quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Depen assume 37 carceragens de delegacias com mais de 6 mil presos

Foto Jonas Oliveria / AEN

A governadora Cida Borghetti assinou nesta quarta-feira (07) decreto que transfere a gestão de 37 carceragens, hoje administradas pela Polícia Civil, ao Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen), coordenado pela Secretaria Especial de Administração Penitenciária.
“Este é mais um avanço rumo a melhoria e a humanização do sistema carcerário no Estado, uma medida que vai resultar também no melhor atendimento da população com a liberação dos policiais”, afirmou a governadora Cida Borghetti.
A medida permite ao Depen a gestão plena das unidades e a guarda de aproximadamente 6.100 presos. Com isso, cerca de 1.100 policiais civis serão liberados exclusivamente para o trabalho de investigação, formalização de flagrantes e demais atividades de prestação de serviços à população.
O secretário especial da Administração Penitenciária, coronel Elio Manoel de Oliveira, destacou que o decreto permite o início da transição das carceragens para cadeias públicas, conceito determinado pela Lei de Execução Penal. Haverá a separação física entre as celas e o espaço de delegacia.
Segundo Oliveira, cada unidade que será assumida pelo Depen terá um agente penitenciário como chefe, um funcionário de carreira indicado, e agentes de cadeia, contratados na modalidade de Processo Seletivo Simplificado (PSS), farão o trabalho de carcereiros.
“A guarda de presos provisórios em delegacias se arrasta há 40 anos. Com a medida, os presos terão melhores condições, já que as cadeias públicas seguirão a normatização da lei, incluindo os direitos e regras estabelecidas”, afirmou o secretário.
Cerca de 1.156 agentes de cadeia pública foram contratados recentemente por processo seletivo (PSS) e cerca de 70% dos efetivados serão empregados nessas unidades. Em relação a alimentação e outros gastos com os presos, o orçamento que era destinado para a Polícia Civil será transferido agora ao Depen.
O secretário de Segurança Pública, Julio Reis, reforçou a importância desta transição e informou que em algumas cidades a Polícia Civil deve alugar outro imóvel para instalar delegacias, deixando o espaço antigo para a custódia. “É um período de transição que se inicia, mas a custódia dos presos ficará exclusivamente a cargo do Depen. Isso vai melhorar muito o trabalho da polícia”, disse.
O presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (ADEPOL), Daniel Prestes Fagundes, fez questão de ressaltar a assinatura do decreto “é um dia histórico para o Paraná”. “Essa evolução é um passo muito importante, porque o preso em delegacia de polícia é uma marca muito negativa, que atrasa a boa prestação de serviço público por parte da Polícia Civil”, disse.
Segundo ele, a decisão da governadora Cida Borghetti soluciona uma reivindicação antiga da categoria que surtirá efeito direto na população.
Em nota, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná diz ver com extrema preocupação a medida adotada pelo Governo do Estado de transferir para o Departamento Penitenciário a gestão das carceragens do Paraná. O sindicato destaca que, desde 2013, o Paraná tem o mesmo número de agentes penitenciários, enquanto a população prisional nas 33 unidades penais do estado aumentou no mesmo período de 14 mil para 21 mil presos. Para dar conta dessa demanda são apenas 3.050 servidores, divididos em três plantões.
“É impossível exigir desses servidores mais do que já fazem, visto que em algumas unidades há agentes trabalhando em três postos simultaneamente pela falta de pessoal. A falta de agentes compromete toda a execução penal, pois para garantir que os presos tenham banho de sol, acesso a atendimentos jurídico, social, trabalhem e estudem é preciso que haja gente para fazer as movimentações dentro das unidades”.
Segundo a entidade de classe, a falta de efetivo é um dos maiores gargalos do sistema penitenciário do Paraná. Com 4.131 vagas na carreira, há um déficit de cerca de 1.00 agentes para atender a demanda atual. O último concurso para a categoria foi em 2013. O sindicato alega que os 1156 agentes de cadeia contratados em processo seletivo simplificado não aumentaram o efetivo, uma vez que eles apenas substituíram os temporários com contratos vencidos.


STF pode julgar liberdade de Lula este ano, vê Fachin


O pedido de liberdade feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com base na suspeição do juiz Sergio Moro pode ser julgado ainda neste ano; defesa do petista entrou esta semana com um habeas corpus no Supremo alegando a suspeição do magistrado responsável pela Operação Lava-Jato, depois de ele aceitar ser ministro do governo Jair Bolsonaro (PSL); "Eu vou aguardar o cumprimento dos prazos e a prestação das informações. Aí, se tudo isso for feito adequadamente, é possível [julgar ainda este ano]", disse Fachin
247 - O pedido de liberdade feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com base na suspeição do juiz Sergio Moro pode ser julgado ainda neste ano. 
A defesa do petista entrou esta semana com um habeas corpus no Supremo alegando a suspeição do magistrado responsável pela Operação Lava-Jato, depois de ele aceitar ser ministro do governo Jair Bolsonaro (PSL). "Eu vou aguardar o cumprimento dos prazos e a prestação das informações. Aí, se tudo isso for feito adequadamente, é possível [julgar ainda este ano]", disse Fachin.
Fachin voltou a defender que o caso não precisa ser discutido no plenário, pelos 11 ministros. Em despacho nesta terça, o ministro afirmou que pretende realizar na Segunda Turma o julgamento da ação.
"A matéria é pacífica sobre o tema. Creio que não há razão de enviar para o plenário como houve em outras hipóteses, que havia questões importantes para que o plenário definisse. Como há jurisprudência assentada, a competência originariamente é da Turma", afirmou.


Aumento de salário abre guerra entre Bolsonaro e ministros do STF


Jair Bolsonaro criticou na manhã desta quarta o projeto de reajuste salarial do STF e do procurador-geral da República, incluída sem aviso na pauta de votação de hoje pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira; com a crítica, abre um confronto com os ministros da Corte; segundo Bolsonaro, o Judiciário "é o mais bem aquinhoado entre os Poderes" e a proposta causa "preocupação"; Gilmar Mendes defendeu o reajuste; proposta, já aprovada pela Câmara, prevê o aumento dos salários dos atuais R$ 33 mil para R$ 39 mil; se aprovado, levará a um aumento em cascata para todo o Poder Judiciário
247 - Jair Bolsonaro criticou na manhã desta quarta o projeto de reajuste salarial do STF e do procurador-geral da República, incluída sem aviso na pauta de votação de hoje pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira. Com a crítica abre um confronto com os ministros da Corte. Segundo Bolsonaro, o Judiciário "é o mais bem aquinhoado entre os Poderes" e a proposta causa "preocupação". Gilmar Mendes defendeu o reajuste. Proposta, já aprovada pela Câmara, prevê o aumento dos salários dos atuais R$ 33 mil para R$ 39 mil; se aprovado, levará a um aumento em cascata para todo o Poder Judiciário
"Obviamente não é o momento. Nós estamos terminando um ano com déficit, vamos começar o outro ano com déficit", disse. "Acho que estamos numa fase onde todo mundo tem ou ninguém tem. Nós sabemos que o Judiciário é o mais bem aquinhoado entre os Poderes. A gente vê com preocupação [a proposta de reajuste]", disse Bolsonaro.
A proposta, que já foi aprovada pela Câmara, está parada desde 2016 na Comissão de Assuntos Econômicos, prevê o aumento dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) dos atuais R$ 33 mil para R$ 39 mil, bem como para o procurador-geral da República. A inserção do assunto na pauta desta quarta-feira (7) pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), contrariou diversos parlamentares e o próprio Bolsonaro, que disse não ter sido avisado que o projeto entraria na pauta.
"Eu falei para o Toffoli [ministro Dias Toffoli, presidente do STF] ontem (6) que existe um Poder só e o que está em jogo é o futuro do Brasil. Estamos aqui em uma profunda crise ética, moral e econômica. E a responsabilidade tem que ser dividida por todos", disse Bolsonaro. "O Poder Judiciário, no meu entender, em um gesto de grandeza, com toda a certeza não fará tanta pressão assim por esse aumento de despesa, observou. O temor é que o reajuste provoque em efeito cascata que resulte em aumento de despesa para o novo governo, já que incide sobre os salários de juízes de todo o país.
Em agosto deste ano, diversos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já haviam votado pelo reajuste de 16% em seus próprios vencimentos, já a partir de 2019, alegando que este percentual seria uma recomposição e não um aumento de salário. Ao todo, o reajuste foi aprovado por 7 votos a quatro. Na ocasião os ministros Gilmar Mendes, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio Mello, Dias Toffoli e Alexandre de Moraes, votaram pelo reajuste. Os votos contrários ficaram com Cármen Lúcia, Celso de Mello, Rosa Weber e Edson Fachin.
"O Supremo já havia aprovado esse projeto. Isto foi uma deliberação colegiada que se tomou ainda na gestão da presidente Carmen Lúcia. Era necessário, por conta das repercussões orçamentárias e se espera que o Congresso faça essa aprovação, fazendo então esse ajuste", disse o ministro Gilmar Mendes ao ser questionado sobre o assunto nesta quarta-feira.


As eleições já foram, mas a ameaça das fake news continua


Brasil é o país que mais acredita em informações falsas e 89,77% dos eleitores de Bolsonaro caíram nelas nessas eleições

98,21% dos eleitores de Bolsonaro entrevistados foram expostos a uma ou mais notícias 
falsas nas eleições / MiguelSchincariol/AFP

papel das fake news (notícias falsas, em inglês) na disputa que elegeu Jair Bolsonaro (PSL) presidente no último dia 28 de outubro foi amplamente denunciado ao redor do mundo.
Apesar da preocupação com o combate às fake news ter rondado organizações e especialistas desde o começo do ano, motivando a criação de uma comissão especial no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma rede profissional de disseminação massiva de conteúdo mentiroso contra o Partido dos Trabalhadores (PT) foi descoberta nas últimas semanas e colocou o assunto no centro das eleições.
Com o fim do pleito, especialistas alertam: o processo de viralização de boatos continuará atrapalhando a democracia brasileira.
O Brasil é o país mais propenso do mundo a acreditar em uma informação falsa, de acordo com a pesquisa Global Advisor: Fake News, Filter Bubbles, Post Truth and Trust (Consultor Global: notícias falsas, bolhas de filtros, pós-verdade e confiança), do Instituto Ipsos, realizada com entrevistados de 27 países. Segundo o estudo, 62% dos brasileiros afirma já ter acreditado em uma notícia falsa.
O principal método de disseminação de fake news nessas eleições foi o aplicativo Whatsapp. Os grupos pró-Bolsonaro continuam ativos, veiculando boatos, além de outras campanhas, como o estímulo ao "Escola Sem Partido". Uma reportagem veiculada na sexta-feira (2) pela Revista Época alerta que os grupos pretendem continuar fortes para as eleições municipais de 2020.
Segundo Sérgio Amadeu, sociólogo e professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), há um risco grande de a desinformação ter continuidade após o processo eleitoral, como aconteceu nos Estados Unidos após a eleição de Donald Trump. O professor afirma que, para além de meios jurídicos e tecnológicos para combater as fake news, a sociedade brasileira precisa de uma mudança estrutural em sua postura democrática.
"A estratégia de alguns grupos que participaram dessa campanha de desinformação é continuar com o trabalho de desorientação, de transformação de opiniões em fatos, acentuando desinformação. Me parece que se isso for útil para grupos poderosos isso será aplicado. Como transformar isso em algo não socialmente aceitável? Com uma sociedade que vai reagir a isso. Se aqueles que distribuem essa desinformação em massa passarem a ser criticados, considerados pessoas de comportamento inconveniente, antiético, reduziremos seu peso como estratégia política válida", afirmou.
Dados levantados a pedido da plataforma Avaaz e divulgados no final de outubro mostram que 98,21% dos eleitores de Bolsonaro entrevistados foram expostos a uma ou mais notícias falsas, e 89,77% acreditaram que eram embasadas em verdade. Desses, 84% acreditaram no boato do "kit gay", e outros 74% acreditaram na ideia de que as urnas eletrônicas são fraudadas.
Para Márcio Moretto, professor da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Monitor do Debate Político no Meio Digital, a disseminação em massa de notícias falsas no Brasil teve início após 2013, com a "formação de um grande campo antipetista", que fez uso, principalmente, do Facebook para compartilhar boatos e hoje está "marcada como a direita".
"Nos períodos eleitorais isso fica mais intenso, e, principalmente, ganha mais capilaridade. Com ele [Bolsonaro] assumindo a presidência, é uma incógnita. De alguma forma, ele pode tentar usar desses canais alternativos como forma de disputar os discursos da esfera pública. Não sabemos se isso vai acontecer, mas seria bem nocivo, porque a disputa política na rede social é muito polarizada, divide a esfera pública em dois grandes grupos com pouca intersecção entre si. Então, um governo que use um desses polos como interlocutor privilegiado, falará só com uma parte da sociedade, desprezando um pedaço importante do debate político", afirmou.
Na opinião de Marcos, o hiper-engajamento e polarização da sociedade tem como consequência a desinformação e não o contrário, como geralmente se pensa. Ele destaca que as redes sociais vem tomando algumas medidas para barrar as fake news, mas ainda são insuficientes. Ele explica que o Whatsapp, apesar de ter incorporado a chamada "criptografia de ponta-a-ponta", protegendo usuários, também implementou funcionalidades que permitem a transmissão em massa de conteúdo.
"Essas funcionalidades facilitam a disseminação de desinformação ao mesmo tempo em que não tem nenhum tipo de possibilidade de auditoria, porque a comunicação é criptografada. Então, é um lugar delicado. A gente deveria ter meios de pressionar que as ferramentas ou sejam de comunicação pública, como de certas formas são outras redes em que há uma arena pública para receber o contraditório, ou uma rede privada, em que não há funcionalidades para comunicação em massa. Essa mistura em que o Whatsapp ficou é muito nociva para o debate público", completou.
Na semana passada, a Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou que o fenômeno de uso massivo de Fake News para manipular o voto dos brasileiros "talvez não tenha precedentes". O Whatsapp é usado por 120 milhões de brasileiros, mais de 50% da população.
Fonte: Brasil de Fato

Senado vota aumento para PGR na surdina, denuncia Gleisi


A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) denunciou pelo Twitter que está prestes a ser votado no Senado um Projeto de Lei da Procuradoria-Geral da República que aumenta o subsídio de Raquel Dodge e dos procuradores da República.
Segundo Gleisi, o projeto tramita ser fazer alarde, aproveitando o momento político conturbado. Enquanto isso, o país segue com “milhões de desempregados,  embora o eleito presidente não acredite nisso”
Confira o twitt da presidenta do PT:

Gilberto Carvalho: Gilmar Mendes disse que processo contra Lula “não para de pé”


Gilberto Carvalho, um dos líderes do PT com ligação mais profunda com Lula e ex-secretário-geral da Presidência revelou numa entrevista à BBC News Brasil que o todo-poderoso ministro do STF Gilmar Mendes confessou-lhe: o processo da Lava Jato contra no caso do tríplex "não para de pé"; segundo Carvalho, o STF ficou calado diante da ilegalidade evidente do processo por conta do calendário eleitoral
247 - Gilberto Carvalho, um dos líderes do PT com ligação mais profunda com Lula e ex-secretário-geral da Presidência (2011-2015) revelou numa entrevista à BBC News Brasil que o todo-poderoso ministro do STF Gilmar Mendes confessou-lhe: o processo da Lava Jato contra no caso do tríplex "não para de pé". Segundo Carvalho, o STF ficou calado diante da ilegalidade evidente do processo por conta do calendário eleitoral. 
"Não tenho dúvida nenhuma de que o processo contra o Lula foi um processo montado para tirá-lo do jogo. São absolutamente ridículas as acusações contra o Lula a ponto de um juiz do Supremo como o Gilmar Mendes dizer para mim pessoalmente: "o processo do tríplex não para de pé". Não sou eu que falei isso. Qualquer juiz sabe disso. Só não agiram antes porque não queriam fazer interferência no processo eleitoral" -disse Carvalho.
A entrevista à BBC, concedida há uma semana mas veiculada apenas nesta terça (6) foi longa e discorreu sobre o resultado das eleições, o golpe contra Dilma, o desempenho do PT, erros e acertos do partido, a relação com Ciro Gomes e o cenário de instabilidade à frente (aqui a íntegra). Para o ex-ministro, "a manter esse programa (econômico liberal) do Guedes não há como dar certo, e o que vai dar é muito descontentamento rapidamente". Ele comparou Bolsonaro a Collor e prevê um cenário rápido de desconstrução: "Esse processo eleitoral me lembra muito Collor (presidente eleito) em 1989, pelas categorias manejadas, e acho que o futuro desse governo pode ter um destino, não vou dizer igual, mas semelhante ao do Collor, no sentido de uma grande promessa rapidamente frustrada."
Leia a seguir a sequência de perguntas e respostas sobre a perseguição da Lava Jato a Lula:
Os processos contra Lula do tríplex e do sítio de Atibaia indicam um relacionamento de compadrio com empreiteiras, em que ele pode ter obtido benefícios, ou quase obtido. Como olhar esses demônios se o discurso é de que o Lula é totalmente inocente?
Eu não vejo contradição nenhuma nisso porque eu conheço o Lula e Lula efetivamente é inocente. O Lula foi o presidente que tomou a iniciativa de estimular o desenvolvimento dos órgãos de controle, e nunca, isso eu posso testemunhar porque eu convivi com ele oito anos na Presidência, nunca ele pôs a mão na cabeça de ninguém. Ele sempre disse: "quem no meu governo errar será investigado, não peça para não ser investigado". Tanto que ele viu cair (o ex-ministro Antônio) Palocci, cair Zé Dirceu (ex-ministro e ex-presidente do PT). Até diziam que ele era pouco solidário.
O Lula focou o governo dele na questão da mudança do país, desenvolvimento econômico e tal, e criou os mecanismos para que tudo fosse detectado. Muita coisa não foi detectada porque não havia como chegar à Presidência informações que não chegam tão rapidamente, como o caso da Petrobras.
O erro que o Lula cometeu, que nós cometemos, foi ter convivido com pessoas que foram governo com objetivo claro de se locupletar, e praticaram um monte de coisa que depois vieram pra nossa conta, como é o caso da Petrobras. Lula não conhecia Paulo Roberto, não conhecia (Renato) Duque (ex-diretores da estatal presos na Lava Jato).
E eu não concordo com afirmação de que teve compadrio. E o que ele fez, e aí sim se inclui no conjunto do PT, foi aceitar e tolerar o financiamento empresarial de campanha. Mas vamos lembrar que isso estava dentro da lei. Nunca o Lula se dirigiu a nenhum empresário, e falou "eu peço dinheiro para você".
Mas tem as obras realizadas por empreiteiras no sítio de Atibaia (que não pertence a Lula formalmente, mas ele fazia uso), a própria questão do tríplex do Guarujá (que foi oferecido a Lula pela OAS e ele chegou a visitar antes de recursar)?
Elas se deram depois do governo dele, nunca durante o governo dele, na ciência dele.
Mas essas obras no sítio são um problema?
Não. Se fossem feitas durante o governo, seria um problema. Não foram feitas durante o governo dele, ao menos com a ciência dele não foram feitas. O caso do tríplex foi uma oferta que não foi aceita.
Não tenho dúvida nenhuma de que o processo contra o Lula foi um processo montado para tirá-lo do jogo. São absolutamente ridículas as acusações contra o Lula a ponto de um juiz do Supremo como o Gilmar Mendes dizer para mim pessoalmente: "o processo do tríplex não para de pé". Não sou eu que falei isso. Qualquer juiz sabe disso. Só não agiram antes porque não queriam fazer interferência no processo eleitoral.
Sérgio Moro pode ocupar o cargo de ministro da Justiça no governo Bolsonaro (o que foi confirmado na quinta-feira um dia após a entrevista). Como o senhor recebe essa notícia?
Essa notícia é apenas a confirmação de tudo que nós tínhamos falado. Há um processo de um Judiciário que se tornou acusador. Um Judiciário que perdeu a imparcialidade e se tornou parte de um processo de destruição de um projeto. É só isso. Ele aceitando ou não, para mim não importa muito. O fato de o Bolsonaro convidá-lo é apenas a consolidação de que ele tem parte no processo e que eles conseguiram tirar (Lula da eleição), nos derrotaram desse ponto de vista.
Moro e uma parte importante do Judiciário, aí incluída a segunda instância, estão afundados até as botas nessa ação de destruir o nosso projeto, e não é pelos nossos erros, é pelos nossos acertos: em função de nossa autonomia em relação aos Estados Unidos, o ferimento dos interesses das petroleiras no pré-sal, o ferimento de interesses do sistema financeiro com as medidas que a Dilma tomou sobretudo (de tentar reduzir os spreads bancários). O resto foram argumentos que foram se acoplando para justificar perante a opinião pública uma ação criminosa, que, ao meu juízo, ao tentar destruir o PT, acabou destruindo o Brasil.

Guedes ameaça Congresso e é repreendido por Eunício


O virtual ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, disse ser preciso uma "prensa" no Congresso Nacional para obrigar os parlamentares a votarem a reforma da Previdência ainda este ano; a declaração foi mal digerida entre os congressistas, que recomendaram - via Eunício Oliveira (MDB) - aos assessores de Jair Bolsonaro "cuidado com as palavras"
247 - O virtual ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, disse ser preciso uma "prensa" no Congresso Nacional para obrigar os parlamentares a votarem a reforma da Previdência ainda este ano. A declaração foi mal digerida entre os congressistas, que recomendaram - via Eunício Oliveira - aos assessores de Jair Bolsonaro "cuidado com as palavras".
A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo destaca o contexto da fala de Guedes: "questionado na terça-feira, em Brasília, sobre a estratégia para a aprovação do texto em 2018, o futuro ministro jogou a responsabilidade para o Parlamento. 'Classe política, nos ajude a aprovar a reforma. A bola esta com o Congresso: prensa neles!', disse ao chegar ao Ministério da Fazenda para uma reunião com o ministro Eduardo Guardia, que durou mais de quatro horas e teve entre os principais temas a reforma".
O jornal acrescenta que "o episódio se soma ao mal-estar que existe entre algumas lideranças do Congresso pelo fato de o futuro articulador político de Bolsonaro, o ministro da transição Onyx Lorenzoni, ter integrado a oposição à reforma da Previdência durante sua tramitação na comissão especial na Câmara. Agora, ele será o responsável por negociar o apoio dos parlamentares à proposta".


Gleisi: o país precisa se preparar para combater a volta da fome


A senadora, deputada eleita e presidente do PT Gleisi Hofmann afirma que o país precisa se preparar para combater a volta da fome; ela diz: "não tem nenhuma sociedade, minimamente evoluída, sem ter o direito básico de comer. Tudo o que foi feito (na área social) durante os 13 anos de governo, terá que ser feito novamente"
Da Rede Brasil Atual - Depois do Brasil sair do "Mapa da Fome" em 2014, relatório elaborado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), ela está de volta à realidade do país. Para a presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann, seu partido, junto com o campo democrático no geral, esse é um dos desafios a ser enfrentado nos próximos anos. Assim como o possível fim da valorização do salário mínimo, a piora nas condições de desemprego e a queda na renda da população.
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"Não tem nenhuma sociedade, minimamente evoluída, sem ter o direito básico de comer. Tudo o que foi feito (na área social) durante os 13 anos de governo, terá que ser feito novamente", disse Gleisi no programa Entre Vistas, da TVT, que vai ao ar nesta terça-feira (6), a partir das 22h.
A afirmação da senadora fez o apresentador, Juca Kfouri, lembrar de uma frase do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem "não dá pra formar um cidadão com fome". A crítica de que os governos petistas "falharam" na formação política dos beneficiários de suas políticas públicas é recorrente entre os progressistas e foi tratada no programa.
Para a presidenta do PT, esse papel formador poderia ter sido mais bem desenvolvido pelos movimentos sociais, apesar de ela reconhecer que o governo federal também deveria ter auxiliado mais nessa tarefa. Como exemplo, cita o programa Minha Casa, Minha Vida: havia o mérito e o direito das pessoas à casa própria sendo atendidos, mas o governo não conseguiu mostrar a responsabilidade do Estado pelo acesso à oportunidade.
Origens
A necessidade de retomar os laços com "as bases", ideia que vem sendo repetida no campo democrático há algum tempo, ganhou novo impulso com a eleição do candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro à Presidência da República. O tema surgiu no programa e tem a concordância da senadora.
A presidenta do PT lembra dos antigos "núcleos de base" que deram origem à popularidade e à representatividade da legenda e pondera que, apesar de os tempos serem outros, é preciso voltar a fazer encontros nos bairros e discutir os problemas das pessoas. "Pode ser que no início seja difícil, mas tem de fazer, tem de tentar", ressalta a senadora, admitindo que a importância da internet e das redes sociais não pode substituir o contato direto com as realidades das pessoas.
Esse "retorno à base", avalia Gleisi Hoffmann, deve ser um elemento importante para enfrentar a agenda do governo de Bolsonaro, provavelmente sustentada pela continuidade da retirada de direitos e aumento da violência contra negros, pobres e minorias. "Vamos ter de nos organizar para resistir", disse, enfatizando que tal tarefa não pode ser exercida somente pelo PT, mas sobretudo de uma frente democrática ampla.
Para a senadora que termina o mandato em dezembro e assumirá mandato de deputada federal pelo Paraná, a imprensa e os organismos internacionais podem ter papel importante no contexto que virá. "Temos de aproveitar para deixar o mundo atento. Vamos usar todos os canais possíveis para fazer denúncias e resistir", afirmou.
Ao longo do programa, a senadora também aborda o fenômeno das fake news nas eleições e como o partido pensa em atuar na comunicação com a sociedade. Avalia a nomeação do juiz Sérgio Moro para o Ministério da Justiça e o funcionamento das instituições que sustentam a democracia no país, além da situação do ex-presidente Lula, a quem ela costuma visitar quase toda semana.
"O Lula está bem. Está muito indignado com essa situação do Moro e está com muita vontade de continuar a luta na defesa dele. Ele sabe com quem está lidando e sabe o que tem que enfrentar", ponderou.
Apresentado pelo jornalista Juca Kfouri, o programa conta ainda com a participação da advogada Dina Alves, do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), e do secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Aroaldo Oliveira da Silva.


Moro releva caixa dois de Onyx: ele pediu desculpas


Questionado por um jornalista sobre como ele se posiciona diante do fato de que Onyx Lorenzoni, escolhido para ser ministro da Casa Civil, é réu confesso dessa atividade ilícita, Moro respondeu: “Ele já admitiu e pediu desculpas”. Na mesma coletiva, Moro também afirmou que nunca perseguiu o ex-presidente Lula, condenado por ele e arrancado da disputa presidencial que venceria
Da revista Fórum – O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, durante coletiva em Curitiba, demonstrou adotar de flexibilidade em seus critérios sobre a gravidade do uso de Caixa 2, dependendo de quem é o protagonista da ação. Questionado por um jornalista sobre como ele se posiciona diante do fato de que Onyx Lorenzoni, escolhido para ser ministro da Casa Civil, é réu confesso dessa atividade ilícita, Moro respondeu: “Ele já admitiu e pediu desculpas”.
Confira o vídeo abaixo e leia aqui a íntegra da reportagem da Fórum:


IPTU 2019 terá correção da inflação em Apucarana


O projeto, aprovado ontem em 2ª votação, repassa índice registrado nos últimos 12 meses 
(Foto: Arquivo)
A Câmara de Apucarana aprovou o reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para o exercício 2019. Todos os carnês enviados aos proprietários de terrenos do município deverão ter 3,97% acrescidos aos valores de pagamento.
No projeto, de autoria do Executivo Municipal, o reajuste do IPTU foi feito no valor venal dos terrenos e segue o mesmo índice da inflação, medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), do período de 12 meses entre outubro de 2017 e setembro de 2018.
O secretário da Fazenda de Apucarana, Marcello Augusto Machado, explicou que o reajuste é importante para manter o índice de arrecadação do município, visto que o IPTU é uma das principais fontes de custeio dos serviços municipais. “Definimos que o reajuste seria apenas no índice inflacionário para não prejudicar os apucaranenses e manter a arrecadação municipal sem defasagem entre um ano e outro”.
Machado considera justo o valor do reajuste. “Temos, de modo geral, uma planta de valores um pouco discrepante. Alguns imóveis têm valor venal registrado na Prefeitura abaixo do seu valor real e, portanto, pagam menos IPTU. Em média, o imposto aqui na cidade não é alto”, destaca.
No ano passado, cerca de 52,8 mil carnês foram emitidos, com lançamento total girando em torno de R$ 28 milhões. Deste valor, já havia entrado nos cofres municipais até o mês passado uma quantia de cerca de R$ 14 milhões. Com o reajuste, o valor lançado em 2019 deverá ser de aproximadamente R$ 29,1 milhões.
O vereador José Airton Deco de Araújo (PR) destacou a importância da aprovação do projeto. “Hoje, a população de Apucarana consegue ver o retorno do IPTU em mais moradia, melhor educação, melhor saúde e em programas como, por exemplo, o Terra Forte. É o dinheiro do povo retornando ao povo na forma de melhorias e de obras, como o Parque Industrial da Juruba”.
REFORMA ADMINISTRATIVA – Outros dois projetos do Executivo Municipal também foram aprovados em segunda sessão na Câmara. Um deles corta de 77 para 46 o número de cargos comissionados na Autarquia Municipal de Educação (AME), além de modificar o nome de alguns cargos para definir com mais precisão as suas atribuições. O mesmo foi feito na Autarquia Municipal de Saúde (AMS), através de outro projeto, que reduziu os comissionados de 59 para 45. No total, foram 45 comissionados exonerados.
Os projetos foram propostos após entendimento firmado entre o Município e o Ministério Público, mediante um Termo de Ajuste de Conduta (TAC). “A redução da máquina pública é uma discussão que está acontecendo em todo o Estado, e foi inclusive tema de recente reunião da Amuvi. É importante lembrar que, há seis anos, eram 600 cargos comissionados em toda a prefeitura, um número que, desde então, vem sendo reduzido sistematicamente na gestão do prefeito Beto Preto”, avaliou o vereador Lucas Leugi.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

SBT resgata slogan da ditadura em vinheta: 'Brasil: ame-o ou deixe-o'


Emissora de Silvio Santos confirmou a autoria das peças publicitárias, 'mas não vai se pronunciar por questões estratégicas'

O SBT começou a exibir nesta terça-feira (6) várias peças publicitárias exaltando o Brasil, mostrando as cores da bandeira nacional, pontos turísticos do país, e um dos slogans da ditadura militar (1964-1985).
Em uma das vinhetas, ao som do Hino Nacional, um locutor diz: "Brasil: ame-o ou deixe-o".
Segundo o UOL, o SBT confirmou a autoria das peças publicitárias, "mas não vai se pronunciar por questões estratégicas".
De acordo com o site Notícias da TV, as mensagens ufanistas são uma sinalização de que Silvio Santos pretende ficar ao lado de Jair Bolsonaro durante o seu mandato. A mulher do presidente eleito, Michelle Bolsonaro foi convidada para participar do Teleton no próximo fim de semana. Já Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, foi o entrevistado do programa "Poder em Foco" no último domingo (4).
 

Bolsonaro se recusa a responder pergunta sobre Egito e deixa entrevista


"Não, outro assunto, outra pergunta ai", disse o capitão reformado

© REUTERS
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), não quis responder a questionamento feito pela reportagem sobre o cancelamento de uma visita que seria feita pelo governo brasileiro ao Egito.
"Não, outro assunto, outra pergunta ai", disse o capitão reformado.
Após a insistência de repórteres para que ele comentasse o tema, ele repetiu o pedido para que fosse feita outra pergunta: "Outra pergunta, vamos embora", disse, ao dar as costas e interromper a entrevista na saída do Ministério da Defesa.
O governo egípcio cancelou uma visita que o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, faria ao país árabe. O chanceler brasileiro desembarcaria nesta quarta-feira (7) e cumpriria uma agenda de compromissos entre os dias 8 e 11 de novembro.
Formalmente, a mudança foi justificada pelo Egito por uma mudança na agenda de autoridades do país.
Como este tipo de cancelamento de última hora não é comum na diplomacia, o gesto foi visto como retaliação por membros da chancelaria brasileira a declarações de Bolsonaro sobre política externa.
Notícias ao Minuto

Junior da Femac participa da abertura do seminário de iniciação científica


Até sexta-feira, a comunidade acadêmica dos 13 câmpus da UTFPR estará reunida em Apucarana.
(Foto: Divulgação)
A comunidade acadêmica dos 13 câmpus da Universidade Tecnológica Federal (UTFPR) está reunida em Apucarana. Até sexta-feira, mais de mil alunos participam de dois grandes eventos institucionais: o Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica (SICITE) e o Seminário de Extensão e Inovação (SEI).
A abertura do SICITE ocorreu na segunda-feira à noite, no auditório Gralha Azul da Unespar que cedeu o espaço para a realização do evento, e contou com a presença do vice-prefeito Sebastião Ferreira Martins Junior (Junior da Femac), que no ato representou o prefeito Beto Preto.
Também estiveram presentes na abertura a vice-reitora da UTFPR, professora Vanessa Ishikawa Rasoto, o Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UTFPR, professor Valdir Fernandes, o Diretor de Graduação da UTFPR Câmpus Apucarana, professor  Edmilson Antonio  Canesin, o Diretor de Pesquisa e Pós-graduação do Câmpus Apucarana, professor Kosmo Santiago. A palestra inaugural foi ministrada pelo professor Mauro Baesso, ex-reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Junior da Femac destaca que os eventos reúnem universitários de Apucaranana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Curitiba, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Guarapuava, Londrina, Medianeira, Pato Branco, Ponta Grossa, Santa Helena, Toledo. “A comunidade acadêmica da UTFPR está reunida aqui em Apucarana. Ao todo, foram inscritos 1130 trabalhos que serão apresentados durante o evento”, ressalta Junior da Femac.
O vice-prefeito de Apucarana salienta ainda que os estudantes ficarão hospedados na cidade neste período para participar das atividades referentes aos dois eventos, que contemplarão oficinas, minicursos, apresentações orais, sessões de pôsteres, atividades culturais e esportivas.
A XXIII edição do SICITE, que transcorre até quarta-feira e tem por tema o bem-estar mental, é considerado o principal evento multicâmpus da UTFPR, destinado a dar visibilidade aos trabalhos desenvolvidos pelos alunos.
EXTENSÃO E INOVAÇÃO – A VIII edição do Seminário de Extensão e Inovação (SEI) acontece nos dias 8 e 9 e divulgará o trabalho de extensão, cultura e inovação, desenvolvido por estudantes e servidores da UTFPR. As atividades ofertadas contemplam várias áreas, como fabricação e preparo de alimentos; ferramentas on-line gratuitasIdentificação de Fibras Têxteis pelo Método da Queima; Coreldraw; Técnica Vocal e canto, entre outros.
Haverá, ainda, workshop sobre História Contemporânea; mesa redonda sobre Competências Transversais nas Áreas Tecnológicas; e palestras sobre as “Transformações Sociais e Econômicas a partir da Evolução da China”; e “Marco Legal de CT&I – Adaptação às novas normas e Necessidade de Novo Sistema de Financiamento.”


PT vai ao CNJ para impedir posse de Moro


O partido argumenta que Moro não pode se exonerar do cargo de juiz, o que é necessário para que possa assumir o de ministro, enquanto responde a apurações disciplinares. O PT cita o artigo 27 da resolução 135/2011 do CNJ, segundo o qual “o magistrado que estiver respondendo a processo administrativo disciplinar só terá apreciado o pedido de aposentadoria voluntária após a conclusão do processo ou do cumprimento da penalidade”
Da Agência Brasil – O PT entrou com uma representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o juiz federal Sérgio Moro em que pede que ele seja impedido de assumir o cargo de ministro da Justiça no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro.
O partido argumenta que Moro não pode se exonerar do cargo de juiz, o que é necessário para que possa assumir o de ministro, enquanto responde a apurações disciplinares. O PT cita o artigo 27 da resolução 135/2011 do CNJ, segundo o qual “o magistrado que estiver respondendo a processo administrativo disciplinar só terá apreciado o pedido de aposentadoria voluntária após a conclusão do processo ou do cumprimento da penalidade”.
O próprio PT questiona no órgão, em diferentes representações, a imparcialidade de Moro para julgar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. São alvo de questionamentos atos do juiz como a divulgação de áudio com conversas gravadas da ex-presidente Dilma Rousseff e a condução coercitiva de Lula.
Representação
Mais recentemente, o PT abriu representação contra Moro após a divulgação pelo juiz, dias antes do primeiro turno das eleições, da delação premiada na qual o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci implica Lula em atos de corrupção investigados na Lava Jato.
Na representação protocolado nesta terça-feira (6), o PT volta a acusar Moro de interferir no processo eleitoral. O partido cita declarações do vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, que à imprensa disse que “durante a campanha foi feito um contato” sobre a possível ida do juiz para o Ministério da Justiça.
“É muito evidente – agora mais que antes – que a liberação do sigilo de uma colaboração premiada com potencial de prejudicar um dos candidatos e que, no mesmo sentido, beneficia o outro, interferindo ilicitamente na disputa que se operou, fora feita em interesse particular, parcial, de um juiz que fora convidado a compor o governo do candidato que intentou beneficiar”, diz a peça assinada por nove congressistas do PT.
Em resposta ao corregedor Nacional de Justiça, Humberto Martins, Moro negou que tenha tido “qualquer intenção” de interferir no processo eleitoral e disse que o PT, ao acionar o CNJ, busca “cercear decisões da Justiça que contrariam os seus interesses partidários”.