quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Em meio a "queda de braço" com Cida, Ratinho pede que deputados direcionem emendas

(Foto: Divulgação / Ratinho Jr)

O governador eleito Ratinho Junior (PSD) se reuniu nesta quarta-feira (31), pela primeira vez depois das eleições, com a bancada paranaense na Câmara Federal. O encontro foi em Brasília, na véspera do fim do prazo para que os deputados apresentem emendas ao Orçamento de 2019. De acordo com a assessoria, o governador eleito pediu 40 milhões de reais em recursos das emendas para o programa "Olho Vivo" de monitoramento na área de segurança.
O encontro reuniu 18 deputados federais. Além dos recursos para a segurança, Ratinho Junior pediu que os deputados orientem as emendas prioritariamente para as áreas de saúde, agricultura e educação.  "Foi uma demonstração da força do diálogo e é a linha que vamos seguir no relacionamento com a bancada e com o governo federal".
O encontro foi organizado pelo coordenador da bancada, deputado federal Toninho Wandscheer (PROS). Inicialmente, a reunião seria apenas com o governador eleito. Porém, a equipe da governadora Cida Borghetti (PP) informou na terça-feira (30) à tarde que ela também participaria. A assessoria de Ratinho Jr não mencionou a participação de Cida na reunião.
A governadora já estava em Brasília e se reuniu terça com o presidente Michel Temer (MDB). Cida já havia promovido uma reunião com parte da bancada, mas Ratinho e a maior parte dos deputados não participaram. A reunião ocorreu no mesmo dia do enterro do ex-secretário Cezar Silvestre, na semana passada.
Queda de braço
O governador eleito e a governadora em fim de mandato tentam um acordo sobre as prioridades para indicação de emendas a projetos para o ano que vem.
Pela lei, as bancadas podem indicar R$ 170 milhões em até seis emendas de execução obrigatória, as chamadas emendas impositivas. Entre essas, por lei, pelo menos uma deve ser destinada à educação, uma à saúde e uma à segurança pública. Além disso, cada um dos 30 parlamentares paranaenses poderá apresentar até R$ 15,4 milhões em emendas individuais. Metade dessas irá para a saúde, seguindo divisão estabelecida na Constituição.
Cida e Ratinho Jr tiveram nesta semana o primeiro impasse após as eleições. A governadora ainda não atendeu um pedido do governador eleito para que a transição entre os governos fosse antecipada para logo após o segundo turno.
Ao jornal Gazeta do Povo, Ratinho Jr disse em Brasília que reiterou o pedido. 
"“Obviamente a gente tem que respeitar o cronograma que a governadora definir. Mas pedi que ela pudesse rever essa data [3 de dezembro]. E hoje ela sinalizou de forma positiva, de que podemos antecipar a transição para a semana que vem, o que é melhor para gente, para o Paraná”, disse Ratinho ao jornal.
A equipe de Ratinho Jr chegou a protocolar um pedido formal na última sexta-feira (26). Em decreto, Cida determinou que o início da transição, quando a equipe de Ratinho Jr terá acesso às dependências e dados do Estado, só terá início em 3 de dezembro. Uma reunião entre os dois foi marcada para a próxima terça-feira (6). 
Fonte: Bem Paraná

Kfouri Explica caso Moro: expulsa Lula e ganha prêmio do outro time


O jornalista Juca Kfouri recorreu ao jogo tido como o mais roubado da história do futebol brasileiro, entre Flamengo e Atlético Mineiro, para explicar, de forma didática, o namoro entre Sergio Moro e Jair Bolsonaro. No futebol, o juiz José Roberto Wright expulsou praticamente todos os atleticanos para que, em 1981, o Flamengo vencesse a Libertadores. Kfouri então propõe uma hipótese: já pensou se logo depois Wright virasse diretor do Flamengo? 
247 – O jornalista Juca Kfouri recorreu ao jogo tido como o mais roubado da história do futebol brasileiro, entre Flamengo e Atlético Mineiro, para explicar, de forma didática, o namoro entre Sergio Moro e Jair Bolsonaro. No futebol, o juiz José Roberto Wright expulsou praticamente todos os atleticanos para que, em 1981, o Flamengo vencesse a Libertadores. Kfouri então propõe uma hipótese: já pensou se logo depois Wright virasse diretor do Flamengo? 
No Brasil de 2018, Lula foi condenado sem provas para ser impedido de disputar uma eleição presidencial que, segundo todas as pesquisas, venceria no primeiro turno, mesmo de dentro da cadeia. Sem Lula, Jair Bolsonaro vence a disputa e, num de seus primeiros gestos, convida Moro para chefiar a Justiça. E Moro parece propenso a aceitar o convite.
Confira, abaixo, o post de Juca Kfouri:
Imagine se, pouco depois do Atlético Mineiro e Flamengo, disputado no Serra Dourada, pela Copa Libertadores de 1981, na decisão da única vaga da fase de grupos, quando cinco jogadores do Galo foram expulsos, o árbitro José Roberto Wright fosse convidado pelo Flamengo para assumir a Diretoria de Futebol do clube.
O que você acharia disso?
E mais.
E se ele aceitasse?


Conta no Twitter mostra 'arrependimentos de eleitores de Bolsonaro'


Criada após as eleições, página já tem mais de 31 mil seguidores

© Getty Images
Uma conta no Twitter criada logo após o segundo turno das eleições, no último domingo (28), publica "arrependimentos diários de eleitores de Jair Bolsonaro".
O perfil se chama "Jair me arrependi!", tem como descrição "não adianta espumar pq só recebo notificação de quem sigo, aqui você não tem lugar de fala", sua localização é "cansada em Paris" e já tem mais de 31 mil seguidores.
Na página, são repostados tuítes de pessoas que já estão reclamando das decisões da gestão de Jair Bolsonaro, que terá início em 2019.
"Não estou arrependido de ter votado em Bolsonaro, porque nada é pior ou mais corrupto que o PT, mas to puto por ele estar trazendo ao governo alguém corrupto como Alberto Fraga condenado por propina", diz um usuário do Twitter. "Eu votei no Bolsonaro. No entanto, leigo sabe que essa junção de meio ambiente com agricultura vai dar merda", diz outro.

Gleisi Hoffmann diz lamentar 'irritação' de Ciro Gomes com PT


A parlamentar também defendeu a sigla e diz que o PT não "age por mágoa ou por traição"

© REUTERS/Paulo Whitaker
A presidente do PT, a senadora e deputada federal eleita Gleisi Hoffmann, comentou nesta quarta-feira (31) a entrevista do candidato derrotado à Presidência Ciro Gomes (PDT) para a Folha de S.Paulo, na qual ele diz ter sido "miseravelmente traído" pelo ex-presidente Lula e seus "asseclas".
"Lamento que Ciro Gomes esteja tão irritado com seu seu resultado eleitoral insatisfatório. Mas entendemos suas dores e somos solidários. O que importa é a unidade contra o fascismo e o ataque aos direitos do povo. Nisso estaremos juntos!", escreveu Gleisi em sua conta no Twitter.
"Lamento que Ciro Gomes esteja tão irritado com seu seu resultado eleitoral insatisfatório. Mas entendemos suas dores e somos solidários. O que importa é a unidade contra o fascismo e o ataque aos direitos do povo. Nisso estaremos juntos!", escreveu Gleisi em sua conta no Twitter.
A parlamentar também defendeu a sigla e diz que o PT não "age por mágoa ou por traição". Ela também saiu em defesa do ex-presidente Lula, do teólogo Leonardo Boff, a quem Ciro chamou de "um bosta", e de Frei Betto, chamado de bajulador, adjetivo também atribuído a Boff.
"O PT é um partido que faz articulação pública aberta e transparente, tem estratégia política e não age por magoa ou traição. Temos orgulho de Lula, o maior líder político popular da história do Brasil, assim como de Leonardo Boff e Frei Betto, que emprestam suas vidas a causa do povo", disse.
Fonte: Notícias ao Minuto

Moro, carrasco de Lula, que seria eleito em eleição livre, vai ao encontro de Bolsonaro para dizer “sim”


O juiz que prendeu Lula e o impediu de disputar as eleições, que o ex-presidente venceria em primeiro turno, irá nesta quinta ao encontro de Jair Bolsonaro para aceitar o convite de ser ministro da Justiça; seria um estágio para depois ser ministro do STF; de forma didática, Moro comprova como funciona o lawfare: um juiz persegue um adversário político seu e, em seguida, é premiado
247 - O juiz que prendeu Lula e o impediu de disputar as eleições, que o ex-presidente venceria em primeiro turno, vai nesta quinta (1) ao encontro de Jair Bolsonaro para aceitar o convite de ser ministro da Justiça. Será um estágio para depois ser ministro do Supremo Tribunal Federal. De forma didática, Moro comprova como funciona o lawfare: um juiz persegue um adversário político seu e da direita nacional e, em seguida, é premiado.
O colunista Ancelmo Góes, de O Globo (aqui) confirmou o encontro entre Moro e Bolsonaro e o juiz adiantou a outro colunista do jornal, Merval Pereira, íntimo seu, que irá aceitar o convite (leia aqui). O desenho do roteiro da escalada de Moro foi descrito por Merval, que funciona como um porta-voz informal da família Marinho: "Não é usual, embora não haja nada proibindo, que um juiz de primeira instância seja nomeado para o Supremo, mas é comum que o ministro da Justiça o seja".
O artigo tem como objetivo servir de anteparo para o escândalo da nomeação e não esconde o desejo do juiz de chegar ao poder: "Convencido de que sua nomeação não empanaria a atuação na Operação Lava-Jato, e que os oposicionistas criticarão de qualquer maneira, como já criticam a Operação em si, Moro aguarda um contato oficial para saber se as intenções do presidente eleito Jair Bolsonaro nessa área correspondem ao que pensa".
As primeiras manifestações de juristas são de estupefação com a ousadia e desfaçatez da nomeação, que desnuda a trama das ações de Moro contra Lula nos últimos anos como peça de uma articulação para a derrubada do governo Dilma e a ascensão da direita -no caso, da extrema-direita- ao poder no país. No futuro, todos os processo contra Lula poderão ser anulados, por prática de lawfare, uso do Judiciário para perseguição política.
A defesa de Lula irá ingressar nos próximos dias com novos pedidos para que o Judiciário declare a suspeição de Moro e declare a nulidade de seus atos. O caso será levado à ONU e a denúncia da trama será feita internacionalmente (leia aqui). 


Deputado apresenta projeto para proibir pesquisas eleitorais

Foto: Geraldo Magela / Agência Senado

Foi apresentado nesta terça-feira (30) na Câmara projeto de lei que visa proibir a divulgação de pesquisas eleitorais. Segundo o texto do deputado Giovani Cherini (PR-RS), reeleito em 2018, as pesquisas “impactam negativamente na higidez do prélio eleitoral”.
O parlamentar cita os institutos Datafolha e Ibope e os casos das pesquisas para governo estadual no Rio de Janeiro e em Minas Gerais em 2018. Em ambos os estados, os resultados do primeiro turno das urnas surpreenderam. No Rio, o ex-juiz Wilson Witzel (PSC) disparou e chegou ao segundo turno em primeiro lugar (depois, no dia 28, foi confirmado governador). O mesmo ocorreu com Romeu Zema (Novo) em Minas.
De acordo com o deputado, os “erros estão muito acima das margens de erro toleradas pelos próprios institutos de pesquisa”.
Antes de seguir para análise de comissões, a proposta aguarda análise do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“As pesquisas ajudam a contar a história da eleição. Neste ano, evidenciaram os movimentos de última hora, componente frequente dos pleitos brasileiros. Considerar erro das pesquisas significa fechar os olhos para fenômeno”, disse Mauro Paulino, diretor do Datafolha, sobre o projeto apresentado.
Fonte: Paranaportal

Lula usará convite de Bolsonaro a Moro para apontar justiça parcial


O convite público de Jair Bolsonaro a Sergio Moro para ser ministro da Justiça ou ministro do Supremo Tribunal Federal e a sinalização de Moro de que pode aceitá-lo são mais uma evidência de que a Lava Jato foi instrumento da perseguição política a Lula; a defesa do ex-presidente pedirá novamente a suspeição do juiz apontando interesses pessoais na perseguição judicial de que foi vítima; mesmo analistas conservadores reconhecem a trama; segundo todas as pesquisas, mesmo preso, Lula venceria em primeiro turno
247 - O convite público de Jair Bolsonaro a Sergio Moro para ser ministro da Justiça ou ministro do Supremo Tribunal Federal e a sinalização de Moro de que pode aceitá-lo são mais uma evidência de que a Lava Jato foi instrumento da perseguição política a Lula. A defesa do ex-presidente pedirá novamente a suspeição do juiz apontando interesses pessoais na perseguição judicial de que foi vítima, informa a colunista Mônica Bergamo. O pedido será feito nos processos em curso no país e denunciada internacionalmente. Mesmo analistas conservadores e antipetistas como Josias de Souza reconhecem a trama.
Em sua coluna no UOL, Souza foi taxativo: "Concluído o segundo turno, se virar ministro de Bolsonaro, o juiz passará o resto da vida explicando por que ladrilhou com pedrinhas de brilhante a avenida que levou Bolsonaro ao Planalto. A Lava Jato jamais será a mesma" (leia a íntegra aqui).
A pergunta que imediatamente se faz é: prendeu o concorrente e agora vira ministro? Essa injunção política pode ter dado início ao fim do que restou de reputação ao juiz de Curitiba, uma vez que resta evidente a politização de suas decisões com relação a Lula, que venceria com facilidade Jair Bolsonaro nas eleições. 
São movimentos irrefletidos de um futuro presidente que desconhece o mundo real do discuso político e que ficou mal acostumado com sua própria industria de fake news. A rigor, Bolsonaro tende a produzir, com suas precipitações e arroubos populistas, a maior oportunidade estratégica para o segmento progressista realinhar seu discurso e reafirmar seu compromisso com a civilização e o mundo do direito internacional. 
A reportagem do jornal Folha de S. Paulo explica: "a defesa de Lula deve usar o convite feito por Bolsonaro a Sergio Moro para o governo —e a resposta do juiz de que se sentiu 'honrado'— para reforçar em órgãos internacionais a tese de parcialidade do juiz contra o petista".


Requião cala o Senado com discurso histórico sobre entrega do pré-sal

Moreira Mariz

O primeiro discurso do senador Roberto Requião no senado logo após a eleição do extremista Jair Bolsonaro chamou a atenção pelo conteúdo emocional e pela contundência política; os relatos são de que após a fala, houve um grande silêncio na tribuna; em um dado momento, Requião fala sobre a Petrobrás e sobre a indiferença que tomou conta do zelo pelas riquezas naturais do país: "Um trilhão de isenções graciosamente cedidas às maiores e mais ricas empresas do planeta Terra. Injustificadamente. Sem qualquer amparo em dados econômicos, em projeções de investimentos, em retorno de investimentos. Sem o apoio de estudos sérios, confiáveis"
247 - O primeiro discurso do senador Roberto Requião no senado logo após a eleição do extremista Jair Bolsonaro chamou a atenção pelo conteúdo emocional e pela contundência política. Os relatos são de que após a fala, houve um grande silêncio na tribuna. Em um dado momento, Requião fala sobre a Petrobrás e sobre a indiferença que tomou conta do zelo pelas riquezas naturais do país: "Um trilhão de isenções graciosamente cedidas às maiores e mais ricas empresas do planeta Terra. Injustificadamente. Sem qualquer amparo em dados econômicos, em projeções de investimentos, em retorno de investimentos. Sem o apoio de estudos sérios, confiáveis".
"Abaixo, leia a íntegra do discurso de Requião:
Lava Jato, trair a Pátria não é crime? Vender o país não é corrupção?
O juiz Sérgio Moro sabe; o procurador Deltan Dallagnol tem plena ciência. Fui, neste plenário, o primeiro senador a apoiar e a conclamar o apoio à Operação Lava Jato. Assim como fui o primeiro a fazer reparos aos seus equívocos e excessos.
Mas, sobretudo, desde o início, apontei a falta de compromisso da Operação, de seus principais operadores, com o país. Dizia que o combate à corrupção descolado da realidade dos fatos da política e da economia do país era inútil e enganoso.
E por que a Lava Jato se apartou, distanciou-se dos fatos da política e da economia do Brasil?
Porque a Lava Jato acabou presa, imobilizada por sua própria obsessão; obsessão que toldou, empanou os olhos e a compreensão dos heróis da operação ao ponto de eles não despertarem e nem reagirem à pilhagem criminosa, desavergonhada do país.
Querem um exemplo assombroso, sinistro dessa fuga da realidade?
Nunca aconteceu na história do Brasil de um presidente ser denunciado por corrupção durante o exercício do mandato. Não apenas ele. Todo o entorno foi indigitado e denunciado. Mas nunca um presidente da República desbaratou o patrimônio nacional de forma tão açodada, irresponsável e suspeita, como essa Presidência denunciada por corrupção.
Vejam. Só no último o leilão do petróleo, esse governo de denunciado como corrupto, abriu mão de um trilhão de reais de receitas.
Um trilhão, Moro!
Um trilhão, Dallagnoll!
Um trilhão, Polícia Federal!
Um trilhão, PGR!
Um trilhão, Supremo, STJ, Tribunais Federais, Conselhos do Ministério Público e da Justiça.
Um trilhão, brava gente da OAB!
Um trilhão de isenções graciosamente cedidas às maiores e mais ricas empresas do planeta Terra. Injustificadamente. Sem qualquer amparo em dados econômicos, em projeções de investimentos, em retorno de investimentos. Sem o apoio de estudos sérios, confiáveis.
Nada! Absolutamente nada!
Foi um a doação escandalosa. Uma negociata impudica. 

Abrimos mão de dinheiro suficiente para cobrir todos os alegados déficits orçamentários, todos os rombos nas tais contas públicas.
Abrimos mão do dinheiro essencial, vital para a previdência, a saúde, a educação, a segurança, a habitação e o saneamento, as estradas, ferrovias, aeroportos, portos e hidrovias, para os próximos anos.
Mas suas excelentíssimas excelências acima citadas não estão nem aí. Por que, entendem, não vem ao caso…
Na década de 80, quando as montadoras de automóveis, depois de saturados os mercados do Ocidente desenvolvido, voltaram os olhos para o Sul do mundo, os governantes da América Latina, da África, da Ásia entraram em guerra para ver quem fazia mais concessões, quem dava mais vantagens para “atrair” as fábricas de automóveis.
Lester Turow, um dos papas da globalização, vendo aquele espetáculo deprimente de presidentes, governadores, prefeitos a oferecer até suas progenitoras para atrair uma montadora de automóvel, censurou-os, chamando-os de ignorantes por desperdiçarem o suado dinheiro dos impostos de seus concidadãos para premiarem empresas biliardárias.
Turow dizia o seguinte: qualquer primeiroanista de economia, minimamente dotado, que examinasse um mapa do mundo, veria que a alternativa para as montadoras se expandirem e sobreviverem estava no Sul do Planeta Terra. Logo, elas não precisavam de qualquer incentivo para se instalarem na América Latina, Ásia ou África. Forçosamente viriam para cá.
No entanto, governantes estúpidos, bocós, provincianos, além de corruptos e gananciosos deram às montadoras mundos e fundos.
Conto aqui uma experiência pessoal: eu era governador do Paraná e a fábrica de colheitadeiras New Holland, do Grupo Fiat, pretendia instalar-se no Brasil, que vivia à época o boom da produção de grãos.
A Fiat balançava entre se instalar no Paraná ou Minas Gerais. Recebo no palácio um dirigente da fábrica italiana, que vai logo fazendo numerosas exigências para montar a fábrica em meu estado. Queria tudo: isenções de impostos, terreno, infraestrutura, berço especial no porto de Paranaguá, e mais algumas benesses.
Como resposta, pedi ao meu chefe de gabinete uma ligação para o então governador de Minas Gerais, o Hélio Garcia. Feito o contanto, cumprimento o governador: “Parabéns, Hélio, você acaba de ganhar a fábrica da New Holland”. Ele fica intrigado e me pergunta o que havia acontecido.
Explico a ele que o Paraná não aceitava nenhuma das exigências da Fiat para atrair a fábrica, e já que Minas aceitava, a fábrica iria para lá.
O diretor da Fiat ficou pasmo e se retirou. Dias depois, ele reaparece e comunica que a New Holland iria se instalar no Paraná.
Por que?
Pela obviedade dos fatos: o Paraná à época, era o maior produtor de grãos do Brasil e, logo, o maior consumidor de colheitadeiras do país; a fábrica ficaria a apenas cem quilômetros do porto de Paranaguá; tínhamos mão-de-obra altamente especializada e assim por diante.
Enfim, o grande incentivo que o Paraná oferecia era o mercado.
O que me inspirou trucar a Fiat? O conselho de Lester Turow e o exemplo de meu antecessor no governo, que atraiu a Renault, a Wolks e a Chrysler a peso de ouro e às custas dos salários dos metalúrgicos paranaenses, pois o governador de então chegou até mesmo negociar os vencimentos dos operários, fixando-os a uma fração do que recebiam os trabalhadores paulistas.
Mundos e fundos, e um retorno pífio.
Pois bem, voltemos aos dias de hoje, retornemos à história, que agora se reproduz como um pastelão.
O pré-sal, pelos custos de sua extração, coisa de sete dólares o barril, é moranguinho com nata,, uma mamata só!
A extração do óleo xisto, nos Estados Unidos, o shale oil , chegou a custar até 50 dólares o barril;
o petróleo extraído pelos canadenses das areias betuminosas sai por 20 a 30 dólares o barril; as petrolíferas, as mesmas que vieram aqui tomar o nosso pré-sal, fecharam vários projetos de extração de petróleo no Alasca porque os custos ultrapassavam os 40 dólares o barril.
Quer dizer: como no caso das montadoras, era natural, favas contadas que as petrolíferas enxameassem, como abelhas no mel, o pré-sal. Com esse custo, quem não seria atraído?
Por que então, imbecis, por que então, entreguistas de uma figa, oferecer mais vantagens ainda que a já enorme, incomparável e indisputável vantagem do custo da extração?
Mais um dado, senhoras e senhores da Lava Jato, atrizes e atores daquele malfadado filme: vocês sabem quanto o governo arrecadou com o último leilão? Arrecadou o correspondente a um centavo de real por litro leiloado.
Um centavo, Moro!
Um centavo, Dallagnoll!
Um centavo, Carmem Lúcia!
Um centavo, Raquel Dodge!
Um centavo, ínclitos delegados da Policia Federal!
Esse governo de meliantes faz isso e vocês fazem cara de paisagem, viram o rosto para o outro lado.
Já sei, uma das razões para essa omissão indecente certamente é, foi e haverá de ser a opinião da mídia.
Com toda a mídia comercial, monopolizada por seis famílias, todas a favor desse leilão rapinante, como os senhores e as senhoras iriam falar qualquer coisa, não é?
Não pegava bem contrariar a imprensa amiga, não é, lavajatinos?

Renovo a pergunta: desbaratar o suado dinheiro que é esfolado dos brasileiros via impostos e dar isenção às empresas mais ricas do planeta é um ou não é corrupção?
Entregar o preciosíssimo pré-sal, o nosso passaporte para romper com o subdesenvolvimento, é ou não é suprema, absoluta, imperdoável corrupção?
É ou não uma corrupção inominável reduzir o salário mínimo e isentar as petroleiras?
Será, juízes, procuradores, policiais federais, defensores públicos, será que as senhoras e os senhores são tão limitados, tão fronteiriços, tão pouco dotados de perspicácia e patriotismo ao ponto de engolirem essa roubalheira toda sem piscar?
Bom, eu não acredito, como alguns chegam a acusar, que os senhores e as senhoras são quintas-colunas, agentes estrangeiros, calabares, joaquins silvérios ou, então, cabos anselmos.
Não, não acredito.
Não acredito, mas a passividade das senhoras e dos senhores diante da destruição da soberania nacional, diante da submissão do Brasil às transnacionais, diante da liquidação dos direitos trabalhistas e sociais, diante da reintrodução da escravatura no país…. essa passividade incomoda e desperta desconfianças, levanta suspeitas.
Pergunto, renovo a pergunta: como pode um país ser comandado por uma quadrilha, clara e explicitamente uma quadrilha, e tudo continuar como se nada estivesse acontecendo?
Responda, Moro.
Responda, Dallagnoll.
Responda, Carmem Lúcia.
Responda, Raquel Dodge.
Respondam, oh, ínclitos e severos ministros do Tribunal de Contas da União que ajudaram a derrubar uma presidente honesta.
Respondam, oh guardiões da moral, da ética, da honestidade, dos bons costumes, da família, da propriedade e da civilização cristã ocidental.
Respondam porque denunciaram, mandaram prender, processaram e condenaram tantos lobistas, corruptores de parlamentares e de dirigentes de estatais, mas pouco se dão se, por exemplo, lobistas da Shell, da Exxon e de outras petroleiras estrangeiras circulem pelo Congresso obscenamente, a pressionar, a constranger parlamentares em defesa da entrega do pré-sal, e do desmantelamento indústria nacional do óleo e do gás?
Eu vi, senhoras e senhores. Eu vi com que liberdade e desfaçatez o lobista da Shell, semanas atrás, buscava angarias votos para aprovar a maldita, indecorosa MP franqueando todo o setor industrial nacional do petróleo à predação das multinacionais.
Já sei, já sei…. isso não vem, ao caso.
Fico cá pensando o que esses rapazes e essas moças, brilhantíssimos campeões de concursos públicos, fico pensando…..o que eles e elas conhecem de economia, da história e dos impasses históricos do desenvolvimento brasileiro?
Será que eles são tão tapados ao ponto de não saberem que sem energia, sem indústria, sem mercado consumidor, sem sistema financeiro público, para alavancar a economia, sem infraestrutura não há futuro para qualquer país que seja? Esses são os ativos imprescindíveis para o desenvolvimento, para a remissão do atraso, para o bem-estar social e para a paz social.
Sem esses ativos, vamos nos escorar no quê? Na produção e exportação de commodities? Ora…
Mas, os nossos bravos e bravas lavajatinos não consideram o desbaratamento dos ativos nacionais uma forma de corrupção.
Senhoras, senhores, estamos falando da venda subfaturada –ou melhor, da doação- do país todo! Todo!
E quem o vende?
Um governo atolado, completamente submerso na corrupção.
E para que vende?
Para comprar parlamentares e assim escapar de ser julgado por corrupção.
Depois de jogar o petróleo pela janela, preparando assim o terreno para a nossa perpetuação no subdesenvolvimento, o governo aproveita a distração de um feriado prolongado e coloca em hasta pública o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, a Eletrobrás, a Petrobrás e que mais seja de estatal.
Ladrões de dinheiro público vendendo o patrimônio público.
Pode isso, Moro?
Pode isso, Dallagnoll?
Pode isso, Carmem Lúcia?
Pode isso, Raquel Dodge?
Ou devo perguntar para o Arnaldo?
À véspera do leilão do pré-sal, semana passada, tive a esperança de que algum juiz intrépido ou algum procurador audacioso, iluminados pelos feéricos, espetaculosos exemplos da Lava Jato, impedissem esse supremo ato de corrupção praticado por um governo corrupto.
Mas, como isso não vinha ao caso, nada tinha com os pedalinhos, o tríplex, as palestras, o aluguel do apartamento, nenhum juiz, nenhum procurador, nenhum delegado da polícia federal, e nem aquele rapaz do TCU, tão rigoroso com a presidente Dilma, ninguém enfim, se lixou para o esbulho.
Ah, sim, não estava também no power point….
É com desencanto e o mais profundo desânimo que pergunto: por que Deus está sendo tão duro assim com o Brasil.
*Roberto Requião é senador da República no segundo mandato. Foi governador de estado por 3 mandatos, 12 anos, prefeito de Curitiba, secretário de estado, deputado, industrial, agricultor, oficial do exército brasileiro e advogado de movimento sociais. É graduado em direito e jornalismo com pós graduação em urbanismo e comunicação.

Escola Sem Partido entra em pauta na Câmara


Uma das principais bandeiras do grupo ao entorno de Jair Bolsonaro (PSL), o projeto de lei conhecido como "Escola Sem Partido" entrou na pauta da comissão especial que analisa a proposta e pode ser votado imediatamente; caso aprovado, ele segue para o Senado, ou, em caso de requerimento assinado por ao menos 52 deputados, pode seguir para votação no plenário da Câmara
247 - Uma das principais bandeiras do grupo ao entorno de Jair Bolsonaro (PSL), o projeto de lei conhecido como "Escola Sem Partido" entrou na pauta da comissão especial que analisa a proposta e pode ser votado imediatamente. Caso aprovado, ele segue para o Senado, ou, em caso de requerimento assinado por ao menos 52 deputados, pode seguir para votação no plenário da Câmara.
A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo informa que "a comissão analisará o parecer do relator, deputado Flavinho (PSC-SP). O seu relatório estabelece que cada sala de aula deverá ter um cartaz especificando seis deveres do professor, como 'não cooptar os alunos para nenhuma corrente política, ideológica ou partidária'."
O projeto altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e orienta que disciplinas que tenham como parte de seu conteúdo questões de gênero ou que tratem sobre orientação sexual sejam proibidas nas escolas.
A matéria ainda Opositora à proposta, a deputada Érika Kokay (PT-DF) afirmou que o grupo parlamentar contrário ao texto tentará obstruir a sua votação na comissão. A última tentativa de votar a proposta aconteceu em julho e foi interrompida pela oposição.


Resistência a Bolsonaro se intensifica nas ruas


Dois depois da eleição de Jair Bolsonaro (PSL), a resistência ao seu discurso de ódio e contra a democracia reuniu dezenas de milhares de pessoas na Avenida Paulista nesta terça-feira (30); convocado pela Frente Povo Sem Medo, os manifestantes cobravam manutenção dos valores democráticos e a liberdade de manifestação e expressão; "Bolsonaro foi eleito presidente. Mas não imperador. Precisa respeitar a oposição e os movimentos sociais, não ameaçá-los. Por isso estaremos nas ruas, pelas liberdades democráticas e por nossos direitos. Essa resistência é legítima e não iremos silenciar diante de qualquer ataque. Vamos sem medo!", disse o líder do MTST, Guilherme Boulos
247 - No segundo dia após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a presidência, a resistência ao seu discurso de ódio e contra a democracia se manifestou em várias cidades do País, em atos organizados pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular. 
Em São Paulo, dezenas de milhares de pessoas ocuparam a avenida Paulista para protestar contra Jair Bolsonaro. O ato contou com a participação do líder do MTST e ex-candidato do PSOL a presidente, Guilherme Boulos, além de deputados e líderes de movimentos sociais e estudantis. 
Em discurso inflamado, Boulos disse que Bolsonaro não será "imperador" e terá que respeitar a Constituição. "Bolsonaro foi eleito presidente. Mas não imperador. Não pode passar por cima dos valores democráticos, da liberdade de manifestação e expressão. Precisa respeitar a oposição e os movimentos sociais, não ameaça-los. Por isso estaremos nas ruas, pelas liberdades democráticas e por nossos direitos. Essa resistência é legítima e não iremos silenciar diante de qualquer ataque. Vamos sem medo!", afirma Guilherme Boulos.
No Rio de Janeiro, manifestantes caminharam e interditaram temporariamente vias movimentadas do Centro como as avenidas Presidente Antônio Carlos e Presidente Vargas. O grupo caminhou até a porta do Palácio Duque de Caxias, onde fica o Gabinete da Intervenção Militar. No local, gritaram palavras contra a Polícia Militar e a intervenção.


terça-feira, 30 de outubro de 2018

Fachin nega pedido para suspender ação penal de Lula em caso Odebrecht

Foto: Divulgação

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), negou uma liminar (decisão provisória) pedida pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva para que fosse suspensa uma das ações penais em que o ex-presidente é acusado pelo suposto recebimento de propina da empresa Odebrecht. O caso está sob responsabilidade do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
No pedido, os advogados de Lula argumentaram que uma decisão do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) recomendou que o Brasil não pratique nenhum ato que embarace a conclusão do processo aberto no órgão internacional sobre suposta irregularidades cometidas por Moro contra o ex-presidente.
Para a defesa de Lula, Moro não poderia dar andamento a mais uma ação penal contra o ex-presidente ao mesmo tempo em que tem sua imparcialidade julgada na ONU.
Na decisão assinada ontem (29), Fachin entendeu que a recomendação do órgão multilateral não se aplica ao caso. O ministro escreveu que “quanto às alegações atinentes ao comitê da ONU, como citado, a matéria não se enfeixa em exame preambular atinente ao campo especificamente da seara penal”.
Em setembro, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), considerou, por 6 a 1, que uma outra recomendação da ONU, para que fosse garantidos os direitos políticos de Lula, não vincularia a Justiça Eleitoral brasileira e julgou o ex-presidente inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Também ministro do TSE, Fachin foi o único a votar na ocasião de modo favorável ao ex-presidente.
Lula está preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre a pena de 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá (SP). A condenação foi confirmada pela segunda instância da Justiça Federal, o que levou o TSE a enquadrar o ex-presidente na Lei da Ficha Limpa. Ele recorre às instâncias superiores contra a condenação.
Fonte: Paranaportal.uol