não houvesse nada no solo”.
Fonte: DCM

Bolívia: Evo Morales vence primárias e concorrerá a eleição presidencial em outubro


Além do atual presidente, o TSE do país confirmou a participação de outros oito candidatos no pleito
Caso vença, Morales chegará ao quarto mandato consecutivo como presidente da Bolívia / Foto: UNIS Vienna

O presidente da Bolívia, Evo Morales, venceu as eleições primárias realizadas neste domingo (27) dentro de seu partido, o Movimento para o Socialismo (MAS, na sigla em espanhol), e concorrerá às eleições presidenciais no país, em outubro.
“Os candidatos Evo Morales e Álvaro García [seu vice] receberam 89,7% dos votos de seu partido, já contabilizadas 77% das atas de votação”, afirmou a presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da Bolívia, María Eugenia Choque, em entrevista coletiva.
Além de Morales, outros oito candidatos de oposição foram confirmados em primárias pelo TSE do país. Entre os mais votados estão o candidato de direita Oscar Ortiz, que obteve 71% dos votos da Frente 21F, e o ex-presidente boliviano Carlos Mesa, que conquistou 81% dos votos de seu partido, Comunidade Cidadã. O candidato indígena Félix Patzi, do Movimento Terceiro Sistema, obteve 67% entre seus correligionários.
Os outros candidatos que participarão das eleições presidenciais bolivianas são Ruth Nina, do Partido Ação Nacional Bolívia, Jaime Paz Zamora, do Partido Democrata Cristão, Virginio Lema, do Movimento Nacionalista Revolucionário, Israel Rodríguez, da Frente para a Vitória, e Víctor Hugo Cárdenas, do partido Unidade Cívica Solidariedade.
Baixa participação entre partidos opositores
O TSE ainda informou que houve um grande percentual de abstenções durante o pleito. Apenas uma média de 5% dos membros dos partidos opositores votaram nas primárias, enquanto, no MAS de Morales, essa participação foi de 35%.
Dessa forma, segundo os dados, a taxa de participação do MAS foi 10 vezes maior que a dos oito partidos opositores juntos, chegando a 350 mil votos. É a primeira vez na história do país que ocorrem primárias.
As eleições presidenciais da Bolívia estão marcadas para ocorrer em outubro de 2019. Caso vença, Morales chegará ao quarto mandato consecutivo como presidente do país.
Fonte: Brasil de Fato

Áudio revela que Aécio nomeou presidente da Vale


Em uma conversa com o empresário Joesley Batista, da JBS, o senador Aécio Neves assume a autoria da indicação de Fabio Schvartsman para a presidência da Vale; "Ele vai ser anunciado como um cara do mercado. O Temer não sabe o nome dele. Confiou em mim essa p***a", diz Aécio; em meio à tragédia-crime de Brumadinho, Schvartsman e o comando da Vale podem ser destituídos, segundo o vice-presidente Hamilton Mourão; advogado da mineradora, Sérgio Bermudes diz que a Vale não tem culpa pelo maior desastre ambiental e humano três anos depois de Mariana
247 - Em uma gravada entre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) com o empresário Joesley Batista, Aécio diz que indicou o presidente da mineradora Vale, Fabio Schvartsman. Ex-executivo da Klabin, Fabio Schvartsman, assumiu o comando da mineradora em 22 de maio de 2017, e agora se vê diante de uma tragédia-crime em Brumadinho, com o rompimento da barragem de Feijão, em Brumadinho, que já resultou em 60 mortes e pelo menos 292 desaparecidos.
"Ele vai ser anunciado como um cara do mercado. O Temer não sabe o nome dele. Confiou em mim essa p***a. O Trabauco [Luiz Carlos Trabuco, então presidente do Bradesco, um dos acionistas da Vale], e o Caffarelli [Paulo Rogério Caffarelli, então presidente do Banco do Brasil] são duas pessoas que sabem, batemos o martelo", diz Aécio a Joesley. 
O comando da Vale pode ser destituído pelo governo federal após a tragédia de Brumadinho, como sinalizou o vice-presidente Hamilton Mourão. "Essa questão da diretoria da Vale está sendo estudada pelo grupo de crise. Vamos aguardar quais são as linhas de ação que eles estão levantando", disse Mourão.
A defesa do afastamento da diretoria da Vale também foi feita pelo senador Renan Calheiros. "Ministro Moro @JusticaGovBR, quantas pessoas precisarão morrer para que a Polícia Federal faça alteração na diretoria da Vale? Antes que preciosos indícios desapareçam. E quantos deputados deixarão o país sem que sejam protegidos? Precisamos da sua veemência de sempre", afirmou Renan Calheiros.
À jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o advogado da Vale, Sergio Bermudes, afirmou que "a Vale não enxerga razões determinantes de sua responsabilidade. Não houve negligência, imprudência, imperícia". "Por que uma barragem se rompe? São vários os fatores, e eles agora vão ser objeto de considerações de ordem técnica". Para o advogado, tudo tratou-se de sorte e azar: "um caso fortuito cujas causas ainda não foram identificadas".
Inscreva-se na TV 247 e ouça a conversa entre Aécio e Joesley:


“Corrupção no pedágio deixou um rastro de sangue e morte nas rodovias”, afirma Dallagnol

(Foto: Theo Marques/Folhapress)


O procurador da República, Deltan Dallagnol, atribuiu o número de mortes ocorridas nas rodovias do Anel de Integração, no Paraná, às obras não realizadas pelas concessionárias de pedágios.
“A corrupção no pedágio deixou um rastro de sangue e morte nas rodovias do Paraná”, afirmou em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (28). “Há uma drástica redução no número de colisões frontais quando uma estrada é duplicada. Se tivéssemos todas as rodovias federais duplicadas no Paraná, poderíamos ter salvo 360 vidas nos últimos cinco anos, assumindo uma razoável redução de 90% no número das colisões frontais no caso da duplicação”.
A Força-Tarefa da Lava Jato e o Ministério Público de Ponta Grossa, Paranavaí e Apucarana apresentaram denúncia contra o ex-governador Beto Richa (PSDB), o ex-secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná e irmão de Beto, Pepe Richa e mais 31 pessoas, acusadas de desviar R$ 8,4 bilhões destinados a obras nas estradas.

Saiba quais obras deixaram de ser entregues

Ainda de acordo com os procuradores, o contrato inicial com as concessionárias de pedágios previam obras que jamais foram entregues. As empresas haviam se comprometido a duplicar 995,7 quilômetros de rodovias no estado, com as obras concluídas integralmente até 2016. Hoje, as estradas tem 273,5 km de duplicação, somente 27,4% do total previsto.
Também estava prevista a construção de 136 interseções [cruzamentos] para entrega até 2017. Ocorreu a construção de apenas 29 unidades, 21,3% do total. Para o mesmo ano, existia em contrato a construção de 303,2 km de terceiras vias, apenas 59,3 km foram finalizados.
Para construção de contornos, a previsão era de 174,5 km, com previsão de término para 2016 e apenas 43,2 km foram construídos. E entre os 15,2 km de marginais previstos, para entrega em 2016, nenhum quilometro foi construído.

Mortes nas estradas

Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam que foram registradas 1714 mortes nas rodovias do Anel de Integração, nos últimos cinco anos. Do total, 403 ocorreram em colisões frontais em trechos de pista simples.
Segundo a corporação, o número de mortes cai em trechos duplicados. Em um trecho duplicado na BR-277 o número de óbitos caiu mais de 70%, de 14 antes das obras – entre 2012 e 2013 – e 4 mortes depois da duplicação, entre 2017 e 2018.
Fonte: Paranaportal