quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Requião cala o Senado com discurso histórico sobre entrega do pré-sal

Moreira Mariz

O primeiro discurso do senador Roberto Requião no senado logo após a eleição do extremista Jair Bolsonaro chamou a atenção pelo conteúdo emocional e pela contundência política; os relatos são de que após a fala, houve um grande silêncio na tribuna; em um dado momento, Requião fala sobre a Petrobrás e sobre a indiferença que tomou conta do zelo pelas riquezas naturais do país: "Um trilhão de isenções graciosamente cedidas às maiores e mais ricas empresas do planeta Terra. Injustificadamente. Sem qualquer amparo em dados econômicos, em projeções de investimentos, em retorno de investimentos. Sem o apoio de estudos sérios, confiáveis"
247 - O primeiro discurso do senador Roberto Requião no senado logo após a eleição do extremista Jair Bolsonaro chamou a atenção pelo conteúdo emocional e pela contundência política. Os relatos são de que após a fala, houve um grande silêncio na tribuna. Em um dado momento, Requião fala sobre a Petrobrás e sobre a indiferença que tomou conta do zelo pelas riquezas naturais do país: "Um trilhão de isenções graciosamente cedidas às maiores e mais ricas empresas do planeta Terra. Injustificadamente. Sem qualquer amparo em dados econômicos, em projeções de investimentos, em retorno de investimentos. Sem o apoio de estudos sérios, confiáveis".
"Abaixo, leia a íntegra do discurso de Requião:
Lava Jato, trair a Pátria não é crime? Vender o país não é corrupção?
O juiz Sérgio Moro sabe; o procurador Deltan Dallagnol tem plena ciência. Fui, neste plenário, o primeiro senador a apoiar e a conclamar o apoio à Operação Lava Jato. Assim como fui o primeiro a fazer reparos aos seus equívocos e excessos.
Mas, sobretudo, desde o início, apontei a falta de compromisso da Operação, de seus principais operadores, com o país. Dizia que o combate à corrupção descolado da realidade dos fatos da política e da economia do país era inútil e enganoso.
E por que a Lava Jato se apartou, distanciou-se dos fatos da política e da economia do Brasil?
Porque a Lava Jato acabou presa, imobilizada por sua própria obsessão; obsessão que toldou, empanou os olhos e a compreensão dos heróis da operação ao ponto de eles não despertarem e nem reagirem à pilhagem criminosa, desavergonhada do país.
Querem um exemplo assombroso, sinistro dessa fuga da realidade?
Nunca aconteceu na história do Brasil de um presidente ser denunciado por corrupção durante o exercício do mandato. Não apenas ele. Todo o entorno foi indigitado e denunciado. Mas nunca um presidente da República desbaratou o patrimônio nacional de forma tão açodada, irresponsável e suspeita, como essa Presidência denunciada por corrupção.
Vejam. Só no último o leilão do petróleo, esse governo de denunciado como corrupto, abriu mão de um trilhão de reais de receitas.
Um trilhão, Moro!
Um trilhão, Dallagnoll!
Um trilhão, Polícia Federal!
Um trilhão, PGR!
Um trilhão, Supremo, STJ, Tribunais Federais, Conselhos do Ministério Público e da Justiça.
Um trilhão, brava gente da OAB!
Um trilhão de isenções graciosamente cedidas às maiores e mais ricas empresas do planeta Terra. Injustificadamente. Sem qualquer amparo em dados econômicos, em projeções de investimentos, em retorno de investimentos. Sem o apoio de estudos sérios, confiáveis.
Nada! Absolutamente nada!
Foi um a doação escandalosa. Uma negociata impudica. 

Abrimos mão de dinheiro suficiente para cobrir todos os alegados déficits orçamentários, todos os rombos nas tais contas públicas.
Abrimos mão do dinheiro essencial, vital para a previdência, a saúde, a educação, a segurança, a habitação e o saneamento, as estradas, ferrovias, aeroportos, portos e hidrovias, para os próximos anos.
Mas suas excelentíssimas excelências acima citadas não estão nem aí. Por que, entendem, não vem ao caso…
Na década de 80, quando as montadoras de automóveis, depois de saturados os mercados do Ocidente desenvolvido, voltaram os olhos para o Sul do mundo, os governantes da América Latina, da África, da Ásia entraram em guerra para ver quem fazia mais concessões, quem dava mais vantagens para “atrair” as fábricas de automóveis.
Lester Turow, um dos papas da globalização, vendo aquele espetáculo deprimente de presidentes, governadores, prefeitos a oferecer até suas progenitoras para atrair uma montadora de automóvel, censurou-os, chamando-os de ignorantes por desperdiçarem o suado dinheiro dos impostos de seus concidadãos para premiarem empresas biliardárias.
Turow dizia o seguinte: qualquer primeiroanista de economia, minimamente dotado, que examinasse um mapa do mundo, veria que a alternativa para as montadoras se expandirem e sobreviverem estava no Sul do Planeta Terra. Logo, elas não precisavam de qualquer incentivo para se instalarem na América Latina, Ásia ou África. Forçosamente viriam para cá.
No entanto, governantes estúpidos, bocós, provincianos, além de corruptos e gananciosos deram às montadoras mundos e fundos.
Conto aqui uma experiência pessoal: eu era governador do Paraná e a fábrica de colheitadeiras New Holland, do Grupo Fiat, pretendia instalar-se no Brasil, que vivia à época o boom da produção de grãos.
A Fiat balançava entre se instalar no Paraná ou Minas Gerais. Recebo no palácio um dirigente da fábrica italiana, que vai logo fazendo numerosas exigências para montar a fábrica em meu estado. Queria tudo: isenções de impostos, terreno, infraestrutura, berço especial no porto de Paranaguá, e mais algumas benesses.
Como resposta, pedi ao meu chefe de gabinete uma ligação para o então governador de Minas Gerais, o Hélio Garcia. Feito o contanto, cumprimento o governador: “Parabéns, Hélio, você acaba de ganhar a fábrica da New Holland”. Ele fica intrigado e me pergunta o que havia acontecido.
Explico a ele que o Paraná não aceitava nenhuma das exigências da Fiat para atrair a fábrica, e já que Minas aceitava, a fábrica iria para lá.
O diretor da Fiat ficou pasmo e se retirou. Dias depois, ele reaparece e comunica que a New Holland iria se instalar no Paraná.
Por que?
Pela obviedade dos fatos: o Paraná à época, era o maior produtor de grãos do Brasil e, logo, o maior consumidor de colheitadeiras do país; a fábrica ficaria a apenas cem quilômetros do porto de Paranaguá; tínhamos mão-de-obra altamente especializada e assim por diante.
Enfim, o grande incentivo que o Paraná oferecia era o mercado.
O que me inspirou trucar a Fiat? O conselho de Lester Turow e o exemplo de meu antecessor no governo, que atraiu a Renault, a Wolks e a Chrysler a peso de ouro e às custas dos salários dos metalúrgicos paranaenses, pois o governador de então chegou até mesmo negociar os vencimentos dos operários, fixando-os a uma fração do que recebiam os trabalhadores paulistas.
Mundos e fundos, e um retorno pífio.
Pois bem, voltemos aos dias de hoje, retornemos à história, que agora se reproduz como um pastelão.
O pré-sal, pelos custos de sua extração, coisa de sete dólares o barril, é moranguinho com nata,, uma mamata só!
A extração do óleo xisto, nos Estados Unidos, o shale oil , chegou a custar até 50 dólares o barril;
o petróleo extraído pelos canadenses das areias betuminosas sai por 20 a 30 dólares o barril; as petrolíferas, as mesmas que vieram aqui tomar o nosso pré-sal, fecharam vários projetos de extração de petróleo no Alasca porque os custos ultrapassavam os 40 dólares o barril.
Quer dizer: como no caso das montadoras, era natural, favas contadas que as petrolíferas enxameassem, como abelhas no mel, o pré-sal. Com esse custo, quem não seria atraído?
Por que então, imbecis, por que então, entreguistas de uma figa, oferecer mais vantagens ainda que a já enorme, incomparável e indisputável vantagem do custo da extração?
Mais um dado, senhoras e senhores da Lava Jato, atrizes e atores daquele malfadado filme: vocês sabem quanto o governo arrecadou com o último leilão? Arrecadou o correspondente a um centavo de real por litro leiloado.
Um centavo, Moro!
Um centavo, Dallagnoll!
Um centavo, Carmem Lúcia!
Um centavo, Raquel Dodge!
Um centavo, ínclitos delegados da Policia Federal!
Esse governo de meliantes faz isso e vocês fazem cara de paisagem, viram o rosto para o outro lado.
Já sei, uma das razões para essa omissão indecente certamente é, foi e haverá de ser a opinião da mídia.
Com toda a mídia comercial, monopolizada por seis famílias, todas a favor desse leilão rapinante, como os senhores e as senhoras iriam falar qualquer coisa, não é?
Não pegava bem contrariar a imprensa amiga, não é, lavajatinos?

Renovo a pergunta: desbaratar o suado dinheiro que é esfolado dos brasileiros via impostos e dar isenção às empresas mais ricas do planeta é um ou não é corrupção?
Entregar o preciosíssimo pré-sal, o nosso passaporte para romper com o subdesenvolvimento, é ou não é suprema, absoluta, imperdoável corrupção?
É ou não uma corrupção inominável reduzir o salário mínimo e isentar as petroleiras?
Será, juízes, procuradores, policiais federais, defensores públicos, será que as senhoras e os senhores são tão limitados, tão fronteiriços, tão pouco dotados de perspicácia e patriotismo ao ponto de engolirem essa roubalheira toda sem piscar?
Bom, eu não acredito, como alguns chegam a acusar, que os senhores e as senhoras são quintas-colunas, agentes estrangeiros, calabares, joaquins silvérios ou, então, cabos anselmos.
Não, não acredito.
Não acredito, mas a passividade das senhoras e dos senhores diante da destruição da soberania nacional, diante da submissão do Brasil às transnacionais, diante da liquidação dos direitos trabalhistas e sociais, diante da reintrodução da escravatura no país…. essa passividade incomoda e desperta desconfianças, levanta suspeitas.
Pergunto, renovo a pergunta: como pode um país ser comandado por uma quadrilha, clara e explicitamente uma quadrilha, e tudo continuar como se nada estivesse acontecendo?
Responda, Moro.
Responda, Dallagnoll.
Responda, Carmem Lúcia.
Responda, Raquel Dodge.
Respondam, oh, ínclitos e severos ministros do Tribunal de Contas da União que ajudaram a derrubar uma presidente honesta.
Respondam, oh guardiões da moral, da ética, da honestidade, dos bons costumes, da família, da propriedade e da civilização cristã ocidental.
Respondam porque denunciaram, mandaram prender, processaram e condenaram tantos lobistas, corruptores de parlamentares e de dirigentes de estatais, mas pouco se dão se, por exemplo, lobistas da Shell, da Exxon e de outras petroleiras estrangeiras circulem pelo Congresso obscenamente, a pressionar, a constranger parlamentares em defesa da entrega do pré-sal, e do desmantelamento indústria nacional do óleo e do gás?
Eu vi, senhoras e senhores. Eu vi com que liberdade e desfaçatez o lobista da Shell, semanas atrás, buscava angarias votos para aprovar a maldita, indecorosa MP franqueando todo o setor industrial nacional do petróleo à predação das multinacionais.
Já sei, já sei…. isso não vem, ao caso.
Fico cá pensando o que esses rapazes e essas moças, brilhantíssimos campeões de concursos públicos, fico pensando…..o que eles e elas conhecem de economia, da história e dos impasses históricos do desenvolvimento brasileiro?
Será que eles são tão tapados ao ponto de não saberem que sem energia, sem indústria, sem mercado consumidor, sem sistema financeiro público, para alavancar a economia, sem infraestrutura não há futuro para qualquer país que seja? Esses são os ativos imprescindíveis para o desenvolvimento, para a remissão do atraso, para o bem-estar social e para a paz social.
Sem esses ativos, vamos nos escorar no quê? Na produção e exportação de commodities? Ora…
Mas, os nossos bravos e bravas lavajatinos não consideram o desbaratamento dos ativos nacionais uma forma de corrupção.
Senhoras, senhores, estamos falando da venda subfaturada –ou melhor, da doação- do país todo! Todo!
E quem o vende?
Um governo atolado, completamente submerso na corrupção.
E para que vende?
Para comprar parlamentares e assim escapar de ser julgado por corrupção.
Depois de jogar o petróleo pela janela, preparando assim o terreno para a nossa perpetuação no subdesenvolvimento, o governo aproveita a distração de um feriado prolongado e coloca em hasta pública o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, a Eletrobrás, a Petrobrás e que mais seja de estatal.
Ladrões de dinheiro público vendendo o patrimônio público.
Pode isso, Moro?
Pode isso, Dallagnoll?
Pode isso, Carmem Lúcia?
Pode isso, Raquel Dodge?
Ou devo perguntar para o Arnaldo?
À véspera do leilão do pré-sal, semana passada, tive a esperança de que algum juiz intrépido ou algum procurador audacioso, iluminados pelos feéricos, espetaculosos exemplos da Lava Jato, impedissem esse supremo ato de corrupção praticado por um governo corrupto.
Mas, como isso não vinha ao caso, nada tinha com os pedalinhos, o tríplex, as palestras, o aluguel do apartamento, nenhum juiz, nenhum procurador, nenhum delegado da polícia federal, e nem aquele rapaz do TCU, tão rigoroso com a presidente Dilma, ninguém enfim, se lixou para o esbulho.
Ah, sim, não estava também no power point….
É com desencanto e o mais profundo desânimo que pergunto: por que Deus está sendo tão duro assim com o Brasil.
*Roberto Requião é senador da República no segundo mandato. Foi governador de estado por 3 mandatos, 12 anos, prefeito de Curitiba, secretário de estado, deputado, industrial, agricultor, oficial do exército brasileiro e advogado de movimento sociais. É graduado em direito e jornalismo com pós graduação em urbanismo e comunicação.

Escola Sem Partido entra em pauta na Câmara


Uma das principais bandeiras do grupo ao entorno de Jair Bolsonaro (PSL), o projeto de lei conhecido como "Escola Sem Partido" entrou na pauta da comissão especial que analisa a proposta e pode ser votado imediatamente; caso aprovado, ele segue para o Senado, ou, em caso de requerimento assinado por ao menos 52 deputados, pode seguir para votação no plenário da Câmara
247 - Uma das principais bandeiras do grupo ao entorno de Jair Bolsonaro (PSL), o projeto de lei conhecido como "Escola Sem Partido" entrou na pauta da comissão especial que analisa a proposta e pode ser votado imediatamente. Caso aprovado, ele segue para o Senado, ou, em caso de requerimento assinado por ao menos 52 deputados, pode seguir para votação no plenário da Câmara.
A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo informa que "a comissão analisará o parecer do relator, deputado Flavinho (PSC-SP). O seu relatório estabelece que cada sala de aula deverá ter um cartaz especificando seis deveres do professor, como 'não cooptar os alunos para nenhuma corrente política, ideológica ou partidária'."
O projeto altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e orienta que disciplinas que tenham como parte de seu conteúdo questões de gênero ou que tratem sobre orientação sexual sejam proibidas nas escolas.
A matéria ainda Opositora à proposta, a deputada Érika Kokay (PT-DF) afirmou que o grupo parlamentar contrário ao texto tentará obstruir a sua votação na comissão. A última tentativa de votar a proposta aconteceu em julho e foi interrompida pela oposição.


Resistência a Bolsonaro se intensifica nas ruas


Dois depois da eleição de Jair Bolsonaro (PSL), a resistência ao seu discurso de ódio e contra a democracia reuniu dezenas de milhares de pessoas na Avenida Paulista nesta terça-feira (30); convocado pela Frente Povo Sem Medo, os manifestantes cobravam manutenção dos valores democráticos e a liberdade de manifestação e expressão; "Bolsonaro foi eleito presidente. Mas não imperador. Precisa respeitar a oposição e os movimentos sociais, não ameaçá-los. Por isso estaremos nas ruas, pelas liberdades democráticas e por nossos direitos. Essa resistência é legítima e não iremos silenciar diante de qualquer ataque. Vamos sem medo!", disse o líder do MTST, Guilherme Boulos
247 - No segundo dia após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a presidência, a resistência ao seu discurso de ódio e contra a democracia se manifestou em várias cidades do País, em atos organizados pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular. 
Em São Paulo, dezenas de milhares de pessoas ocuparam a avenida Paulista para protestar contra Jair Bolsonaro. O ato contou com a participação do líder do MTST e ex-candidato do PSOL a presidente, Guilherme Boulos, além de deputados e líderes de movimentos sociais e estudantis. 
Em discurso inflamado, Boulos disse que Bolsonaro não será "imperador" e terá que respeitar a Constituição. "Bolsonaro foi eleito presidente. Mas não imperador. Não pode passar por cima dos valores democráticos, da liberdade de manifestação e expressão. Precisa respeitar a oposição e os movimentos sociais, não ameaça-los. Por isso estaremos nas ruas, pelas liberdades democráticas e por nossos direitos. Essa resistência é legítima e não iremos silenciar diante de qualquer ataque. Vamos sem medo!", afirma Guilherme Boulos.
No Rio de Janeiro, manifestantes caminharam e interditaram temporariamente vias movimentadas do Centro como as avenidas Presidente Antônio Carlos e Presidente Vargas. O grupo caminhou até a porta do Palácio Duque de Caxias, onde fica o Gabinete da Intervenção Militar. No local, gritaram palavras contra a Polícia Militar e a intervenção.


terça-feira, 30 de outubro de 2018

Fachin nega pedido para suspender ação penal de Lula em caso Odebrecht

Foto: Divulgação

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), negou uma liminar (decisão provisória) pedida pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva para que fosse suspensa uma das ações penais em que o ex-presidente é acusado pelo suposto recebimento de propina da empresa Odebrecht. O caso está sob responsabilidade do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
No pedido, os advogados de Lula argumentaram que uma decisão do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) recomendou que o Brasil não pratique nenhum ato que embarace a conclusão do processo aberto no órgão internacional sobre suposta irregularidades cometidas por Moro contra o ex-presidente.
Para a defesa de Lula, Moro não poderia dar andamento a mais uma ação penal contra o ex-presidente ao mesmo tempo em que tem sua imparcialidade julgada na ONU.
Na decisão assinada ontem (29), Fachin entendeu que a recomendação do órgão multilateral não se aplica ao caso. O ministro escreveu que “quanto às alegações atinentes ao comitê da ONU, como citado, a matéria não se enfeixa em exame preambular atinente ao campo especificamente da seara penal”.
Em setembro, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), considerou, por 6 a 1, que uma outra recomendação da ONU, para que fosse garantidos os direitos políticos de Lula, não vincularia a Justiça Eleitoral brasileira e julgou o ex-presidente inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Também ministro do TSE, Fachin foi o único a votar na ocasião de modo favorável ao ex-presidente.
Lula está preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre a pena de 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá (SP). A condenação foi confirmada pela segunda instância da Justiça Federal, o que levou o TSE a enquadrar o ex-presidente na Lei da Ficha Limpa. Ele recorre às instâncias superiores contra a condenação.
Fonte: Paranaportal.uol

Horário de verão começa no próximo final de semana

Foto: EBC

A 44ª edição do horário de verão brasileiro começa no próximo dia 04 de novembro, quando os relógios precisarão ser adiantados em uma hora na virada de sábado para domingo.
A medida tem como objetivo reduzir a demanda por energia no sistema elétrico durante horário de pico, entre 18h e 21h. A Copel estima conseguir alívio de carga de 4,5% no consumo
simultâneo de energia nesse horário.
O horário de verão é adotado no Paraná, em Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. A mudança nesta edição acontece até dia 16 de fevereiro de 2019.
Com dias mais longos do verão, o horário adiantado faz com que a rotina da população e das empresas não coincida com o acionamento da iluminação pública, aliviando a demanda por energia no fim da tarde, começo da noite.  A distribuição da demanda por energia no período alivia o funcionamento de usinas geradoras, subestações e linhas de transmissão. Com isso, embora
aconteça uma diminuição do consumo de energia – em torno de 0,5%, equivalente apenas à redução na utilização de lâmpadas no início da noite – o objetivo principal do horário de verão é proporcionar alívio de carga no sistema elétrico.
Ao prevenir sobrecargas no sistema, essa diluição do pico de consumo no fim da tarde também evita o acionamento de usinas térmicas, que são mais caras – além de mais poluentes.
Mudança no horário de pico
Ainda que o horário de verão alivie a demanda por energia entre 18h e 21h, outro horário de pico vem sendo registrado nos últimos anos, entre 14h e 15h. “Diversos fatores contribuem para esse
comportamento, um deles é o uso do ar-condicionado, por isso é importante manter sempre em dia os hábitos de consumo consciente desses equipamentos durante o verão”, comenta o gerente de gestão da inovação da Copel, Gustavo Klinguelfus.
Entre os cuidados a serem tomados, estão a limpeza regular dos filtros, a manutenção das portas fechadas no ambiente e o controle das horas de uso. Aproveitar melhor a iluminação natural dos dias mais longos também é outra estratégia favorável nessa época para economizar energia.
Fonte: Paranaportal.uol

Haddad chora em evento, pede desculpas e é ungido como liderança


Candidato do PT à presidência, Fernando Haddad participou nesta terça-feira (30) da reunião da Executiva Nacional do partido em São Paulo; Haddad se emocionou ao falar de sua família e dos ataques sofridos via WhatsApp, e pediu desculpas por eventuais erros na campanha; ao final, o petista foi ungido como liderança da oposição ao governo de ultra-direita de Jair Bolsonaro 
247 - De acordo com Catia Seabra, na Folha de São Paulo, o candidato à presidência pelo PT, Fernando Haddad, chorou em reunião com integrantes do Partido dos Trabalhadores nesta terça-feira (30), em São Paulo. Segundo relatos, "Haddad se emocionou ao falar de sua família e dos ataques sofridos via WhatsApp", e pediu desculpas por eventuais erros na campanha.
"O ex-prefeito pediu desculpas caso tenha cometido erros na condução da campanha. Disse que deu o seu melhor. E foi muito aplaudido ao dizer que gostaria de vencer a corrida presidencial pelo legado petista, pelo discurso de Jair Bolsonaro e pela injustiça feita ao Lula. Nos discursos de dirigentes petistas, ele foi ungido como liderança de oposição", apurou a jornalista.


PT propõe resistência com frente democrática


A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, concedeu uma entrevista coletiva logo após a reunião da direção nacional do PT nesta terça (30). Ela estava acompanhada pelos deputados Paulo Pimenta (RS) e José Guimarães (CE).
Antes de abrir para perguntas, Gleisi fez uma análise do momento político com a derrota na disputa pela Presidência da República. Segundo ela o momento é de resistência. Para o PT, o resultado das eleições é a continuação de um processo que teve início no golpe de 2016 que tirou a presidenta Dilma Rousseff do cargo.
Esse processo teve sequência com a retirada de direitos trabalhistas e com a prisão do ex-presidente Lula. A eleição seria portanto a maneira de trazer legitimidade ao golpe de 2016.
Depois, a senadora fez uma análise de todo o processo eleitoral, das fake news e da violência eleitoral.
Sobre o desempenho do PT, apesar de não ter conquistado a presidência, o partido teve um bom desempenho, elegendo a maior bancada na Câmara, quatro governadores, além de levar seu candidato ao segundo turno.
Gleisi também falou sobre a formação de uma frente democrática para barrar maiores retrocessos no país. Segundo ela, o presidente eleito, em conluio com o atual Michel Temer (MDB), estão planejando mais ataques aos direitos dos trabalhadores e à soberania nacional.
A presidente do PT também ressaltou o papel da militância, dos aliados, dos movimentos sociais, artistas intelectuais e todos que se uniram na campanha contra o fascismo.
Também citou o candidato a presidente Fernando Haddad, que permanece como importante liderança da esquerda. A sua vice, Manuela D’Ávila. E, é claro, o ex-presidente Lula preso político vítima de um julgamento sem provas.

Licitação do estacionamento rotativo avança mais uma etapa em Arapongas

Prova de conceito do rotativo aconteceu nesta terça-feira (30) pela manhã

A Prefeitura de Arapongas deu mais um passo importante nesta terça-feira (30) para reativar o serviço conhecido como “Pássaro Branco”, de estacionamento rotativo nas principais ruas da cidade. Reunidos na Central da Guarda Municipal, representantes da Prefeitura, Câmara Municipal, Conselho de Segurança, comércio e outros segmentos acompanharam a prova de conceito, apresentada pela Palmas Estacionamento Rotativo, de Tocantins, empresa classificada em primeiro lugar no processo de licitação. A prova de conceito é usual nas licitações para contratação de solução de tecnologia, a fim de verificar se o proposto pelo licitante atende as exigências do edital. Ao final da reunião, foi aprovada a prova de conceito e aberto prazo para recursos.
“Fizemos questão de chamar a imprensa e representantes da sociedade para que todo o processo seja conduzido com a maior transparência possível”, afirmou o prefeito Sérgio Onofre. Ele ressaltou que a reativação do estacionamento rotativo foi uma demanda apresentada pela própria população e pelo comércio e que com a licitação o Município pretende resolver o problema da falta de vagas, mas com um edital que exija serviço de qualidade e uma empresa com capacidade comprovada de atendimento. “No passado, a empresa que ganhou a concorrência utilizava um sistema ultrapassado, através do preenchimento de cartões de papel, e dependia da Guarda Municipal para realizar sua tarefa, ou seja, ela veio, ganhou a licitação, ganhou dinheiro e deixou o trabalho para o Município”, argumentou o prefeito.
Através da prova de capacitação, técnicos da Prefeitura e demais interessados acompanharam cada fase da simulação de estacionamento, com o parquímetro emitindo ticket de conferência. Representantes da Rizzo Parking, de São Paulo, segunda colocada na licitação no quesito preço, também estiveram presentes, bem como servidores públicos de outras prefeituras da região que pretendem implantar o estacionamento rotativo em suas cidades.
Na primeira etapa, devem ser implantadas mil vagas, mesmo número que já existia até 2014. Depois disso, a Prefeitura vai analisar a necessidade de implantar mais vagas, estendendo gradativamente o serviço no restante da cidade. Entre as ruas que serão contempladas estão a Avenida Arapongas e as ruas Uirapuru, Flamingos, Beija-flor e Tico-tico. A expectativa do município é de que a implantação do serviço seja feita ainda neste ano, porém isso pode atrasar caso a segunda colocada resolva apresentar recurso.


Saúde de Apucarana alerta sobre casos de sarampo


Autarquia Municipal de Saúde reforça chamamento para população de até 49 anos se vacinar 
(Foto: Profeta)
O crescente número de casos de sarampo no Brasil leva mais uma vez a Autarquia Municipal de Saúde (AMS) de Apucarana a realizar um chamamento para população a manter em dia o calendário da vacina contra a doença. De acordo com o último levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde, até dia 22 de outubro, 2.425 casos da doença foram confirmados no Brasil, sendo 2 mil no Amazonas e 332 em Roraima.
O terceiro estado com maior ocorrência da doença é o Rio Grande do Sul, com 43 casos confirmados. “Este fato nos deixa em alerta e temos o dever de reiterar a necessidade da vacinação para evitar que o sarampo chegue ao nosso estado, a nossa região”, afirma o diretor presidente da AMS, Roberto Kaneta.
Casos isolados da doença também foram confirmados em São Paulo (3), no Rio de Janeiro (19), em Rondônia (2), em Pernambuco (4), no Pará (17), no Distrito Federal (1) e em Sergipe (4).
Ainda, segundo o Ministério da Saúde, estão confirmadas 12 mortes por sarampo no Brasil (4 em Roraima, 6 no Amazonas, e 2 no Pará). “A situação da doença é preocupante, portanto peço aos pais que mantenham a vacinação dos seus filhos em dia. O apelo também é direcionado a adultos, de até 49 anos, para que busquem a proteção contra o sarampo”, destaca o prefeito Beto Preto.
O coordenador do setor de epidemiologia da AMS, Luciano Pereira da Silva, explica que a vacina Tríplice Viral, contra caxumba, rubéola e sarampo, deve ser tomada aos 12 meses de vida e um reforço aos 15 meses. No entanto, considerando aqueles que não foram imunizados dentro do que estabelece o calendário nacional de vacinação, o Ministério da Saúde orienta aos adultos de até 49 anos a também se vacinar contra o sarampo.
“Estamos fazendo um chamamento aos pais para que não deixem de levar seu filho para tomar a vacina ao completar 12 meses, ao mesmo tempo orientamos aos adultos, de até 49 anos que se dirijam as Unidades Básicas de Saúde onde receberá a orientação se deve ou não se imunizar”, reforça diretor presidente da AMS, Roberto Kaneta
De acordo com Kaneta, a rede pública de saúde no município, através das Unidades Básicas de Saúde, disponibiliza ininterruptamente, a vacina contra o sarampo para população que ainda não está com o número de doses recomendado pelo Programa Nacional de Imunização.
Sintomas 
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível, extremamente contagiosa e muito comum na infância. Os sintomas iniciais apresentados pelo doente são: febre acompanhada de tosse persistente, irritação ocular, e corrimento do nariz e posteriormente manchas avermelhadas no corpo.
Prevenção
As crianças devem tomar duas doses da vacina combinada contra rubéola, sarampo e caxumba (tríplice viral). A primeira, com um ano de idade; a segunda dose aos 15 meses. Os adolescentes e adultos de até 49 anos também devem tomar a vacina tríplice viral caso não tenham sido imunizados na infância, ou seja, aos 12 meses e 15 meses.
Transmissão
A transmissão ocorre diretamente, de pessoa a pessoa, geralmente por tosse, espirros, fala ou respiração, por isso a facilidade de contágio da doença.


Alunos fazem júri simulado no fórum de Apucarana


A atividade faz parte do projeto Justiça e Cidadania também se aprendem na Escola, desenvolvido pela Autarquia Municipal de Educação e o Tribunal de Justiça do Paraná
(Fotos: Profeta)
Diante de juízes, promotores e advogados, os alunos matriculados no 5º ano da Escola Municipal Augusto Weyand fizeram ontem (29) um júri simulado no plenário do Fórum Desembargador Clotário Portugal.
A atividade é o ápice do projeto Justiça e Cidadania também se Aprendem na Escola, desenvolvido na rede municipal de ensino apucaranense há três anos, através de uma parceria entre a Autarquia de Educação e o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.

Nos meses de setembro e outubro, 1.348 alunos de 34 escolas visitaram o Fórum Desembargador Clotário Portugal, onde assistiram a palestras e conheceram a estrutura do judiciário. Depois, cada escola preparou uma produção cultural, como teatro, júri simulado, maquete dos três poderes, eleição mirim e etc.
A Escola Municipal Augusto Weyand foi convidada a se apresentar no Fórum Desembargador Clotário Portugal devido à relevância do tema escolhido pelos alunos. Eles discutiram a depredação do patrimônio público.



Em Sessão Ordinária, vereadores de Apucarana aprovam 48 Projetos


Além dos projetos os vereadores discutiram e votaram quatro Requerimentos

Com a presença de dez dos onze vereadores que compõem a atual legislatura, foi realizada na tarde desta segunda-feira (29/10), a 34ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Vereadores de Apucarana. Em pauta 48 Projetos, sendo 01 de autoria do Executivo Municipal e 47 Projetos de Decreto Legislativo, de autoria da Comissão de Justiça, Legislação e Redação.
“Todos os projetos, foram aprovados por unanimidade dos vereadores. Votamos a autorização da alienação de imóveis sobre a concessão de incentivos previstos na Lei Municipal 009, de 15 de março de 2002, para a empresa BBR Agro Suplementos Ltda. Também votamos Termos de Cooperação entre o município e produtores rurais que irão participar do Programa Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Apucarana”, explicou o presidente do legislativo, vereador Mauro Bertoli, que presidiu a sessão.
Segundo ele, o principal objetivo dos Projetos de Decreto Legislativo é o fornecimento, pelo Município de calcário calcítico. “Serão beneficiados 48 produtores rurais. O termo não prevê a transferência de recursos financeiros, sendo que o benefício recebido será fixado em moeda corrente apenas para estabelecer o valor da contraprestação, que deverá ser paga em produtos, nas condições e prazos estabelecidos no Plano de Trabalho”, esclareceu Bertoli.
Ainda na sessão foram discutidos e votados quatro requerimentos, sendo dois aprovados: nº 85/2018, de autoria do vereador Rodolfo Mota, que pede informações à Secretaria Estadual de Segurança Pública, acerca dos motivos das constantes ausências de médicos legislas no IML e o nº 87/2018, de autoria do vereador, Antônio Carlos Sidrin, que pede informações a diretoria da Viapar – Rodovias Integradas do Paraná sobre a previsão para início da construção de uma ciclovia no trecho Apucarana/Arapongas.
SESSÃO ORDINÁRIA
A próxima Sessão Ordinária será realizada na segunda-feira (05/11), às 16 horas.


Entrevistas mostram por que o “mito” fugiu dos debates com Haddad: seria massacrado


"A diferença de preparo e conhecimento entre os dois candidatos era tão gritante que teria sido um massacre", diz o jornalista Ricardo Kotscho, ao criticar Jair Bolsonaro (PSL), que preferiu não enfrentar Fernando Haddad (PT) nos debates
247 - "As primeiras entrevistas de Jair Bolsonaro depois de eleito a emissoras de TV, na noite de segunda-feira, mostraram que os estrategistas nacionais e estrangeiros estavam certos ao não permitir que ele fosse aos debates com Fernando Haddad no segundo turno", diz o jornalista Ricardo Kotscho. "A diferença de preparo e conhecimento entre os dois candidatos era tão gritante que teria sido um massacre", complementa.
De acordo com o jornalista, "se escapou de falar do seu passado nada recomendável, como militar e deputado, Bolsonaro também não conseguiu dizer nada sobre o futuro nas entrevistas, pois não tem a menor ideia de como enfrentar os principais problemas brasileiros".
"Para se ter uma ideia, até agora o presidente eleito nada disse em discursos e entrevistas sobre a grande tragédia do desemprego, que atinge 12,5 milhões de brasileiros, segundo os novos números divulgados pelo IBGE nesta terça-feira", continua.
"Cada dia o presidente eleito fala uma coisa diferente, desmentindo hoje o que os integrantes da sua equipe anunciaram ontem, como no caso da reforma da previdência, em que ele não tem a menor ideia do que pretende fazer", acrescenta. "Os primeiros sinais da nova ordem são assustadores e nada indica que as milícias bolsonarianas deponham as armas tão cedo, como relatei no post anterior".
Leia a íntegra no Balaio do Kotscho

Missão da OEA critica fake news e atos de violência nas eleições

Chefe da Missão da OEA, Laura Chinchilla, apresenta avaliação sobre as eleições no Brasil. – Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil



A missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que acompanhou as eleições deste ano no Brasil apresentou uma avaliação preliminar do pleito. Os especialistas internacionais destacaram o papel das chamadas fake news (notícias falsas) e da violência na disputa e apresentaram recomendações sobre este e outros temas, como financiamento de campanha, participação de mulheres e indígenas e registro de candidaturas. O balanço e as propostas foram divulgados em entrevista coletiva ontem (29), em Brasília.
O grupo foi integrado por 30 especialistas de 17 nacionalidades e por seis pessoas que observaram a votação no exterior. A missão manteve reuniões com autoridades eleitorais e de governo, partidos políticos e candidatos, acadêmicos e organizações da sociedade civil, entre outros. O grupo propôs no documento final que o Conselho Consultivo do TSE sobre Internet e Eleições se torne uma instância permanente de debate sobre o fenômeno e seu impacto.
O grupo criticou o uso maciço de desinformação durante a campanha, especialmente por meio da plataforma WhatsApp. Na semana passada, a líder do grupo, Laura Chinchilla, classificou o fenômeno como algo “sem precedentes”. “A missão lamenta o uso irresponsável que vários setores políticos fizeram dessas ferramentas, que, quando empregada de forma positiva, podem contribuir ao intercâmbio de informação entre candidatos e eleitores e ajudar a autoridade eleitoral a aproximar a cidadania do processo eleitoral”, registrou o documento.
Se, no primeiro turno, o grupo já havia visto a desinformação como “uma constante” e uma preocupação, no segundo turno o balanço destaca uma intensificação deste fenômeno, indo para além do WhatsApp e aparecendo também em outras redes sociais. Mas este aplicativo, especificamente, trouxe desafios pela dinâmica de comunicação privada e mensagens criptografadas. “A natureza dessa ferramenta, um serviço criptografado de mensagens privadas, dificulta o já complexo combate à propagação de notícias falsas”, avaliou a missão.
Os especialistas reconheceram iniciativas de combate às notícias falsas, como as agências de checagem; as campanhas de esclarecimento do Tribunal Superior Eleitoral contra conteúdos enganosos, a exemplo de suposta fraude no sistema de votação; a cobertura pela mídia tradicional; e ações das próprias plataformas, como a derrubada pelo WhatsApp de centenas de milhares de contas por atuação com difusão massiva de mensagens (spam).
O texto defende o aprofundamento dessas medidas e campanhas de alfabetização midiática para os cidadãos, de modo a estimular que as pessoas não propaguem desinformação e chequem uma notícia antes de compartilhar. “A recomendação é ampliar esses esforços e promover uma atitude mais responsáveis de quem participa das contendas eleitorais”, destacou a líder da missão, Laura Chinchilla, na entrevista coletiva.

Violência

No documento divulgado, a missão manifestou preocupação com a polarização e agressividade na campanha. Citou, como exemplo, o atentado ao então candidato Jair Bolsonaro (PSL) no início de setembro, além de ataques sofridos por outros candidatos, jornalistas e simpatizantes políticos, seja por ameaças digitais ou por agressões físicas. “A violência é totalmente inaceitável em contextos eleitorais e democráticos. Violência gera violência. A missão condena veementemente qualquer tipo de ataque violento e lamenta a ausência de um diálogo respeitoso, construtivo e propositivo por parte de todos os atores políticos durante o período de campanha”, pontuou o texto.

Urnas

Na votação de ontem, integrantes da missão visitaram 292 seções eleitorais em 121 locais de votação em 11 estados, além do Distrito Federal. Os integrantes afirmaram não terem visto problemas com as urnas. Em todos os casos, a zerésima (comprovação emitida no início da votação de que não havia votos computados na urna) estava correta.
“Nos mais de 20 anos em que está em operação, a urna tem sido submetida a testes de segurança, nos quais têm participado especialistas em tecnologia de organismos públicos, partidos políticos e instituições privadas”, colocou o documento. A missão destacou os vários testes realizados antes e durante o pleito, como a votação paralela para comparação dos resultados e do funcionamento das urnas.
Mas os representantes da OEA recomendaram ampliar a amostra do teste da votação paralela e “desenvolver os mecanismos legais necessários para garantir a presença dos técnicos dos partidos nas diferentes instâncias de fiscalização das urnas”. Outra sugestão é ampliar o diálogo entre autoridades e partidos para medidas que aumentem a confiança das legendas e da sociedade no sistema de votação.

Recomendações

O balanço da missão trouxe recomendações para outros temas. No caso do registro de candidaturas, foi criticado o fato de, no momento da votação, ainda haver concorrentes sem a situação jurídica definida. Os especialistas sugeriram rever os prazos previstos na legislação para que o controle jurídico e análise de condições de impedimento ocorram antes do registro das candidaturas e início da campanha.
Quanto ao modelo de financiamento, pela primeira vez sem doações de empresas e pessoas jurídicas, a missão elencou como propostas ter normas mais claras de como os recursos do fundo eleitoral serão distribuídos dentro dos partidos, além de rever o sistema de sanções para o caso de irregularidades na gestão dessas verbas, caracterizado como ineficaz por atores ouvidos.
O documento fez uma crítica à baixa participação das mulheres em cargos de representação, a menor dentre os países da região no caso do Parlamento. Apesar de a bancada feminina na Câmara dos Deputados ter crescido de 51 para 77, isso ainda corresponde a 16% dos representantes dessa Casa Legislativa. Como recomendação, a missão defende “estabelecer critérios claros que permitam fazer um uso mais equitativo dos recursos públicos e que promovam o acesso do maior número possível de mulheres aos cargos de escolha popular”. Outra recomendação é definir sanções para o caso de descumprimento da cota de financiamento para candidatas mulheres.
A preocupação com a subrepresentação também foi pontuada no caso de indígenas e afrodescendentes, tanto nas candidaturas quanto na composição das casas legislativas. O grupo aventa como possibilidade adotar medidas semelhantes às regras para mulheres, com a instituição de cotas e financiamento direcionado.
Fonte: Agência Brasil

PT avalia hoje as eleições


A direção nacional do PT se reúne nesta terça (30), em São Paulo, para avaliar o desempenho do partido no segundo turno cujo candidato, Fernando Haddad, foi derrotado na disputa pela Presidência da República.
O encontro do comando partidário é o primeiro desde a vitória do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) neste domingo (28), com 55% dos votos válidos ante 45% obtidos por Haddad.
A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, deputada federal eleita pelo Paraná, após a derrota nas urnas, pediu nas redes sociais que a militância erga a cabeça e mantenha a luta. A dirigente falará à imprensa às 14h30 de hoje.
Haddad, por sua vez, desejou sucesso ao vitorioso via Twitter. “Eu coloco a minha vida à disposição deste país. Não tenham medo, nós estaremos aqui. Nós estamos juntos. Nós estaremos de mãos dadas com vocês”, disse. “Coragem, a vida é feita de coragem.”
O diabo é que essa iniciativa do ex-candidato à Presidência não agradou setores do PT, que não queriam reconhecer a vitória de Bolsonaro.
“Eu coloco a minha vida à disposição deste país. Não tenham medo, nós estaremos aqui. Nós estamos juntos. Nós estaremos de mãos dadas com vocês. Coragem, a vida é feita de coragem”, havia dito antes Haddad.
De antemão, o PT sai das urnas com a maior bancada na Câmara Federal e, individualmente, com o maior número de governadores eleitos no Brasil.


Boulos: Bolsonaro não é dono do Brasil e não vai calar nossas vozes


O líder do MTST Guilherme Boulos gravou vídeo em que se posiciona diante da eleição do extremista de direita Jair Bolsonaro; Boulos diz que o eleito traz "nuvens de intolerância e de violência"; ele acrescenta: "já na próxima terça-feira o povo sem medo vai às ruas de várias cidades do País para afirmar nosso compromisso com a democracia e com nossos direitos"; Boulos ainda afirmou que "Jair Bolsonaro (PSL) não é o dono do Brasil e não vai silenciar as nossas vozes"
247 - O líder do MTST Guilherme Boulos gravou vídeo em que se posiciona diante da eleição do extremista de direita Jair Bolsonaro. Boulos diz que o eleito traz "nuvens de intolerância e de violência". Ele acrescenta: "já na próxima terça-feira o povo sem medo vai às ruas de várias cidades do País para afirmar nosso compromisso com a democracia e com nossos direitos". Boulos ainda afirmou que "Jair Bolsonaro (PSL) não é o dono do Brasil e não vai silenciar as nossas vozes."
O líder nacional do MTST disse também que Bolsonaro "fugiu dos debates e se escondeu atrás de uma rede de mentiras no WhatsApp, à base de fraude e de caixa 2". "Foi o candidato da intolerância, que explorou o medo e a desilusão das pessoas. É alguém que defende a ditadura, a tortura e a violência como solução para os problemas."
"Apesar de você, Bolsonaro, amanhã vai ser outro dia. Até lá, nós vamos estar com coragem nas ruas desse País, lutando por democracia e por nossos direitos. O Brasil é muito maior do que Jair Bolsonaro. Vamos à luta", concluiu Boulos.