Esta é a diferença média para o rendimento de um
empregado no mercado formal do Paraná
Trabalho informal: sem emprego, o profissional faz o que pode (Foto: Franklin de Freitas) |
Divulgada nesta
quarta-feira (5) pelo IBGE, a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) mostra que o
paranaenses está “perdendo” cerca de R$ 1 mil por mês. Explica-se: a
informalidade no mercado de trabalho é crescente no estado (assim como em todo
o país) e vem ajudando a salvar muita gente da crise econômica, mas também tem
feito reduzir a remuneração dos trabalhadores, uma vez que os rendimentos no
setor informal são bem menores.
O estudo do IBGE, que analisou o mercado
de trabalho, aspectos educacionais e a distribuição de renda da população
brasileira a partir dos dados da PNAD contínua do IBGE e de outras fontes,
revela que a proporção de trabalhadores formais no Paraná, que já chegou a
superar a taxa de 70% em anos recentes, está em 67,7%. Em Curitiba, a situação
é ainda mais gritante: até 2014, 80,1% dos trabalhadores eram formalizados, mas
em 2017 o percentual já havia caído para 69,9%.
Acontece, então, que o rendimento dos
trabalhadores informais é bem menor quando comparado ao dos trabalhadores
informais. No Paraná, por exemplo, o rendimento médio de alguém com carteira
assinada é de R$ 2.530, enquanto alguém na informalidade recebe, em média, R$
1.574 (diferença de R$ 956).
Curitiba, por sua vez, é a capital
brasileira em que o trabalhador informal possui o maior rendimento médio: R$
2.646. Ainda assim, a diferença com relação ao rendimento de um trabalhador
formal é grande: esses ganham R$ 3.711, ou seja, R$ 1.065 a mais do que alguém
na informalidade.
Probreza
está em alta, segundo IBGE
Outro tema analisado pela pesquisa foi o da pobreza, que a exemplo da
informalidade também está em alta no Estado e na Capital. Segundo a linha de
pobreza proposta pelo Banco Mundial (rendimento de até US$ 5,5 por dia, ou R$
406 por mês), a proporção de pessoas pobres era de 14,3% no Paraná e 7,6% em
Curitiba, percentuais que subiram no ano passado para 14,8% e 9%. Em números
absolutos, esse contingente variou de 1,6 milhão de pessoas para 1,67 milhão no
Estado e de 144 mil para 172 mil no município.
Já o percentual de pessoas com renda inferior a US$ 1,90 por dia (R$ 140 por
mês), que estariam na extrema pobreza de acordo com a linha proposta pelo Banco
Mundial, era de 2,3% no Estado e 1,6% no município em 2016, enquanto em 2017 as
taxas subiram para 3,1% e 2,3%, respectivamente. Novamente, em números
absolutosesse contigente aumentou 258 mil pessoas para 351 mil no Paraná e de
30,3 mil para 43,9 mil na Capital.
Curitiba é
destaque no acesso a serviços públicos, mostra indicadores
O estudo do IBGE também avaliou a proporção de pessoas residindo em domicílios
sem acesso aos serviços de saneamento básico. E entre as capitais, Curitiba foi
o grande destaque, com apenas 0,4% da população convivendo com alguma
deficiência no serviço. A coleta direta ou indireta de lixo é universal,
enquanto 0,3% da população possui problemas relacionados ao abastecimento de
água por rede geral e outros 0,3% convivem com a ausência de esgotamento
sanitário por rede coletora ou pluvial. Entre as capitais, é o melhor resultado
do país.
Já com relação ao acesso a outros serviços, como educação, proteção social,
condições de moradia e comunicação (internet), novamente a Capital foi
destaque, com 26,8% da população apresentando alguma restrição no acesso a
esses serviços ou direitos (a média nacional é de 63,2% e no Paraná chega a
57,9%). Os maiores gargalos na cidade são o acesso à educação (14,5%), à
comunicação (9,5%) e a condições de moradia (8,4%).
Maioria no
Estado estuda só até o ensino fundamental
Outro dado que chama a atenção é com relação ao nível de instrução das pessoas
com 25 anos ou mais de idade. No Paraná, mais da metade dessa população (50,3%)
estudaram, no máximo, até terminar o ensino fundamental - 5,8% deles, contudo,
não possui nenhuma instrução, enquanto 35,2% possuem ensino fundamental
incompleto. Apenas um em cada quatro completou o ensino médio e 16,9%, o ensino
superior.
O que é trabalho
informal
De forma geral, existem dois tipos de trabalho: informal e formal. O primeiro
modelo é referente aos profissionais que não possuem registro na carteira e,
como não possuem vínculo empregatício, também não contam com benefícios
trabalhistas como férias, licença maternidade, aposentadoria e
seguro-desemprego, entre outros. Outra desvantagem é a instabilidade
financeira, tendo em vista que não há garantia de um salário fixo mensal. Por
outro lado, os trabalhadores informais contam com mais liberdade e autonomia
para conciliar a vida pessoal e a carreira, trabalhando à sua própria maneira e
ritmo.
Fonte:
Bem Paraná