A empresa de táxi-aéreo Amapil Táxi Aéreo apresentou uma
série de notas fiscais e recebidos ao MPF que apontam que o deputado Luiz
Henrique Mandetta (DEM-MS), futuro ministro da saúde do governo Jair Bolsonaro
(PSL), teve diversos voos particulares pagos pela empresa Telemídia, investigada
pela suspeita de ter sido favorecida com contratos milionários quando Mandetta
era secretário de Saúde de Campo Grande (MS)
247 - A empresa de
táxi-aéreo Amapil Táxi Aéreo apresentou uma série de notas fiscais e recebidos
ao Ministério Público Federal (MPF) que apontam que o deputado Luiz Henrique
Mandetta (DEM-MS), futuro ministro da saúde do governo Jair Bolsonaro (PSL),
teve diversos voos particulares pagos pela empresa Telemídia, que é alvo de uma
investigação pela suspeita de ter sido favorecida com contratos milionários
quando Mandetta era secretário de Saúde de Campo Grande (MS).
Segundo
as investigações, em 2009, no final de sua gestão como secretário estadual,
Mandetta teria realizado uma licitação de R$ 9,9 milhões para a implantação de
um sistema de informática. A licitação teria sido dirigida para que a Telemídia
ganhasse o certame, mesmo que não fosse a primeira colocada.
Segundo o jornal O Globo, Mandetta teria reconhecido ter
feito os voos sem pagar, mas afirmou ter pedido o fretamento dos aviões ao dono
de uma empresa de táxi-áreo. Segundo os recibos e notas fiscais apesentados
pela Amapil, após vencer a licitação a Telemídia teria pago R$ 21 mil por uma
série de voos que Mandetta realizou entre junho e julho de 2010, quando era
pré-candidato à Câmara. O nome do contratante que consta na documentação
apresentada pela empresa é o Rui Aquino, um dos sócios da Telemídia na época.
"Quando
eu deixei a secretaria, eu me relacionei com a Amapil. Tinha um médico que era
irmão do proprietário e era por meio dele que eu pedia (os voos). Paguei alguns
para a Amapil, alguns foram amigos que me deram. Na época, não havia muita
normatização. Viajei de carona, viajei dando gasolina e o cara dando o avião e
o piloto", justificou Mandetta.
Sobre o
fato da Telemídia ter sido a responsável pelo pagamento dos voos, Mandetta
disse desconhecer que isso teria ocorrido. "Aí é uma questão ligada lá com
a Amapil. Na época, eu solicitava muito os voos para o irmão do proprietário.
Ele falava "pode usar, não tem problema". E a gente usou nessa fase
de pré-campanha", ressaltou.
Segundo a Procurador Geral da República, (PGR) houve,
"troca de favores pessoais" referentes à campanha de Mandetta por uma
vaga na Câmara em 2010.