sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

PT pede providências à PGR sobre suspensão do caso contra Queiroz


"Diante do que se consolidou na Corte, parece óbvio que o senador eleito Flávio Bolsonaro está tentando se valer de prerrogativas constitucionais, e da força do governo recém-eleito, para 'blindar' seu ex-funcionário e a si mesmo de qualquer investigação. Manobra que, caso levada a efeito, prejudica todo o trabalho realizado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e impossibilita que a verdade dos fatos apareça", dizem Gleisi e Pimenta, na petição encaminha a PGR
247 - A senadora e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), e o líder do partido na Câmara, o deputado Paulo Pimenta (RS), apresentaram um pedido de manifestação imediata da Procuradora-geral da República, Raquel Dodge, sobre a suspensão das investigações criminais contra Fabrício Queiroz, ex-motorista do senador eleito Flávio Bolsonaro. O pedido foi protocolado na PGR nesta sexta-feira (18), após o Supremo Tribunal Federal, por decisão do ministro Luiz Fux, suspender as investigações em andamento feitas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
Além do pedido de manifestação, os parlamentares também querem que Dodge dê suporte ao MP do Rio, que apura o caso, inclusive com a instituição de uma força-tarefa para fortalecer a investigação, com atuação dos órgãos federais: receita federal e COAF.
"Diante do que se consolidou na Corte, parece óbvio que o senador eleito Flávio Bolsonaro está tentando se valer de prerrogativas constitucionais, e da força do governo recém-eleito, para 'blindar' seu ex-funcionário e a si mesmo de qualquer investigação. Manobra que, caso levada a efeito, prejudica todo o trabalho realizado pelo Minsitério Público do Estado do Rio de Janeiro e impossibilita que a verdade dos fatos apareça", dizem Gleisi e Pimenta, na peça.
O inquérito foi suspenso de forma liminar pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. O juiz acatou um pedido de Flávio para paralisar as investigações sobre a movimentação financeira incompatível com o rendimento do seu ex-motorista. Por ter sido eleito senador e entender ter direito a foro privilegiado, Flávio pediu que as investigações fiquem sob responsabilidade do STF e que as provas coletadas até aqui sejam anuladas.
Os parlamentares do PT questionam o pedido porque o Supremo alterou as regras de foro privilegiado em maio do ano passado. Isso restringiu o foro aos atos cometidos durante o mandato e em razão do cargo. Além disso, Flávio Bolsonaro somente toma posse como senador no dia 1º de fevereiro.
O caso veio à tona por meio do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O órgão apontou movimentação de R$ 1,2 milhão em uma conta bancária de Queiroz durante um ano sem que houvesse esclarecimento.
Leia o pedido na íntegra
Petistas protocolaram representação
Na quinta-feira (17), senadores do PT questionaram a decisão do ministro Luiz Fux de paralisar o inquérito.
Em postagem na sua página no Facebook, o senador Humberto Costa (PT-PE) lembrou que o Ministério Público, até hoje, não conseguiu ouvir nem Flávio Bolsonaro, nem o ex-assessor e sua família. Ele diz que isso configura uma situação de completo desrespeito às instituições judiciárias. "Vai acabar tudo em pizza?!", questionou.
Nesta semana, parlamentares das bancadas do PT no Senado e na Câmara protocolaram representação junto à PGR cobrando providências com relação aos possíveis atos ilícitos cometidos pela família Bolsonaro no caso. Assinaram a peça a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o senador Humberto Costa (PT-PE) e os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), Carlos Zarattini (PT-SP), Enio Verri (PT-PR), Paulo Teixeira (PT-SP) e Rui Falcão (PT-SP), que assumirá o mandato em fevereiro.


Arapongas: Empresa Palmas Estacionamento Rotativo realiza recrutamento para fiscais

Em fevereiro 80 fiscais atuaram em serviço do estacionamento rotativo 

A Empresa Palmas, responsável pelo Estacionamento Rotativo em Arapongas, realizou nesta sexta-feira (18) entrevistas com aproximadamente 200 candidatos a ocuparem os cargos de fiscais, monitores de rua e atendentes que atuarão na retomada do serviço nas ruas centrais do município. Toda a ação contou com o auxílio das equipes do Espaço Cidadão.
Encerradas as entrevistas, na próxima segunda-feira (21) os aprovados serão devidamente informados. Ao todo, 80 pessoas serão recrutadas, as quais iniciarão os treinamentos na quinta-feira (24). 
Caso os selecionados não se adaptem aos serviços, novas entrevistas serão realizadas. “Todavia, a experiência nos mostra um alto nível de rotatividade neste início, o que nos leva a continuar com as entrevistas e seleção por pelo menos uns 30 dias”, explicou o representante da área executiva, Alexandre Kasper.
Conforme a empresa Palmas, os salários são de R$ 1.213,00 para monitores de rua, R$ 1.500,00 para atendentes e R$ 1.900,00 para fiscais. A partir do dia 1º de fevereiro, o sistema de estacionamento rotativo será reativado. Durante 15 dias, os serviços serão gratuitos, a fim de que haja maior adaptação por parte dos usuários.
“Essa é nossa programação. O tempo sem cobrança será informado em tempo hábil, mais adequado para que a população entenda o sistema. É provável que seja dentro de 15 dias”, acrescenta Kasper.
Na próxima quarta-feira (23), às 10h, representantes da empresa e da Associação Comercial e Empresarial de Arapongas (ACIA) estarão reunidos no gabinete do prefeito interino, Jair Milani, definindo pontos específicos e nova apresentação técnica do serviço.


Nelson Barbosa: PT deve preparar alternativas à reforma da Previdência de Guedes


Ministro do Planejamento no governo Dilma Rousseff, Nelson Barbosa publica "carta aos petistas" com alguns alertas; "Vai ter reforma da Previdência, e é melhor o PT começar a preparar sua alternativa", diz ele, que também diz que "apostar no 'quanto pior, melhor' é irresponsável e suicida"
CARTA AO POVO PETISTA
Vai ter reforma da Previdência, e é melhor o PT começar a preparar sua alternativa
ARTIGO DE NELSON BARBOSA
Dado que o governo Bolsonaro prossegue com bizarrices ideológicas, indefinições políticas e erros administrativos, hoje prefiro me dirigir aos colegas petistas, com duas sugestões.
Em primeiro lugar, nosso candidato a presidente recebeu 47 milhões de votos! A população brasileira espera que o PT lidere a oposição democrática aos desvarios bolsonaristas, uma vez que Ciro, Marina e similares ainda procuram um rumo.
Sei que alguns preferem deixar Bolsonaro ser vidraça, mas, quando o vidro quebrar, isso irá prejudicará a todos. Como principal partido de oposição e defensor da democracia, o PT deve manter a racionalidade, a civilidade e a esperança no debate público.
Apostar no "quanto pior, melhor" é irresponsável e suicida, vide a situação melancólica do PSDB, do DEM e do MDB. Mas estou divagando. Minha segunda sugestão é mais uma constatação: vai ter reforma da Previdência!
Pode haver greve geral, passeata, abaixo-assinado de intelectuais e artistas, show na Cinelândia e manifestação no Tuca. Ainda assim a reforma do nosso sistema de aposentadorias é necessária por questões de justiça social e reequilíbrio orçamentário.
Nesse sentido, é melhor o PT começar a preparar um substitutivo ao Frankenstein em elaboração pela dupla Bolso-Guedes. A população conta com isso.
Começando pelo corporativismo de Bolsonaro, qualquer reforma tem que incluir os militares. As Forças Armadas devem ter tratamento diferenciado, como acontece em todos os países, mas no Brasil a diferença virou privilégio injustificável.
Já sobre os excessos de Guedes, qualquer reforma da Previdência deve manter ou aumentar o teto do INSS, não reduzir. Diminuir a cobertura do INSS para R$ 2.000 por mês, como aventado por algumas viúvas de Pinochet, é um atentado contra as gerações futuras.
Esta proposta tem por único objetivo criar mercado para fundos de previdência privada e, não por acaso, é defendida por economistas sem partido, mas com patrocínio.
A população brasileira está vivendo mais, e a forma responsável de lidar com essa mudança benéfica é aumentar a receita da Previdência Social. Isso envolve tanto elevar o percentual de contribuição sobre o faturamento de microempresas e ruralistas ao INSS (hoje subtributados) quanto aumentar a contribuição previdenciária de todos os trabalhadores, do setor público e do setor privado.
Por exemplo, a contribuição dos servidores civis deve subir de 11% para 14% do salário, como aprovou recentemente o governo do PT, na Bahia.
O mesmo princípio deve valer para o "sistema de proteção dos militares" (não pode chamar de previdência porque eles não gostam), só que com transição mais longa para uma alíquota de 11% (hoje ela está em 7,5%).
No caso do INSS, a contribuição máxima também deve subir gradualmente, de 11% para 14%. A diferença para os trabalhadores privados é que isso pode e deve ser compensado com a redução da contribuição compulsória para o FGTS, de 8% para 5%.
Em compensação, a remuneração dos novos depósitos deve subir da TR + 3% ao ano para o rendimento da poupança ou a taxa média paga pelo Tesouro (nisso, sou quase neoliberal).
Também é preciso adotar a idade mínima para novas gerações (por exemplo: quem nasceu a partir de 2003) e criar um regime de transição baseado no fator 85-95 móvel que já existe hoje, mas como critério de acesso ao benefício, não de cálculo do benefício. Por limite de espaço, tratarei desse tema em outro momento.
O fato é que há mais de uma reforma da Previdência possível e, portanto, o PT deve preparar suas alternativas.


Ratinho Junior garante que Copel e Sanepar não serão privatizadas



Defensor da parceria com a iniciativa privada, sobretudo para alavancar investimentos na área de infraestrutura, o governador Carlos Massa Ratinho Junior já deixou claro que a Copel e a Sanepar são intocáveis e não serão privatizadas em seu governo.
Em entrevista à Globonews nesta sexta-feira (18), ele disse que as empresas são bem geridas e têm um papel social importante para o Estado, que seria perdido se passasse para o domínio privado.
Ratinho, no entanto, não descarta parcerias ou joint ventures com outras empresas. E cita o exemplo bem sucedido da Compagas, a concessionária responsável pela distribuição de gás natural canalizado no Paraná, uma empresa de economia mista que tem como acionistas a Copel, com 51% das ações, a Petrobrás Gás S.A. – Gaspetro, com 24,5% e a Mitsui Gás e Energia do Brasil Ltda., com 24,5%.
“A Copel e a Sanepar têm duas funções fundamentais: promover o desenvolvimento econômico e social do Paraná. Empresas com funções como essas, especialmente na área social, não devem ser passadas para a iniciativa privada, onde a visão financeira se sobrepõe a todas as outras”, afirmou.
Segundo ele, os planos de seu governo são modernizar as companhias, aumentar a eficiência e reduzir custos. As diretrizes do governo e o anúncio das novas equipes que dirigirão as empresas, escolhidas com critérios técnicos e não políticos, agradou o mercado, disse o governador.
No início desta semana, as ações da Sanepar atingiram seu maior valor histórico, com valorização de 5,88%. Enquanto as da Copel alcançaram o maior valor dos últimos 12 meses na bolsa brasileira e abriram com alta também na Bolsa de Valores de Nova York.
Fonte: AEN


Lula recebe secretária do PT e faz alerta sobre riscos à soberania nacional


Mônica Valente, secretária de relações internacionais do Partido dos Trabalhadores, também visitou a Vigília Lula Livre
Valente (esq.) posa ao lado de boneco do ex-presidente Lula em Curitiba (PR) / Pedro Carrano

A secretária de relações internacionais do PT, Mônica Valente, esteve na última quinta-feira (18) em Curitiba para visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Superintendência da Polícia Federal (PF), onde é mantido preso sem provas há 287 dias. 
Após a visita, Valente transmitiu mensagens de Lula à Vigília Lula Livre. Uma delas diz respeito à preocupação do ex-presidente com a soberania nacional e a integração entre os países da América Latina, ameaçada pelo atual governo Bolsonaro (PSL). "Essas atitudes que tem sido anunciadas, em termos de política externa, são um grave retrocesso para o povo brasileiro", disse Valente.
A secretária afirma que a figura de Lula segue ganhando apoio internacional na mesma medida em que os meios privados buscam isolá-lo e naturalizar uma prisão política. Valente acrescenta também a preocupação com a situação da Venezuela e a necessidade de se denunciar as sanções e boicotes sofridos pelo governo Nicolás Maduro.
Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, a militante lembrou: “O processo político venezuelano, desde que Maduro ganhou a primeira eleição, em 2013, nunca deixou de sofrer tentativa de desestabilização”.
Confira na íntegra:
Brasil de Fato: Em um momento em que países buscam proteger sua economia, como você vê as sinalizações do atual governo para uma abertura da economia brasileira, na contramão dessa tendência?
Mônica Valente: Quando o presidente Lula diz para nós que uma das lutas mais importantes é a luta pela soberania nacional, ele vai exatamente ao encontro dessa temática mundial. Bolsonaro tem anunciado uma postura isolacionista do Brasil e subalterna aos interesses das empresas norte-americanas e agora do governo norte-americano. E fragiliza muito o Brasil quando ele, por exemplo, recebe o presidente da Argentina e acorda flexibilizar o Mercosul para que os países do Mercosul possam fazer tratados bilaterais de país a país, sem a necessidade de passar pelo Mercosul. Isso é um grande retrocesso, porque qualquer criança sabe que uma negociação em bloco favorece muito mais esse bloco do que se cada um negociar.
Não tem como negociar sozinho em tratados bilaterais. Então, nesse sentido, o Bolsonaro, com essas atitudes, o que tem anunciado em termos de política externa é um grave retrocesso para o povo brasileiro, para a economia. Porque serão os interesses das grandes empresas transnacionais e do capital financeiro que vão prevalecer numa negociação bilateral na qual o Brasil está isolado. Neste sentido, a luta pela soberania nacional adquire uma dimensão muito mais importante, como nos orientou o presidente Lula.
Há uma tentativa dos meios de comunicação de naturalizar a prisão de Lula. Neste sentido, a luta pelo Nobel da Paz e a campanha internacional Lula Livre é uma forma de manter essa luta forte?
Sem dúvida. Uma das coisas mais impressionantes que eu acompanho dessa divulgação internacional e dessa denúncia internacional da prisão injusta do presidente Lula (uma prisão eminentemente política e sem provas, sem crime), é que cada vez mais mais gente e lideranças internacionais vão chegando a essa conclusão, de que a prisão não é justa, de que não cometeu crime, e que é uma prisão política para impedi-lo de disputar as eleições. E é impressionante porque essa tentativa de naturalização que os meios de comunicação privados tentam passar, não acontece na prática. Tanto é que há muitos líderes internacionais querendo visitar o presidente Lula. Ou seja, pelo contrário, cada vez mais ele se torna ícone da justiça social e dos direitos humanos no mundo.
Lula é o principal líder de esquerda perseguido devido às suas políticas em um país. Mas vemos um cerco na América Latina a governos de esquerda. Nesse sentido, a preocupação com a Venezuela é importante?
Sem dúvida, temos um processo que é de judicialização da política e criminalização da política contra o presidente Lula, contra Cristina Kirchner (ex-presidenta da Argentina), contra Rafael Correa (ex-presidente equatoriano), Jorge Glas (ex-vice-presidente do Equador); ou seja, a direita mais conservadora, como ela não consegue ganhar eleições com seus projetos políticos, ela tem que se usar do meio da criminalização dessas lideranças para viabilizar a sua eleição. Então isso é uma grande preocupação no Foro de São Paulo, onde estamos sempre trocando ideias e compartilhando experiências sobre como lutar contra a judicialização e a criminalização da política.
Essa perseguição chega a recair inclusive contra empresas brasileiras, como vimos no Peru. Parece ser uma política contrária contra qualquer projeto de desenvolvimento, projeto nacional e, principalmente, projeto de integração da América Latina; porque um projeto de integração regional na América Latina, em que a gente tenha a integração energética, de infraestrutura, de cadeias produtivas regionais, torna o nosso bloco com peso geopolítico no cenário mundial de muita importância.
Então, principalmente frente à crise internacional do capitalismo, a tentativa é de nos isolar enquanto país, porque na integração regional que nós nos propomos, que começamos a construir com a Unasul, a Celac e o Mercosul, não é só o bloco que ganha, individualmente cada um dos países também se desenvolvia. Então, golpear a integração é uma maneira de isolar cada país e atender aos interesses das grandes transnacionais e do sistema financeiro.
Algo importante que você mencionou se trata da Venezuela. O processo político venezuelano, desde que Maduro ganhou a primeira eleição, em 2013, de lá para cá nunca deixou de ter tentativa de desestabilização do governo do presidente Maduro. Primeiro, foram as guarimbas, logo a sabotagem econômica, o bloqueio e as sanções econômicas, e todas as vezes o presidente Maduro, o PSUV, os partidos que conformam o Gran Polo Patriótico foram para o povo resolver os problemas. O que eu quero dizer? Nem um país da América Latina teve tanta eleição quanto a Venezuela e o povo reitera seu apoio aos princípios da revolução bolivariana.
Então, o que tenta fazer o imperialismo? Primeiro, um bloqueio econômico brutal, não deixando o segundo governo Maduro se desenvolver, implementar suas políticas, inclusive as políticas que busquem resolver os graves problemas econômicos que vive a Venezuela, ninguém nega isso. Dias depois da sua posse, o governo anunciou o aumento do salário mínimo, importante. Ampliar as sanções econômicas à Venezuela é um dos mecanismos que o imperialismo e esse ultraneoliberalismo utilizam para tentar derrocar nossos governos. A criminalização da política, criminalização dos nossos líderes, chantagem econômica, tentativa de desestabilização por meios de redes, de fake news são outros. Agora, tanto aqui quanto na Venezuela há uma forte resistência do povo venezuelano, que não tem dúvida de ir às ruas para se mobilizar pelas suas conquistas, que são conquistas do povo venezuelano.
Fonte: Brasil de Fato

Caso Queiroz: Filha de Fux e suplente de Flávio Bolsonaro tornam suspeita decisão do ministro do STF. Por Joaquim de Carvalho

Gustvo Bebianno e Fux

Não fosse pela simples preservação do decoro, o ministro Luiz Fux, do STF, teria outro motivo relevante para se manter distante do pedido de Flávio Bolsonaro para suspender, liminarmente, a investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre a movimentação financeira atípica de Fabrício Queiroz.
Sua filha, Marianna Fux, hoje desembargadora do Rio de Janeiro, trabalhou no escritório de advocacia em que um homem de confiança de Bolsonaro era sócio: Gustavo Bebianno, ministro responsável pela Secretaria Geral da Presidência da República.
A amizade foi descrita em um perfil de Bruno Abbud, publicado na revista Época, e envolve outro personagem, este diretamente ligado a Flávio Bolsonaro, o empresário Paulo Marinho, que é primeiro suplente do senador eleito.
Bebianno e Marinho se conheceram há mais de trinta anos, através do advogado Sérgio Bermudes, para quem o ministro de Bolsonaro e Mariana Fux trabalhavam, ele como sócio, ela como trainee, inicialmente.
“Sou muito amigo do Bermudes e frequentava o escritório”, contou Marinho. “Foi lá que conheci o Gustavo Bebianno e de lá para cá mantenho uma relação muito próxima e muito amistosa com ele. Somos amigos há 35 anos”, acrescentou.
O suplente do senador Flávio Bolsonaro é um antigo conhecido dos jornalistas. Foi marido de Maitê Proença e se apresenta como empresário.
Foi braço direito de Nélson Tanure, que desde os anos 90 frequenta o noticiário como um controvertido negociante.
Em 2001, Paulo Marinho esteve no epicentro do caso que levou à demissão do jornalista Ricardo Boechat, do jornal O Globo e também da TV Globo Globo.
Uma escuta clandestina, feita ao que tudo indica para atender a interesses de Daniel Dantas numa disputa por concessão de telefonia, mostra Boechat e Marinho numa conversa estranha.
Boechat lê uma reportagem que iria publicar em O Globo e também orienta o empresário sobre como se comportar numa conversa com João Roberto Marinho, um dos donos do jornal.
Marinho, depois de ler a reportagem que interessava a seu patrão, Tanure, comenta:
A matéria tá muito bem-feita, meu querido. Tá na conta. Não precisa botar mais p… nenhuma, não. O resto é como você falou: é adjetivação que você não pode colocar. (…)”
Boechat responde:
Os caras (editores de O Globo) disseram que vão dar bem a matéria, vamos ver”.
A especialidade de Paulo Marinho (que não tem nenhuma relação de parentesco com os controladores das organizações Globo) parece ser a de tecer relações que podem resultar em benefícios para ele.
Depois de apresentado a Bolsonaro por Bebianno, emprestou um estúdio para o capitão gravar propagandas eleitorais, ganhou sua confiança e se tornou primeiro suplente de Flávio Bolsonaro.
Bebianno, por sua vez, se tornou amigo da filha de Luiz Fux quando voltou a trabalhar no escritório de Bermudes, desta vez como sócio, depois de uma temporada como diretor jurídico do Jornal do Brasil, que Tanure havia comprado e Paulo Marinho era, formalmente, vice-presidente.
Marianne era trainee no escritório de Bermudes, como registra o perfil da revista Época, e se tornou amiga de Bebianno.
Em dezembro passado, antes de Bolsonaro tomar posse, Bebianno recepcionou Luiz Fux em uma visita que este fez ao governo de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil.
Bebianno levou Fux até Bolsonaro, que havia dado uma declaração de que poderia vetar o aumento no salário dos juízes, a partir do reajuste aprovado pelo STF.
Era um tema em que Fux tinha se empenhado desde que autorizou o auxílio-moradia para todos os juízes, ao mesmo tempo em que a filha era nomeada desembargadora, através da indicação da OAB, pelo quinto constitucional.
Depois da visita de Fux, Bolsonaro amaciou o discurso. Não vetou — depois de dizer que Temer avançara o sinal e, pela lei de responsabilidade fiscal, não poderia criar despesas para o governo seguinte pagar.
Fazia sentido, mas Bolsonaro não tocou mais no assunto.
Vamos fazer de conta que essa teia de relações pode não ter nada a ver com a decisão de Fux.
Vamos fazer de conta que o ministro pode ter agido em nome do interesse público, ao escrever que sua intenção é proteger o processo, dentro do princípio Kompetenz-Kompetenz.
(O que ele quer dizer é que a competência para processar e julgar Flávio Bolsonaro é o Supremo Tribunal Federal).
Mesmo assim, com muito esforço, é impossível a um especialista em Direito endossar a atitude do ministro.
O argumento é frágil sob vários aspectos.
Na decisão, ele mesmo faz referência à Ação Penal 937-QO, que restringiu o foro privilegiado ao processo e julgamento por “atos praticados durante o exercício do mandato e a ela relacionados”.
O mandato de Flávio Bolsonaro só se inicia em no dia 1o de fevereiro, quando ele tomará posse, e os atos de que agora o filho do presidente se torna suspeito ocorreram antes da sua eleição.
Levando em consideração apenas aspectos do Direito, dificilmente será mantida. Mas, nos dias de hoje, as leis e a jurisprudência têm tido pouca importância nas cortes superiores.
Com sua decisão, Fux só conseguiu jogar o STF um pouco mais fundo na lama em que a corte está mergulhada já faz bastante tempo.
Fonte: DCM

Carlos Bolsonaro defende a extinção do PT; general Heleno quer ele e os irmãos longe do governo


Carlos Bolsonaro, o filho preferido e o mais radical do clã do presidente, partiu para o ataque contra o Partido dos Trabalhadores ao retuitar um post do antropólogo Flávio Gordon, que defende que o PT "tem de ser extinto, todos os seus quadros presos e os seus porta-vozes na imprensa e na academia desmascarados implacavelmente"; Carlos Bolsonaro tem grande influência junto ao pai: ele foi mais recebido pelo chefe do executivo federal no Planalto mais vezes do que 18 dos 22 ministros do governo federal; o assunto está gerando ciúmes, preocupações e crises no bolsonarismo e o general Augusto Heleno estaria defendendo o afastamento dos três filhos de Bolsonaro do governo
247 - Carlos Bolsonaro, o filho preferido e o mais radical do clã do presidente, partiu para o ataque contra o Partido dos Trabalhadores ao retuitar nesta sexta-feira (18) um post do antropólogo Flávio Gordon, que defende que o PT "tem de ser extinto, todos os seus quadros presos e os seus porta-vozes na imprensa e na academia desmascarados implacavelmente" (veja imagem na ilustração desta matéria). Carlos Bolsonaro tem grande influência junto ao pai. Ele já foi recebido em caráter oficial pelo pai-presidente mais vezes que 18 dos 22 ministros. Levantamento do UOL indica cinco encontros oficiais, sem contar aqueles informais; o assunto está gerando ciúmes, preocupações e crises no bolsonarismo. O general Augusto Heleno, segundo o site de extrema-direita O Antagonista, com trânsito no Planalto, quer os filhos de Bolsonaro afastados do governo. 
A verificação da frequência de Carlos leva em conta as agendas oficiais de Jair Bolsonaro (PSL) divulgadas até esta quinta-feira (17) no site oficial da Presidência. Ele entrou em conflito com o site O Antagonista numa sequência de tuítes ao longo da manhã, que havia divulgado o levantamento do UOL e a versão de que o ministro-chefe do GSI quer vê-lo afastado do Planalto, assim como os irmãos. Interessante notar que os conflitos dos filhos de Bolsonaro ampliam-se a cada dia, alcançando agora até um site de extrema-direita defensor das ideias do governo neofascista. Veja a sequência:


E tem gente dizendo que a esquerda errou, por Gustavo Conde



Vexame o país do pós-golpe.
E o mais impressionante: o que ainda sustenta o resto de institucionalidade que sobrou é o sentimento antipetista.
Ou seja: eles não têm personalidade, projeto, autoestima, senso de ridículo e vida própria.
E eles acham que vivem uma "vitória" (muitos de nós também achamos; muitos de nós achamos que "a esquerda perdeu").
Para entender a nossa vitória, nem é preciso ter a capacidade de 'sentir' o tempo histórico - o que é difícil e exige lastro. Não é preciso conhecer a história para entender que o processo em curso nos fortalece (fortalece o nosso discurso, a nossa ação, a nossa mobilização).
Quem passa os dias (a vida) reclamando de "falta de mobilização da esquerda" são os fracos que depois terão de ser amparados pela vergonha da própria inércia.
A gente dá água a esses pobres coitados.
A 'mobilização', caras-pálidas, é feita todos os dias, dentro de si. Esteja mobilizado em sua existência e saiba que esse é o gesto de soberania espiritual por excelência.
Quem vive "esperando" que os outros se mobilizem pela própria causa (que acha que tem), segue a própria sina pequeno-burguesa dos scrits pré-fabricados. São agentes que gostam de aparecer em fotos de jornal e depois mostrar para amigos dizendo: "olha como eu lutei pela democracia".
Se nós soubéssemos só um décimo da dimensão da nossa vitória política nesses últimos 4 anos de barbárie golpista, nós nem estaríamos mais nesse lodaçal bolsonarista.

Qualquer cidadão que se dê ao respeito sabe que, para se conquistar uma vitória plena, moral e convencional, é preciso acreditar que ela é, não só possível, como real, concreta e inevitável.
E eu, este cara-pálida que vos fala, tenho tanta certeza desta vitória que prefiro pensar em algo um pouco mais ambicioso: é preciso que nós construamos um adversário melhor no futuro próximo.
Porque os adversários destituídos de autoestima fazem a sociedade inteira mergulhar em um vale-tudo intragável e desmobilizador - o tal ceticismo histérico de muita gente que se diz 'progressista'.
É preciso - paradoxalmente - ajudar o adversário político nesse próximo ciclo histórico que se aproxima rapidamente.
Esse adversário não pode ser um tecnocrata moralmente fracassado como um tucano, nem um fascista simbolicamente aniquilado como um bolsonarista.
É preciso um adversário digno, que tenha conteúdo, que goste do debate, que respeite a democracia, que saiba perder (para depois desfrutar a vitória real, soberana, assim como nós desfrutamos).
No terreno devastado depois dessa guerra violenta, a reconstrução não pode ser dar apenas de um lado do espectro ideológico. Precisa se dar, justamente, naquele lado que ainda nem existe (porque, a esquerda vai bem, obrigado - temos o maior a mais popular partido político do país).
Temer, Bolsonaro, PSDB, FHC, Serra, Alckmin, Aécio, MDB, STF, Poder Judiciário, todos esses vetores do retrocesso presente terão de ser substituídos por alguma coisa nova que preste.
Um povo soberano - como é o povo brasileiro, ainda que muitos de nós não acreditemos nisso - não suporta tamanho acúmulo de incompetência. Nunca suportou (sempre reagiu, como reagiu à ditadura, como reagiu a Collor, como reagiu a FHC - esse, no voto).
O ceticismo é um alucinógeno muito sedutor. Ele dá algum tipo de identidade em existências devastadas pela inoperância. É "chique" dizer que "não se acredita".
É por esse e outras que eu opto pelo caminho mais difícil, o contra-intuitivo, aquele que me confere não o prazer imediato da aceitação, mas o fel instantâneo do sujeito estilhaçado pelas contradições.
Viver é perigoso. Mas provocar a vida é muito mais.
 Gustavo Conde é linguista, colunista do 247 e apresentador do Programa Pocket Show da Resistência Democrática pela TV 247.

Sondagem 247: para 86%, Fux age fora da lei e deve ser afastado


Sondagem da TV 247 realizada nesta quinta-feira  ouviu mais de 3 mil pessoas a respeito das seguidas decisões do ministro Luiz Fux do STF, especialmente a que suspendeu as investigações sobre Fabrício Queiroz, misto de motorista, assessor e caixa do clã Bolsonaro; a paralisação foi a pedido de Flávio Bolsonaro; para 86%, Fux tem agido fora da lei e deve ser alvo de impeachment
247 - Sondagem da TV 247 realizada nesta quinta-feira (17) ouviu mais de 3 mil pessoas a respeito das seguidas decisões do ministro Luiz Fux do STF, especialmente a que suspendeu as investigações sobre Fabrício Queiroz, misto de motorista, assessor e caixa do clã Bolsonaro; a paralisação foi a pedido de Flávio Bolsonaro. Para 86%, Fux tem agido fora da lei e deve ser alvo de impeachment; 8% consideram que Fux errou, mas não a ponto de merecer pedido de impeachment; só 5% consideram que a decisão de Fux é legal e deve ser respeitada.
Centenas de pessoas comentaram o tema da pesquisa na aba Comunidade da TV 247. Francisco Fernandes afirmou: "Duvido o STF abrir processo de impeachment para Fux... São uma quadrilha togada...".
Ana Clara Piemonte observou que "nem foi preciso um cabo e um soldado! STF é uma vergonha!!!". Janaína Miranda apresentou uma preocupação quanto à possibilidade do impeachmente de Fux: "O problema do impeachment é abrir vaga para o Moroleco no Supreminho".
"Aquela dancinha... Por que não estou nem um pouco surpresa?" -foi a lembrança de Flavia Querubino, evocando o vídeo de Fabrício Queroz dançando nos corredores do hospital Albert Einstein. 
Naldo Santos preferiu dar o contexto em que a decisão de Fux acontece: "Ainda dizem que querem acabar com a corrupção Nunca foi por causa da corrupção, sempre foi perseguição política, eles não suportam o fato da minoria poder crescer na vida, e por os filhos para estudarem na mesma escola dos deles O povo brasileiro tá dormindo, já já estaremos em ritmo de escravidão."


Caso Queiroz-Bolsonaro: Marco Aurélio diz que decisão de Fux “vai ao lixo”


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello afirmou que assinará a decisão do caso do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no dia 1 de fevereiro. Ele é o relator do caso na Corte; "O Supremo não pode variar, dando um no cravo outro na ferradura. Processo não tem capa, tem conteúdo. Tenho negado seguimento a reclamações assim, remetendo ao lixo", acrescentou; ele referiu-se, na frase, à decisão de seu colega Luiz Fux que, surpreendendo o mundo jurídico, paralisou as investigações do caso Queiroz-Bolsonaro
247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello afirmou nesta sexta-feira (18) que assinará a decisão do caso do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no dia primeiro de fevereiro. Ele é o relator do caso na Corte. Ele referiu-se, na frase, à decisão de seu colega Luiz Fux que, surpreendendo o mundo jurídico, paralisou as investigações do caso Queiroz-Bolsonaro na última quarta-feira (16).
De acordo com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Fabrício Queiroz, ex-assessor do parlamentar, uma movimentação atípica superior a R$ 1,2 milhão entre 2016 e 2017.
"Já na sexta-feira, pela manhã, assinarei decisão - sexta dia primeiro de fevereiro", afirmou o ministro ao Blog de Andréia Sadi. "O Supremo não pode variar, dando um no cravo outro na ferradura. Processo não tem capa, tem conteúdo. Tenho negado seguimento a reclamações assim, remetendo ao lixo", acrescentou.
Segundo o ministro não se trata de "antecipação de decisão". "É só coerência com o que, até aqui, fiz", acrescentou.
Nesta quinta-feira (17), o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux de determinou a paralisação das investigações contra Fabrício Queiroz que correm no Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).