Fernando Haddad entrou mudo e saiu calado de seu encontro de
mais de duas horas com Lula em Curitiba nesta quarta; no encontro, informou a
Lula que não assumirá cargo no PT ou na Fundação Perseu Abramo, como era
cogitado; Haddad está silencioso nas redes sociais e ausente das articulações,
enquanto os principais candidatos derrotados por Bolsonaro estão em plena
atividade; hoje, Boulos estará com Lula, e já marcou uma conversa com a imprensa
e militantes do Acampamento Marisa Letícia na sequência; mas Haddd está quieto
247 - Fernando
Haddad entrou mudo e saiu calado de seu encontro de mais de duas horas com o
ex-presidente Lula em Curitiba nesta quarta (7). Segundo a colunista Mônica Bergamo, que nos últimos meses
mostrou-se muito bem informada sobre os bastidores do PT, um dos temas do
encontro foi o futuro de Haddad: "Fernando Haddad não assumirá cargo no PT
—nem mesmo na Fundação Perseu Abramo, como era cogitado. Ele combinou com Lula
que seguirá na política, mas fora das estruturas partidárias".
O que
significa a decisão de Haddad? Confirmada a notícia, qual será o papel do
ex-candidato do PT, que recebeu 47 milhões de votos nas eleições. Dava-se como
certo que ele assumiria a presidência da Fundação Perseu Abramo. A única
certeza neste momento é que ele retomará suas aulas no Insper, uma escola de
negócios da elite paulistana.
Nesta
quinta, Lula recebe as visitas do deputado e líder da bancada do
PT na Câmara, Paulo Pimenta, e de Guilherme Boulos. Depois do encontro,
ambos irão conversar com a imprensa em frente à superintendência da Polícia
Federal de Curitiba, como é de praxe. Haddad rompeu a praxe.
Há uma
interrogação sobre o futuro de Haddad. Dos principais candidatos derrotados nas
eleições, ele é o único que está em silêncio, sem movimentar-se publicamente.
Ciro, Boulos e Marina estão em plena atividade, articulando projetos de
oposição a Bolsonaro. Houve uma proposta de segmentos do PT para Haddad iniciar
caravanas pelo país, numa versão reduzida do que fez Lula entre 1993-1996 e
recentemente entre 2017 e 2018, até sua prisão em abril, mas o assunto não teve
seguimento.
Nesta
quinta, Lula recebe as visitas do deputado e líder da bancada do
PT na Câmara, Paulo Pimenta, e de Guilherme Boulos. Depois do encontro,
ambos irão conversar com a imprensa em frente à superintendência da Polícia
Federal de Curitiba, como é de praxe. Haddad rompeu a praxe e foi embora sem
falar com a imprensa ou com os militantes do Acampamento Marisa Letícia,
vigília permanente de solidariedade a Lula. Desde o domingo, 4 de novembro, uma
semana depois da eleição, Haddad emudeceu nas redes sociais. No Facebook,
deixou de estar ativo desde 31 de outubro e, no dia 4, apenas atualizou sua
foto de perfil; no Twitter, nada.
Haddad
está quieto.