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Queiroz
atribuiu suas faltas a problemas de saúde e alega que não há nada de
irregular
nas movimentações financeiras consideradas atípicas pelo Coaf
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Em vídeo que circula pela internet, o ex-assessor do senador
eleito Flávio Bolsonaro (PSL) aparece dançando no hospital, em meio a
gargalhadas, ao lado de uma filha e da mulher. "Agora é vídeo, pai!",
diz a jovem. "Pega teu amigo, pega teu amigo!", prossegue.
Queiroz, suas duas
filhas e a esposa faltaram aos depoimentos marcados pelo Ministério Público do
Rio de Janeiro para esclarecer a movimentação financeira de R$ 1,2 milhão no
período de um ano, considerada atípica pelo Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf). As faltas foram atribuídas aos problemas de saúde dele.
As imagens do vídeo em nada lembram a foto
divulgada por Queiroz esta semana, em que ele aparece prostrado na cama no
Hospital Albert Einstein, em São Paulo, um dos mais caros do país.
Segundo ele, seus
problemas de saúde estão relacionados à exposição de seu nome na mídia.
Alegando fortes dores, Queiroz faltou duas vezes a depoimentos marcados pelo
Ministério Público do Rio de Janeiro. O ex-assessor parlamentar foi submetido a
uma cirurgia para retirada de um tumor maligno no intestino e ficou internado
de 30 de dezembro a 8 de janeiro. Ele contou que fará sessões de quimioterapia,
que poderão durar de três a seis meses.
Na última quinta, Flávio Bolsonaro também
faltou a depoimento marcado pelos procuradores. Mas concedeu no mesmo dia
entrevista sobre o assunto ao SBT. "Eu não sei o que as pessoas do meu
gabinete fazem da porta para fora, nem ele, nem de ninguém", declarou ao
SBT. De acordo com ele, o caso tem sido explorado para “atingir o nome
Bolsonaro” e tentar desestabilizar o governo do pai.
Em nota divulgada na terça (8), MP-RJ diz
que tem elementos para prosseguir com as investigações mesmo sem ouvir a
família Queiroz e indicou que pedirá a quebra dos sigilos bancário e fiscal do
ex-policial militar que trabalhou no gabinete do filho do presidente na
Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
A mulher de Queiroz, Márcia de Aguiar, e suas filhas Nathália e Evelyn faltaram
ao depoimento que estava marcado para o início da semana, o que provocou a
reação dos procuradores.
“Vale destacar que a prova documental
encaminhada pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ao MP-RJ
tem informações que permitem o prosseguimento das investigações, com a
realização de outras diligências de natureza sigilosa, inclusive a quebra dos
sigilos bancário e fiscal”, destacou o Ministério Público. “O direito
constitucional à ampla defesa também poderá ser exercido em juízo, caso
necessário”, acrescentou o comunicado.
<strong>Mensalinho</strong>
Os dados de Queiroz foram incluídos em
investigação do Ministério Público Federal que culminou na operação Furna da
Onça, deflagrada no mês passado. A ação prendeu dez deputados estaduais do Rio
de Janeiro. Os políticos são suspeitos de envolvimento no chamado “mensalinho”
da Alerj.
Flávio Bolsonaro e Fabrício não foram alvo
da operação. Porém, o ex-assessor de Bolsonaro é citado em levantamento feito
pelo Coaf a pedido do MPF de movimentações financeiras suspeitas envolvendo
funcionários e ex-servidores da assembleia. O filho do presidente não está
entre os investigados até o momento.
<strong>Homem de
negócios</strong>
Segundo o relatório do Coaf, de R$ 1,2
milhão; R$ 320 mil foram em saques, sendo que R$ 159 mil sacados em agência no
próprio prédio do legislativo estadual. Foi identificado um repasse de R$ 24
mil para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro. De acordo com o presidente, o
dinheiro faz parte de um empréstimo no valor de R$ 40 mil feito por ele a
Fabrício, que é seu amigo.
O ex-assessor disse, em entrevista ao SBT,
que é um homem de negócios e que trabalha com a compra e venda de veículos. Ele
negou haver qualquer irregularidade nas transações financeiras. Os
investigadores estranharam o fato de parte do salário de funcionários do gabinete
de Flávio ter sido depositada na conta de Queiroz logo após o pagamento da
assembleia.
Assista:
Fonte:
Congresso em Foco