sábado, 27 de outubro de 2018

Chefe do Jornal da Record pede demissão e declara voto em Fernando Haddad


Jornalista Luciana Barcellos lembra que o que está em jogo é a democracia e que votar em Fernando Haddad "não é assinar cheque em branco para o PT, não é isentar o PT da responsabilidade de não ter feito a autocrítica. É defender o nosso direito de seguir em frente. E pra nós, jornalistas, votar no Haddad é também defender o direito de exercer livremente a profissão"; ela se desligou essa semana da emissora do bispo Edir Macedo, que apoia Jair Bolsonaro e tem sido acusada de pressionar os jornalistas a fazerem matérias positivas sobre o candidato
247 - Em meio a informações de que a Rede Record tem pressionado seus jornalistas a fazerem reportagens positivas do candidato Jair Bolsonaro (PSL), apoiado pelo bispo Edir Macedo, dono da emissora, a jornalista Luciana Barcellos pediu demissão de seu cargo de chefe de redação do Jornal da Record essa semana e, nesta sexta-feira 26, declarou seu voto em Fernando Haddad em uma postagem nas redes sociais.
No texto, ela não esclarece o motivo da saída, mas afirma que Haddad não foi sua opção no primeiro turno e que votar no candidato neste domingo "não é assinar cheque em branco para o PT, não é isentar o PT da responsabilidade de não ter feito a autocrítica. É defender o nosso direito de seguir em frente. E pra nós, jornalistas, votar no Haddad é também defender o direito de exercer livremente a profissão".
"Ninguém é racista ou homofóbico só da boca pra fora. Ninguém defende tortura só porque é "meio doido". Não existe fascismo "light"", critica ainda Luciana. Em outro post, do dia 20 de outubro, ela fala sobre o pedido de demissão, agradecendo aos colegas de trabalho. "A decisão de pedir desligamento não foi das mais fáceis. Mas a vida às vezes exige que a gente assuma riscos", escreve.
Nessa mesma data, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo denunciou pressões abusivas que os jornalistas da Record vêm sofrendo para privilegiar a candidatura de Bolsonaro. A entidade diz ter recebido "denúncias de vários jornalistas da Rede Record – televisão, rádio e portal de notícias R7" e "torna público, como exige seu dever de representação da categoria, o inconformismo desses profissionais com as pressões inaceitáveis e descabidas em uma empresa de comunicação".
Leia abaixo os dois posts da jornalista e a nota do Sindicato:
Postagem de Luciana Barcellos do dia 20/10:
Me despeço da RecordTV com um agradecimento às equipes com as quais dividi esses últimos oito anos. A equipe guerreira do Record Notícias lá no início. Os madrugadores dos jornais matutinos - o horário era dificil mas o time e o trabalho, incríveis. A equipe do Cidade Alerta que é mestre em trabalhar ao mesmo tempo com seriedade e alegria. A redação do Rio com quem vivi a experiência profissional mais vibrante da minha vida - vou pra sempre sentir saudade de vocês. Nesse último ano e meio, a equipe talentosa e apaixonada do Jornal da Record com quem errei, acertei e aprendi. No meio dessa caminhada, duas coberturas inesquecíveis com o pessoal do esporte em Guadalajara e Londres. E diariamente, em São Paulo e no Rio, os momentos mais eletrizantes do dia com os companheiros de switcher. A decisão de pedir desligamento não foi das mais fáceis. Mas a vida às vezes exige que a gente assuma riscos.

Obrigada por todos os muitos e carinhosos telefonemas e mensagens dos últimos dias. Os tempos são duros mas agradeço - mesmo - por terem me ajudado a construir o respeito que tenho pela nossa profissão. Uma profissão da qual me orgulho e na qual acredito. Beijos

Postagem de Luciana Barcellos desta sexta-feira 26:
O Haddad não foi o meu candidato no primeiro turno. Mas agora o que está em jogo aqui é maior do que nossas primeiras escolhas. É a democracia, é o que queremos para nossos filhos, sobrinhos, netos, amigos, para todos os nossos afetos . É o que queremos de bom também para quem a gente nem conhece pessoalmente. Ninguém é racista ou homofóbico só da boca pra fora. Ninguém defende tortura só porque é "meio doido". Não existe fascismo "light". Algumas pessoas próximas e muito queridas não querem o obscurantismo mas também não se sentem à vontade para votar no PT. Peço respeitosamente que reflitam, que reconsiderem. Não anulem, não votem em branco, não ajudem a eleger o Bolsonaro. Votar no Haddad não é assinar cheque em branco para o PT, não é isentar o PT da responsabilidade de não ter feito a autocrítica. É defender o nosso direito de seguir em frente. E pra nós, jornalistas, votar no Haddad é também defender o direito de exercer livremente a profissão. #viravoto#haddad13


Sindicato denuncia pressões abusivas sobre os jornalistas da Rede Record
Emissora assedia profissionais para privilegiar candidatura de Bolsonaro



O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) recebeu denúncias de vários jornalistas da Rede Record – televisão, rádio e portal de notícias R7 – de que estão sofrendo pressão permanente da direção da emissora para que o noticiário beneficie o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e prejudique o candidato Fernando Haddad (PT). A entidade torna público, como exige seu dever de representação da categoria, o inconformismo desses profissionais com as pressões inaceitáveis e descabidas em uma empresa de comunicação.

A pressão interna para favorecimento do candidato do PSL tem origem no anúncio feito em 29 de setembro passado, pelo bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, proprietário da emissora, de que passava a apoiar Bolsonaro à Presidência. A partir daí, o noticiário começou a dar uma guinada, ainda antes do primeiro turno eleitoral. Um momento importante foi a entrevista com Jair Bolsonaro levada ao ar em 4 de outubro, no mesmo momento em que sete outros candidatos à Presidência realizavam um debate na TV Globo, com a ausência do líder nas pesquisas.
Outras expressões dessa virada são decisões de não colocar em rede reportagens relevantes – exibidas em afiliadas – barradas na grade de noticiário nacional da emissora, por avaliações de que poderiam prejudicar Bolsonaro ou ajudar Haddad. O portal R7 também passou a ser dirigido a favor do candidato do PSL de forma explícita: por vários dias seguidos, os destaques da rubrica "Eleições 2018" na home se dividiam entre reportagens favoráveis a Bolsonaro e reportagens negativas a Haddad.
As pressões internas pela distorção do noticiário tomaram a forma de assédio a diversos jornalistas. A tensão na redação tornou-se insuportável para alguns profissionais. O fato já foi divulgado por sites jornalísticos.
Concessão pública
Nesta situação, deve-se lembrar em primeiro lugar que um canal aberto de televisão é uma concessão pública outorgada pelo governo federal, o que se subordina às disposições do artigo 5º da Constituição brasileira, inciso XIV, que assegura a toda a população o acesso à informação. No contexto de uma eleição, e no âmbito do jornalismo, isso significa o direito da sociedade a receber uma informação precisa, bem apurada, equilibrada, que contribua para qualificar a compreensão das propostas em jogo e dos compromissos e interesses envolvidos em cada candidatura. Em outras palavras, o cidadão deve ter acesso a uma cobertura eleitoral que valorize o bom jornalismo, reportando os fatos de forma correta, independentemente do candidato envolvido. Isso vale mesmo se o veículo tiver posicionamento político explícito, a favor de quaisquer dos candidatos, o que não deveria interferir em sua função jornalística.
Para balizar a atuação dos profissionais, existe o ferramental próprio da profissão, que inclui o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, no qual o jornalista é orientado a "divulgar os fatos e informações de interesse público" e a não se "submeter a diretrizes contrárias à precisa apuração dos acontecimentos e à correta divulgação da informação".
É preciso considerar que a Rede Record é uma empresa privada, para a qual a legislação prevê o "poder diretivo" do empregador sobre os funcionários. Isso funciona para o conjunto das relações de trabalho, mas o jornalismo está entre as profissões que exigem relativa autonomia por sua própria natureza (como acontece, por exemplo, com os professores). O compromisso do profissional com o "acesso à informação", cláusula pétrea da Constituição, deve ser preponderante quando existe um conflito.
O Sindicato dos Jornalistas atua para garantir as prerrogativas profissionais nas relações de trabalho, e busca inserir nas Convenções Coletivas uma "cláusula de consciência", que diz, resumidamente, que, em "respeito à ética jornalística, à consciência do profissional e à liberdade de expressão e de imprensa", o jornalista tem o direito de "recusar a realização de reportagens que firam o Código de Ética, violem sua consciência e contrariem a sua apuração dos fatos". Pela cláusula, o profissional poderia ainda se opor ao uso de material produzido por ele em reportagem coletiva (inclusive para preservar sua relação com fontes) e recusar a associação de seu nome ou imagem a trabalho jornalístico com o qual não queira se associar. As empresas de rádio e televisão recusam-se a aceitar esta cláusula essencialmente democrática, deixando o terreno livre para exercer sobre os jornalistas pressões abusivas, decorrentes de interesses privados que contrariam o direito público à informação.
Repúdio
Em defesa do direito à informação correta e equilibrada na cobertura das eleições, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo repudia as pressões feitas pela direção da Record e exige o respeito à autonomia de apuração e edição dos jornalistas da empresa. Em função da situação, adota ainda as seguintes providências:
a) respeitando a autonomia da Comissão de Ética do SJSP, reforça o pedido para que a direção da Record endosse o "Protocolo Ético para o Segundo Turno das Eleições 2018", enviado pela Comissão de Ética para a chefia do jornalismo de todas as empresas de comunicação do Estado;
b) solicita uma reunião imediata com a empresa para expressar diretamente sua posição e reivindicar garantias de que as pressões sobre os jornalistas serão interrompidas o quanto antes;
c) insiste desde já com as empresas de rádio e televisão do Estado para que, nas negociações da campanha salarial deste ano (data-base em 1º de dezembro), seja incluída a cláusula de consciência, integrante da pauta de reivindicações;
d) decide inserir as denúncias relativas à Rede Record no dossiê que prepara para entregar ao Ministério Público dos Direitos Humanos sobre a violação de garantias profissionais dos jornalistas no atual período eleitoral; e
e) coloca-se à disposição de todos os jornalistas da emissora para fazer debates, reuniões e adotar todas as medidas necessárias para garantir o respeito à autonomia profissional a que todos os jornalistas, e cada um, têm direito.
São Paulo, 19 de outubro de 2018
Direção - Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo


Das 123 fake news encontradas por agências de checagem, 104 beneficiaram Bolsonaro


Reportagem de Isabella Macedo, do Congresso em Foco, noticia que, em cerca de 70 dias de campanha, as checagem de fatos desmentiram ao menos 104 mentiras contra Haddad e o PT e outras 19 prejudiciais a Bolsonaro e seus aliados
247 - Reportagem de Isabella Macedo, com base em um balanço feito pelo site Congresso em Foco, noticia que, em cerca de 70 dias de campanha, agências de checagem de fatos desmentiram ao menos 104 mentiras contra Haddad e o PT e outras 19 prejudiciais a Bolsonaro e seus aliados.
O esquema financiado por empresas à campanha de Bolsonaro, portanto, beneficiou claramente o candidato da extrema-direita. A reportagem cita as mentiras mais compartilhadas dos dois lados e conclui que o total de 123 checagens é equivalente a quase dois boatos desmentidos por dia até esta quinta-feira (25).

Congresso em foco declara apoio a Haddad, em nome da democracia


"Lamentamos não ter sido capazes de mostrar para muitos dos nossos leitores os riscos representados por um eventual, e provável, governo Jair Bolsonaro", aponta editorial histórico do Congresso em Foco. "Com todos os seus problemas, contudo, o PT jamais trouxe ameaça real à democracia. Esta a questão central: impossível fazer jornalismo de verdade sem democracia, algo que Bolsonaro e vários de seus seguidores mais exaltados não cansam de afrontar. Com Bolsonaro, perdemos o jornalismo e a democracia"
247 – "Lamentamos não ter sido capazes de mostrar para muitos dos nossos leitores os riscos representados por um eventual, e provável, governo Jair Bolsonaro", aponta editorial histórico do Congresso em Foco. "Com todos os seus problemas, contudo, o PT jamais trouxe ameaça real à democracia. Esta a questão central: impossível fazer jornalismo de verdade sem democracia, algo que Bolsonaro e vários de seus seguidores mais exaltados não cansam de afrontar. Com Bolsonaro, perdemos o jornalismo e a democracia".
Leia, abaixo, a íntegra:
Bolsonaro é o pior que nos pode acontecer
Este site, no ar há quase 15 anos, jamais se manifestou contra ou a favor de candidatos em nenhuma das sete eleições que acompanhamos nesse período. A razão de ser deste texto é selar este momento, absolutamente inaugural, em que tornamos públicas nossas expressas e assumidas restrições à candidatura de Jair Bolsonaro a presidente da República.
Se fosse aplicado a Bolsonaro o rigor no cumprimento das leis que ele exige contra os seus adversários e se o sistema judicial brasileiro funcionasse com critérios ideais de eficiência e justiça, acreditamos que o capitão estaria hoje na cadeia, por seus atos e por suas palavras.
Bolsonaro já fez, reiteradas vezes, apologia à tortura, ao estupro e à violência. Defendeu o assassinato de oponentes, sempre tratados como desprezíveis inimigos.
Tem longo passivo de declarações que podem sugerir crimes de preconceito e de racismo. Contra mulheres, negros, indígenas, quilombolas, lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, pessoas obesas, baianos... a lista é tão longa que este parágrafo será curto para descrevê-la integralmente.
Jair Bolsonaro conquistou visibilidade pública pela primeira vez em 1987, ao liderar movimento para melhorar a remuneração das Forças Armadas. Capitão do Exército então na ativa, foi acusado pela revista Veja de planejar a explosão de bombas em quartéis para protestar contra os baixos soldos. Respondeu a processo disciplinar e foi condenado por um Conselho de Justificação, formado por três coronéis. Posteriormente, o Superior Tribunal Militar (STM) o absolveu.
Político desde 1989, quando se tornou vereador no Rio, está no sétimo mandato de deputado federal. Em Brasília há 27 anos, mudou de partido oito vezes e aprovou individualmente apenas uma lei. Nunca presidiu comissões, nem liderou bancada, ou relatou propostas de destaque.
Um fracasso retumbante como legislador, Bolsonaro saiu-se pior ainda como orador. "Sou a favor, sim, a uma ditadura, a um regime de exceção", disse em 1999 no plenário da Câmara. "Jamais ia estuprar você porque você não merece", declarou para a deputada Maria do Rosário (PT-RS), em 2003. "Ele deveria comer capim ali fora para manter as suas origens", disparou em 2008 contra um indígena. "Dilma Rousseff, pare de mentir. Se gosta de homossexual, assume. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma", sugeriu em 2011.
ustra-wilsondias-abr"Várias vezes Bolsonaro se declarou a favor de torturar presos e tratou Ustra, primeiro militar brasileiro condenado por tortura, como herói" Foto: Wilson Dias/ABr
Ao votar pelo impeachment de Dilma, em abril de 2016, homenageou o militar acusado de torturá-la: "Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff". Várias vezes Bolsonaro se declarou a favor de torturar presos e tratou Ustra, primeiro militar brasileiro condenado por tortura, como herói. Mais recentemente, disse que o erro da ditadura foi torturar e não matar "uns 30 mil". Em 2014, numa entrevista ao jornal Zero Hora, havia considerado natural a mulher ganhar menos que o homem: "Sou um liberal. Se eu quero empregar na minha empresa você ganhando R$ 2 mil por mês e a Dona Maria ganhando R$ 1,5 mil, se a Dona Maria não quiser ganhar isso, que procure outro emprego!".
Contrariando a fama de quem sempre se apresentou como a mais insuspeita das criaturas a habitar o poluído mar da política nacional, Jair Messias Bolsonaro foi acusado por sua segunda esposa (está casado com a terceira), em ação protocolada em 2007 na 1ª Vara de Família do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, de ter cometido vários graves ilícitos. Entre eles, possuir patrimônio pessoal muito superior ao informado à Justiça eleitoral; não declarar à Receita a maior parte dos seus rendimentos reais; e de ter furtado um cofre numa agência do Banco do Brasil onde a ex-mulher mantinha valores significativos. Ana Cristina Siqueira Valle o acusaria depois de ameaçá-la de morte, mas posteriormente retirou todas as acusações. "Iria dar um escândalo para ele e para mim. Deixei para lá", afirmou à revista Veja durante a campanha eleitoral de primeiro turno, na qual ela foi derrotada na tentativa de se eleger deputada federal pelo Rio usando o sobrenome Bolsonaro. Pode ter ficado tudo certo entre ex-marido e ex-mulher, mas os fatos relatados deixam evidente que tanto o capitão quanto a Polícia Civil fluminense – incompetente para investigar e dar seguimento às denúncias – têm muitas contas a acertar com a história.
Deputado, teve uma chance ímpar de demonstrar na prática a dor que alega sentir em relação às vítimas da violência. Foi em 7 de abril de 1999, quando a Câmara aprovou a cassação de Talvane Albuquerque, condenado por encomendar a morte da deputada eleita Ceci Cunha, da qual era suplente. Para herdar a vaga, Talvane mandou matar Ceci, o marido dela e mais duas pessoas da família. Uma chacina, portanto. Bolsonaro foi um dos 29 parlamentares que votaram contra a cassação. "Fico com a minha consciência pesarosa de votar pela cassação desse parlamentar, porque amanhã qualquer um de nós pode estar no lugar dele", justificou-se.
Impossível negar a Bolsonaro o mérito de ter identificado problemas reais que inquietam a nação, como a violência, a corrupção, os inúmeros erros do PT e a decadência do sistema político. Ele e seus filhos (um deles, Eduardo, eleito por São Paulo o deputado federal mais votado do país; outro, Flávio, senador pelo Rio) também entenderam e souberam explorar com eficiência, para comunicação direta com a população, as revolucionárias ferramentas trazidas pela era digital. Bolsonaro não conquistou à toa o favoritismo com que chega à disputa contra Fernando Haddad neste domingo (28).
Mas, como candidato a presidente, Jair Bolsonaro exibiu o mesmo desapreço de sempre pelas leis, pela democracia e pelos adversários. Vítima de uma facada desferida por um desequilibrado mental, obteve solidariedade de todo o mundo político. Mostrou sua gratidão logo na primeira imagem, registrada quando ainda convalescia no hospital, fazendo o famoso gesto de convocação às armas com o polegar e o indicador. Depois, ainda no hospital, esboçou na cara dura uma tese das mais antidemocráticas. Afirmou que sua eventual derrota eleitoral comprovaria a existência de manipulação das urnas eletrônicas. Ou seja, se ele ganhar, está tudo bem; se perder, é porque foi fraude.
Quis proibir a divulgação dos votos que deu como parlamentar. Um dos mais vexatórios foi o único voto dado por um congressista contra a ampliação dos direitos dos empregados domésticos. O descabido pedido de censura, que revela o desejo de impedir a sociedade de ter acesso a informações de óbvio interesse público, foi negado pela Justiça eleitoral nesta semana. De modo geral, no entanto, o Judiciário demonstrou incapacidade para prevenir e punir as ilegalidades ocorridas nestas eleições. Como atesta a Organização dos Estados Americanos (OEA), a disseminação de mentiras neste pleito é um "fenômeno sem precedentes". E quem é o seu maior beneficiário? Bolsonaro, e por larga margem, como indica levantamento do Congresso em Foco. Estranhamente, a Justiça pouco tem feito para coibir os abusos de um candidato de perfil notoriamente fascista, ao mesmo tempo em que autoriza a invasão de universidades para reprimir manifestações contra o fascismo.
Faz um bom tempo que identificamos e, de alguma maneira, passamos a acompanhar o crescimento do "mito". Um exemplo foi o minucioso trabalho de apuração da repórter Ana Pompeu que resultou na reportagem de capa publicada em julho de 2017 pela Revista Congresso em Foco (íntegra aqui). Em 11 páginas, reconstituímos ali a trajetória de um "mito de pés de barro".
Reafirmamos os valores democráticos deste veículo, contra a ameaça do bolsonarismo na entrega do Prêmio Congresso em Foco 2017, com o brado de "ditadura nunca mais":
Lamentamos não ter sido capazes de mostrar para muitos dos nossos leitores os riscos representados por um eventual, e provável, governo Jair Bolsonaro. Vários desses leitores, temos consciência disso, contribuíram para engrossar a onda em favor do deputado capitão. Lógico que respeitamos as escolhas deles e de todos que divergem das ideias aqui apresentadas com franqueza. Sabemos que muitas pessoas sérias e de bem têm pleno conhecimento dos defeitos do candidato do PSL, mas estão sinceramente convencidas de que ele é a alternativa possível para evitar o "mal maior" – na visão delas, a vitória de Haddad. Nunca ignoramos as mazelas das gestões petistas, que o Congresso em Foco sempre registrou, frequentemente à frente de outros veículos.
Com todos os seus problemas, contudo, o PT jamais trouxe ameaça real à democracia. Esta a questão central: impossível fazer jornalismo de verdade sem democracia, algo que Bolsonaro e vários de seus seguidores mais exaltados não cansam de afrontar. Com Bolsonaro, perdemos o jornalismo e a democracia. Falhamos, pela incapacidade de criar antídotos contra quem usou dos nossos mecanismos democráticos para conquistar a força que pode levar agora à destruição desses mesmos mecanismos.
Ganhe Bolsonaro ou Haddad, estaremos no mesmo lugar: empenhados, no limite das nossas possibilidades, em fazer jornalismo sério, crítico e plural. Um jornalismo voltado para a busca de informações confiáveis e sempre comprometido com valores democráticos. Por isso, ainda que tenhamos tardado a publicar este editorial, não podemos ver o país à beira de embarcar na escuridão autoritária sem gritar, com clareza, nossa voz: #EleNão.

Com medo da virada, Bolsonaro pede inelegibilidade de Haddad por show de Roger Waters


O avanço de Fernando Haddad nas pesquisas fez Jair Bolsonaro cair em desespero. Nesta sexta, ele pediu a inelegibilidade do adversário ao TSE por conta dos shows de Roger Waters. Segundo a ação, o antigo baixista do Pink Floyd abusou do poder econômico e fez "ataques" com "grande semelhança conceitual com a propaganda produzida pelo PT", que acusa Bolsonaro de "fascista, ditador, torturador, machista, nazista, etc". Na peça, Bolsonaro utiliza até uma fake news contada pelo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, que acusou, sem provas, Waters de receber R$ 90 milhões para fazer campanha eleitoral
Da Agência Sputinik – O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feira (26) pedindo a inelegibilidade de Fernando Haddad (PT) por conta dos shows de Roger Waters.
As informações são do jornal Valor Econômico.
Segundo a ação, o antigo baixista do Pink Floyd abusou do poder econômico e fez "ataques" com "grande semelhança conceitual com a propaganda produzida pelo PT", que acusa Bolsonaro de "fascista, ditador, torturador, machista, nazista, etc".
A peça também relembra que o atual ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, acusou Waters de receber R$ 90 milhões para fazer campanha eleitoral. Leitão não apresentou provas de sua denúncia e já declarou voto em Bolsonaro.
Na primeira apresentação de Waters no Brasil, ele exibiu o nome de Bolsonaro como um dos líderes mundiais do "neofacismo". Desde então, seus shows têm sido marcado por manifestações sobre a cena política brasileira.


sexta-feira, 26 de outubro de 2018

“Tem ladrão na Quadro Negro, mas não sou eu”, defende-se Rossoni

(Foto: AEN)


O deputado federal Valdir Rossoni (PSDB) defendeu-se, nesta sexta-feira, em coletiva de imprensa da acusação de ter atuado para o desvio de R$ 20 milhões em obras de construção e reforma de escolas públicas do Paraná investigados pela Operação Quadro Negro. Presidente da Assembleia Legislativa do Paraná na época da contratação e da assinatura de aditivos coma construtora Valor, Rossoni é um dos 12 alvos de ação civil pública proposta pelo Ministério Público Estadual contra acusados no caso, ao lado de seu primeiro secretário à época dos fatos (2014), Plauto Miró (DEM) e do ex-governador Beto Richa (PSDB).

Segundo Rossoni, a imputação que é feita a ele na ação é inverídica, impossível de provar e baseada apenas na declaração de um delator: Eduardo Lopes de Souza, dono da construtora Valor. “Estou respondendo a essa ação porque ele afirmou que os recursos desviados nos aditivos das escolas que não foram construídas vieram da Assembleia Legislativa. Mas não há como provar isso, porque a devolução que a Assembleia fazia ao final de cada ano ia para o caixa único, junto com a toda a arrecadação do governo do Estado”, conta Rossoni. “E todos lembram a crise fiscal que o Paraná vivia no final de 2014. O governo nos pediu para acelerar a devolução para ter recursos para pagar a folha de pagamento e o 13º do funcionalismo”, acrescentou.
Rossoni destacou que os aditivos assinados com a construtora Valor passaram pela análise de 12 diferentes instâncias dentro do Executivo estadual, mas não pela Assembleia. “Esses aditivos passaram por diversos departamentos da SUDE (Superintendência de Desenvolvimento Educacional), da Secretaria de Educação, da Procuradoria do Estado, da Casa Civil e da governadoria. Foram aprovados pelo Conselho de Gestão Administrativa e Fiscal, que era integrado pelos secretários da Administração, Planejamento, Casa Civil, Controle Interno, Fazenda e Procuradoria. Há mais de 15 assinaturas nesses documentos e muitas dessas pessoas não são alvos da ação”, questiona o deputado. “Claro que tem ladrão no episódio da Quadro Negro, mas estão procurando onde o ladrão não está. E não é obrigação minha indicar onde está o ladrão”, concluiu.
Rossoni, que ainda criticou o fato de a ação ter sido proposta na semana das eleições, atribuindo a isso sua derrota nas urnas (não conseguiu se reeleger para a Câmara dos Deputados), encerrou a coletiva denunciando que Eduardo Lopes de Souza estaria descumprindo as condições para sua prisão em regime abeto com o uso de tornozeleira eletrônica. “Ele está descumprindo as normas há muito tempo, com várias quebras de conduta e o Depen (Departamento Penitenciário do Paraná) tem essa informação”, disse, sem dar detalhes. Por meio de nota, o Depen esclareceu que todas as ocorrências registradas em relação a Eduardo Lopes de Souza foram comunicadas ao Poder Judiciário, por meio de ofício e relatório circunstanciado, cabendo à Justiça tomar providências.
Fonte: Paranaportal.uol

Apucarana receberá comunidade acadêmica dos 13 câmpus da UTFPR


De 5 a 7 de novembro, serão realizados os seminários de Iniciação Científica e Tecnológica (SICITE) e de Extensão e Inovação (SEI)
(Foto: Profeta)

O Câmpus Apucarana da Universidade Tecnológica Federal do Paraná sediará, no período de 5 a 9 de novembro, dois grandes eventos institucionais: o Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica (SICITE) e o Seminário de Extensão e Inovação (SEI).  Os seminários envolverão a comunidade acadêmica dos 13 câmpus da UTFPR: Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Curitiba, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Guarapuava, Londrina, Medianeira, Pato Branco, Ponta Grossa, Santa Helena, Toledo.
De 5 a 7 de novembro, será realizada a XXIII edição do SICITE, considerado o principal evento multicâmpus da UTFPR, destinado a dar visibilidade aos trabalhos desenvolvidos pelos alunos de iniciação científica e de desenvolvimento tecnológico e inovação para toda a comunidade acadêmica e a sociedade. Já a VIII edição do SEI acontece nos dias 8 e 9 e divulgará as atividades de extensão, cultura e inovação, desenvolvidas por estudantes e servidores da Universidade.
Considerando os indicadores das edições anteriores, realizadas em outras cidades, o Câmpus Apucarana da UTFPR espera receber, aproximadamente, 1500 alunos que ficarão hospedados na cidade para participar das atividades no câmpus, referentes aos dois eventos, que contemplarão oficinas, minicursos, apresentações orais, sessões de pôsteres, atividades culturais e esportivas.
O SICITE, cujo tema é o bem-estar mental, terá sua abertura realizada no dia 5, no auditório Gralha Azul, da UNESPAR, com início às 19h30min, e contará com a apresentação do grupo de dança folclórica “Fogança”, de Maringá. Já a palestra de abertura será ministrada pelo professor Dr. Mauro Luciano Baesso, atual reitor da UEM, especialista em desenvolvimento de LED para luz branca.
Na terça-feira (06/11), será realizada a Noite Cultural no câmpus da UTFPR, com um show musical da Banda Biss, barracas gastronômicas da Equipe da Feira da Lua de Apucarana e apresentações artísticas dos alunos.
Será promovida também uma caminhada de 6 quilômetros na terça de manhã, que passará pelo parque da raposa, e contará com o apoio da equipe do SESC. O evento contará, ainda, com a participação da Jesana Gambi, com a palestra: Bem estar na teoria e prática, na terça-feira às 15h.
Na quarta-feira (07/11), no encerramento do SICITE, haverá a palestra “Internationalization: extra-class activities in Academic Life”, com o professor Christopher Allen Whitt, da University of Virginia.
EXTENSÃO E INOVAÇÃO – Já no evento de Extensão e Inovação, as atividades ofertadas contemplarão várias áreas, como fabricação e preparo de alimentos; ferramentas on-line gratuitasIdentificação de Fibras Têxteis pelo Método da Queima; Coreldraw; Técnica Vocal e canto, entre outros.
Haverá, ainda, workshop sobre História Contemporânea; mesa redonda sobre Competências Transversais nas Áreas Tecnológicas; e palestras sobre as “Transformações Sociais e Econômicas a partir da Evolução da China”; e “Marco Legal de CT&I – Adaptação às novas normas e Necessidade de Novo Sistema de Financiamento.”



Beto Preto prestigia abertura da Expoagri


Evento é realizado desde 1983 pelo Colégio Agrícola de Apucarana
(Foto: Profeta)

O Colégio Agrícola Estadual Manoel Ribas, de Apucarana, abriu nesta quinta-feira (25) a sua tradicional Exposição Agrícola (Expoagri), na sua 35ª edição, no ano em que completou 60 anos de atividades. O evento apresenta à população uma série de projetos elaborados pelos alunos, mediante parcerias firmadas com várias empresas de Apucarana e região.
Na solenidade de abertura, a diretora da instituição, Rosiney Pimenta Campos, lembrou que o agronegócio move o país e que neste contexto o colégio Agrícola tem uma relevante missão, formando mão de obra qualificada para atuar no campo. “Nossa Expoagri esta aberta à visitação de toda a comunidade e teremos muito prazer em receber a todos”, anunciou a diretora.
Rosiney Pimenta aprovetiou o evento para anunciar que, a partir do segundo semestre de 2019, oColégio Agrícola passará a ofertar o curso de Técnico em Agronegócio. “O projeto está pronto e estamos finalizando toda a documentação, com o apoio do Núcleo Regional de Educação”, informou a diretora, acrescentando que o curso terá um ano e meio de duração e será no nível pós-ensino médio.
Ao discursar na abertura da exposição, o prefeito Beto Preto enalteceu a instituição que chegou aos seus 60 anos e detém alto conceito em todo o Paraná. “As instalações e área agrícola do colégio ficava na área rural de Apucarana e hoje já se mistura com a área urbana”, assinalou.
Beto Preto assumiu o compromisso de retomar e concluir as obras de melhorias, principalmente no setor de alojamentos, que estão paralisadas há alguns meses. “O governador eleito Ratinho Junior já tem conhecimento desta situação e esperamos resolver tudo ainda no primeiro semestre de 2019”, afirmou o prefeito.
A solenidade contou com a presença do vereador Marcos da Vila Reis, representando o presidente da Câmara, Mauro Bertoli; e a professora Maria Onide Balan Sardinha, chefe do Núcleo Regional de Educação, além de empresários e parceiros do Colégio Agrícola Estadual Manoel Ribas.
Com uma área de terra de 40 alqueires, o Colégio Agrícola desenvolve atividades práticas em diversos setores, como olericultura, apicultura, oficina rural, oficina mecânica, cunicultura, fruticultura, horticultura e mais abate, fábrica de ração, bovinocultura, sericultura, cafeicultura, ovinocultura, suinocultura e cereais.
Atualmente, a instituição oferece o curso de agropecuária integrado, agropecuária subsequente e meio ambiente subsequente. Com cerca de 400 alunos que vêm de 80 municípios, do Paraná e também de outros estados, o colégio assegura moradia, sendo que no regime de internato a instituição abriga nos alojamento cerca de 140 alunos.
O colégio foi inaugurado no dia 2 de abril de 1958. Nos primeiros anos pertenceu à Rede de Escolas de Trabalhadores Rurais, quando era ministrado um curso com ensinamentos agropecuários com duração de três anos. Em 1967, o colégio passou a ter a denominação Colégio Agrícola Estadual Manoel Ribas.


Eleição da subseção de Apucarana da OAB terá chapa única


Os membros que concorrem ao pleito, que acontecerá no dia 22 de novembro, foram apresentados ao prefeito Beto Preto.
(Foto: Profeta)
Uma chapa de consenso vai concorrer à eleição para a Subseção Apucarana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os membros que concorrem ao pleito, que acontecerá no dia 22 de novembro, foram apresentados nesta sexta-feira (26/10) ao prefeito de Apucarana, Beto Preto.
A chapa única terá como presidente a advogada Albina Maria dos Anjos e como vice, o advogado Márcio Rei. Ao todo, a chapa é composta por 24 membros, entre diretoria e conselheiros. Terão direito a voto todos aqueles que integram a ordem e estão em dia com a tesouraria.
Além de Beto Preto, estiveram presentes durante a visita o atual presidente da subseção da OAB, o advogado Carlos Antônio Stoppa, e o procurador jurídico do Município, Paulo Vital.
O prefeito de Apucarana reforçou a importância da OAB, especialmente no momento atual vivido pelo país. “OAB nacional, estadual e a seccional tem um papel delineador, sendo a sentinela da democracia e dos direitos do cidadão”, frisa Beto Preto.
De acordo com o atual presidente da subseção da OAB, além de votar para a nova diretoria das 48 subsecções existentes no Estado, os advogados também escolherão os novos dirigentes da seccional Paraná. Os novos gestores permanecerão no cargo pelo tempo de 3 anos.
A subseção de Apucarana abrange ainda outras duas comarcas (Jandaia e Marilândia do Sul), totalizando 12 municípios. “Temos cerca de 680 advogados, dos quais em torno de 200 são de jovens que têm menos de 5 anos de atendimento”, observa Stoppa.


Haddad sobre debates: militar que foge não honra a farda


Em entrevista nesta sexta à Rádio Globo do Mato Grosso do Sul, o candidato da frente democrática voltou a criticar a não participação de seu adversário nos debates; "Militar que foge não honra a farda. O Brasil está correndo risco!", alertou; sobre fake news, Haddad destacou que algumas igrejas evangélicas já descobriram que Bolsonaro está mentindo pelo Whatsapp e lembrou que quem acredita em Jesus Cristo e lê a bíblia não compactua com a mentira
Por Tiago Botelho, Advogado e professor da UFGD, especial para o 247 - O presidenciável Fernando Haddad concedeu entrevista nesta sexta-feira (26/10) à Rádio Globo - MS (95.3 FM), no Programa Café das 6 com Livia Machado e Michel Franco. A entrevista foi publicada nas páginas de rádios do estado, inclusive na página de Haddad. A fala do candidato atendeu ao pedido dos Juristas pela Democracia do Estado de Mato Grosso do Sul, em nome do integrante o professor da UFGD, advogado Tiago Botelho.
Fernando Haddad destacou que a proposta do seu oponente, de fundir o Ministério do Meio Ambiente com o da Agricultura, é um risco ao agronegócio do Centro-Oeste. "É uma proposta suicida, pois a Europa e os Estados Unidos não comprarão nossos produtos se o governo federal não respeitar as exigências internacionais com o meio ambiente. Nossos produtos têm certificação e precisam de um compromisso do Estado brasileiro com o meio ambiente. Só na cabeça de uma pessoa despreparada como Bolsonaro que uma coisa dessa pode dar certo".
Ele destacou a não participação do seu oponente em todos os debates presidenciáveis, inclusive no de hoje na Rede Globo, mesmo liberado pelo médico. Afirmou que "militar que foge não honra a farda. O Brasil está correndo risco!"
POLÍCIA NACIONAL
A proposta de Haddad é o contrário de privatizar a segurança pública como diz seu oponente. "Essa proposta deu errado no mundo inteiro. A nossa é de inteligência. Dobrar o efetivo da Polícia Federal e fazer ela assumir a responsabilidade. A fronteira e os crimes organizados precisam de uma Polícia Nacional. Hoje ela não tem contingente". Haddad diz que vai dobrar o quadro da Polícia Federal e enfrentar tal problema.
DESMATAMENTO LÍQUIDO ZERO
A respeito do conflito entre sem-terra, indígenas e o agronegócio, Haddad destacou que os estudos mais avançados mostram que não é necessário mais desmatar para aumentar a produção. É preciso aumentar a produtividade da terra já desmatada. Para tal, o plano de governo prevê o desmatamento líquido zero que busca respeitar o Código Florestal. "Há uma parcela do Agronegócio altamente produtiva e que investe em insumos, fertilizantes, pesquisa biogenética, equipamentos e produções. Só que existe uma parcela do agronegócio que não produz, que simplesmente especula com a terra. Tem baixíssima produtividade". Haddad diz que vai colocar pressão sobre o agronegócio que não produz, deixando bem claro que quer ajudar o agronegócio que produz. O que o candidato não quer é violência no campo.
IMPOSTO ZERO PARA ATÉ 5 SALÁRIOS MÍNIMOS E REFORMA BANCÁRIA
A respeito do mercado de trabalho, Haddad disse que a primeira medida a tomar como presidente será retomar as obras paradas pelo governo Temer. A outra coisa é colocar dinheiro na mão do povo, aumentando o poder de compra. Para tal, disse que vai retirar o pagamento de imposto de quem recebe até 5 salários mínimos e aumentar o bolsa família. Além disso, a proposta é fazer também uma grande reforma bancária, pois o alto juros do banco prejudica o trabalhador ao empresário. "Não dá para pagar 30% de juro ao ano".
FOCO NO ENSINO MÉDIO
Fernando Haddad salientou que foi o Ministro da Educação que criou a Universidade Federal da Grande Dourados. E que o foco como presidente será o ensino médio, mesmo sendo responsabilidade dos estados. Haddad afirma que o governo federal vinculará as escolas de ensino médio aos Institutos Técnicos Federais para melhorar a qualidade.
Como Ministro, enfatizou que conseguiu melhorar o ensino fundamental e ampliar o acesso à educação infantil e à universidade. Disse que foi ele quem criou o Fies e o Prouni. Para o presidenciável, Bolsonaro faz uma proposta absurda que é o ensino fundamental e médio a distância. "Ao invés de ir para a escola, o aluno aprenderá na frente do computador. Meu opositor não entende nada de educação. Ensino fundamental a distância é proposta mais irracional que já ouvi em trinta anos como professor".
REVOGAÇÃO DA EMENDA QUE CONGELA INVESTIMENTOS EM SAÚDE E EDUCAÇÃO
Haddad afirmou que a comunidade científica inteira o apoia, uma vez que suas propostas vão de encontro aos anseios dos pesquisadores. Bolsonaro e Temer aprovaram a PEC que não pode investir recursos em saúde e educação por 20 anos. O candidato do PT disse que vai acabar com essa PEC em janeiro para o país voltar a ter pesquisa.
FAKE NEWS
A respeito das fake news, Haddad disse, como exemplo, que algumas igrejas evangélicas já descobriram que Bolsonaro está mentindo pelo Whatsapp. Para o presidenciável, quem acredita em Jesus Cristo e lê a bíblia não compactua com a mentira. Ele alegou, portanto, que na última pesquisa muitos evangélicos aderiram à sua campanha. "Mesmo tendo sido condenado pela Justiça Eleitoral por fake news, o seu opositor não para de falar mentira".
DERROTA SOBRE A MENTIRA
Confiante, Fernando Haddad disse aos ouvintes que até domingo virará e ganhará as eleições derrotando a mentira. Ressaltou que seu opositor ofende mulher, negro, gay, indígena e nordestino. "Cada vez que abre a boca, ele ofende alguém". Exemplificando, disse que essa semana Bolsonaro ofendeu nordestino e mulher mandando pararem de se fazerem de coitados. "É uma pessoa que só abre a boca para falar ofensa. Os brasileiros não vão se deixar desrespeitar. Não vão se deixar levar pelo discurso do ódio e da mentira".
Para finalizar, Haddad disse ser um professor, cidadão brasileiro e trabalhador com carteira assinada. Que honrou seu papel como professor e Ministro da Educação. Portanto, está certo que corrigirá o que foi feito de errado e seguirá os muitos acertos.