Foto: Rodolfo Buhrer |
Os coordenadores da Vigília Lula Livre, mantida há
sete meses perto da sede da Polícia Federal de Curitiba, publicaram uma nota
nesta quinta-feira (8) explicando que as atividades do movimento serão
mantidas, mesmo com o fechamento do Acampamento Marisa Letícia.
Os acampados, que haviam alugado um terreno a cerca
de dois quilômetros da Superintendência, deixaram o imóvel no final de outubro,
poucos dias antes do segundo turno das eleições. Os organizadores do
acampamento, que foi alvo de ameaças e ataques, inclusive a tiros, alegam falta
de segurança e também de recursos. A coordenação da vigília afirma que o
fechamento do acampamento não interfere na programação diária de atos que pedem
a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O movimento segue em outro terreno particular
alugado na frente da Superintendência da Polícia Federal, no bairro Santa
Cândida. Nesta quinta-feira, dia de visitas ao ex-presidente, ele recebeu o
deputado federal Paulo Pimenta, do PT, e o ex-candidato à Presidência da República
pelo Psol, Guilherme Boulos. Ao deixar o prédio, Pimenta afirmou que a decisão
do juiz Sérgio Moro de aceitar o convite para fazer parte do ministério de Jair
Bolsonaro, do PSL, reforça o caráter político da prisão de Lula.
“O presidente Lula tem consciência histórica de que
está aqui como um preso político. Essa intuição foi reforçada com essa
indicação e com esse convite de Sergio Moro assumir um ministério antes mesmo
da eleição. O que demonstrou que aquela isenção e distância era uma grande
farsa”, diz Pimenta.
O ex-candidato Guilherme Boulos comentou uma das
medidas mais polêmicas anunciadas por Bolsonaro, que é a de classificar como
terrorismo atividades de movimentos como o dos Trabalhadores Sem Teto. Para
Boulos, que é coordenador do MTST, a declaração é própria de regimes
autoritários.
“Esse é um descalabro próprio de pessoas
autoritárias e regimes autoritários. Os movimentos sociais são responsáveis e
muito pelo o que conquistamos na hiistória do nosso país. Qualificar a luta
social como terrorismo é próprio de quem não consegue conviver com contestação
e democracia”, diz Boulos.
O ex-presidente Lula está preso desde 7 de abril,
em cumprimento antecipado da pena a que foi condenado no caso do triplex do
Guarujá. Ele responde a mais duas ações penais em Curitiba decorrentes da Lava
Jato. Advogados pedem que ele seja interrogado novamente na ação penal que
apura a suspeita de recebimento de propina da Odebrecht em forma de um
apartamento em São Bernardo do Campo e de um terreno para o Instituto Lula.
Ele já foi interrogado no processo em setembro do
ano passado, mas pelo juiz Sérgio Moro. Agora a defesa quer que a juíza que
assumiu o caso, Gabriela Hardt, realize novo interrogatório antes de proferir a
sentença.
Fonte:
Parana Portal