O MPF avalia uma série de documentos elaborados por fundos de
pensão que apontam que o ministro da Economia, Paulo Guedes, teria atuado como
fiador de uma série de negócios suspeitos de fraude com entidades de
previdência patrocinadas por estatais por meio de uma de suas empresas; Guedes
é alvo de três investigações pela suspeita de gestão temerária ou fraudulenta
devido a captação e aplicação de recursos da ordem de R$ 1 bilhão feita junto a
sete fundos de pensão; somente a Funcef, fundo de previdência da Caixa, teria
tido prejuízos de R$ 22 milhões nas aplicações geridas por Guedes; uma de suas
empresas, a BR Educacional, também é suspeita de ser uma "empresa de
prateleira
247 - O Ministério
Público Federal (MPF) avalia uma série de documentos elaborados por fundos de
pensão que apontam que o ministro da Economia, Paulo Guedes, teria atuado como
fiador de uma série de negócios suspeitos de fraude com entidades de
previdência patrocinadas por estatais por meio de uma de suas empresas. Guedes
é investigado em três inquéritos pela suspeita de gestão temerária ou
fraudulenta devido a captação e aplicação de recursos da ordem de R$ 1 bilhão
feita junto a sete fundos de pensão. Somente a Funcef, fundo de previdência dos
funcionários da Caixa, teria tido prejuízos de R$ 22 milhões nas aplicações
geridas por Guedes.
Segundo
um dos relatórios, elaborado pela Funcef, a suposta experiência da Guedes
compensaria a falta de garantias e segurança dos investimentos. Ali, o atual
ministro é apontado como um elemento essencial no controle e destinação dos
recursos disponibilizados e que ele teria participação ativa na elaboração de
estratégias de investimentos e desinvestimentos.
Além de
atuar junto ao Funcef, Guedes também atuou junto aos fundos de pensão do Banco
do Brasil(Previ), Petrobrás (Petros) e Correios (Postalis). O montante de R$ 1
bilhão teria sido alocado nos fundos de investimento em participações (FIPs) BR
Educacional Gestora de Ativos e Brasil de Governança Corporativa.
A BR
Educacional e Brasil Governança Corporativa foram criados pelo próprio Paulo
Guedes e a suspeita investigada é que ele tenha obtido ganhos excessivos
enquanto os reais investidores, os fundos de pensão, tenham tido prejuízos ou
ganhos ínfimos.
Segundo as investigações do MPF, em 2009, a recém-criada BR Educacional teria
captado milhões apesar de não ter nenhuma experiência para isso. Na ocasião, a
empresa também havia recebido recentemente a autorização da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) para atuar junto ao mercado financeiro.
A BR
Educacional também é suspeita de ser uma "empresa de prateleira",
tendo sido criada em 2009 por um escritório de advocacia especializado na venda
de CNPJs. A empresa, contudo, teria captado R$ 62,5 milhões sem ter patrimônio
líquido, histórico de faturamento ou algum tipo de garantia. Pouco depois,
porém, a BR Educacional teria alterado seu nome para FIP BR Educacional.
Guedes
teria então atuado no conselho administrativo da empresa, responsável por
receber o dinheiro dos fundos e ao mesmo tempo teria sido sócio majoritário da
gestora responsável aplicação dos recursos, o que caracterizaria um conflito de
interesses.
Por
meio de nota, a defesa de Guedes nega as irregularidades investigadas e afirma
"a legalidade e a correção de todos os investimentos dos fundos que,
diga-se de passagem, têm sido lucrativos aos cotistas, incluindo os fundos de
pensão".