terça-feira, 27 de novembro de 2018

STJ adia julgamento de ação que tramita há 123 anos no país

Foto: Divulgação STJ

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) adiou para 6 de dezembro o julgamento de uma ação que trata da posse do Palácio da Guanabara, atual sede do governo do Rio de Janeiro. O processo está em tramitação há 123 anos e é o mais antigo em andamento no país.
A questão seria julgada hoje (27), mas um pedido de adiamento feito pela família Orleans e Bragança foi aceito pelo ministro Antônio Carlos Ferreira, relator dos dois processos que tratam do assunto.
No processo, a família real portuguesa alega ter direito à indenização do governo brasileiro pela tomada do palácio após o fim da monarquia e a proclamação da República, em 1889. Segundo a família Orleans e Bragança, o palácio fazia parte dos bens privados da família, que também pediu à Justiça a restituição do imóvel.
Em mais de cem anos de tramitação, houve diversas decisões do Judiciário. Na década de 1960, a ação foi encerrada, mas o caso foi reaberto. Os recorrentes são herdeiros da Princesa Isabel.
Fonte: Agência Brasil




Vereadores aprovam Lei que estabelece medidas de incentivo à inovação e tecnologia em Apucarana


A Lei foi encaminhada pelo Executivo Municipal e está dentro das perspectivas do “Conecta Apucarana” idealizado pela Associação Comercial (ACIA)

A Câmara Municipal de Apucarana, aprovou nesta segunda-feira (26), à tarde, em primeira discussão, o Projeto de Lei nº 146/2018, de autoria do Executivo, que estabelece medidas de incentivo à inovação e tecnologia e também à pesquisa científica no ambiente produtivo, social e ambiental com vistas ao desenvolvimento sustentável do sistema de Empreendedorismo e Inovação do Município de Apucarana.
O Projeto de Lei está dentro das perspectivas do “Conecta Apucarana” idealizado pela Associação Comercial e Industrial de Apucarana (ACIA), lançado em agosto de 2018 com o objetivo de fomentar a inovação na cidade, estimulando a criação de “startups” e novos negócios, incubadoras e o fortalecimento das conexões que contribuem para o desenvolvimento social e econômico de Apucarana.
Segundo o Executivo, o projeto visa estabelecer a política de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo com vistas ao alcance da autonomia econômica, a partir do desenvolvimento industrial do município. O objetivo maior desta proposta de Lei é o desenvolvimento do Ecossistema de Empreendedorismo e Inovação do Município.
A Lei busca alavancar iniciativas que se integram com universidades públicas e privadas, ACIA e Sebrae. Também, segundo o prefeito Beto Preto, será disponibilizado um espaço para uma incubadora, para abrigar empresas do segmento. “O projeto institui ainda o Sistema Municipal de Inovação, Conselho Municipal de Inovação e Fundo Municipal de Inovação. E tem vínculo com o Idepplan – Instituto de Desenvolvimento Pesquisa e Planejamento de Apucarana”, destacou o vereador Mauro Bertoli, que presidiu a sessão.
Além deste, foram aprovados mais 13 Projetos de Lei. Em primeira discussão foram aprovados dois projetos do vereador Lucas Ortiz Leugi: o nº 138/2018 que proíbe a concessionária de serviço municipal de abastecimento de agua e esgotamento sanitário a fixação e cobrança de valor ou outra taxa mínima do município de Apucarana.  Segundo Leugi, atualmente a tarifa para consumo de até 5 metros cúbicos de água, teto para se enquadrar na tarifa mínima, é de R$ 62,25 para unidades residenciais no Estado. “Em caso de descumprimento da Lei municipal, esta prevê multa à empresa SANEPAR para cada unidade atendida na cidade, independentemente da quantidade de água consumida, se foi abaixo ou acima da tarifa mínima”, explica. Também foi aprovado o PL nº 150/2018, que declara de Utilidade Pública a Associação Paranaense Amigos do Cavalo – APAC. Através da declaração será possível promover, colaborar, coordenar ou realizar ações visando a execução de Programas e Projetos de estímulo ao desenvolvimento de seus objetivos sociais.
Do Executivo Municipal, ainda em primeira discussão, foram aprovados créditos adicionais nos valores de R$ 115.000,00 para Autarquia Municipal de Educação, que será utilizado na aquisição de um lote de terras para ampliação da Escola Municipal Juiz Luís Fernando de Oliveira, localizada no Conjunto Habitacional Apucarana V, com área de 152 m², onde serão executadas obras como: espaço para playground; pátio esportivo coberto; ampliação de sanitários e liberação de espaços para demais adequações na edificação existente. A escola conta hoje com aproximadamente 580 alunos; R$ 800.000,00 para pagamento de precatórios referente à parcela do mês de dezembro, no valor de R$ 1.153.911,11. A modificação orçamentária é necessária em razão do compromisso do município em quitar dívidas de precatórios oriundas de gestões anteriores até em razão do Plano de Pagamento firmado junto ao Tribunal de Justiça; e R$ 1.579.000,00 para Autarquia Municipal de Saúde que será utilizado para reforço no orçamento da AMS em folha de pagamento, aquisição de medicamentos para distribuição gratuita e demais despesas de manutenção em saúde.
SESSÃO ORDINÁRIA
A próxima sessão ordinária será realizada no dia 03 de dezembro, às 16 horas.


Folha ataca Haddad um dia depois de entrevistá-lo


Um dia depois de entrevistar Fernando Haddad, o jornal Folha de S. Paulo publica um editorial com uma série de ataques ao petista. Ela acusa o candidato que obteve 47 milhões de votos de não fazer "autocrítica" - acusação-clichê que já virou piadas nas redes sociais. Em tom infantil de contrariedade, o texto do jornal deturpa as respostas de Haddad e atualiza a série tradicional de preconceitos contra o PT, ignorando o dito e mergulhando na interpretação simplista

247 - Um dia depois de entrevistar Fernando Haddad, o jornal Folha de S. Paulo publica um editorial com uma série de ataques ao petista. Ela acusa o candidato que obteve 47 milhões de votos de não fazer "autocrítica" - acusação-clichê que já virou piadas nas redes sociais. Em tom infantil de contrariedade, o texto do jornal deturpa as respostas de Haddad e atualiza a série tradicional de preconceitos contra o PT, ignorando o dito e mergulhando na interpretação simplista.
O texto do editorial começa ironizando: "não há de ser fácil para um político o exercício público do desprendimento e da autocrítica diante do fracasso. Quando seu nome é Fernando Haddad e seu partido é o PT, a dificuldade apenas aumenta."
E aprofunda a deselegância, com surpreendente vulgaridade: "a mania de colocar nos outros a responsabilidade pelos próprios erros, de dividir o país entre mocinhos e bandidos, de menosprezar a inteligência de quem votou no rival e de ignorar dados que contradizem suas teses marca o candidato e a legenda derrotados em segundo turno em 28 de outubro."

Dentro das próprias fantasias, o veículo projeta o sucateamento de seu jornalismo no discurso de Haddad: "na fantasia mais uma vez recrutada por Haddad em entrevista a esta Folha, 'a elite econômica', ao despir-se de disfarces e mostrar sua verdadeira face, teria sido decisiva na eleição de Jair Bolsonaro (PSL). Haja elite para operar a façanha de conquistar 57,8 milhões de votos num país de vastos contingentes no máximo remediados."


Na Casa Branca, Eduardo Bolsonaro diz pretender investigar Cuba e Venezuela


Eduardo Bolsonaro viajou aos EUA e se reuniu com assessores do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca. O deputado disse que estuda parcerias com os americanos para pesquisar crimes financeiros das "ditaduras venezuelana e cubana". De acordo com Eduardo Bolsonaro, há precedentes para investigação dentro da chamada Convenção de Palermo contra o crime organizado que o Brasil poderia aplicar contra Caracas e Havana
247 - Eduardo Bolsonaro viajou aos EUA e se reuniu com assessores do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca. O deputado disse que estuda parcerias com os americanos para pesquisar crimes financeiros das "ditaduras venezuelana e cubana". De acordo com Eduardo Bolsonaro, há precedentes para investigação dentro da chamada Convenção de Palermo contra o crime organizado que o Brasil poderia aplicar contra Caracas e Havana.
A reportagem do jornal O Globo relata a visita do filho do presidente eleito Jair Bolsonaro ao governo americano: "caminhando diante da Casa Branca, Eduardo Bolsonaro afirmou que está estudando parcerias com o governo americano com esse propósito. No Brasil, segundo ele, a ação poderá ser coordenada pelo Itamaraty e o Ministério da Justiça, que será comandado por Sérgio Moro."
A matéria destaca a fala do deputado: "existem diversos instrumentos que o Brasil por anos, de maneira proposital, não levou a sério. São instrumentos que estão à mão. O juiz Sérgio Moro sabe melhor do que ninguém sobre lavagem de capitais, combate ao crime organizado, Convenção de Palermo. E junto com a equipe do embaixador Ernesto Araújo, tem muita coisa nessa área. Se você for congelar tudo aquilo que remete e passa pelas ditaduras cubana e venezuelana, pode dar um calote muito grande nesses ditadores."


Escola Municipal de Dança de Apucarana se apresenta no Cine Teatro


“Noite Brasileira” leva 150 alunos ao palco com coreografia de clássicos da música popular
(Foto: Profeta/Arquivo)
Amanhã, quarta-feira (28/11), 150 alunos da Escola Municipal de Dança de Apucarana vão se apresentar no Cine Teatro Fênix em duas sessões noturnas, às 19h e às 20h30, com ingressos gratuitos. O espetáculo é “Noite Brasileira”, que terá coreografia inteiramente baseada em canções da música popular como “Tiro ao Álvaro”, “História de uma Gata” e “Palco”, entre elas.
A Escola Municipal de Dança, que existe há mais de dez anos, é formada por estudantes das redes municipal e estadual de ensino, e tem como objetivo principal levar o balé clássico e moderno às crianças e jovens de Apucarana. A secretária de Cultura, Maria Agar, estima que mais de dois mil jovens já tenham passado pela escola.
“É uma satisfação ver o crescimento e a desenvoltura de nossos alunos. Essa apresentação é uma prova de que eles se dedicaram muito ao longo das aulas, deram o melhor de si, se encantaram com o universo da música e da dança, e é isso que importa”, afirma a secretária.


segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Concurso de decoração natalina abre inscrições em Apucarana


As fichas devem ser retiradas na Promatur, localizada no Cine Teatro Fênix, e os interessados deverão informar no documento estarem cientes de que a residência deverá permanecer enfeitada até o dia 6 de janeiro
(Foto: Edson Denobi)
Já estão abertas e vão até o dia 15 de dezembro, no Cine Teatro Fênix, as inscrições do concurso de decoração natalina Noite de Luz. Organizada pela Secretaria Municipal da Promoção Artística, Cultural e Turística da Prefeitura de Apucarana (Promatur), a iniciativa visa estimular a ornamentação da cidade. Serão premiadas as três melhores decorações residenciais. “O objetivo é representar a tradição do Natal, mantendo o espírito natalino de fraternidade, cooperação e amor ao próximo”, destaca professora Maria Agar Borba Ferreira, secretária da Promatur.
As inscrições são gratuitas. “As fichas devem ser retiradas na Promatur, localizada no Cine Teatro Fênix, e os interessados deverão informar no documento estarem cientes de que a residência deverá permanecer enfeitada até o dia 6 de janeiro”, explica Maria Agar. Ela conta que muitas residências já estão sendo decoradas na cidade. “Dei uma volta neste final de semana e vi muitas iniciativas lindas, que esperamos que sejam inscritas no concurso”, disse.
A partir do dia 16 de dezembro, as decorações inscritas vão receber visita da comissão avaliadora do concurso, composta por três pessoas. “Os critérios que serão avaliados são espírito natalino, beleza e criatividade”, cita Maria Agar, acrescentando que serão analisadas somente a decoração na parte externa e interna visíveis a partir da rua.
A divulgação do resultado e a entrega das premiações vão ocorrer no dia 28 de janeiro, dentro das comemorações dos 75 anos de Apucarana. A casa melhor enfeitada receberá R$ 800, enquanto o 2º lugar ficará com R$ 600 e o 3º lugar com R$ 400. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3423-2944.


Filho de empresário se vangloria por ter enganado eleitores de Bolsonaro


André Marinho, filho de Paulo Marinho, um dos principais aliados de Jair Bolsonaro e suplente de Flávio Bolsonaro, eleito senador pelo Rio, admitiu que distribuiu "milhares de áudios" imitando e se fazendo passar por Jair Bolsonaro, com o objetivo de enganar eleitores e conquistar votos para o militar; no vídeo, ele aparece ao lado de Kim Kataguiri e Arth
Da Revista Fórum - André Marinho, filho de Paulo Marinho, um dos principais aliados de Jair Bolsonaro e suplente de Flávio Bolsonaro, eleito senador pelo Rio de Janeiro, admitiu que distribuiu "milhares de áudios" imitando e se fazendo passar por Jair Bolsonaro, com o objetivo de enganar eleitores e conquistar votos para o militar. No vídeo, ele aparece ao lado de Kim Kataguiri e Arthur do Val, ambos representantes do MBL, que reagem à revelação de André às gargalhas.
Primeiramente, Marinho afirma que a produtora responsável pelo material de campanha do militar ficou concentrada em sua casa. Um dia, ele mostrou imitações que fazia de Jair Bolsonaro a Flávio e afirmou que "o pessoal encomendava áudios". Em determinado momento, ele diz: "Isso é crime eleitoral, mas estava correndo o risco", afirmou, sob risos de Kataguiri e Do Val.
Leia aqui a íntegra.


Doações são legais e não houve contrapartida, diz Instituto Lula

Em nota sobre a nova acusação da Lava Jato em São Paulo contra o ex-presidente Lula por lavagem de dinheiro, o Instituto Lula esclarece que as doações recebidas pela entidade, inclusive a de R$ 1 milhão partindo do grupo brasileiro ARG, "são legais, declaradas, registradas, pagaram os impostos devidos, foram usadas nas atividades fim do Instituto e nunca tiveram nenhum tipo de contrapartida"; a força-tarefa cita uma suposta influência de Lula ao presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, para que continuasse a contratar os serviços da empresa brasileira; influência, além de não ser comprovada, sequer seria crime; além disso, o pagamento foi feito quatro anos depois da suposta prestação de serviços
247 - Em resposta à nova acusação da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo contra o ex-presidente Lula por lavagem de dinheiro, feita nesta segunda-feira 26, o Instituto Lula esclarece que as doações recebidas pela entidade "são legais, declaradas, registradas, pagaram os impostos devidos, foram usadas nas atividades fim do Instituto e nunca tiveram nenhum tipo de contrapartida".
A força-tarefa cita uma suposta influência de Lula ao presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, para que continuasse a contratar os serviços do grupo brasileiro ARG no país. A influência, além de não ser comprovada, sequer seria crime. Quatro anos depois, o Instituto Lula recebeu uma doação da empresa no valor de R$ 1 milhão. Para o Ministério Público, o dinheiro teria sido uma contrapartida à influência internacional de Lula.
O Ministério Público também denunciou o controlador do grupo ARG, Rodolfo Giannetti Geo, por tráfico de influência em transação comercial internacional e lavagem de dinheiro. Lula também seria acusado de tráfico de influência, mas o crime contra ele prescreveu, uma vez que o ex-presidente já completou 70 anos. Segundo a denúncia, os fatos aconteceram entre setembro de 2011 e junho de 2012.

Tijolaço: nova denúncia contra Lula é “absurda”


"Não há o menor indicio de que Lula tenha interferido nas decisões de um governo estrangeiro e, muito menos, de que tenha sido uma interferência ilegítima. Mas, contra Lula, não será de se espantar de que venha a ser aceita", questiona o jornalista Fernando Brito sobre a ação penal proposta pelo Ministério Público de São Paulo contra o ex-presidente Lula na Lava Jato; "Afinal, algo tão 'claro' como se apresenta, com cartas, e-mails e recibos, ficou dormitando no Ministério Público por dois anos e meio por que razão?"
Por Fernando Brito, do Tijolaço -Como já se antecipara aqui, segue o clima de perseguição a Lula com acusações sem pé nem cabeça, mas com promotores dispostos a colocá-las nas primeiras páginas de jornais e de juízes prontos a aceitá-las, pela oportunidade de brilhar no mesmo palco de Sérgio Moro.
Agora, trata-se de um suposto “tráfico de influência” que Lula teria praticado ao fazer de um empresário portador de uma carta ao presidente da Guiné Equatorial. Lula já havia deixado há tempos de ser presidente e não ocupava nenhum cargo público, e não menciona nenhum negócio, exceto que Rodolfo Geo, era diretor da ARG, Rodolfo dirige “empresa que já desde 2007 se familiarizou com a Guiné Equatorial, destacando-se na construção de estradas”.
Nem uma vírgula a mais no que, no máximo, poderia ser uma “carta de recomendação”.
Como o crime prescreveu, arranja-se um jeito e de denunciar Lula por “lavagem de dinheiro”, uma vez que a ARG, como dezenas de empresas, fez uma doação de R$ 1 milhão ao Instituto Lula, devidamente registrada, declarada e tributada.
Se fosse para dissimular, como alega o MP, qualquer palestra serviria para encobrir a finalidade e, sabendo como Lula gosta de falar, problema algum seria.
Sem entrar no mérito dos fatos, até porque nem há qualquer prova além da carta de apresentação, a denúncia é absurda.
Não há o menor indicio de que Lula tenha interferido nas decisões de um governo estrangeiro e, muito menos, de que tenha sido uma interferência ilegítima.
Mas, contra Lula, não será de se espantar de que venha a ser aceita.
Afinal, algo tão “claro” como se apresenta, com cartas, e-mails e recibos, ficou dormitando no Ministério Público por dois anos e meio por que razão?
Evidente, esperando chegar a hora dos covardes.

Manuela D'Ávilla: Bolsonaro é um tuíte, não fala mais que 140 caracteres


A deputada estadual e ex-candidata a vice presidente da República, Manuela D'Ávilla (PCdoB-RS), prevê anos "muito mais cruéis e privatizantes do que vivemos durante o governo Fernando Henrique Cardoso" e diz que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) não pode ser acusado de "mentir" porque nunca "teve propostas claras"; "Ninguém sabe o que ele vai fazer porque não tem uma proposta, não disse nada, não participou de debates", expõe Manuela
247 - Em entrevista a jornalista Sofía Solari, no jornal argentino Página 12, Manuela D'Ávilla (PCdoB), deputada estadual pelo Rio Grande do Sul que compôs a chapa como vice de Fernando Haddad na disputa presidencial, prevê anos "muito mais cruéis e privatizantes do que vivemos durante o governo FHC" e afirmou que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) não pode ser acusado de "mentir" porque nunca teve propostas claras.
"Se pode dizer tudo de Bolsonaro, menos que ele mentiu, porque quando nunca falou. Ninguém sabe o que ele vai fazer porque não tem uma proposta, não disse nada, não participou de debates. E, quando participou, antes do atentado que sofreu, dizia que não tinha planos, que não entendia de economia porque não é economista e que não sabia dizer o que faria com a saúde. Bolsonaro é um tuíte, não fala mais que 140 caracteres", disse Manuela, que participou em Buenos Aires do Fórum de Pensamento Crítico, da Clacso.
Leia a íntegra da matéria aqui


Avisamos que isso ia acontecer, diz Gleisi sobre aumento da desigualdade


Presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, disse sentir uma 'tristeza profunda', como resultado da pesquisa realizada pela ONG Oxfam que aponta para o crescimento da desigualdade no Brasil ao longo do ano passado; 'Avisamos que isso iria acontecer. Num país tão desigual como o Brasil, precisamos de um Estado forte, com políticas indutoras de desenvolvimento e programas de proteção social. Temer-Bolsonaro fazem exatamente ao contrário. Só vai piorar. Tristeza profunda', destacou 
247 - A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, usou sua conta no Twitter para comentar uma pesquisa realizada pela ONG Oxfam que aponta que, no ano de 2017 a desigualdade de renda no Brasil ficou estagnada, pela primeira em 23 anos, o que fez com o país ocupasse a nona posição no ranking mundial da desigualdade.
"Avisamos que isso iria acontecer. Num país tão desigual como o Brasil, precisamos de um Estado forte, com políticas indutoras de desenvolvimento e programas de proteção social. Temer-Bolsonaro fazem exatamente ao contrário. Só vai piorar. Tristeza profunda", destacou Gleisi.
Segundo o relatório "País Estagnado", entre os anos de 2016 e 2017 o Brasil se manteve estável em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ocupando a 79ª posição em um ranking composto por 179 países. Ainda segundo a Oxfam, o número de pobres cresceu 11% em 1 ano, alcançando 15 milhões de brasileiros 2017 (7,2% da população) e os rendimentos dos 10% de brasileiros mais ricos aumentaram 6% em 2016 sobre o exercício anterior. No mesmo período, a renda dos 50% de brasileiros mais pobres encolheu 3,5%.
Confira o Twitter de Gleisi sobre o assunto. 
 Avisamos que isso iria acontecer. Num país tão desigual como o Brasil, precisamos de um Estado forte, com políticas indutoras de desenvolvimento e programas de proteção social. Temer-Bolsonaro fazem exatamente ao contrário. Só vai piorar. Tristeza profunda https://t.co/bpk57y1HoW


Fake news contra Haddad barradas pelo TSE continuam a circular


Ao menos dez publicações que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia determinado a remoção por se tratar de fake news contra a campanha do então candidato Fernando Haddad (PT) continuam a circular nas redes sociais; entre elas está o vídeo do presidente eleito Jair Bolsonaro em que fala do suposto "kit gay", que o TSE reafirmou se tratar de uma mentira
247 - As publicações fake news propagadas pela campanha do então candidato Jair Bolsonaro (PSL), que foram vetadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), continuam a circular livremente nas redes sociais, mas em outros endereços e com alto número de interações, chegando a ter um número maior de visualizações do que o conteúdo removido inicialmente pela justiça eleitoral.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, pelo menos dez casos em que o TSE determinou a remoção do conteúdo, voltaram a ser compartilhado por outros usuários da rede social, mantendo o engajamento na internet em torno de informações comprovadamente falsas.
Entre as fake news está o vídeo em que o agora presidente Jair Bolsonaro fala sobre o suposto "kit gay", que teria sido produzido pelo então ministro da Educação Fernando Haddad (PT). Bolsonaro dizia no vídeo que o tal "kit" era uma cartilha do ministério que seria distribuída nas escolas.
O vídeo, que foi gravado há três anos e voltou a circular durante a campanha, num claro ataque ao candidato petista. Atualmente, o vídeo tem mais de 280 mil compartilhamentos e ainda está disponível no perfil oficial de Bolsonaro.
O TSE comprovou que o Ministério da Educação, comandado na época por Fernando Haddad, nunca adquiriu ou distribuiu esses livros. Horbach, em sua decisão, disse que "a difusão da informação equivocada de que o livro em questão teria sido distribuído pelo MEC gera desinformação no período eleitoral, com prejuízo ao debate político, o que recomenda a remoção dos conteúdos com tal teor".


Moro anuncia como secretário delegado da PF que o ajudou a manter Lula preso


O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, anunciou na tarde desta segunda-feira a escolha do ex-superintendente da Polícia Federal no Paraná Rosalvo Ferreira como o responsável pela Secretaria de Operações Policiais Integradas, em órgão a ser criado na pasta que comandará a partir de janeiro; delegado foi quem não cumpriu, em julho desse ano, a decisão do desembargador Rogério Favreto, do TRF4, de soltar Lula, consultando antes o então juiz federal Sergio Moro
BRASÍLIA (Reuters) - O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, anunciou na tarde desta segunda-feira a escolha do ex-superintendente da Polícia Federal no Paraná Rosalvo Ferreira como o responsável pela Secretaria de Operações Policiais Integradas, em órgão a ser criado na pasta que comandará a partir de janeiro.
Segundo Moro, a ideia da secretaria é coordenar operações policiais em nível federal.
"Hoje nós temos muitos grupos criminosos ou muitas atividades criminosas que transcendem as fronteiras estaduais e essa ação precisa muitas vezes de uma coordenação a nível nacional", explicou ele, em rápida fala à imprensa.
O futuro ministro ressalvou que a criação dessa secretaria está resolvida na discussão do organograma da pasta, mas ainda não é uma questão totalmente fechada.
"Tem que fechar com as outras áreas do governo, mas a ideia é criar dentro do Ministério de Justiça e Segurança Pública uma Secretaria de Operações Policiais Integradas", disse.
Moro disse também que o delegado da Polícia Federal Fabiano Bordignon, que já esteve lotado na sede da polícia em Foz do Iguaçu, será o novo chefe do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Ele disse que entre as atribuições dessa secretaria será construir mais presídios em tempo mais curto e valorizar o trabalho de agentes penitenciários.
"É uma função estratégica, nós todos sabemos que os presídios no Brasil eles hoje constituem uma espécie de problema devido a questão de superlotação e fragilidade em certos presídios. Nós não podemos evidentemente generalizar essa afirmação porque a situação em cada Estado da federação é diferente", disse.
O futuro ministro disse que busca um nome para assumir a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e admitiu que o general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz chegou a ser cogitado para ocupar esse cargo.
Moro disse que o presidente eleito Jair Bolsonaro externou-lhe na semana passada o desejo que o general ocupasse um cargo no Palácio do Planalto —Santos Cruz foi escolhido nesta segunda mais cedo por Bolsonaro para a Secretaria de Governo.
"Logicamente o presidente tem preferência", disse Moro.
O futuro ministro disse que tanto a Senasp quanto a Secretaria de Operações Policiais teriam atribuições diferentes. A primeira cuidaria de repasses, uniformização de procedimentos e questões de gestão e demais ações ficaria com a segunda.

Perseguição não para: outra ação da Lava Jato contra Lula


A caçada a Lula não cessa: Lava Jato em São Paulo denunciou-o por "lavagem de dinheiro"; acusação é insustentável; Lula teria intercedido por uma empresa brasileira na Guiné Equatorial, mas os fatos aconteceram depois de ele ter deixado a Presidência; diante da insubsistência da acusação de tráfico de influência, a acusação resumiu-se a "lavagem de dinheiro" porque o Instituto Lula teria registrado como doação o que, para o MP seria "pagamento"; a peça da Lava Jato não explica, entretanto, como um "pagamento" poderia ocorrer quatro anos depois da suposta prestação de serviços; ainda mais: por ter mais de 70 anos, Lula sequer pode ser processado pelo suposto crime de lavagem
247 - A caçada a Lula não cessa. A força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo denunciou-o por lavagem de dinheiro. A acusação formal levada à Justiça Federal aponta que, 'usufruindo de seu prestígio internacional, Lula influiu em decisões do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, que resultaram na ampliação dos negócios do grupo brasileiro ARG no país africano'. Segundo a Procuradoria da República, em troca, o ex-presidente recebeu R$ 1 milhão dissimulados na forma de uma doação da empresa ao Instituto Lula. 
247 - A caçada a Lula não cessa. A força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo denunciou-o por lavagem de dinheiro. A acusação formal levada à Justiça Federal aponta que, 'usufruindo de seu prestígio internacional, Lula influiu em decisões do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, que resultaram na ampliação dos negócios do grupo brasileiro ARG no país africano'. Segundo a Procuradoria da República, em troca, o ex-presidente recebeu R$ 1 milhão dissimulados na forma de uma doação da empresa ao Instituto Lula. 
Duas informações sobre a operação judicial/midiática desta segunda (26): os fatos a que se refere a denúncia teriam ocorrido entre setembro de 2011 e junho de 2012, quando Lula não era presidente e como Lula já tem mais de 70 anos, o crime de tráfico de influência prescreveu para ele. A acusação tem tons burlescos: Lula é acusado de ter prestígio internacional e, com base nele, supostamente influir na decisão de um presidente de outro país -a acusação é feita sem qualquer comprovação e mesmo que os fatos descritos fossem verdadeiros, não haveria qualquer crime na ação do ex-presidente.
O texto da denúncia é um exercício de tergiversação. Lula teria apresentado o Grupo ARG ao presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, para que o governo daquele país continuasse realizando operações comerciais com a empresa, especialmente na construção de rodovias -esta é uma atividade corriqueira na vida de presidentes e ex-presidentes ao redor do mundo, a de auxiliar empresas de seus países a conseguirem negócios no exterior.
As "provas do crime" seriam uma sucessão de emails do Instituto Lula. O caminho é mesmo tortuoso e foi assim registrado em reportagem de O Estado de S.Paulo:
"Na análise dos dados apreendidos no Instituto Lula foi localizado registro da transferência bancária de R$ 1 milhão pela ARG ao instituto em 18 de junho de 2016. Recibo emitido pela instituição na mesma data e também apreendido registra a 'doação' do valor.
Para o MPF, não se trata de doação, mas pagamento de vantagem a Lula em virtude do ex-presidente do Brasil ter influenciado o presidente de outro país no exercício de sua função. Como a doação feita pela ARG seria um pagamento, o registro do valor como uma doação é ideologicamente falso e trata-se apenas de uma dissimulação da origem do dinheiro ilícito, e, portanto, configura crime de lavagem de dinheiro."
O Ministério Público insinua na peça que seria crime o fato de Lula ter supostamente "influenciado o presidente de outro país no exercício de sua função" -mas acusação não é feita, porque até estudantes de Direito sabem que isso não configuraria crime algum. Ao fim e ao cabo, toda a ação espalhafatosa da Lava Jato parece resumir-se ao fato de o Instituo Lula ter registrado como "doação" o que seria "um pagamento". No entanto, a denúncia passa ao largo do fato de os supostos "serviços" terem sido executados entre 2011 e 2012 e o "pagamento" apenas quatro anos depois. 


Mais retrocesso: depois de 15 anos, desigualdade para de cair


Após 15 anos de queda, a desigualdade de renda no Brasil ficou estagnada em 2017. O relatório divulgado pela Organização Não Governamental Oxfam apontou que, com isso, o Brasil subiu um degrau no ranking mundial de desigualdade, passando a ser o 9º país mais desigual. De acordo com a ONG, desde 2002 o índice de Gini da renda familiar per capita apresentava quedas seguidas, o que não foi observado entre 2016 e 2017, quando ficou estagnado em 0,549
247 - Após 15 anos de queda, a desigualdade de renda no Brasil ficou estagnada em 2017. O relatório divulgado pela Organização Não Governamental Oxfam apontou que, com isso, o Brasil subiu um degrau no ranking mundial de desigualdade, passando a ser o 9º país mais desigual. De acordo com a ONG, desde 2002 o índice de Gini da renda familiar per capita apresentava quedas seguidas, o que não foi observado entre 2016 e 2017, quando ficou estagnado em 0,549.
A matéria explica o relatório: "no relatório, intitulado 'País Estagnado', a Oxfam aponta ainda que entre 2016 e 2017 o Brasil se manteve no mesmo patamar do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), seguindo na 79ª posição em um ranking de 179 países. O indicador com maior impacto negativo foi o de renda, que registrou queda sobretudo nas menores faixas."
O jornal ainda informa: "o relatório aponta que em 2017 o Brasil tinha 15 milhões de pessoas pobres, que sobrevivem com uma renda equivalente a US$ 1,90 por dia, critério estabelecido pelo Banco Mundial. Esse número representa uma alta de 11% em relação a 2016, quando esse número foi estimado em 13,3 milhões de pessoas. Foi o terceiro ano consecutivo de aumento no número de pobres no país."



Dezenas de cidades no Paraná ficarão sem médicos


Atendimento era exclusivo de cubanos, que sairão por desentendimento com Bolsonaro


Depois de cinco anos, médicos cubanos voltarão para a ilha caribenha após rompimento de Cuba com os Mais Médicos. / Lula Marques/Agência PT


Com o rompimento do acordo com Cuba, por desentendimentos com o presidente eleito, Jair Bolsonaro, pelo menos 42 municípios no Paraná ficarão sem nenhum médico, já que só havia profissionais cubanos nessas cidades. Francisco Mouzinho, professor da Universidade Federal do Paraná e tutor do Programa Mais Médicos no estado, diz que “muitos desses profissionais chegaram a criar o sistema de saúde nessas cidades, que era inexistente.” 
Para ele, com o cancelamento do convênio, o Brasil aumenta o déficit de profissionais. Em cidades como Atalaia, Itaperuçu, Mariópolis, Piên, Rio Bonito do Iguaçu, São Pedro do Paraná, Tunas eram dois médicos cubanos. Em outras 33, apenas um profissional. De acordo com o Ministério da Saúde, há 18.240 vagas em 4.058 municípios no Mais Médicos, dessas, 8.400 foram ocupadas por cubanos.
Problema das prefeituras
Para a Secretaria Estadual da Saúde do Paraná, caberá a cada município resolver o que fazer. Em Ponta Grossa, por exemplo, desde que o programa iniciou em 2014, dos 80 médicos do Sistema Único de Saúde, 60 são cubanos. O prefeito Marcelo Rangel (PSDB), apoiador de Bolsonaro, chegou a publicar em redes sociais que: “O fim do Mais Médicos irá acarretar problemas graves de atendimento.”
Pacientes elogiam médicos cubanos 
Segundo Francisco Mouzinho, “muitos médicos cubanos viraram celebridades nas cidades. Chegaram a receber homenagens nas câmaras municipais. A arte-educadora Susi Montserrat conta que foi atendida pela médica cubana Magdalenis, no bairro Umbará, em Curitiba. “Eu estava com descompensação de diabetes e ela fez um exame clinico primoroso, me deixando muito segura. “É muito triste saber que eles irão embora”, diz.  
No município de Laranjeiras do Sul, Yone Rasel realizou tratamento para os rins também com uma médica cubana e conta que o que mais lhe chamou atenção foi a paciência. “Ela pergunta várias coisas e o tratamento foi um sucesso. Não deviam mexer no que está dando certo.” 
Fonte: Brasil de Fato

Haddad: com Bolsonaro, elite brasileira mostrou ao mundo o que de fato é


O candidato derrotado no segundo turno das eleições, Fernando Haddad, afirma que a classe dirigente brasileira perdeu a máscara com a eleição de Bolsonaro. Ele diz: "achava que a elite econômica não abriria mão do verniz que sempre fez parte da história do Brasil. As classes dirigentes nunca quiseram parecer ao mundo o que de fato são". Sobre Lula, ele destaca: "o Lula tem um significado histórico profundo. Saiu das entranhas da pobreza, chegou à Presidência e deixou o maior legado reconhecido nesse país. Ele teria força para conter essa onda"
247 - O candidato derrotado no segundo turno das eleições, Fernando Haddad, afirma que a classe dirigente brasileira perdeu a máscara com a eleição de Bolsonaro. Ele diz: "achava que a elite econômica não abriria mão do verniz que sempre fez parte da história do Brasil. As classes dirigentes nunca quiseram parecer ao mundo o que de fato são". Sobre Lula, ele destaca: "o Lula tem um significado histórico profundo. Saiu das entranhas da pobreza, chegou à Presidência e deixou o maior legado reconhecido nesse país. Ele teria força para conter essa onda".
Na primeira entrevista após as eleições, concedida jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, Haddad retoma sua previsão de que a direita estava consolidando um espaço político inédito até então no Brasil: "há dois anos, eu te dei uma entrevista. E talvez tenha sido um dos primeiros a dizer: 'É muito provável que a extrema direita tenha espaço na cena política nacional'. Eu dizia: 'Existe uma onda que tem a ver com a crise [econômica] de 2008, que é a crise do neoliberalismo, provocada pela desregulamentação financeira de um lado e pela descentralização das atividades industriais do Ocidente para o leste asiático'."
Haddad avança na análise conjuntural: "os EUA estavam perdendo plantas industrias para a China. E a resposta foi [a eleição de Donald Trump. Isso abriria espaço para a extrema direita no mundo. Mas a extrema direita dos EUA não tem nada a ver com a brasileira. Trump é tão regressivo quanto o Bolsonaro. Mas não é, do ponto de vista econômico, neoliberal. E o chamado Trump dos trópicos [Bolsonaro] é neoliberal. Trump apoia Bolsonaro. Ele precisa que nós sejamos neoliberais para retomar o protagonismo no mundo, e tirar a China. Está havendo, portanto, um quiproquó: os EUA negam o neoliberalismo enquanto não nos resta outra alternativa a não ser adotá-lo."
Sobre as articulações em torno da eleição sem Lula, Haddad afirma: "eu dizia: 'Tem que ver se vão deixar o Lula concorrer e como o Ciro vai se posicionar'. O Lula foi preso e o Ciro não soube fazer a coalizão que o levaria à vitória, que só poderia ser uma coalizão com o PT. Ele diz que foi traído miseravelmente pelo partido. Ele não quis fazer [a coalizão]. Uma das razões foi declarada pelo [filósofo Roberto] Mangabeira [Unger, aliado de Ciro] nesta casa. Ele dizia: 'Nós não queremos ser os continuadores do lulismo. Não queremos receber o bastão do Lula. Nós queremos correr em raia própria'. Palavras dele. Eles não queriam ser vistos como a continuidade do que julgavam decadente. Apostavam que, com Lula preso, o PT não teria voto a transferir. Aconteceu exatamente o oposto."
Fernando Haddad ainda fala sobre o papel do PT no quadro político atual: "o PT elegeu uma bancada expressiva, quatro governadores, fez 45% dos votos no segundo turno, 29% no primeiro. É até hoje o partido de centro-esquerda mais importante da história do país. Outras legendas repetem que o PT não abre mão da hegemonia. O PT é um player no sentido pleno da palavra. É um jogador de alta patente, que sabe fazer política. Sabe entrar em campo e defender o seu legado."