O líder da Bancada do PT, deputado Paulo Pimenta (RS), cobrou
da Presidência da Câmara nesta quinta-feira (3) explicações sobre a invasão em
nove gabinetes de parlamentares do partido, que aconteceu durante os
preparativos e a posse do presidente Jair Bolsonaro, nesta semana; de acordo
com o deputado Odair Cunha, o mais grave é que em seu gabinete, além da invasão
e do aparafusamento das janelas e persianas, mesas e gavetas foram revistadas;
"Isso vulnerabiliza o Congresso Nacional em nome de uma 'histeria coletiva
de segurança", criticou o parlamentar
247 - O líder da
Bancada do PT, deputado Paulo Pimenta (RS), cobrou da Presidência da Câmara
nesta quinta-feira (3 ) explicações sobre a invasão em nove gabinetes de
parlamentares do partido, que aconteceu durante os preparativos e a posse do
presidente Jair Bolsonaro, nesta semana. A entrada nos gabinetes não teve a
autorização dos parlamentares nem da liderança do partido.
De
acordo com o deputado Odair Cunha, o mais grave é que em seu gabinete, além da
invasão e do aparafusamento das janelas e persianas, mesas e gavetas foram
revistadas. "Isso vulnerabiliza o Congresso Nacional em nome de uma
'histeria coletiva de segurança", criticou o parlamentar.
"Sob
o pretexto de você não ter 'snipers' nas janelas, o que deveria ser impedido
pela Polícia Legislativa, você admite que se invada gabinetes de parlamentares.
Com isso, você pode inventar qualquer coisa! E a prerrogativa dos deputados?
Quem garante que não colocaram ou tiraram coisas do meu gabinete?", questiona
Odair, que registrou a queixa na polícia da Câmara.
Os
funcionários dos gabinetes devassados informaram não terem recebido comunicado
prévio algum, quer por telefone, e-mail ou método similar. Os parlamentares
titulares de cada um desses gabinetes também informam o não recebimento de
qualquer comunicado nesse sentido.
Além do
gabinete do líder Paulo Pimenta, foram invadidos os gabinetes dos deputados
Josias Gomes (BA); Leonardo Monteiro (MG); Luiz Couto(PB); Odair Cunha (MG);
Patrus Ananias (MG); Pepe Vargas (RS); Rejane Dias (PI) e Waldenor Pereira
(BA).
Gravidade
No
documento encaminhado à Presidência da Casa, o líder Paulo Pimenta afirma que
"diante da gravidade do que se relata, das imunidades e prerrogativas de
que gozam cada um dos membros do Poder Legislativo e, também, da especial
proteção jurídica atribuída aos escritórios profissionais (como extensão do
conceito normativo de "casa", assim considerado qualquer
compartimento, não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou
atividade), o líder da bancada quer saber o nome da autoridade que expediu a
ordem de acesso aos gabinetes parlamentares; motivos para a referida ordem; e a
relação de todos os gabinetes em que a ordem foi executada".
Rede social
Vários
parlamentares da Bancada do PT utilizaram suas redes sociais hoje (3) para
criticar a invasão. A deputada Margarida Salomão (PT-MG) considerou o fato
absolutamente inaceitável. "Deixa flagrante a impressão de que o governo
poderá monitorar clandestinamente a oposição. Resta saber se a Câmara
participou da invasão. Confirmada, essa 'parceria' é mais um risco para a
democracia no País", postou no Twitter.
Também
no Twitter, o deputado Décio Lima (PT-SC) escreveu: "Mas Bolsonaro não
disse que ditadura são os governos socialistas? Que eu lembre em nenhum governo
do PT se perseguiu a oposição".
O
deputado Leonardo Monteiro, que teve o gabinete invadido lamentou: "Usar o
pretexto de segurança para invadir gabinetes parlamentar é preocupante e
inaceitável. Isso fere a autonomia dos poderes e representa um desrespeito não
só aos parlamentares, mas à democracia brasileira. Fizemos boletim de
ocorrência para que essa invasão seja investigada!".
Absurdo.
Assim reagiu o deputado Marco Maia (PT-RS), que já presidiu a Câmara. "A
que ponto chegamos no Brasil! Os abusos da família Bolsonaro com os militares
não têm limites. E agora Rodrigo Maia?", cobrou em sua conta no Twitter.
*Com
informações da assessoria do PT