segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Arma usada por Bolsonaro para ganhar eleição foi tema da redação do Enem


A manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet foi o assunto que a organização da prova deste ano escolheu para os estudantes inscritos

Estudantes responderam ainda testes sobre linguagens, Códigos e suas
tecnologias e Ciências Humanas e suas tecnologias  

São Paulo – Assim como nas eleições presidenciais deste ano, que elegeram Jair Bolsonaro (PSL), o controle de dados pela internet terá papel fundamental também no resultado da edição 2018 do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, realizado ontem (4) em todo o país.
O tema escolhido pelos organizadores para a redação é a manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet. Na disputa, a disseminação de notícias falsas pelo WhatsApp e pelas redes sociais no ambiente da internet, paga com recursos de empresários – o que configura caixa 2 –, foi determinante no resultado eleitoral.
Além do texto dissertativo-argumentativo, com até 30 linhas, os estudantes responderão questões nas áreas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias. No total são 90 questões de múltipla escolha.
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação, a redação é um texto no qual o estudante tem de apresentar argumentos para justificar a defesa de seu ponto de vista. Por isso, são exigidas competências para dissertar sobre um assunto proposto, descrevendo-o com explicações para tentar convencer o leitor dos argumentos apresentados.
As provas começaram às 13h30 e os participantes tiveram  5 horas de 30 minutos para resolvê-las. Aqueles com direito a tempo adicional e que solicitaram o recurso durante a inscrição terão uma hora a mais. Deficientes auditivos e surdos que optaram fazer a videoprova traduzida em libras terão duas horas a mais de prova.
Fonte: RBA

Grupo Havan abre “embaixada” em Brasília; Daciolo diz que é coisa do demônio


O Grupo Havan inaugurou neste sábado (3) em Brasília uma nova loja para marcar o início do governo de Jair Bolsonaro (PSL), mas aquela da cafonérrima ‘Estátua da Liberdade’, símbolo da empresa, não pôde ser instalada no Distrito Federal.
O dono da Havan, Luciano Hang, um controverso empresário que coleciona processos e condenações na Justiça, inaugurou a “embaixada” no Distrito Federal com clima de comício político. Além de polêmico, anticomunista, ele adora a bandeira dos Estados Unidos e outros ícones norte-americanos em detrimento da cultura brasileira.
De acordo o jornal Folha de S. Paulo, Hang esteve à frente no segundo turno de um consórcio de empresários que pagaram disparos de fake news, via WhatsApp, contra o candidato do PT Fernando Haddad. A questão foi parar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que examinará pedido de inelegibilidade de Bolsonaro pelo uso de caixa 2.
Sobre a ‘Estátua da Liberdade’
Entretanto, os brasilienses foram poupados da estátua jacu porque a Administração do Setor de Indústrias e Abastecimento e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) impediram a instalação do objeto que, somada à estrutura do empreendimento, chega a medir cerca de 35 metros de altura.
O impedimento se deve a um decreto distrital que limita em 12 metros as peças publicitárias. A norma é em respeito ao Plano Diretor de Publicidade, que orienta a instalação de meios de propaganda no SIA e em outras regiões administrativas do Distrito Federal. O grupo Havan está recorrendo da proibição.
Em setembro passado, o então presidenciável Cabo Daciolo (Patriota-RJ) prometeu combater a ‘Estátua da Liberdade’ porque, segundo ele, mais do que símbolo dos EUA, seria a representação do demônio neoliberal.
Fonte: Blog do Esmael

Transição gera atrito entre Cida Borghetti e Ratinho Júnior

Foto: Jonas Oliveira/Governadoria

Depois de duas semanas sem dar respostas, a governadora Cida Borghetti (PP) marcou para amanhã, no Palácio Iguaçu, uma reunião para tratar do processo de transição do governo do estado com o governador eleito, Ratinho Junior (PSD).
Já em 17 de outubro, ele havia pedido para que o processo iniciasse oficialmente na última segunda-feira (29), primeira depois do 2º turno da eleição presidencial. O prazo se esgotou e só em um encontro em Brasília, na semana passada, ficou acertada a criação de um novo cronograma. Cida definiu que o começo da transição seria só em 3 de dezembro, mas o prazo deve ser encurtado.
A indefinição acabou repercutindo entre os deputados estaduais da base de Ratinho, que criticaram a demora. “Me parece que tem uma coisa bastante errada nisso. O povo do Paraná vai ter que esperar cinco semanas para saber os dados do governado do estado”, queixou-se Márcio Nunes, do PSD, em pronunciamento na Assembleia Legislativa. Ele comparou a situação com o governo federal que, mesmo com um segundo turno, já iniciou sua transição.
O parlamentar foi além das queixas e disse que o governo está promovendo uma “vingança do pipoqueiro” contra políticos que fizeram campanha por Ratinho, e logo contra Cida. Segundo Márcio, na última semana verbas de convênios da Sedu (Secretaria Estadual do Desenvolvimento Urbano), que seriam destinadas para prefeituras das suas bases, estão sendo cortadas. “Mas o povo já deu recado que não quer mais esse toma lá, da cá”.
Definições
Antes mesmo da transição começar, Ratinho negociou com deputados da bancada federal e obteve o compromisso da aplicação de R$ 40 milhões em emendas para segurança ano que vem. Eles serão aplicados no programa “Olho Vivo”, de monitoramento por câmeras de segurança.
O governador eleito também pretende aprovar, ainda neste ano, um projeto de lei para facilitar as PPPs (Parcerias Público Privadas), mas o texto ainda não foi apresentado.
Fonte: Paranaportal

Gleisi: a mentira ganhou as eleições e construiu o ódio contra o PT


A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR) lamentou o fato de 89,77% dos eleitores de Jair Bolsonaro acreditarem em fake news - estatística foi divulgada em um estudo da organização Avaaz; "Isso é assustador! A mentira ganhou as eleições, construiu o ódio contra o PT. Vamos fingir q nada aconteceu?! Aceitar que as urnas poderiam ser fraudadas?!Que existiu “kit gay”?! Quem mentiu pra ganhar, mentirá pra governar?!", escreveu ela no Twitter 
Sul 247 - A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), eleita deputada federal, lamentou o fato de 89,77% dos eleitores do presidente eleito Jair Bolsonaro acreditarem em fake news (notícias falsas) - estatística foi divulgada em um estudo da organização Avaaz.
"Isso é assustador! A mentira ganhou as eleições, construiu o ódio contra o PT. Vamos fingir q nada aconteceu?! Aceitar que as urnas poderiam ser fraudadas?!Que existiu “kit gay”?! Quem mentiu pra ganhar, mentirá pra governar?!", escreveu a parlamentar no Twitter.
De acordo com o estudo, 98,21% dos eleitores de Bolsonaro foram expostos a uma ou mais notícias falsas durante a eleição. Os dados também apontaram que 93,1% dos eleitores dele  viram as notícias sobre a fraude nas urnas eletrônicas e 74% afirmaram que acreditaram nelas. A pesquisa foi feita com 1.491 eleitores no país, analisando seus perfis no Twitter e Facebook.
No mês passado, a 10 dias do segundo turno da eleição presidencial, uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo denunciou uma campanha ilegal contra o PT financiada por empresas apoiadoras de Bolsonaro e que tem se baseou na divulgação de fake-news no WhatsApp. A matéria apontou, ainda, que cada contrato chega a R$ 12 milhões e, entre as empresas compradoras, está a Havan. 

Delegada Erika Marena é cotada para chefiar a Polícia Federal

Luis Macedo/Câmara dos Deputados

O nome da delegada Erika Marena vem ganhando força para a chefia da Polícia Federal no governo Bolsonaro, informa a coluna Painel no jornal Folha de S. Paulo; um grupo de delegados da Polícia Federal vai sugerir ao futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, seu nome como preferido da classe; Erika, que foi a mais votada numa lista tríplice preparada pela associação de delegados, conhece Moro desde o começo dos anos 2000 e teve papel importante na deflagração da Lava Jato; ela é atualmente a superintendente da PF em Sergipe; delegada foi responsável pela Operação Ouvidos Moucos, que levou ao suicídio do reitor da UFSC Luiz Carlos Cancellier, após este ser acusado, sem provas, de desvios na instituição
247 - O nome da delegada Erika Marena vem ganhando força para a chefia da Polícia Federal no governo Bolsonaro, informa a coluna Painel no jornal Folha de S. Paulo. Um grupo de delegados da Polícia Federal vai sugerir ao futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, seu nome como preferido da classe. Erika, que foi a mais votada numa lista tríplice preparada pela associação de delegados, conhece Moro desde o começo dos anos 2000 e teve papel importante na deflagração da Lava Jato. Ela é atualmente a superintendente da PF em Sergipe.
A delegada foi a responsável pela deflagração da Operação Ouvidos Moucos,que apurava supostos desvios na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).  A ação acabou acusando sem provas o reitor Luiz Carlos Cancellier que se matou poucos dias após ser preso pelos policiais federais sob a suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de verbas. 
A reportagem ainda destaca que a delegada deve ganhar o apoio da ADPF (Associação dos Delegados de Polícia Federal). "Marena estava no topo da lista enviada pela entidade a Michel Temer. De lá para cá, ela coordenou a polêmica Operação Ouvidos Moucos".


Defesa de Lula pede ao STF que seja declarada suspeição de Moro


A defesa do ex-presidente Lula levará ao STF (Supremo Tribunal Federal) um novo pedido de suspeição do juiz Sergio Moro, nomeado ministro do governo Bolsonaro; auxiliares de Lula entendem que o novo pedido de suspeição vai obrigar a corte a se posicionar sobre a atuação do juiz; pessoas próximas a Lula que conhecem de perto os processos dizem que, "diante de toda a trama", o STF terá que decidir se a atuação de Moro "não causou qualquer prejuízo à estética da imparcialidade tão cara à Justiça"
247 - A defesa do ex-presidente Lula levará ao STF (Supremo Tribunal Federal) um novo pedido de suspeição do juiz Sergio Moro, nomeado ministro do governo Bolsonaro. Auxiliares de Lula entendem que o novo pedido de suspeição vai obrigar a corte a se posicionar sobre a atuação do juiz. Pessoas próximas a Lula que conhecem de perto os processos dizem que, "diante de toda a trama", o STF terá que decidir se a atuação de Moro "não causou qualquer prejuízo à estética da imparcialidade tão cara à Justiça".
A reportagem da coluna Painel do jornal Folha de S. Paulo destaca que "o recurso estava previsto antes mesmo de Moro aceitar o convite de Bolsonaro. A defesa de Lula vai pedir a revisão da decisão do STJ, que negou a suspeição do juiz. Se o Supremo aceitar o pedido, o processo pode ser considerado nulo – hipótese hoje vista como improvável".


domingo, 4 de novembro de 2018

Pente-fino do INSS cancela mais de meio milhão de benefícios


Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) aponta uma economia de R$ 13,8 bilhões

© Marcelo Camargo/Agência Brasil
O processo de revisão dos benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já é responsável por uma economia de R$ 13,8 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). São recursos que estavam sendo pagos para pessoas que já estavam aptas para o trabalho, mas continuavam recebendo indevidamente os benefícios por incapacidade.
Desde agosto de 2016, cerca de 1,1 milhão de perícias de revisão foram feitas pelo INSS. Um total de 552 mil benefícios foram cancelados após a perícia, o equivalente à metade das revisões realizadas – 77 % foram invalidados após a análise, somando 359.553 benefícios. Já entre as aposentadorias por invalidez verificadas, 29% foram cessadas após as perícias.
O ministro Alberto Beltrame, destaca que o objetivo é destinar os recursos do Fundo da Previdência para quem realmente precisa. “É importante ressaltar que, a partir do ano que vem, a economia se mantém. Serão mais R$ 7 bilhões por ano que deixarão de ser pagos indevidamente às pessoas que estavam no auxílio-doença e que já tinham recuperado a capacidade de trabalho. Essa medida é uma grande inovação e um aperfeiçoamento na governança dos benefícios previdenciários. São recursos extremamente importantes e viabilizaram a adoção de novas e melhores políticas sociais pelo governo brasileiro.”
Das mais de 1,1 milhão perícias realizadas, mais de 900 mil foram feitas de março a outubro deste ano. A agilidade no pente-fino do INSS só foi possível porque 96% dos médicos peritos do órgão aderiram ao Programa de Gestão das Atividades Médico Periciais, que avalia a produtividade e não o número de horas trabalhadas.
Segundo Alberto Beltrame, a expectativa é a de que o processo seja finalizado até dezembro. “Estamos deixando de legado ao próximo governo um sistema de benefícios previdenciários limpo de fraudes e de pagamentos indevidos, com uma economia muito significativa”, garantiu Beltrame.
Mais de 110 mil benefícios ainda vão passar por revisão. Estão participando do processo os beneficiários que há mais de dois anos não passam por uma perícia médica e aqueles com menos de 60 anos que recebem a aposentadoria por invalidez. Os beneficiários que receberem as cartas do INSS têm 5 dias úteis para agendar a perícia pelo telefone 135.
Notícias ao Minuto

Medo do governo de Bolsonaro leva a planos de emigração


Brasileiros críticos ao presidente eleito relatam temores sobre integridade física e futuro profissional como razões para deixar o Brasil

© iStock
Tem brasileiro querendo fazer as malas depois da vitória de Jair Bolsonaro (PSL) no último domingo (28).
O medo e a percepção de ameaça à integridade física e à empregabilidade seriam os grandes motores do que pode se configurar como uma nova onda de fuga do país, incorporada àquela de 2016, que ascendeu com as crises econômica e política iniciada nos anos Dilma Rousseff.
Naquele ano, houve um salto de 40% no número de brasileiros que entregaram à Receita Federal sua declaração de saída definitiva do país -documento em que o cidadão afirma não ter mais renda nem residência fixa no país.
Agora, dados de ferramentas de busca apontam para alta na procura por informações sobre países e maneiras de emigrar.
Na última semana, a pesquisa por "países fáceis para imigrar" cresceu 70%. Nos últimos 30 dias, aumentaram mais de 350% as buscas relativas a como morar no Uruguai e 160% sobre imigração no Canadá.
Nos últimos 90 dias, as buscas por informações sobre a vida em Portugal aumentaram mais de 200%. No caso dos EUA, o aumento foi de mais de 110%.
Por trás dos dados estão histórias de pessoas que temem sofrer violência física ou sanções no campo profissional, motivadas por homofobia ou discriminação política.
O professor carioca de sociologia Gustavo de Souza, 33, quer ir para o Canadá. "Só a sombra do Escola sem Partido já piorou muito meu trabalho. Sob Bolsonaro, eu me sinto ameaçado quanto à minha empregabilidade", diz.
A pedagoga piauiense Olympia Saraiva, 40, avalia que será possível para sua família emigrar para Uruguai ou Paraguai. "Eu e meu marido sempre fomos militantes de esquerda, ativos em movimentos sociais. E, nessas eleições, nossa relação com familiares e vizinhos piorou muito. Tenho medo de sermos agredidos."
Gabriela (nome fictício), 37, que tem uma carreira de sucesso na indústria do entretenimento, começou a procurar oportunidades de trabalho na Europa. "Com a área cultural sob ataque e a ameaça de extinção do Ministério da Cultura, não vejo como seguir atuando no Brasil."
A advogada Joana (nome fictício), 32, funcionária publica, diz ter sido censurada por sua chefia durante a campanha e começou a procurar por bolsas de mestrado no exterior.
"Tenho a impressão de que quem votou em Bolsonaro acha que, se você não votou nele, é automaticamente petista ou comunista, como se as pessoas soubessem direito o que é comunismo", diz ela, que pede para que sua identidade fique oculta "para preservar minha integridade física e mental".
Anonimato é também o que pede uma professora de 30 anos de Brasília, cujo marido é funcionário público federal e teme perseguição no trabalho. Ela admite que a motivação para a intensa busca por programas de pós-doutorado no exterior é o medo.
"Como última possibilidade, iríamos sem bolsa mesmo. Temos uma reserva de dinheiro e, se a coisa ficar de um jeito tenebroso, que nos coloque em risco, sairíamos sem nada certo", afirma.
Segundo Jorge Botrel, sócio da JBJ Partners, assessoria para quem pretende se mudar para os Estados Unidos, seus novos clientes estão mais preocupados que o normal. "Entre os motivos pelos quais nos procuraram está a violência e a radicalização."
Entre janeiro e outubro deste ano, os serviços oferecidos pela empresa tiveram um aumento de procura de 66% em relação ao mesmo período do ano passado.
Mas Botrel aponta que tal procura nem sempre se efetiva numa mudança: de cada 15 pessoas que buscaram a consultoria, apenas 1 se mudou de fato para os EUA.
Para ele, porém, a eleição apenas dá um impulso a mais para aqueles que já aventaram a hipótese de sair do país. "Planejar uma mudança de país nunca é imediato. O processo não é fácil. Deixa-se muita coisa para trás."
Ele explica que o movimento de saída de brasileiros não vem destas eleições, mas da crise dos últimos anos. "Se o novo governo não der sinais de que há uma luz no fim do túnel, as pessoas vão acelerar esse processo."
Segundo o historiador e brasilianista Jeffrey Lesser, que estuda imigração no país, os brasileiros estão falando em se mudar como "estratégia político-cultural de mostrar decepção".
"É muito difícil ser imigrante", diz ele, que também diz acreditar que não vá haver uma alta da saída de pessoal depois da eleição do capitão reformado do Exército.
"Quando as pessoas pensam nas eleições, elas têm medo. E esse medo é parte de um fenômeno global", avalia o professor da Universidade Emory, em Atlanta (EUA), e professor-visitante do Instituto de Estudos Avançados da USP. "Foi assim nos Estados Unidos, na França e está sendo assim na Alemanha." Com informações da Folhapress.
Notícias ao Minuto

Lula Livre será nova obsessão do PT em tempos de Bolsonaro


O Partido dos Trabalhadores (PT) dá sinais de que irá radicalizar a campanha pela liberdade do ex-presidente Lula, preso há 212 dias na polícia Federal de Curitiba.
“Desde que foi decretada a prisão de Lula pelo juiz Sérgio Moro, num processo manipulado e sem provas, o mundo percebeu a perseguição ao ex-presidente, agora confirmada com a decisão do magistrado de abrir mão de um cargo vitalício para ser ministro de Bolsonaro”, diz um comunicado da agremiação à militância.
O PT planejar mobilizar setores democratas no Brasil e no mundo para reativar a campanha Lula Livre.
“A tese da prisão política de Lula é apoiada por juristas do Brasil e do mundo, de ex-prêmios Nobel da Paz e de vários ex-chefes de Estado e de Governo, como François Hollande, José Luiz Zapatero, Massimo d’Alema, e também por lideranças como o senador Bernie Sanders, hoje o mais popular político dos Estados Unidos”, afirmam os petistas.
Fonte: Blog do Esmael

Juristas pela Democracia vão ao CNJ contra parcialidade de Moro


A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia decidiu ir ao Conselho Nacional de Justiça contra a indicação do juiz Sergio Moro para o superministério da Justiça. "O ativismo do juiz Sérgio Moro não abala apenas a segurança dos casos por ele julgados e a Lava-jato como um todo, mas transfere desconfiança a respeito da ética e da independência com que conduzirá também o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, um ministério ampliado e com poderes amplos, no momento em que o país passa por grave crise democrática", diz a nota, que aponta ainda ilegalidades cometidas contra o ex-presidente Lula
247 – A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia decidiu ir ao Conselho Nacional de Justiça contra a indicação do juiz Sergio Moro para o superministério da Justiça. "O ativismo do juiz Sérgio Moro não abala apenas a segurança dos casos por ele julgados e a Lava-jato como um todo, mas transfere desconfiança a respeito da ética e da independência com que conduzirá também o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, um ministério ampliado e com poderes amplos, no momento em que o país passa por grave crise democrática", diz a nota, que aponta ainda ilegalidades cometidas contra o ex-presidente Lula. Leia, abaixo, a íntegra:
NOTA DA ABJD EM DEFESA DA IMPARCIALIDADE DO JUDICIÁRIO E CONTRA O PARTIDARISMO DE SÉRGIO MORO
A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE JURISTAS PELA DEMOCRACIA (ABJD), entidade que congrega os mais diversos segmentos de formação jurídica em defesa do Estado Democrático de Direito, VEM A PÚBLICO, diante do aceite do juiz federal Sérgio Moro para integrar o Ministério da Justiça e da Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro, MANIFESTAR ESPANTO E GRAVE PREOCUPAÇÃO com este gesto eminentemente político e consequencial ao comportamento anômalo que o juiz vinha adotando na condução da Operação Lava-jato.
A conduta excepcionalmente ativista adotada pelo juiz da 13a Vara Federal de Curitiba sempre foi objeto de críticas contundentes por parte da comunidade jurídica nacional e internacional, rendendo manifestações em artigos especializados e livros compostos por centenas de autores, a denunciar o uso indevido da lei em detrimento das garantias e liberdades fundamentais. Em diversos episódios, restou evidente a violação do principio do juiz natural no critério da imparcialidade que deve reger o justo processo em qualquer tradição jurídica. Um juiz deixa de ser independente quando cede a pressões decorrentes de outros Poderes do Estado, das partes ou, mais grave, a interesses alheios à estrita análise do processo, deixando não apenas as partes, como também toda a sociedade sem o resguardo dos critérios de justiça e do devido processo legal.
Um juiz que traz para si a competência central da maior operação anticorrupção da história do Brasil não pode pretender atuar sozinho, à revelia dos demais Poderes e declarando extintas ou suspensas determinadas regras jurídicas para atender a quaisquer fins de apelo popular. Um juiz com tal concentração de poder deveria ser exemplo de máxima correição no uso de procedimentos jurídicos e tomada de decisões processuais, tanto pelos riscos às liberdades e direitos dos acusados como pelos efeitos nocivos de caráter econômico inexoravelmente provocados pela investigação de agentes e empresas.
No entanto, o que se viu nos últimos anos foi o oposto. O comportamento do juiz Sérgio Moro, percebido com clareza até pela imprensa internacional ao noticiar um julgamento sem provas e a prisão política de Lula, foi a de um juiz-acusador, perseguindo um réu específico em tempo recorde e sem respeitar o amplo direito de defesa e a presunção de inocência garantida na Constituição.
Recordem-se alguns episódios que denotam que o ativismo jurídico foi convertido em instrumento de violação de direitos civis e políticos, a condicionar o calendário eleitoral e o futuro democrático do país, culminando com a aceitação do magistrado ao cargo de Ministro da Justiça:
1. No início de 2016, momento de grave crise política, o juiz Sérgio Moro utilizou uma decisão judicial para vazar a setores da imprensa uma conversa telefônica entre a então Presidenta da República, Dilma Rousseff, e o ex-Presidente Lula por ocasião do convite para assumir um ministério;
2. Em março de 2016, o juiz autorizou a condução coercitiva contra o Lula numa operação espetáculo, eivada de irregularidades e ilegalidades também contra familiares e amigos do ex-Presidente;
3. Em 20 de setembro de 2016, às vésperas das eleições municipais, o juiz aceitou uma denuncia do Ministério Público contra Lula e iniciou a investigação do caso Triplex. O que se seguiu durante os meses seguintes foi um festival de violações ao devido processo legal, de provas ilícitas a violação de sigilo profissional dos advogados. Esses abusos foram denunciados ao Comitê Internacional de Direitos Humanos da ONU;
4. A sentença condenatória do caso Triplex, em julho de 2017, provocou revolta na comunidade jurídica, que reagiu com uma enxurrada de artigos contestando tecnicamente o veredito nos mais diversos aspectos e chamando a atenção para o comportamento acusatório e seletivo do magistrado;
5. A divulgação da sentença condenatória do caso foi feita um dia após a aprovação da reforma trabalhista no Senado Federal, quando então já se falava em pré-candidatura de Lula ao pleito de 2018;
6. O julgamento recursal pelo TRF4 em 27 de março de 2018, como se sabe, foi realizado em tempo inédito, em sessão transmitida ao vivo em rede nacional. Vencidos os prazos de embargos declaratórios, o Tribunal autorizou a execução provisória da pena, dando luz verde à possível prisão a ser decretada pelo juiz Sérgio Moro, momento em que as ruas se acirraram ainda mais com a passagem das Caravanas do pré-candidato Lula pelo sul do país;
7. No dia 05 de abril, o STF julgou o pedido de habeas corpus em favor de Lula e, por estreita margem de seis votos a cinco, rejeitou o recurso pela liberdade com base na presunção de inocência. No próprio dia 05, contrariando todas as expectativas e precedentes, o juiz Sergio Moro determinou a prisão de Lula e estipulou que este deveria se apresentar à Polícia Federal até às 17h do dia seguinte. O mandado impetuoso é entendido pela comunidade jurídica, mesmo por quem não apoia o ex-Presidente, como arbitrário e até mesmo ilegal;
8. Lula decidiu cumprir a ordem ilegal para evitar maiores arbitrariedades, pois já ecoava a ameaça de pedido de prisão preventiva por parte de Sérgio Moro. No dia 07 de abril, Lula conseguiu evitar a difusão de uma prisão humilhante, saindo do sindicato nos braços do povo, imagem que correu o mundo como símbolo da injustiça judiciária;
9. No dia 08 de julho, houve um episódio que escancarou a parcialidade de Sérgio Moro. O juiz, mesmo gozando de férias e num domingo, telefonou para Curitiba e, posteriormente, despachou no processo proibindo os agentes da Polícia Federal de cumprirem uma ordem de liberação em favor de Lula expedida pelo juiz de plantão no TRF4, o desembargador Rogério Favreto. Frise-se: mesmo sem ter qualquer competência sobre o processo, já em fase de execução, Sérgio Moro desautorizou o cumprimento do alvará de soltura já expedido, frustrando a liberação, descumprindo ordem judicial, ignorando definitivamente a legalidade, o regime de competência e a hierarquia funcional;
10. Avançando para o processo na justiça eleitoral, já às vésperas das eleições presidenciais em primeiro turno e com o franco avanço do candidato Fenando Haddad, que substituiu Lula após o indeferimento da candidatura, o juiz Sérgio Moro determinou a juntada aos autos da delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci contra Lula, depoimento que havia sido descartado pelo MPF e que foi ressuscitado com ampla repercussão da mídia. Sabe-se agora, pelo vice-Presidente eleito, General Mourão, que nesse tempo as conversas para que Moro viesse a compor um cargo político central no futuro governo já estavam em andamento;
11. Coroando a cronologia de ilegalidades e abusos de poder, frisa-se que Sergio Moro, ainda na condição de magistrado, atuou como se político fosse, aceitando o cargo de Ministro da Justiça antes mesmo da posse do Presidente eleito e, grave, tendo negociado o cargo durante o processo eleitoral, assumindo um dos lados da disputa, conforme narrado pelo General Hamilton Mourão. Tal movimentação pública e ostensiva do juiz confirma a ilegalidade de sua atuação político-partidária em favor de uma candidatura, o que se vincula ao ato de divulgação do áudio de Antonio Palocci para fins de prejudicar uma das candidaturas em disputa. O repúdio a essa conduta disfuncional motiva a ABJD a mover representação junto ao Conselho Nacional de Justiça – CNJ – com o fim de exigir do órgão o zelo pela isenção da magistratura, o respeito ao principio da imparcialidade e a garantia da legalidade dos atos de membros do Poder Judiciário.
Moro não poderia, em acordo com as normas democráticas vigentes, praticar qualquer ato de envolvimento político com o governo eleito ou com qualquer outro enquanto fosse juiz. Ao fazê-lo viola frontal e acintosamente as normas que estruturam a atuação da magistratura, tornando tal violação ainda mais impactante ao anunciar que ainda não pretende se afastar formalmente da magistratura, em razão de férias vencidas.
O ativismo do juiz Sérgio Moro não abala apenas a segurança dos casos por ele julgados e a Lava-jato como um todo, mas transfere desconfiança a respeito da ética e da independência com que conduzirá também o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, um ministério ampliado e com poderes amplos, no momento em que o país passa por grave crise democrática, em que prevalecem as ameaças e a perseguição aos que defendem direitos humanos e uma sociedade mais justa.


Juristas pela Democracia vão ao CNJ contra parcialidade de Moro


A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia decidiu ir ao Conselho Nacional de Justiça contra a indicação do juiz Sergio Moro para o superministério da Justiça. "O ativismo do juiz Sérgio Moro não abala apenas a segurança dos casos por ele julgados e a Lava-jato como um todo, mas transfere desconfiança a respeito da ética e da independência com que conduzirá também o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, um ministério ampliado e com poderes amplos, no momento em que o país passa por grave crise democrática", diz a nota, que aponta ainda ilegalidades cometidas contra o ex-presidente Lula
247 – A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia decidiu ir ao Conselho Nacional de Justiça contra a indicação do juiz Sergio Moro para o superministério da Justiça. "O ativismo do juiz Sérgio Moro não abala apenas a segurança dos casos por ele julgados e a Lava-jato como um todo, mas transfere desconfiança a respeito da ética e da independência com que conduzirá também o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, um ministério ampliado e com poderes amplos, no momento em que o país passa por grave crise democrática", diz a nota, que aponta ainda ilegalidades cometidas contra o ex-presidente Lula. Leia, abaixo, a íntegra:
NOTA DA ABJD EM DEFESA DA IMPARCIALIDADE DO JUDICIÁRIO E CONTRA O PARTIDARISMO DE SÉRGIO MORO
A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE JURISTAS PELA DEMOCRACIA (ABJD), entidade que congrega os mais diversos segmentos de formação jurídica em defesa do Estado Democrático de Direito, VEM A PÚBLICO, diante do aceite do juiz federal Sérgio Moro para integrar o Ministério da Justiça e da Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro, MANIFESTAR ESPANTO E GRAVE PREOCUPAÇÃO com este gesto eminentemente político e consequencial ao comportamento anômalo que o juiz vinha adotando na condução da Operação Lava-jato.
A conduta excepcionalmente ativista adotada pelo juiz da 13a Vara Federal de Curitiba sempre foi objeto de críticas contundentes por parte da comunidade jurídica nacional e internacional, rendendo manifestações em artigos especializados e livros compostos por centenas de autores, a denunciar o uso indevido da lei em detrimento das garantias e liberdades fundamentais. Em diversos episódios, restou evidente a violação do principio do juiz natural no critério da imparcialidade que deve reger o justo processo em qualquer tradição jurídica. Um juiz deixa de ser independente quando cede a pressões decorrentes de outros Poderes do Estado, das partes ou, mais grave, a interesses alheios à estrita análise do processo, deixando não apenas as partes, como também toda a sociedade sem o resguardo dos critérios de justiça e do devido processo legal.
Um juiz que traz para si a competência central da maior operação anticorrupção da história do Brasil não pode pretender atuar sozinho, à revelia dos demais Poderes e declarando extintas ou suspensas determinadas regras jurídicas para atender a quaisquer fins de apelo popular. Um juiz com tal concentração de poder deveria ser exemplo de máxima correição no uso de procedimentos jurídicos e tomada de decisões processuais, tanto pelos riscos às liberdades e direitos dos acusados como pelos efeitos nocivos de caráter econômico inexoravelmente provocados pela investigação de agentes e empresas.
No entanto, o que se viu nos últimos anos foi o oposto. O comportamento do juiz Sérgio Moro, percebido com clareza até pela imprensa internacional ao noticiar um julgamento sem provas e a prisão política de Lula, foi a de um juiz-acusador, perseguindo um réu específico em tempo recorde e sem respeitar o amplo direito de defesa e a presunção de inocência garantida na Constituição.
Recordem-se alguns episódios que denotam que o ativismo jurídico foi convertido em instrumento de violação de direitos civis e políticos, a condicionar o calendário eleitoral e o futuro democrático do país, culminando com a aceitação do magistrado ao cargo de Ministro da Justiça:
1. No início de 2016, momento de grave crise política, o juiz Sérgio Moro utilizou uma decisão judicial para vazar a setores da imprensa uma conversa telefônica entre a então Presidenta da República, Dilma Rousseff, e o ex-Presidente Lula por ocasião do convite para assumir um ministério;
2. Em março de 2016, o juiz autorizou a condução coercitiva contra o Lula numa operação espetáculo, eivada de irregularidades e ilegalidades também contra familiares e amigos do ex-Presidente;
3. Em 20 de setembro de 2016, às vésperas das eleições municipais, o juiz aceitou uma denuncia do Ministério Público contra Lula e iniciou a investigação do caso Triplex. O que se seguiu durante os meses seguintes foi um festival de violações ao devido processo legal, de provas ilícitas a violação de sigilo profissional dos advogados. Esses abusos foram denunciados ao Comitê Internacional de Direitos Humanos da ONU;
4. A sentença condenatória do caso Triplex, em julho de 2017, provocou revolta na comunidade jurídica, que reagiu com uma enxurrada de artigos contestando tecnicamente o veredito nos mais diversos aspectos e chamando a atenção para o comportamento acusatório e seletivo do magistrado;
5. A divulgação da sentença condenatória do caso foi feita um dia após a aprovação da reforma trabalhista no Senado Federal, quando então já se falava em pré-candidatura de Lula ao pleito de 2018;
6. O julgamento recursal pelo TRF4 em 27 de março de 2018, como se sabe, foi realizado em tempo inédito, em sessão transmitida ao vivo em rede nacional. Vencidos os prazos de embargos declaratórios, o Tribunal autorizou a execução provisória da pena, dando luz verde à possível prisão a ser decretada pelo juiz Sérgio Moro, momento em que as ruas se acirraram ainda mais com a passagem das Caravanas do pré-candidato Lula pelo sul do país;
7. No dia 05 de abril, o STF julgou o pedido de habeas corpus em favor de Lula e, por estreita margem de seis votos a cinco, rejeitou o recurso pela liberdade com base na presunção de inocência. No próprio dia 05, contrariando todas as expectativas e precedentes, o juiz Sergio Moro determinou a prisão de Lula e estipulou que este deveria se apresentar à Polícia Federal até às 17h do dia seguinte. O mandado impetuoso é entendido pela comunidade jurídica, mesmo por quem não apoia o ex-Presidente, como arbitrário e até mesmo ilegal;
8. Lula decidiu cumprir a ordem ilegal para evitar maiores arbitrariedades, pois já ecoava a ameaça de pedido de prisão preventiva por parte de Sérgio Moro. No dia 07 de abril, Lula conseguiu evitar a difusão de uma prisão humilhante, saindo do sindicato nos braços do povo, imagem que correu o mundo como símbolo da injustiça judiciária;
9. No dia 08 de julho, houve um episódio que escancarou a parcialidade de Sérgio Moro. O juiz, mesmo gozando de férias e num domingo, telefonou para Curitiba e, posteriormente, despachou no processo proibindo os agentes da Polícia Federal de cumprirem uma ordem de liberação em favor de Lula expedida pelo juiz de plantão no TRF4, o desembargador Rogério Favreto. Frise-se: mesmo sem ter qualquer competência sobre o processo, já em fase de execução, Sérgio Moro desautorizou o cumprimento do alvará de soltura já expedido, frustrando a liberação, descumprindo ordem judicial, ignorando definitivamente a legalidade, o regime de competência e a hierarquia funcional;
10. Avançando para o processo na justiça eleitoral, já às vésperas das eleições presidenciais em primeiro turno e com o franco avanço do candidato Fenando Haddad, que substituiu Lula após o indeferimento da candidatura, o juiz Sérgio Moro determinou a juntada aos autos da delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci contra Lula, depoimento que havia sido descartado pelo MPF e que foi ressuscitado com ampla repercussão da mídia. Sabe-se agora, pelo vice-Presidente eleito, General Mourão, que nesse tempo as conversas para que Moro viesse a compor um cargo político central no futuro governo já estavam em andamento;
11. Coroando a cronologia de ilegalidades e abusos de poder, frisa-se que Sergio Moro, ainda na condição de magistrado, atuou como se político fosse, aceitando o cargo de Ministro da Justiça antes mesmo da posse do Presidente eleito e, grave, tendo negociado o cargo durante o processo eleitoral, assumindo um dos lados da disputa, conforme narrado pelo General Hamilton Mourão. Tal movimentação pública e ostensiva do juiz confirma a ilegalidade de sua atuação político-partidária em favor de uma candidatura, o que se vincula ao ato de divulgação do áudio de Antonio Palocci para fins de prejudicar uma das candidaturas em disputa. O repúdio a essa conduta disfuncional motiva a ABJD a mover representação junto ao Conselho Nacional de Justiça – CNJ – com o fim de exigir do órgão o zelo pela isenção da magistratura, o respeito ao principio da imparcialidade e a garantia da legalidade dos atos de membros do Poder Judiciário.
Moro não poderia, em acordo com as normas democráticas vigentes, praticar qualquer ato de envolvimento político com o governo eleito ou com qualquer outro enquanto fosse juiz. Ao fazê-lo viola frontal e acintosamente as normas que estruturam a atuação da magistratura, tornando tal violação ainda mais impactante ao anunciar que ainda não pretende se afastar formalmente da magistratura, em razão de férias vencidas.
O ativismo do juiz Sérgio Moro não abala apenas a segurança dos casos por ele julgados e a Lava-jato como um todo, mas transfere desconfiança a respeito da ética e da independência com que conduzirá também o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, um ministério ampliado e com poderes amplos, no momento em que o país passa por grave crise democrática, em que prevalecem as ameaças e a perseguição aos que defendem direitos humanos e uma sociedade mais justa.