A prisão política do ex-presidente Lula, que tem
58% dos votos válidos e vence as eleições em primeiro turno se não for impedido
pelo Judiciário, já foi denunciada por Bernie Sanders, político mais popular
dos Estados Unidos, e ex-governantes internacionais, como Michelle Bachelet, do
Chile, Pepe Mujica, do Uruguai, François Hollande, da França, Jose Luiz
Zapatero, da Espanha, Cristina Kirchner, da Argentina, e Rafael Correa, do
Equador, mas a mídia convencional, que apoiou um golpe rejeitado pela ampla maioria
da população, ainda não dedicou uma linha ao repúdio global que o Brasil vem
sofrendo
247 – A prisão política do ex-presidente Lula, que tem
58% dos votos válidos e vence as eleições em primeiro turno se não for impedido
pelo Judiciário, já foi denunciada por Bernie Sanders, político mais popular
dos Estados Unidos, e ex-governantes internacionais, como Michelle Bachelet, do
Chile, Pepe Mujica, do Uruguai, François Hollande, da França, Jose Luiz
Zapatero, da Espanha, Cristina Kirchner, da Argentina, e Rafael Correa, mas a
mídia convencional, que apoiou um golpe rejeitado pela ampla maioria da
população, ainda não dedicou uma linha ao repúdio global que o Brasil vem
sofrendo. Leia, abaixo, nota da equipe de Lula:
Do site lula.com.br – O eurodeputado italiano Roberto
Gualtieri, do partido Democrático da Itália e presidente da Comissão de
Economia do Parlamento Europeu, esteve nesta quinta-feira (26/7), na sede da
Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, para uma visita ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há 113 dias em um processo sem
provas. Gualtieri, representando o Bloco Social Democrata no Parlamento Europeu
e o Partido Socialista Europeu, entregou a Lula mensagens de apoio dos
parlamentares e de ex-presidentes do Conselho Italiano.
No mesmo dia, um grupo de 29 congressistas
norte-americanos, incluindo o senador Bernie Sanders, que foi pré-candidato à
presidência dos Estados Unidos, envioucarta ao governo brasileiro na qual
denuncia a prisão política de Lula, com base em "acusações não
comprovadas" em um julgamento "altamente questionável e
politizado". Os parlamentares defendem que ele responda ao processo em
liberdade e afirmam que "a luta contra a corrupção não deve ser usada para
justificar a perseguição de opositores políticos ou negar-lhes o direito de
participar livremente das eleições".
Em maio, o ex-presidente da França François
Hollande e da Espanha José Luis Rodriguez Zapatero já haviam assinado documento
em favor da libertação e candidatura de Lula nas próximas eleições. "O
impeachment de Dilma Rousseff, eleita democraticamente por seu povo e cuja
integridade nunca foi questionada, já era uma preocupação séria. A luta
legítima e necessária contra a corrupção não pode justificar uma operação que
questiona os princípios da democracia e o direito dos povos de eleger os seus
governantes", afirmam no texto. Também subscrevem o documento o ex-primeiro-ministro
da Bélgica Elio Di Rupo, além de três ex-presidentes do conselho de ministros
da Itália: Enrico Letta, Massimo DÁlema e Romano Prodi.
Da Espanha, a solidariedade ao ex-presidente também
veio do Secretário Geral do Podemos e deputado, Pablo Iglesias. Ele se
manifestou publicamente durante o encontro internacional "En Marcha
2019!", enviando solidariedade ao povo brasileiro que está lutando contra
uma ofensiva autoritária: Libertem Lula".
Antes mesmo de sua prisão, Lula já estava recebendo
o apoio de diversos políticos italianos de centro-esquerda, que assinaram um
apelo contra a rejeição do pedido de habeas corpus, expressando
"preocupação" com a democracia brasileira. Entre os políticos
estavam: Romano Prodi, Massimo D'Alema, Susanna Camusso, Luigi Ferraioli,
Marina Sereni, Piero Fassino, Lia Quartapelle, Luciana Castellina, Pier Luigi
Bersani, Vasco Errani, Guglielmo Epifani, Gianni Tognoni; Roberto Vecchi. No
documento, afirmavam: "Somos pessoas que vivenciaram a experiência do
governo Lula e conseguimos apreciar as mudanças ocorridas naqueles anos,
especialmente no nível social. Para convicções ideais e políticas, estamos
próximos do povo brasileiro e de todas as forças do país.
Os apoios a Lula, vindos da Europa e dos Estados
Unidos, somam- se a uma série de manifestações internacionais em que líderes
veem expressando o absurdo de sua prisão por um crime sem provas, com o
objetivo único de impedi-lo de concorrer nas eleições de outubro.
Um velho amigo de luta, José Pepe Mujica,
ex-presidente do Uruguai, foi até Curitiba para visitar Lula no cárcere.
"Na realidade, a cabeça de Lula nunca poderá ser presa. Podem prender seu
corpo, mas nunca seu coração. Sua cabeça e seu coração andarão pelos confins do
Brasil", disse Mujica na ocasião da visita. Outra visita presencial foi a
do ator e embaixador da ONU para os direitos humanos e assuntos raciais, Danny
Glover, que defendeu a libertação de Lula e afirmou: "Eu o apoio porque é
o presidente do povo".
Do Chile, a ex-presidente Michelle Bachelet
assinou, junto a outros 42 dirigentes da esquerda de seu país, uma carta de
apoio à candidatura presidencial do ex-presidente Lula. A carta foi dirigida ao
Poder Judiciário brasileiro com "uma defesa pela democracia",
considerando que "eleição presidencial sem Lula como candidato poderá ter
sérias impugnações de legitimidade". Entre as personalidades da esquerda
chilena que assinaram a carta, estão Maya Fernández, presidenta da Câmara de Deputados
e neta do ex-presidente Salvador Allende.
A atual senadora e ex-presidente da Argentina,
Cristina Kirchner, enviou várias mensagens de solidariedade a Lula, destacando
ser evidente que "as elites do poder, que nunca se interessaram pela
justiça ou pela democracia, usam o aparelho judicial para sua proibição".
Uma "canalhice vergonhosa", assim o
presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, classifica a prisão de Lula. Em
discurso pelo VTV (TV Venezuela) disse: "É um líder democrático, moral, um
homem comprometido com o povo, que tirou 38 milhões de pessoas da pobreza no
Brasil", afirmou.
Pelo Twitter, políticos internacionais também se
manifestam em defesa a Lula. O ex-presidente colombiano Ernesto Samper, em sua
conta, denunciou o tratamento injusto e distorcido que Lula vem recebendo do
poder judiciário brasileiro.
Também pela rede social, o deputado norte-americano
da Califórnia, Ro Khana, do Partido Democrata, se posicionou contra a prisão de
Lula: "Estou muito preocupado pelo fato de que o candidato à Presidência
do Brasil líder das pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva, está preso no que
parece ser um processo por motivações políticas", pontuou.
O presidente boliviano Evo Morales por várias vezes
publicou mensagens em apoio ao ex-presidente por meio do Twitter. "Os crimes
de Lula são: ter sido presidente dos trabalhadores, estar do lado dos
trabalhadores e dos pobres que são vítimas dos estados coloniais. A luta
continua por Lula livre".
A solidariedade sul-americana veio também do
ex-presidente do Equador, Rafael Correa: "Companheiro Lula: podem prender
nossos corpos, mas não nossos ideais. Venceremos". Correa, assim como
Lula, teve prisão decretada recentemente.
Além das lideranças políticas, mais de 300
acadêmicos e intelectuais renomados assinaram um manifesto para pedir a
libertação do ex-presidente Lula. Entre os signatários, há nomes como o
economista francês Thomas Piketty, a filósofa e ativista norte-americana Angela
Davis e o filósofo esloveno Slavoj Žižek.
No manifesto, os intelectuais afirmam que Lula é um
preso político e pedem para a comunidade internacional tratá-lo desse forma. Na
petição, eles chamam o processo contra o ex-presidente de "kafkiano".