"Não há o menor indicio de que Lula tenha interferido
nas decisões de um governo estrangeiro e, muito menos, de que tenha sido uma
interferência ilegítima. Mas, contra Lula, não será de se espantar de que venha
a ser aceita", questiona o jornalista Fernando Brito sobre a ação penal
proposta pelo Ministério Público de São Paulo contra o ex-presidente Lula na
Lava Jato; "Afinal, algo tão 'claro' como se apresenta, com cartas,
e-mails e recibos, ficou dormitando no Ministério Público por dois anos e meio
por que razão?"
Por Fernando Brito, do Tijolaço -Como já se
antecipara aqui, segue o clima de perseguição a Lula com acusações sem pé nem
cabeça, mas com promotores dispostos a colocá-las nas primeiras páginas de
jornais e de juízes prontos a aceitá-las, pela oportunidade de brilhar no mesmo
palco de Sérgio Moro.
Agora, trata-se de um suposto “tráfico de influência” que Lula teria praticado ao fazer de um empresário
portador de uma carta ao presidente da Guiné Equatorial. Lula já havia deixado
há tempos de ser presidente e não ocupava nenhum cargo público, e não menciona
nenhum negócio, exceto que Rodolfo Geo, era diretor da ARG, Rodolfo dirige
“empresa que já desde 2007 se familiarizou com a Guiné Equatorial,
destacando-se na construção de estradas”.
Nem uma vírgula a mais no que, no máximo, poderia
ser uma “carta de recomendação”.
Como o crime prescreveu, arranja-se um jeito e de
denunciar Lula por “lavagem de dinheiro”, uma vez que a ARG, como dezenas de
empresas, fez uma doação de R$ 1 milhão ao Instituto Lula, devidamente
registrada, declarada e tributada.
Se fosse para dissimular, como alega o MP, qualquer
palestra serviria para encobrir a finalidade e, sabendo como Lula gosta de
falar, problema algum seria.
Sem entrar no mérito dos fatos, até porque nem há
qualquer prova além da carta de apresentação, a denúncia é absurda.
Não há o menor indicio de que Lula tenha
interferido nas decisões de um governo estrangeiro e, muito menos, de que tenha
sido uma interferência ilegítima.
Mas, contra Lula, não será de se espantar de que
venha a ser aceita.
Afinal, algo tão “claro” como se apresenta, com
cartas, e-mails e recibos, ficou dormitando no Ministério Público por dois anos
e meio por que razão?
Evidente, esperando chegar a hora dos covardes.