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Foto: Renato Araújo/ABr |
Depois de ser
adiado duas vezes, o horário de verão terá início oficialmente neste domingo
(4). Esse é o 44º ano em que os relógios precisarão ser adiantados em uma
hora na virada de sábado para domingo. Com os dias mais longos, a medida visa
reduzir a demanda por energia elétrica no sistema nacional entre 18h e 21h.
Segundo a Copel, o alívio de carga é de 4,5% no consumo simultâneo de
energia nesse horário.
O
horário de verão é adotado no Paraná, em Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São
Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul e no Distrito Federal. A mudança nesta edição acontece até dia 16
de fevereiro de 2019.
A
distribuição da demanda por energia no período alivia o funcionamento de usinas
geradoras, subestações e linhas de transmissão. Com isso, embora aconteça uma
diminuição do consumo de energia – em torno de 0,5%, equivalente apenas à
redução na utilização de lâmpadas no início da noite – o objetivo principal do
horário de verão é proporcionar alívio de carga no sistema elétrico. Ao
prevenir sobrecargas no sistema, essa diluição do pico de consumo no fim da
tarde também evita o acionamento de usinas térmicas, que são mais caras – além
de mais poluentes.
Qual
a finalidade do horário de verão para a Copel?
Não
apenas para a Copel, mas em todo o mundo, a finalidade do horário de verão é a
mesma: evitar sobrecargas no final da tarde, quando existe muita demanda por
energia: pelas pessoas que chegam em casa e usam geladeira e chuveiro, pela
indústria e comércio que ainda estão funcionando, e a iluminação pública começa
a ser acionada. É o chamado horário de pico, quando ocorre uma coincidência de
consumo de energia por diferentes segmentos de consumidores, o que pode
sobrecarregar o sistema elétrico.
Então, como o horário de verão ajuda a evitar essas sobrecargas?
Como no
verão os dias são mais longos nas regiões tropicais, o horário de verão permite
adiantar a rotina das pessoas: elas acordam mais cedo e chegam mais cedo em
casa, usando equipamentos elétricos antes do acionamento da iluminação pública.
O mesmo ocorre com o comércio e a indústria, que interrompem suas atividades
antes do acionamento da iluminação pública.
Quais os benefícios desta mudança?
Ao
evitar consumo de muitas classes no fim da tarde, entre 18 e 21 horas, o pico
do consumo se reduz em cerca de 4,5%, conforme a média dos últimos anos. Não se
pode chamar isso de economia, já que o consumo das diferentes classes continua
existindo, mas em horários diferentes: em casa, mais cedo, na iluminação
pública mais tarde.
Ao
prevenir sobrecargas no sistema, essa diluição do pico de consumo no fim da
tarde também evita o acionamento de usinas térmicas, que são mais caras – além
de mais poluentes. Este custo é pago pelos consumidores, seja por meio das
bandeiras tarifárias, definidas a cada mês, seja por meio do reajuste tarifário
anual das distribuidoras.
Há de fato uma redução de gastos de energia neste período?
Uma
economia de energia existe, mas ela é pequena, de cerca de 0,5%, e decorre
simplesmente do menor uso de lâmpadas, o que já é típico dos meses de verão, em
que os dias são mais longos.
No
longo prazo, existem ganhos indiretos: além de evitar o custo financeiro com o
acionamento de usinas térmicas no fim da tarde, o horário de verão também
permite que as hidrelétricas funcionem em regime normal, utilizando o fluxo dos
rios, preservando a água que está em seus reservatórios. Esta reserva de água é
uma economia de energia que se faz nos meses de chuva, para ser utilizada nos
meses secos. É sempre preferível utilizar a energia das hidrelétricas do que
das térmicas, por conta do seu custo de operação.
Quais os maiores e principais impactos desta ação no estado do
Paraná?
O maior
impacto, no Paraná como em todo o Brasil, é preservar o sistema elétrico no fim
da tarde. Mas é importante mencionar que, com o uso cada vez mais comum de
ar-condicionado, passou a existir um horário crítico de consumo também no
início da tarde, quando o calor é mais forte. Sobre este fenômeno o Horário de
Verão não tem efeito. Então, uma saída para reduzir o consumo é aproveitar
melhor a iluminação natural, evitando o acionamento de lâmpadas, e
principalmente, utilizar o aparelho de ar-condicionado de maneira eficiente:
limpar regularmente os filtros e manter as portas fechadas quando ele estiver
ligado. São medidas simples, que além de preservar o sistema, também reduzem a
conta de luz.
Com
informações da Copel