segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Posse de Bolsonaro será às 15h no Congresso


A cerimônia de posse do presidente eleito Jair Bolsonaro acontece no dia 1º de janeiro de 2019 e envolve uma série de etapas e ritos; o grupo de trabalho que prepara o evento desde março divulgou o roteiro prévio da solenidade, marcada para começar às 15h no Congresso Nacional; a programação está prevista para ter uma hora de duração 
Agência Senado - A cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro acontece no dia 1º de janeiro de 2019 e envolve uma série de etapas e ritos. O grupo de trabalho que prepara o evento desde março divulgou o roteiro prévio da solenidade, marcada para começar às 15h no Congresso Nacional.
Tradicionalmente, o evento de posse começa na Catedral de Brasília, de onde sai o desfile do presidente, de automóvel, pela Esplanada dos Ministérios até o Congresso Nacional. Ainda não há, no entanto, definição se esse trajeto será feito em carro aberto ou fechado, mas os últimos presidentes a tomarem posse chegaram ao Congresso Nacional em um Rolls Royce, que serve à Presidência da República desde 1952.
De acordo com roteiro da Secretaria de Relações Públicas, Publicidade e Marketing do Senado, Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro, seguirão em carro presidencial, já sem batedores e escolta, a partir da via ao lado dos gramados que ficam em frente ao Congresso Nacional, pouco antes das 15h. O vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, seguirá em outro carro, logo atrás, acompanhado da esposa, Paula Mourão. Para que os preparativos possam ser executados, a Esplanada dos Ministérios será interditada para trânsito de veículos, a partir do dia 29 de dezembro até 1º janeiro.
Presidente e vice-presidente eleitos serão recebidos no início da rampa do Congresso, na parte plana, pelos chefes do cerimonial da Câmara e do Senado, que os conduzirão pela rampa, até onde estarão os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira. No final da passarela, estarão o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, além de lideranças do Congresso Nacional, que se juntarão ao cortejo.
Já dentro do Congresso, as autoridades caminharão até o Plenário da Câmara dos Deputados onde será realizada a posse.
Compromisso
Eunício, que preside a Mesa do Congresso Nacional, abrirá a sessão solene e conduzirá os trabalhos. Após a execução do Hino Nacional pela Banda dos Fuzileiros Navais, Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão farão o juramento de compromisso constitucional e assinarão o termo de posse. Os dois deverão jurar "manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil" — declaração prevista pela Constituição Federal.
Após dar posse aos eleitos, Eunicio concederá a palavra a Bolsonaro, que fará um pronunciamento ao país.
Encerrada a sessão, o presidente da República, já empossado, desce a rampa do Palácio do Congresso Nacional e, como comandante-chefe das Forças Armadas, passará em revista as tropas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, sendo ainda homenageado com uma salva de 21 tiros de canhão.
Palácio do Planalto
Na sequência, Jair Bolsonaro embarcará novamente no carro presidencial e seguirá para o Palácio do Planalto, onde acontecerá a última parte da cerimônia de posse. O presidente, que governará o país nos próximos quatro anos, receberá a faixa presidencial de Michel Temer.
A população vai poder acompanhar a cerimônia de posse em espaços determinados na Esplanada dos Ministérios. O acesso aos palácios será restrito. De acordo com Maria Cristina Monteiro, diretora de Relações Públicas do Senado e coordenadora do grupo de trabalho para a organização da posse no Congresso, a cerimônia deve ter cerca de uma hora de duração.
— Acreditamos que seja uma cerimônia um pouco mais rápida em comparação com outros anos até a pedido dos presidentes. Ela deve ter no máximo uma hora de duração — estimou.


Datafolha: 61% são contra plano de Bolsonaro para facilitar posse de armas


A ideia anunciada por Jair Bolsonaro de facilitar a posse de armas por decreto enfrenta a oposição da maioria absoluta da população brasileira; de acordo com levantamento feito pelo Datafolha, 61% são contra a ideia e apenas 37% a defendem; especialistas em segurança pública veem como "erro grosseiro" a proposta dos bolsonaristas
247 – A ideia anunciada por Jair Bolsonaro de facilitar a posse de armas por decreto enfrenta a oposição da maioria absoluta da população brasileira; de acordo com levantamento feito pelo Datafolha, 61% são contra a ideia e apenas 37% a defendem.  "O total de brasileiros que se declaram contrários à liberação da posse de armas de fogo aumentou desde outubro, segundo a mais recente pesquisa Datafolha. Em dezembro, 61% dos entrevistados disseram que a posse deve 'ser proibida, pois representa ameaça à vida de outras pessoas'. No levantamento anterior, de outubro, 55% concordavam com essa posição", aponta a reportagem de Marina Estarque.
"No mesmo período, a parcela de pessoas que considera a posse de armas 'um direito do cidadão para se defender' oscilou negativamente, passou de 41% para 37%, ou seja, no limite da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Outros 2% não souberam responder. Foram entrevistadas 2.077 pessoas em 130 municípios em todas as regiões do país, nos dias 18 e 19 de dezembro."
Pesquisa publicada na Comunidade 247, que reuniu 5 mil votos ao longo do dia 29, apontou que a maioria acredita que a intenção de Jair Bolsonaro de liberar, via decreto, o porte de arma de fogo para quem não tem antecedentes criminais vai ampliar a violência, assim como as tragédias domésticas e o feminicídio. Para 15%, a medida é correta e pode reduzir a violência (saiba mais aqui). 
Especialistas em segurança pública e juristas veem com preocupação o anúncio feito neste sábado 29 pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, de facilitar o porte de armas via decreto. Eles destacam, por exemplo, que a medida acarreta num "aumento exponencial do risco" ao cidadão armado, que tem 70% mais chances de serem baleadas num assalto caso porte uma arma de fogo. O dado foi citado por José Vicente da Silva Filho, coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo e ex-secretário nacional de segurança pública no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).



Na véspera da posse, Bolsonaro declara guerra à Educação



Na véspera de sua posse como presidente, Jair Bolsonaro praticamente declarou guerra à Educação brasileira e aos professores e professoras; lançou um tweet na manhã desta segunda afirmando que uma das metas de seu governo será "combater o lixo marxista que se instalou nas instituições de ensino"; Bolsonaro afirmou que a educação no país forma "militantes políticos" e que passará a formar "cidadãos"; texto sinaliza início de um período de perseguição nas escolas e especialmente nas Universidades federais do Brasil
247 - Na véspera de sua posse como presidente, Jair Bolsonaro praticamente declarou guerra à Educação brasileira e aos professores e professoras. Lançou um tweet na manhã desta segunda-feira (31) afirmando que uma das metas de seu governo será "combater o lixo marxista que se instalou nas instituições de ensino". Bolsonaro afirmou que a educação no país forma "militantes políticos" e que passará a formar "cidadãos" e que para isso contará com o ministro Ricardo Vélez Rodríguez e "outros envolvidos" -não explicitou quem seriam estes. O texto sinaliza o início de um período de perseguição nas escolas e especialmente nas Universidades federais do Brasil.
Com seu português característico, Bolsoaro escreveu: "Junto com o Ministro de Educação e outros envolvidos vamos evoluir em formar cidadãos e não mais militantes políticos.
Veja o tweet:
 

O novo ministro da Educação, Vélez Rodriguez, foi indicado para o cargo pelo "guru" de Bolsonaro, o misto de astrólogo e filósofo Olavo de Carvalho e é um dos mais agressivos quadros de extrema-direita do novo governo. Ele propõe a revisão da história do país para que o golpe de 1964 passe a ser apresentado como um fato positivo, defende a instalação de comitês de "moral e bons costumes" nas escolas, é declaradamente a favor da Escola Sem Partido e defende que as crianças e adolescentes pobres devem ser meramente adestrados para o mercado de trabalho nas escolas. 

PT quer barrar decreto de Bolsonaro sobre liberação de armas


A pedido da direção do PT, a equipe de técnicos que assessora o partido no Congresso está elaborando um estudo para identificar quais seriam os limites de um decreto presidencial que almejasse facilitar a posse de armas, como promete Jair Bolsonaro; pela interpretação dos técnicos da oposição, Bolsonaro teria poder para mexer na forma e na periodicidade das avaliações de capacidade técnica e aptidão psicológica para a posse de armas, mas não poderia afastar a necessidade desses requisitos
247 - A pedido da direção do PT, a equipe de técnicos que assessora o partido no Congresso está elaborando um estudo para identificar quais seriam os limites de um decreto presidencial que almejasse facilitar a posse de armas, como promete Jair Bolsonaro. A informação é do jornal Folha de S. Paulo. 
A análise inicial da assessoria diz que há margem para que o PT apresente um projeto de decreto legislativo que tente sustar os efeitos de medida editada pelo presidente eleito.
O presidente não teria poder, dizem os técnicos do PT, para alterar o Estatuto do Desarmamento com uma canetada, mas haveria brecha na legislação para que ele faça, por exemplo, mudanças nos requisitos exigidos para o registro e a posse de armamento.
Pela interpretação dos técnicos da oposição, Bolsonaro teria poder para mexer na forma e na periodicidade das avaliações de capacidade técnica e aptidão psicológica para a posse de armas, mas não poderia afastar a necessidade desses requisitos.


Carta de médica que morreu em Curitiba viraliza nas redes sociais

Larissa Medeiros (Foto: Reprodução / Conselho Regional de Medicina do Paraná)


A médica catarinense Larissa Andressa Medeiros, de 40 anos, morreu no dia 22 de dezembro, em Curitiba, vítima de um câncer de mama metastático. Antes de morrer, contudo, ela deixou uma carta, cujo conteúdo viralizou nas redes sociais nos últimos dias.
Nascida em Lages (SC), Larissa era casada e atuava no hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), como profissional na área da Hematologia, com destaque para a atuação na área do transplante de medula óssea.

A íntegra da carta:
“Querida família!
Ando mais reflexiva e ausente... tem sido dias difíceis. Pensei na morte, mas vi um documentário da minha incoerência, já que é a coisa mais certa... pedi a Deus uma segunda chance ou força p entender se ele tiver outro propósito.
Vou fazer um pedido aqui:
- Hoje minhas chances de cura são menores do que as de sucesso! Luto por 10% de cura!!sem drama, é um fato!
- Quero e vou vencer, com a ajuda de Deus e Nossa Senhora, sem as estatísticas dos homens!
Mas queria com muito carinho q se lembrem das coisas q estou aprendendo...
-Hoje ter 1,2,5 ou 20 milhões num banco; ter um bilhete de viagem maravilhosa; um vestido lindo ou poder ir em restaurantes incríveis.. um bom vinho, um doce delicioso... NADA NADA disso eu poderia usufruir agora. Não mudaria minhas chances ou acessos à remédios, não teria pique e disposição p viajar (não posso me ausentar por mais de 15 dias pela quimio, que tem dado muitas reações extras), não posso beber, comer muitos doces... e não tenho ânimo físico p usar um lindo vestido com alegria...
A vaidade de crescer cientificamente, ganhar algo na profissão, prestígio??? Nada fica... perdi tanto tempo com isso... fui tão tola em vários aspectos... só o carinho dos amigos colegas e pacientes que o trabalho trouxe... Mas claro que não serei hipócrita: Trabalhar, responsabilidades, ter economias... são coisas importantes, mas NÃO são mais do que viver o hoje... ter conforto, usufruir das boas coisas da vida valem a pena... Já viver sempre esperando um futuro que pode não chegar, isto é ir morrendo aos poucos.
Então, o que ficou e o que mais me alegra? As boas lembranças dos momentos e experiências que vivi... as risadas, os carinhos, a alegria das viagens que tanto gostava, da comida gostosa fosse caseira ou de um bom restaurante... os sentimentos verdadeiros e o amor puro da família e tantos amigos queridos que redescobri...
Sei que nada será tão palpável como é para mim, que precisei passar por isso para ter tanta clareza de pensamentos... ouvia isso dos pactes mas não coloquei em prática...
Gostaria que experimentassem sem ter que passar por algo ruim para mudar:
- Brigas, reclamações, vaidades, conflitos... acontecem, mas deixam o ar muito pesado, sugam nossa energia e não levam a nada. Transformam a reunião alegre em algo desagradável... Amor, perdão, paz, alegria renovam tudo...
- Nós sendo filhos, noras e genros, pais, irmãos, casais, todos iremos errar... escolher o caminho tem esse desfecho: de acertar ou errar. E errar tem o aprendizado, só o erro traz essa graça de aprender e mudar! não aprendemos com os erros alheios infelizmente... Os acertos infelizmente também não trazem esse conhecimento todo, por ironia... ninguém sabe o que é certo... o certo p mim não é para os demais.
Vamos conviver em paz, respeitar a individualidade das pessoas, dos casais, mesmo não sendo nossa opinião. Vamos celebrar a vida, ter prazer nos encontros, evitar brigas ou assuntos pesados... queria q todos q puderem começassem a passear, viajar, praticar a leveza no dia a dia... quem quiser ir, voltar, sair, ficar, silenciar... siga seu coração... decida por si... não esperem permissão para serem felizes. Só quem pode nos autorizar somos nós mesmos...
- Meu amor (marido) tem me ensinado muito tb... foi um ano terrível p nos... muitas concessões, ajustes... mas nosso amor tem aprendido a ser laço de fita, não e nunca NÓ... nos respeitamos, apoiamos, nos incentivamos mutuamente... se você está estressado, volta da corrida, leve, com o sorriso mais lindo no rosto e só traz boas energias para mim. Não fala nada pesado, não fala de ninguém, sempre positivo, o melhor companheiro que eu poderia ter... meu amor! Muitas vezes discordamos, queremos coisas diferentes, mas aprendemos a respeitar a decisão do outro sem perder tempo tentando convencer à nossa maneira... acho que ganhamos mais amor e respeito!! Amor não é posse ou prisão, é liberdade e respeito...
Sei q ainda temos muito a aprender... Mas acho q estamos no caminho, entre acertos e erros...
- Tenho vontade de gritar, para todos que quero bem: “Tomem as rédeas de suas vidas... viajem, namorem, comprem c responsabilidade o que lhes dá prazer... a vida é HOJE!! Só hoje!!! Viagens, comer num lugar gostoso, comprem a roupa bonita q querem...”
Não sabemos se viveremos até o futuro... se gozaremos da aposentadoria... se teremos saúde e ânimo p aproveita - lá!! Vivam, vivam, cada um é dono da sua trajetória...
E a vida dará em troca amor verdadeiro, grandes amigos que farão parte da família... e muito boas memórias...”


Abrimos a casa para pessoas como nós, diz vizinha do acampamento Lula Livre


Barracas no quintal, varanda que vira cozinha comunitária, banheiro público. Para moradores, compartilhar a casa com pessoas da vigília foi festa. E idealismo de fazer alguma diferença pelo Brasil

Regiane e a mãe Marililda: "Fiquei de boca aberta de saber o trabalho desse pessoal. Aqui tem professora, jornalista, metalúrgico. É a união. Eles estão lutando, por todo o Brasil, por todo o povo".

Curitiba – “Se as pessoas aqui na rua se dessem a mesma chance que eu me dei de conhecer o trabalho desse povo, de ver a garra, de ver a luta, de ver a solidariedade, a humanidade que tem, cada pessoa estaria pensando diferente e abrigaria duas ou três pessoas na sua casa.” Regiane do Carmo Santos, de 53 anos, fez mais que isso. É dona da casa onde tia Zélia, a famosa cozinheira de Brasília, preferida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, distribuiu seu famoso boi ralado para centenas de pessoas.
Mas a festa, na casa onde Regiane vive com a mãe Marililda Bandeira dos Santos, de 74 anos, não foi somente nesse dia. Há mais de uma semana a residência simples – sala, cozinha, dois quartos e dois banheiros – está tomada por centenas de pessoas: homens, mulheres, jovens, idosos, que nesta sexta-feira (20) completam 14 dias de vigília pela libertação de Lula.
Barracas estão montadas pelo quintal, a varanda virou uma das cozinhas comunitárias que produz refeições para os acampados. Os dois banheiros da casa se tornaram públicos: valores simbólicos de R$ 2, e R$ 5 para quem quer tomar banho, são cobrados de quem pode pagar, para ajudar a cobrir despesas.
Centenas de pessoas circulam diariamente pelo quintal de Regiane e dona Marililda, mas para elas, não há problema. E elogiam este “idealismo” para tentar fazer alguma diferença pelo Brasil.
“Eu era absolutamente bitolada, me informava pela imprensa e tinha uma visão muito limitada do mundo. Até votei no Lula nas duas primeiras eleições, porque ele é gente do povo como a gente, mas não tinha partido”, conta Regiane. “Quando comecei a ver esse movimento aqui na vila, na rua, chegando os ônibus e descendo gente do MST, o povo todo pensando: tão chegando, pessoal, vão invadir. E desciam as malas. 'Tão armados, tem bomba, tem isso, tem aquilo' E a gente vai ficando com medo, né? Mas como vou continuar tendo uma ideia dessa, dessas pessoas se eu não for lá saber como é a verdade."
Ela conta que "no máximo" caminhava até a unidade policial próxima à Praça Olga Benário, centro do Acampamento Lula Livre e voltava. "Uns três dias eu fui assim. Aí falei: então vou me jogar no meio desse povo pra ver como é que é. Menina, me apaixonei, me encontrei. Tanto é que minha casa está aberta para todo mundo." 

Corrigindo injustiças

Regiane diz ser uma pessoa muito idealista, que não gosta de injustiça, de ver como está o mundo. “Então pensava comigo: eu tenho tantas ideias na minha cabeça, tenho tanto idealismo, tenho tanta vontade de poder fazer alguma coisa por alguém e graças a Deus hoje estou podendo fazer alguma coisa para todos os meus companheiros... meus irmãos. São minha família. Eles que me adotaram, não fui eu que adotei eles”, define.
E se emociona ao falar de empatia. “E eu falo isso, eu choro de emoção de ver o quanto eu fui injusta de ter um pensamento de ser tão radical. O que estamos precisando é disso, de exemplo. Independente de partido, nós estamos precisando de humanidade, de respeito, de se colocar no lugar do próximo. Eu estou muito feliz, pra mim é uma festa. Minha casa está cheia, é como se fosse um churrasco que convidei toda minha família e estão em festa!”
Cerca de 400 pessoas passam pela casa, diariamente. “Se mais espaço eu tivesse, mais eu colocaria”, reforça Regiane. “Quando eu vejo uma pessoa que não tem lugar pra ficar, como me disse uma senhora que chegou hoje... se eu pudesse, se tivesse condições, levantava um prédio e começava a puxar todo mundo: vem, que aqui tem espaço. Já cedi minha cama para uma pessoa mais idosa dormir, que não tem condição de dormir numa barraca. Sofrido é, gente. Pra esse povo é sofrido: você dormir embaixo de sol, de chuva, numa barraca, não ter lugar pra tomar um banho decente, não ter um banheiro. Mas eu acho incrível a união. Trabalham, se lascam, sofrem, vão dormir, mas no dia seguinte tá todo mundo assim, ó: alegre, contente, feliz. É o humanismo, o companheirismo e o idealismo pra tentar fazer alguma diferença nesse nosso Brasil.”

Não tem nada que desabone

A mãe de Regiane, de início, também teve receio dos novos "vizinhos". "No começo eu confesso que nós ficamos com medo, porque boato que se ouvia era terrível. Mas graças a Deus não tem nada que desabone. Totalmente inverso do que falaram."
Dona Marililda se refere a alguns vizinhos que até “viraram a cara” para ela e fazem comentários. “Que eu sou louca, onde é que você está com a cabeça, é tudo vândalo. Não tem vandalismo nenhum. Não se ouve algazarra, não tem briga, não tem bebedeira. Eles poderiam achar ruim se eu tivesse aberto as portas para um tráfico de drogas, um ponto de droga, uma prostituição. Daí eles poderiam falar. Mas não está acontecendo nada, graças a Deus tudo em paz, não tem nada que desabone, nada.”
Regiane atribui o preconceito à falta de iniciativa que ela mesma teve, de se aproximar e conhecer o que estão no acampamento, nessa vigília por Lula livre e pela retomada da democracia. “Pensam que é vagabundo, mas ninguém vem perguntar. Todos são trabalhadores. O pessoal do MST são trabalhadores, plantam. Eu fiquei de boca aberta de saber o trabalho desse pessoal. Aqui tem professora, jornalista, metalúrgico. É a união. Eles são povo e estão lutando por uma melhora pra todos. E quando eles conseguirem, todo Brasil vai se beneficiar, não vai ser só a classe deles. Mas quem está na luta, quem tá aqui sofrendo, são eles. E ninguém se conscientiza disso, né?”

Réveillon com Lula terá apoiadores de todo Brasil


Apoiadores de todo o país devem chegar a Curitiba para passar os últimos momentos de 2018 e a chegada do Ano Novo próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Familiares, políticos e militantes vão se reunir na Vigília Lula Livre, que fica nos arredores da sede da Polícia Federal. Nesta segunda-feira (31), completam 269 dias em que Lula é mantido como preso político
Da Rede Brasil Atual – Apoiadores de todo o país devem chegar a Curitiba para passar os últimos momentos de 2018 e a chegada do Ano Novo próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Familiares, políticos e militantes vão se reunir na Vigília Lula Livre, que fica nos arredores da sede da Polícia Federal. Nesta segunda-feira (31), completam 269 dias em que Lula é mantido como preso político.
O intuito dos apoiadores é oferecer calor humano ao ex-presidente, que tem o seu isolamento agravado por conta dos feriados das festas de final de ano, quando os presos são impedidos de receber visitas. Nos dias 24 e 25, cerca de 500 pessoas estiveram em Curitiba para celebrar o Natal com Lula.
No dia 1º, os organizadores da vigília planejam um ato simbólico de passagem da faixa presidencial. "O certo seria a Dilma passar a faixa para o Lula", diz Ricardo da Silva, que participa de uma caravana que parte de São Bernardo do Campo, no ABC paulita, com destino à capital paranaense. "O que vamos ter em Brasília é um embuste, resultado de notícias falsas, de campanha com caixa 2, a posse que nós consideramos adequada vai acontecer em Curitiba."
Também está sendo organizado o Lulabraço, às 15h do primeiro dia de janeiro: "um amoroso abraço gigante, formado por toda a militância, de mãos dadas ao redor do quarteirão, será a nossa forma de abraçar Luiz Inácio Lula da Silva", informam os organizadores.
Confira a programação do dia 31
9h – Bom dia Presidente Lula com as Mulheres pela Liberdade do Lula

10h – Atividades artísticas, culturais e poéticas
14h30min – Boa tarde Presidente Lula
15h – Atividades artísticas, culturais e poéticas
19h – Boa noite Presidente Lula
19h15min – Ato político com representantes das Caravanas e convidados
20h – Ato inter-religioso
21h – Confraternização de final de ano
23h – Virada do ano Lula Livre

"2018 está quase acabando. Mas nem sei dizer quando este ano começou. Talvez tenha sido lá em 2014", diz trecho do vídeo de fim de ano produzido pelo Comitê Lula Livre que rememora a crise que começou com a derrubada da ex-presidenta Dilma Rousseff e culminou com a prisão de Lula em abril deste ano, quando o time da Lava Jato decidiu tirar "o cara do jogo". "Agora o mundo está ao contrário. O juiz que condenou sem provas já é o capitão do outro time. O capitão, que é amigo do motorista, é quem vai dirigir e sem saber como".


domingo, 30 de dezembro de 2018

Afrânio: não sei se viverei em um país governado pela extrema direita


"O fato mais traumático que vivenciei, em toda a minha existência, foi a morte prematura da minha filha Eliete", diz o jurista Afrânio Silva Jardim; "Acho que posso afirmar que este ano de 2018, que ora se finda, foi o segundo ano mais danoso que vivi. Não vou aqui elencar as grandes decepções e perdas que me amarguraram no curso deste período", afirma; "Não sei se conseguirei viver em um país governado pela extrema direita"
Por Afrânio Silva Jardim, em seu Facebook
O fato mais traumático que vivenciei, em toda a minha existência, foi a morte prematura da minha filha Eliete. Esta tragédia ocorreu no ano de 2014 e ainda não me recuperei desta irreparável perda ...
Revendo o meu passado, acho que posso afirmar que este ano de 2018, que ora se finda, foi o segundo ano mais danoso que vivi. Não vou aqui elencar as grandes decepções e perdas que me amarguraram no curso deste período. Vou ser mais genérico e sucinto.
Durante este ano de 2018, perplexo e atônito, assisti à derrocada de quase todos os valores pelos quais sempre pugnei. Foram décadas pregando a solidariedade e fraternidade, tudo no âmbito de uma sociedade mais justa, menos desigual, onde todos pudessem ter uma vida digna.
Lutamos contra o individualismo, a ganância, os preconceitos, a competição como fundamento de uma sociedade consumista (e vários outros aspectos negativos deste modelo de sociedade).
Entretanto, não posso deixar de consignar uma situação específica, qual seja, a injusta prisão do maior líder popular de toda a história de nosso país. Este absurdo jurídico, na minha opinião, maculou toda a trajetória do nosso sistema de justiça criminal. Esta prisão apequenou e apequena o nosso sistema de justiça criminal.
Agora, sou obrigado a reconhecer: perdemos, ainda que parcialmente e temporariamente. Eu perdi e acho que não tenho tempo de vida suficiente para ver surgir um verdadeiro socialismo democrático em nosso país...
Perdemos, porque a sociedade está submetida a um nefasto e longo obscurantismo. As pessoas estão ficando “infantilizadas” e a conjugação da ignorância com o fanatismo religioso transformou o nosso povo em “massa de manobra” de grupos empresariais que manipulam as redes sociais.
Não tenho mais dúvida de que vou deixar este mundo muito pior do que ele era quando, por uma incrível coincidência biológica, eu aqui nasci. Aqui vivi 68 anos e agora tenho de reconhecer que a “direita autoritária” chegou ao poder e, o que é pior, as pessoas elegeram para presidente um antigo militar que disse, pública e reiteradamente, que era favorável à tortura de seres humanos e ao extermínio de seus adversários ideológicos. Na verdade, todos perderam ou vão perder...
Perdemos, sim, para a truculência, para o ódio e para a ignorância. Entretanto, digo que detestaria estar no lugar dos que nos venceram, conforme célebre frase do grande Darci Ribeiro. Que falta está fazendo este grande escritor, político, acadêmico e intelectual inconformado !!!
De uma forma geral, o mundo está ficando muito pior. Quanto mais as pessoas se apegam às várias religiões, mais perversas e ignorantes elas se tornam. A ciência também está perdendo para as crendices. Invertendo a lógica das coisas, os “fiéis” se utilizam das suas religiões para disseminar os valores que, com elas, são incompatíveis. Não estamos mais na era da razão humana e, sim, na era da “confusão tecnológica”. A lógica está fora de moda !!!
Vejam a matéria cujo link coloco abaixo, publicada no site “The Intercept, Brasil”. Deprimente e nos cria um verdadeiro desassossego.
Não sei se conseguirei viver em um país governado pela extrema direita. Não sei se conseguirei permanecer “vivo entre tantos mortos”, como diz a bela música cantada pelo camarada argentino Victor Heredia, que tantas vezes coloquei aqui.
Vamos resistir. A cultura, o conhecimento, o companheirismo e a generosidade não podem perecer. Vamos resistir sem medo e sem perder a ternura jamais (Che).


Beto Preto entrega a 1ª etapa do Parque Industrial da Juruba


Ainda neste sábado, o prefeito também inaugurou a ligação dos bairros Araucárias e Ponta Grossa 
(Fotos: Edson Denobi)
Em ato simbólico realizado neste sábado (29/12) pela manhã, o prefeito Beto Preto, acompanhado de secretários, vereadores e imprensa, entregou a primeira etapa das obras de drenagem e pavimentação do Parque Industrial da Juruba. “Trata-se do primeiro parque industrial de toda a história do município, que está sendo entregue com ruas asfaltadas, galerias pluviais, água e iluminação”, enalteceu Beto Preto.
Caminhando pela Avenida Milton Geraldo Lampe, a principal do novo parque industrial e que tem 15 metros de largura, o prefeito disse que nesta primeira etapa foram investidos R$ 600 mil, para asfaltar 7 mil metros quadrados. “As obras de infraestrutura urbana já permitem a instalação de 37 empresas, em lotes de 1.000, 1.500 e 2.000 m²”, informou Beto Preto, lembrando que 15 empresas já estão autorizadas a se instalarem na Juruba, com leis aprovadas pela Câmara e sancionadas.
O novo parque industrial, situado na região sul de Apucarana, na saída para Curitiba, tem área total de 23 alqueires, equivalente a 596 mil m². E, quando forem finalizadas as três etapas previstas de urbanização, poderá abrigar 237 indústrias.
“Este investimento é de grande relevância para o futuro do município, abrindo espaço para novos empreendedores, que irão gerar mais empregos e movimentar nossa economia”, avalia Beto Preto, emendando que, “Apucarana está se preparando para o futuro e nós estamos fazendo a nossa parte”.
Ele assinala ainda que o Parque da Juruba tem localização estratégica, às margens da BR-376, e ao lado de dois novos residenciais, o Fariz Gebrim – que deve ser entregue em junho de 2019 -, e do Barcelona, que poderão fornecer mão de obra. O prefeito informa ainda que a entrada principal da Juruba será feita pela Rua Amâncio Bueno, interligando com o Parque Industrial Sul, com a construção de um viaduto de transposição da linha férrea.
Nesta segunda-feira, dia 31 de dezembro, conforme anunciou o secretário de obras, Herivelto Moreno, o prefeito Beto Preto irá autorizar a segunda etapa de asfalto e drenagem do Parque da Juruba. “As obras irão viabilizar a liberação de lotes para mais 60 empresas”, revela Moreno.
INTERBAIRROS
Ainda na manhã do sábado, o prefeito Beto Preto também inaugurou mais uma etapa do Programa Interbairros, na interligação do Residencial Araucárias com o Jardim Ponta Grossa e o Núcleo Dom Romeu Alberti.
A obra, com R$ 252 mil (recursos próprios), inclui uma avenida pavimentada, com drenagem de águas, calçadas, rampas de acessibilidade, iluminação pública e arborização. “Aqui temos um exemplo bastante claro dos objetivos deste programa, que visa aproximar as pessoas e reduzir distâncias”, pontuou Beto Preto.
A dona de casa Maria de Lourdes Morais, que reside no Araucárias, diz que a nova rua aberta beneficia toda a comunidade da região. “Antes os moradores do Araucárias só podiam ir para o centro pela rodovia. Agora economizamos tempo e dinheiro”, assinala.


Vídeo sobre “facada” em Bolsonaro levanta questões sem resposta


Postado há uma semana pelo canal no YouTube "True Or not", documentário começa a ampliar audiência por levantar dúvidas e suspeitas que nem autoridades, nem mídia se empenham em resolver. Adélio agiu sozinho mesmo para organizar e executar o atentado? Por que tinha tantos celulares e laptop se usava lan house? São coincidências as mortes de pessoas ligadas a sua hospedagem? Confira o vídeo
Da Rede Brasil Atual – O documentário Facada no Mito, postado há uma semana no canal True Or Not, no YouTube, está se espalhando por meio das redes sociais. O trabalho, que não identifica seus autores, praticamente não traz imagens inéditas do episódio que vem sendo tratado como "atentado" contra o então candidato Jair Bolsonaro, em 6 de setembro. Mas traz apontamentos minuciosamente elaborados em torno das cenas que antecederam à facada desferida por Adélio Bispo de Oliveira.
Mostra o comportamento da equipe de segurança, levanta questões relacionadas à "logística" em torno do autor, relembra dúvidas em torno do atendimento e contradições em torno das reações de pessoas próximas a Bolsnoaro. Adélio agiu sozinho mesmo para organizar e executar o atentado? Por que tinha tantos celulares e laptop se usava lan house? São coincidências as mortes de pessoas ligadas a sua hospedagem? E o fato de o escritório de advocacia que o defende atender também envolvidos em confronto entre policiais de Minas e de São Paulo? São listadas, enfim, muitas perguntas sem respostas, como qual teria sido o desempenho de Bolsonaro se não tivesse ocorrido o crime.
"Não somos direita ou esquerda. Não estamos acima e nem abaixo. Somos nós, somos vocês, somos eles, somos todos... ...e merecemos respostas", dizem os responsáveis pelo canal, que abrem o documentário explicando não se tratar de uma "acusação", mas de levantamento de pontos de vista que permitam "uma narrativa diferente da divulgada".
Os responsáveis observam que até o momento a Polícia Federal apresentou uma conclusão que "deixa de fora muitas questões". "Questões que queremos dividir com o público para que possamos exigir as devidas respostas."
Para eles, o assunto não pode ser tratado como crime comum. "Trata-se de um crime de segurança nacional contra um candidato eleito presidente. Além de, como veremos, pode tratar-se de um crime de falsidade ideológica que poderia levar à cassação do mandato presidencial."