segunda-feira, 23 de julho de 2018

Arapongas avança no setor da saúde e inaugura Pronto Atendimento Infantil


Durante solenidade realizada no final da manhã desta segunda-feira (23), a Prefeitura Municipal de Arapongas, através da Secretaria de Saúde, inaugurou o Pronto Atendimento Infantil (PAI) “Carlos Pugliese Junior”, localizado em anexo à Unidade de Pronto Atendimento 24 Horas(UPA), no Jardim Caravelle.
O Pronto Atendimento Infantil conta com 321 metros quadrados de área construída, contando com recepção, brinquedoteca, sala de amamentação, sanitários feminino e  masculino com fraldário, sanitário  para portadores de necessidades especiais, sala de triagem, farmácia 24 horas e dois consultórios infantis.
O investimento total da obra foi na ordem de R$ 553.753,59 em recursos próprios.
“Em primeiro lugar, gostaríamos de enfatizar a escolha do nome do Pronto Atendimento Infantil, que homenageia o Dr. Carlos Pugliese Junior(in memorian), pai e profissional dedicado, que era apaixonado por crianças. Com isso, nos alegramos em entregar tal obra iniciada e paralisada em 2016. Retomamos as obras e entregamos à população um espaço amplo e adequado ao atendimentos das nossas crianças. Cuidar da saúde delas, é cuidar do nosso futuro. Buscamos a cada dia levar aos araponguenses serviços de qualidade com locais dignos.”, afirmou o prefeito, Sergio Onofre.
Conforme o secretário de saúde, Moacir Paludetto Junior, mais um grande passo para o atendimento humanizado em Arapongas.
“Com toda a nossa equipe capacitada, vamos levar um atendimento humanizado, em um ambiente acolhedor. Cerca de 25% dos atendimentos realizados nos 18 horas e UPA eram destinados às crianças. Com esse novo espaço vamos otimizar o atendimento, atendendo em média 150 crianças por dia .”, salientou.
Participaram também do evento, o vice-prefeito, Jair Milani, secretários municipais, vereadores, familiares do Dr. Carlos Pugliese Junior(in memorian), os filhos, Sr. Luiz Roberto Pugliese e Sr. Pedro Alberto Pugliese, representes de entidades e clubes de serviços, diretora da 16ª RS, Marcia Krempel, demais representantes da área da saúde e população em geral.
ATENDIMENTO E EQUIPE
A Unidade de Pronto Atendimento Infantil(PAI), conta com uma equipe composta por médicos especializados em pediatria, no atendimento de urgência e emergências, para atender recém-nascidos até adolescentes. Com atendimento 24 horas por dia, 7 dias por semana.
O Pronto-socorro pediátrico é uma unidade de emergência, que atenderá os pacientes que necessitam de tratamento imediato. Cada caso será classificado de acordo com a situação e correspondente à ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata.
No PAI, os casos serão atendimentos por prioridade, não por ordem de chegada, atendendo a tabela indicativa de cores:
VERMELHO – EMERGÊNCIA, ATENDIMENTO IMEDIATO.
LARANJA – URGENTE, ATENDIMENTO ATÉ 10 MINUTOS.
AMARELO – MODERADO, ATENDIMENTO ATÉ 60 MINUTOS.
VERDE – POUCO URGENTE, ATENDIMENTO ATÉ 120 MINUTOS.
AZUL – NÃO URGENTE, ATENDIMENTO ATÉ 240 MINUTOS.



Orquestra Sinfônica do Paraná atrai grande público em Apucarana


A apresentação realizada na Catedral Nossa Senhora de Lourdes atraiu cerca de 1.500 pessoas
(Foto: Edson Denobi)
A Orquestra Sinfônica do Paraná, que há 33 anos encanta o público e a crítica com seus mais diferentes estilos desde os clássicos até os românticos e contemporâneos, reuniu centenas de pessoas no concerto de gala realizado na Catedral Nossa Senhora de Lourdes, em Apucarana, na última sexta-feira (20). O prefeito Beto Preto e sua esposa Adriana Gonçalves, prestigiaram o evento.
O repertório da noite incluiu “Ruslan e Ludmila” – abertura, do compositor Mikhail Glinka; “Sinfonia nº 8”, do compositor Ludwig Van Beethoven; “Batuque”, do compositor Alberto Nepomuceno; “Abertura do Festival Acadêmico”, de Brahms; e “Dança Eslava Op. 46 nº 8”, do compositor Antonín Dvórak. O concerto foi regido pelo maestro Marcos Arakaki.
Desde 28 de maio de 1985, a Orquestra Sinfônica do Paraná vem construindo uma trajetória que já conta com mais de 40 maestros convidados e cerca de 200 solistas, que vieram de diversos lugares do Brasil e do mundo para enriquecer o repertório do grupo musical, que hoje conta com cerca de 900 obras catalogadas, de mais de 250 compositores, destacando os autores brasileiros Villa-Lobos e Camargo Guarnieri, e os paranaenses Henrique Morozowicz e Augusto Stresser. No currículo da OSP, já constam mais de 500 apresentações dentro e fora do Paraná, com montagens de importantes óperas, balés, primeiras audições mundiais, sul-americanas e brasileiras.
Atualmente o grupo é regido pelo maestro paulista Marcos Arakaki, considerado um dos mais expoentes regentes brasileiros de sua geração. Bacharel em música pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e com mestrado em regência orquestral pela University of Massachusetts, já trabalhou com as principais orquestras sinfônicas brasileiras, regeu a Orquestra Filarmônica de Buenos Aires; de Karkhiv, na Ucrânia; a Boshlav Martinu, na República Tcheca; a Orquestra Sinfônica de Xalapa e da Universidade Autônoma no México.


Eucaliptos de grande porte são abatidos no Cemitério da Saudade


Município já erradicou cerca de 150 árvores de diversas espécies em cumprimento ao TAC com Ministério Público
(Foto: Edson Denobi)
A Autarquia dos Serviços Funerários de Apucarana (Aserfa) está dando continuidade à erradicação das árvores existentes nos cemitérios de Apucarana. Com o auxílio de um guindaste, dois eucaliptos de grande porte foram abatidos e removidos do Cemitério da Saudade nesta segunda-feira (23/07). O serviço, que atende Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre Município e Ministério Público, também visa a renovação da licença junto ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
Além do guindaste que foi contratado pelo Município, a operação mobilizou a equipe de corte de árvores da Secretaria Municipal de Serviços Públicos. “Eram eucaliptos que já possuíam galhos secos e estavam oferecendo riscos. O guindaste ficou do lado de fora e os troncos foram içados para evitar que caíssem em cima dos túmulos”, relata Marcos Bueno, diretor-presidente da Aserfa.
De acordo com ele, o Município já erradicou cerca de 150 árvores de diversas espécies em cumprimento ao TAC. “Faltam ainda cerca de quarenta, dentre as quais estão 27 araucárias”, afirma Bueno, acrescentado que o Município já tem a autorização do IAP para o corte dos exemplares de pinheiro paranaense. “Estamos providenciando uma nova licitação para contratação de guindaste e nossa meta é concluir o serviço até o Dia de Finados”, projeta Bueno.
O diretor-presidente da Aserfa lembra que o TAC foi firmado com base na resolução 02/2009, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, que estabelece medidas para solucionar potenciais riscos ambientais e sanitários. “Já cumprimos o TAC, em que o Município assumiu o compromisso de tomar providências para minimizar os problemas. Vamos agora erradicar todas as árvores visando a renovação da licença junto ao IAP, uma vez que o órgão não permite árvores de grande porte em cemitérios, perto de túmulos”, salienta Bueno.


Bolsonaro e Lula lideram corrida presidencial no Rio, diz Paraná Pesquisas


A Paraná Pesquisas garante que no Rio de Janeiro a disputa presidencial está empatada entre Jair Bolsonaro (PSL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-capitão do Exército tem 26,6% e o petista soma 25,5%.
Marina Silva (REDE) aparece em terceiro lugar com 10,4%, seguida de Ciro Gomes (PDT), com 6,1%, e Geraldo Alckmin (PSDB), que tem 3,4%.
De acordo com o instituto, Alvaro Dias (Podemos) possui no Rio 3,1% e Rodrigo Maia (DEM) 1,5%. Manuela D’Ávila tem 1,3% e Henrique Meirelles (MDB) atinge 1,2%.
João Amoêdo (Novo) surge com 1,1% e Guilherme Boulos (PSOL) tem 0,4%.
O instituto Paraná Pesquisas afirma que entrevistou 1.860 eleitores fluminenses entre os dias 14 e 19 de julho. A margem de erro é de 2,5% para mais ou para menos. O levantamento está registrado no TSE sob o número BR-05599/2018.
Blog do Esmael

FGV: Brasil só sai da depressão pós-golpe em 2020


Caos econômico provocado pela aliança formada por PSDB e MDB, primeiro para derrubar Dilma e depois como consequência da política de Michel Temer e Henrique Meirelles, só será superado em 2020, aponta a Fundação Getúlio Vargas; estudo inédito da economista Silvia Matos aponta que levaremos 16 trimestres - quatro anos - para voltar ao mesmo nível de Produto Interno Bruto (PIB) de 2014; será o maior período de recessão já vivido pelo país, desde os anos 1980
247 - Estudo inédito da economista Silvia Matos, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que levaremos 16 trimestres - quatro anos - para voltar ao mesmo nível de Produto Interno Bruto (PIB) de 2014. Será o maior período de recuperação de todas as recessões já vividas pelo país, desde os anos 1980. Somando os cinco trimestres desde a recuperação inócua, no início de 2017, o Brasil ainda está 5,5% abaixo do PIB de 2014, sendo que, segundo a pesquisadora, serão necessários mais 11 trimestres para voltarmos ao ponto inicial da crise. Ou seja: a lambança golpista capitaneada pela dupla Temer-Meirelles só começará a ser superada em 2020. 
'Mesmo em recessões longas, como a de 1989, o ritmo de crescimento depois foi mais forte. Levar mais três anos para voltar a 2014 será inédito na História brasileira. A previsão é com base no crescimento médio desde o fim da recessão, em torno de 0,5% por trimestre', comenta Matos, em reportagem de Cássia Almeida, no jornal O Globo.
"A economista alerta que tantos anos de recessão e baixo crescimento vão tornando o país menos capaz de produzir expansão econômica, com a mão de obra mais despreparada pelo tempo fora do mercado, e sem investimento, o que também diminuiu nossa capacidade de produção. Pelas contas da economista, o PIB potencial, o teto da nossa expansão sem gerar inflação, é de 1,5%. Já foi de 4%. Silvio Campos Neto, da Tendências, chegou a resultado semelhante. Calcula que voltaremos ao nível de 2014 no terceiro trimestre de 2020, um trimestre antes do que prevê Silvia. Ele espera uma expansão média de 0,6%. São 26 trimestres entre recessão e recuperação:
(...)
O tempo de recuperação pode ser ainda maior do que os quatro anos, se a confiança de empresários e consumidores continuar baixa como mostraram as últimas sondagens. Em maio, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) constatou que o índice de confiança havia caído 5,9% por causa da greve dos caminhoneiros. Em junho, com o impacto do movimento já reduzido, subiu 0,6%, nem de longe recuperando as perdas do mês anterior. 'Não houve aprofundamento do processo. Mas o número parece trazer uma nova dimensão de incerteza relacionada ao resultado das eleições. Não temos ainda um sinal de quais candidatos irão para o segundo turno. E não há clareza nas propostas dos candidatos sobre a questão fiscal e a reforma da Previdência. Temos déficits elevados desde 2014, essa sequência tem que ser interrompida', afirma Flávio Castelo Branco, gerente-executivo de Política Econômica da CNI."


PSDB foi beneficiado por desvios, afirmam delatores da OAS


Oito ex-funcionários da empreiteira OAS que fecharam acordo de delação com a PGR apontaram desvios em obras do Rodoanel, em São Paulo, para o suposto financiamento de campanhas eleitorais do PSDB; segundo o Valor, eles entregaram provas de pagamentos efetuados a operadores financeiros de políticos
247 - Oito ex-funcionários da empreiteira OAS que fecharam acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontaram desvios em obras do Rodoanel, em São Paulo, para o suposto financiamento de campanhas eleitorais do PSDB. Segundo o Valor, eles entregaram provas de pagamentos efetuados a operadores financeiros de políticos. Inclusive, a empresa bancou custos de hospedagem para os lobistas, quando eles iam a escritórios da empresa para recolher o dinheiro, de acordo com os delatores. De acordo com uma fiscalização recente do Tribunal de Contas da União (TCU), há indícios de sobrepreço de R$ 55,6 milhões nos pagamentos feitos pela Desenvolvimento Rodoviário S.A (Dersa) para a OAS por obras do Rodoanel Norte. A Dersa é uma companhia de logística e infraestrutura controlada pelo governo do Estado de São Paulo.
O Ministério Público Federal (MPF) investiga o ex-diretor da Desenvolvimento Rodoviário S.A (Dersa) Paulo Vieira de Souza. Conhecido como 'Paulo Preto', ele apontado pelos procuradores como operador financeiro de campanhas eleitorais do PSDB em São Paulo. O operador tucano seria o líder de esquema de fraudes em reassentamentos no trecho Sul do Rodoanel, no eixo de obras da Nova Marginal Tietê e no prolongamento da avenida Jacu-Pêssego, em São Paulo. Segundo o MPF, os desvios totalizaram R$ 7,7 milhões entre 2009 e 2011.
Em junho, foi preso Laurence Casagrande Lourenço, que presidia a Companhia Energética de São Paulo (Cesp). Secretário de Logística e Transportes no último governo de Geraldo Alckmin, ele foi detido  na Operação "Pedra no Caminho", que apura corrupção em obras do Rodoanel Norte, com sobrepreços de até R$ 131 milhões, segundo a Polícia Federal (PF). Outro investigado pelo MPF de São Paulo é o ex-gerente de projeto do Rodoanel, Pedro da Silva, nomeado por Paulo Souza em 2009. Silva é suspeito de envolvimento em corrupção no trecho Norte do Rodoanel. O advogado Pedro Iokoi, que atuou nos acordos dos ex-funcionários da OAS, disse que não pode se manifestar porque as delações estão sob segredo de Justiça. 
Em nota, a executiva nacional do PSDB disse que a legenda "reitera sua total intolerância à má-conduta" e que "o partido desconhece as delações a que se refere a reportagem, muito menos os fatos genéricos por ela mencionados".
Leia a íntegra no Valor


Haddad: novo governo de Lula atacará Globo, poder dos bancos e irá taxar ricos


Coordenador do programa de governo de Lula, Fernando Haddad anunciou que o próximo governo do PT irá atacar com prioridade a concentração dos meios de comunicação, em confronto direto com a Globo, e a concentração do sistema bancário brasileiro; mudará o perfil tributário do país, aliviando a carga sobre os pobres e cobrando dos ricos; revogará a reforma trabalhista e implementará um ousado programa de crescimento; Haddad deixou claro que Lula é o candidato do PT e que não há qualquer "plano B" 
247 - Coordenador do programa de governo da candidatura Lula, Fernando Haddad anunciou que o próximo governo do PT irá atacar com prioridade a concentração dos meios de comunicação, o que significa um confronto direto com a Globo, e a concentração do sistema bancário brasileiro. Além disso, mudará o perfil tributário do país, aliviando a carga sobre os pobres, que são punidos pelo sistema regressivo atual, e cobrando dos ricos, que pagam pouquíssimo imposto no Brasil. Haddad deixou claro que Lula é o candidato do PT, que não há qualquer "plano B" e que o partido está preparado para sustentar a candidatura Lula em todas as instâncias judiciais.  
Haddad concedeu uma entrevista ao jornal Valor Econômico e apontou outros temas prioritários: na área tributária, o programa prevê a criação de um imposto sobre dividendos (o Brasil é o único país do mundo ao lado da Estônia que não tributa impostos sobre os lucros distribuídos a acionistas de empresas), aumentar a alíquota do imposto sobre sobre herança, que é hoje um dos mais baixos do mundo; para implantar um programa de aceleração do crescimento serão usados 10% das reservas cambiais do país (hoje da ordem de R$ 380 bilhões) em projetos de investimento; retomada do Minha Casa, Minha Vida; revogação da reforma trabalhista; mudanças na Previdência Social atacando privilégios e rejeitando o sistema de capitalização ao estilo chileno, que arruinou com os aposentados; ele anunciou também que o tema da ecologia terá grande relevância no programa.
Leia a íntegra da entrevista a seguir ou no link (aqui):
Valor: Como está organizado o plano de governo do PT?
Haddad: Tem três dimensões: a econômica, a social e a política. E tem uma quarta, que é a coisa da ecologia, que a gente está dando uma ênfase muito grande.
Valor: Uma análise política conhecida diz que uma força será mais radical quanto mais isolada estiver. O PT poderá fazer a campanha mais isolada de sua história. A proposta é a mais radical?
Haddad: Entendo que a encomenda que o presidente Lula me fez não tinha como pressuposto o isolamento. O pressuposto era a radicalidade da crise, muito agravada pelas medidas de Temer. Um governo claramente anti-nacional e antissocial, que faz todo o peso da crise recair sobre os mais vulneráveis. Em virtude disso, da posição de um governo ilegítimo, a encomenda foi de enfrentar os problemas estruturais para tirar o país da crise. Vamos trabalhar para reunir os partidos de centro-esquerda em torno da candidatura Lula. Agregar.
Valor: O que o plano estabelece sobre os meios de comunicação?
Haddad: Tem dois aspectos em que o programa é radicalmente liberal. Já que você usou o termo radical, estou qualificando a radicalidade. É de uma radicalidade liberal. Quais são? Um deles é concentração dos meios de comunicação. Concentração vertical, horizontal, propriedade cruzada. Vamos propor uma regulamentação que aumente o pluralismo e a diversidade dos meios. Apesar de serem concessões públicas, rádios e TVs sequer têm contrato de concessão com caderno de encargos. Toda concessão pública no Brasil - rodovias, hidrelétricas, linhas de transmissão, distribuidoras, telefonia - todas têm cadernos de encargos.
Valor: Tem parâmetros. Cumprir tantas horas de jornalismo, um percentual de produção própria...
Haddad: A maioria dos quais nem cumprido é. Não tem nem agência para aferir o compromisso das emissoras com diversidade. Sobretudo não permitir que os poderes político e econômico se imiscuam na comunicação, deixando-a a mais livre possível. Compromisso com diversidade, com o contraditório, com liberdade de expressão de camadas vulneráveis, com representatividade étnica. Nada disso tem previsão nas concessões. Mesmo do ponto de vista regional, é tênue o compromisso com temas locais.
Valor: Quem auxiliou a equipe na elaboração desse capítulo?
Haddad: Quem coordenou foi o João Brant [pesquisador, ex-secretário executivo do Ministério da Cultura], mas muita gente participou, inclusive o [jornalista e ex-ministro] Franklin Martins. É uma proposta liberal. Entendemos que isso faz parte do patrimonialismo brasileiro, a maneira como está regulado o setor é parte de um problema, digamos, quase que genético do país. Queremos dar um choque liberal.
Valor: Defende criar uma agência da comunicação, é isso?
Haddad: Estou dizendo a linha geral. Inaugurar esse debate sobre um choque liberal anti-patrimonialista no setor. Toda concessão exige um órgão regulador que monitore o cumprimento de compromissos que toda concessão tem. O foco é evitar concentração da propriedade, sobretudo propriedade cruzada.
Valor: Tem uma discussão sobre o modelo de agências reguladoras no país. Pretendem rever o modelo?
Haddad: Estão todas capturadas, né? E isso vem desde o governo FHC. Não se criou um ambiente regulatório propício para concessões. O caso mais recente é o do setor de saúde: o governo Temer está promovendo uma capitulação nesse setor muito grave.
Valor: O que propõe mudar?
Haddad: Forma de indicação é uma questão. Mas avanço para outros temas. Os controles externos têm pouca participação da sociedade. Isso vale para CNJ (Conselho Nacional de Justiça), conselho do Ministério Público, para polícias. Há pouca permeabilidade na composição dos órgãos de controle. Então é ter controles externos que garantam a não-captura das agências. A não-captura precisa ser assegurada por uma nova governança. O Brasil tem o hábito de colocar os iguais para se vigiarem. Não funciona. O interesse corporativo prevalece sobre os outros.
Valor: O senhor disse no início que eram duas propostas "radicalmente liberais". Qual é a segunda?
Haddad: Crédito. Aí também cabe um choque liberal contra o patrimonialismo oligopólico. É o que faz com que os spreads no Brasil sejam talvez o segundo maior do mundo. E spreads altos, como sabemos, espoliam os mais pobres. Há 60 milhões de pessoas com cadastro negativo no país.
Valor: O que será feito?
Haddad: Pretendemos estabelecer um sistema de prêmios e punições. Bancos que se adequarem às regras terão vantagens tributárias. Quem não se adequar terá desvantagem. Ou seja: vamos introduzir o conceito de progressividade nos tributos para induzir comportamentos desejáveis no sistema bancário.
Valor: Mas como é isso? Isenção fiscal para banco?
Haddad: Não, não, não.
Valor: O que seria uma vantagem tributária para um banco?
Haddad: Se você aumenta os tributos para spreads elevados e diminui para spreads civilizados, você introduz mecanismos indutivos de um comportamento adequado perante a população.
Valor: Subsidiar os juros?
Haddad: Não. O que importa é para onde vai o sarrafo.
Valor: É do que tem [de tributo hoje] para cima?
Haddad: Sim, para cima.
Valor: Qual é a inspiração disso? Tem em algum país?
Haddad: Não há sistema bancário como o brasileiro. Do ponto de vista do sistema de crédito, o brasileiro é certamente o pior do mundo. Mas é um sistema moderno, informatizado, maravilhoso em serviços. Não é o único mecanismo. Vamos utilizar os bancos públicos. Caixa e Banco do Brasil respondem por boa parcela do crédito. Mas isso tem sido insuficiente sem um sistema de incentivos e punições.
Valor: Isso seria uma dimensão de uma reforma tributária, certo? Quais são as outras?
Haddad: Nosso pressuposto, como o Lula já fez, é manter a carga tributária, sobretudo a carga líquida, estável. E promover uma mudança de composição. Todos os estudos, inclusive os da direita, dão conta de que o sistema tributário é regressivo. Mais uma vez estamos falando de uma proposta liberal [risos]. É corrigir uma distorção, que é cobrar proporcionalmente mais dos mais pobres. O objetivo central é ter uma mudança de composição, garantindo que os entes federados mantenham, em termos reais, sua cota-parte. Então vamos criar uma trava durante a reforma que impede entes federados de perderem receita. E aí promover uma simplificação com a criação do IVA (Imposto sobre Valor Agregado). Paralelamente a essa transição, diminuindo alíquotas de impostos ruins e aumentando de um imposto racional, promover uma diminuição da carga sobre consumo e um aumento sobre renda e patrimônio. O Brasil é um dos únicos países do mundo que não cobra imposto sobre lucros e dividendos.
Valor: A ideia é criar um imposto sobre distribuição de dividendos?
Haddad: Posso ter um tributo sobre dividendos se houver diminuição do imposto sobre consumo. Da cesta básica ou geral.
Valor: Sempre equivalente?
Haddad: Sempre no sentido de reequilibrar a carga a favor dos mais pobres. Poderia criar IPVA para helicópteros, aeronaves e embarcações se, na mesma medida, reduzir a carga daqueles que estão efetivamente pagando.
Valor: O imposto sobre dividendos seria compensado como?
Haddad: Provavelmente acompanhado de redução da carga sobre pessoa jurídica, favorecendo o investimento das empresas.
Valor: Onde mais vai mexer?
Haddad: Criar imposto de renda progressivo sobre herança. Hoje nós temos uma das mais baixas alíquotas sobre herança. Não queremos aumentar para todos. Tem pessoas que têm patrimônio de classe média, deixou apartamento para o filho... Estamos falando de, a partir de certo patamar, ter progressividade.
Valor: E imposto sobre fortunas?
Haddad: Esse tem o desenho menos fechado. O de herança é bem mais fácil de se organizar, a experiência internacional é mais rica. O imposto sobre herança é mais alto fora do Brasil, França, EUA, por razões liberais e meritocráticas: não criar uma casta de pessoas que nunca produziram nada e que não contribuem com o fundo público. É mais uma situação em que a direita no Brasil, patrimonialista desde 1500, tem dificuldades de entender.
Valor: Tem algum instrumento de regulação de saída de capital?
Haddad: Do ponto de vista de liberalização de fluxos, demos passos sem nenhuma cautela. Se não fossem as reservas cambiais acumuladas durante os governos Lula e Dilma, o Brasil estaria numa situação muito complicada hoje. A prudência que nós tivemos em fazer isso antes da crise de 2008 demonstrou ser uma das medidas mais acertadas da economia. Não temos tantos problemas na conta capital como tem Argentina e outros. Tanto que o [presidente argentino Mauricio] Macri caiu nos braços do FMI.
Valor: Lula falou em usar parte das reservas para investimento. Isso foi mantido no programa?
Haddad: A ideia é buscar aumento da remuneração das nossas reservas. Que possam propiciar, inclusive, joint ventures, investimentos privados, PPPs em infraestrutura. Nosso programa prevê um uso inicial de 10% das reservas, o que não mexe em nada no "hedge" contra crise internacional. São US$ 380 bilhões.
Valor: E onde seriam investidos os 10%, US$ 38 bilhões, portanto?
Haddad: Há uma lista de obras prioritárias que serão retomadas. E podem ser com PPPs. Inclusive a Petrobras, recuperando seu papel estratégico de empresa integrada.
Valor: Quais são os exemplos?
Haddad: As refinarias Comperj, Abreu e Lima. Retomar. Esse descalabro que ocorreu com o sistema de preços da Petrobras, desconhecendo o poder de mercado, criando essa volatilidade, crise dos caminhoneiros...
Valor: Abreu e Lima e Comperj trazem a lembrança de Paulo Roberto Costa e Renato Duque [ex-diretores condenados por corrupção]. Como evitar a repetição disso?
Haddad: Eles foram afastados pela Dilma. Pelo mero rumor de que pudesse haver coisa errada. Há 85% do Comperj pronto. Não vai terminar? Qual o sentido de deixar aquilo parado e importar derivados? Pretendemos também retomar o Minha Casa Minha Vida com outra feição.
Valor: Como seria?
Haddad: A localização do programa tem que ser nas grandes metrópoles. Construir mais casas onde tem mais infraestrutura. Para quem diz que a terra é muito cara, a resposta vem com força de que o estoque de terras públicas nestas localidades é expressivo.
Valor: Reforma da Previdência. A esquerda parece questionar a prioridade que deve ser dada ao tema.
Haddad: Não devemos fazer deste tema um tabu. Lula e Dilma promoveram mudanças. O Psol surgiu como oposição a uma reforma da Previdência, em 2003. Um desserviço que Temer prestou foi combinar no mesmo saco seguridade social e Previdência.
Valor: Depois ele recuou. O que está no Congresso foi modificado.
Haddad: Depois de um ano? Aí acabou o governo. São três assuntos a serem tratados: regime próprio, regime geral e sistema único de assistência social. Vamos retomar o debate pelo regime próprio, sobretudo dos Estados e municípios. Começando por privilégios. As pessoas entendem. Privilégios como os mil auxílios que criam para furar teto.
Valor: Foco no regime próprio?
Haddad: O problema está no regime próprio daqueles que não foram afetados pelas reformas de Lula e Dilma.
Valor: Dos que entraram no serviço público antes de 2003?
Haddad: Exatamente. Rever regras sobre privilégios.
Valor: Fere o direito adquirido?
Haddad: Na minha opinião, privilégios ferem a Constituição.
Valor: E a assistência social?
Haddad: Vamos isolar o sistema de assistência da discussão.
Valor: Do jeito que ficou o parecer do deputado Arthur Maia, essas questões já não foram isoladas?
Haddad: A pressão sobre o projeto, não vou negar, o melhorou. Agora vamos discutir com governadores e prefeitos. A impressão errada é a seguinte: a direita é a favor da reforma, a esquerda é contra. Ajuste de regime previdenciário é rotina. É assim porque as pessoas, graças a Deus, as pessoas estão vivendo mais. O que não pode é misturar todos os temas num balaio só e não ter foco no maior problema.
Valor: A capitalização da Previdência pode ser examinada?
Haddad: Recebi um estudo interessante sobre previdência pública do professor Reinaldo Fernandes. Prevê uma taxa de remuneração das contribuições como base. Então você tem respeitadas as contribuições que você deu tendo como base uma taxa de retorno pré-estabelecida. É um elemento que tem que vir para a mesa. Trabalhadores têm interesse em um sistema previdenciário sustentável.
Valor: E a ideia de capitalização?
Haddad: Não estamos trabalhando com essa proposta. Agrava o problema fiscal a curto prazo. Muito. Transição é muito cara. Só faz quando está com crescimento econômico exponencial.
Valor: E a reforma trabalhista?
Haddad: Não temos compromisso com a reforma feita goela abaixo do trabalhador. Até por princípio. O que foi relevante desta reforma? Caiu o número de ações trabalhistas. Por quê? Há estudos demonstrando que, com a imposição do pagamento de sucumbência e custas, caiu a ação do trabalhador pobre. Quem é pobre perdeu o acesso. Isso não foi discutido. Estímulo à pejotização também é equivocado. Acabou a contribuição sindical. Era reivindicação do movimento sindical sério, mas poderia ter sido de forma gradual. Essas regras serão revogadas.
Valor: O senhor fala desses temas como se essa fosse uma eleição normal. Mas essa eleição tem características que fogem da normalidade.
Haddad: Nosso candidato está preso sem provas, em uma prisão considerada inconstitucional por 6 dos 11 ministros do STF. Não aceitamos isso. Como explicar isso para as futuras gerações?
Valor: O que espera do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quando pedir o registro de candidatura?
Haddad: Se o TSE recusar o registro, contrariando a própria jurisprudência, cabe liminar ao STF. E se ele observar a jurisprudência, vai deixar Lula concorrer. E se ele ganhar, pacifica o país.
Valor: Se vocês acham que o judiciário está politizado e contra o PT, não é razoável supor que isso não acontecerá dessa forma?
Haddad: Não podemos abdicar do estado democrático de direito. Como é que o PT vai se antecipar a uma decisão? Por que abdicar? O PT está indo no entendimento pacífico dos tribunais superiores.
Valor: Alguns já falaram em avaliar a possibilidade de lançar um outro candidato até 17 de setembro, para não correr o risco de ficar fora da eleição. Isso mudou?
Haddad: Estamos falando de uma decisão do TSE que deve acontecer entre 5 e 10 de setembro, seguindo os prazos. Aguardamos uma decisão favorável. Se não for favorável, vamos por uma liminar do STF. Isso será feito.
Valor: Liminar pode ser negada.
Haddad: Se a liminar não sair, teremos três ou quatro dias de prazo para o Lula ser consultado. Seria uma mudança de entendimento do que foi decidido até aqui. Diante de duas negativas, do TSE e do STF, consultaria-se o Lula. É decisão que cabe a ele. Creio que se o Lula optar por indicar uma pessoa, será do PT. Creio eu. É a minha opinião.
Valor: O senhor crê em mais algo mais? Por exemplo: quem seria?
Haddad: Sinceramente, não.
Valor: Falam do seu nome.
Haddad: Dentro do PT não é verdade isso.