sábado, 16 de junho de 2018

Ministro do TSE anuncia golpe contra Lula


O ministro do TSE Admar Gonzaga afirmou que o registro da candidatura de Lula poderá ser rejeitado de ofício alegando que dentre os documentos necessários está uma certidão que comprova se o postulante está ou não condenado por um órgão colegiado; "A certidão tem fé indiscutível. Eu vou perguntar a ele alguma coisa? Ele confessou para mim, juiz, que é inelegível. Me desculpem, a decisão vai ser de ofício", afirmou
247 - O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga afirmou que o pedido de registro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva feito pelo PT poderá ser rejeitado de ofício. A alegação é que dentre os documentos necessários está uma certidão que comprova se o postulante está ou não condenado por um órgão colegiado. Como Lula já foi condenado no caso do tríplex do Guarujá, a existência desta "certidão positivada", poderia resultar na negação imediata do registro.
"Quando se almeja cargo de presidente da República, não podemos brincar com o país, não podemos fazer com que milhões de brasileiros se dirijam à urna para votar nulo. Não contem comigo para isso. Na hora que ele (candidato) traz uma certidão e uma prova da sua inelegibilidade e eu sou um juiz, e isso já tem jurisprudência de 50 anos, eu posso rejeitar o registro de ofício. A certidão (positivada, que comprova a condenação criminal) tem fé indiscutível. Eu vou perguntar a ele (candidato) alguma coisa? Ele confessou para mim, juiz, que é inelegível. Me desculpem, a decisão vai ser de ofício", afirmou o ministro do TSE durante um congresso em Curitiba.
A tese, porém, acabou em polêmica quando os advogados Gustavo Guedes e Luiz Fernando Pereira, além do ex-ministro do TSE Marcelo Ribeiro, discordaram de Gonzaga. que também participaram da discussão. "Nesse caso me parece que, para não brincar com o país, o TSE deve fazer um rito diferido para ter contraditório e, se o candidato não conseguir a liminar (no STF ou no STJ), não poderá continuar em campanha", disse Guedes.
"Não há teste maior para o TSE do que uma questão como essa. Há uma condenação criminal muito bem fundamentada pelo TRF-4 e um líder nas pesquisas do país. Esse é o teste máximo. Se esse é um teste máximo, nós devemos enfrentar e não podemos julgar o Lula diferente do que julgaríamos um candidato a prefeito", completou.
Gonzaga rebateu e disse que o relator do caso poderia negar o pedido de registro e pedir que o plenário do TSE julgasse a decisão de ofício.


Vaquinhas falsas arrecadam dinheiro em nome de Lula na internet


Ao menos 100 campanhas de financiamento falsas foram identificadas pelo partido, que vai acionar a Justiça. Saiba qual é a correta

O setor de comunicação do Partido dos Trabalhadores identificou na internet ao menos 100 campanhas de arrecadação financeira falsas para a campanha de Lula. São páginas que não têm relação alguma com Lula ou o partido, criadas por pessoas que se aproveitam do fato de que o PT lançou recentemente um crowdfundig oficial para arrecadar fundos para a campanha do petista.
Em várias delas há doações de pessoas que foram enganadas.
Uma das vaquinhas falsas, que já arrecadou quase R$4 mil, está disponível neste link. À Fórum, a Comunicação do PT informou que já tem os prints das campanhas fraudulentas e que irá entrar com processo na Justiça. O Google, por sua vez, já foi notificado pelo partido.
A vaquinha oficial de arrecadação para a campanha de Lula está disponível aqui. Os apoiadores do ex-presidente podem fazer doações a partir de R$10 através de cartão de crédito, débito em conta ou boleto bancário. Até agora, já foram arrecadados mais de R$279 mil.
Fonte: Revista Fórum


Kátia Abreu acusa Temer e Jucá de comprarem prefeito para decidir eleição no Tocantins


A senadora Kátia Abreu, que disputou o primeiro turno da eleição para mandato-tampão de governador do Estado, postou no Twitter uma série de mensagens para alertar sobre o esquema de corrupção no pleito. Segundo ela, Temer e Romero Jucá estão jogando pesado nas eleições. “Uma pena que a imprensa Nacional só se interesse pelos estados maiores. Com mais eleitores. Paciência”, escreveu. A seguir, os tuítes de Kátia Abreu:
É INACREDITÁVEL O QUE ESTAMOS VIVENDO NO TOCANTINS COM APOIO DE MUITOS POLÍTICOS DO ESTADO. QUE PREÇO O POVO VAI PAGAR?
Governador usa a máquina descaradamente. Sem pudor. Como se vivêssemos no Sec XVII. Com apoio de prefeitos e deputados. Que preço o povo do Estado vai continuar pagando? Não se importam.
O que é isto ? Que nome poderiamos dar? Democracia ? Não . Isto que estamos vivendo no Tocantins não é democracia. É abuso de poder. Teremos novas eleições por cassação de mandato de novo. Não há dúvidas. Respeito zero pelo estado de direito.
Uma pena que a imprensa Nacional só se interesse pelos estados maiores. Com mais eleitores. Paciência.
Do outro lado Planalto libera mais de 60 milhões em emendas parlamentares para comprar prefeitos. Isso se chama democracia? Não. Abuso de poder. Não tem santo nesta eleição.
Michel Temer e Romero Juca influenciando pesado na eleição suplementar do Tocantins. Vamos ver o que vai dar. Não podemos fazer o papel de Deus. A justiça não vai querer ficar desmoralizada.
Fonte: DCM

Juiz brasileiro mantém salário de R$ 25 mil do governo, mesmo na Copa


Sandro Meira Ricci é analista de comércio exterior do governo federal. Ministério do Esporte obrigou sua liberação para participar do evento

Sandro Meira Ricci, único árbitro brasileiro na Copa do Mundo da Rússia, é servidor público e, mesmo estando no Mundial, continua recebendo seu salário integral de R$ 25 mil mensais. A reportagem é do jornal Folha de S. Paulo.
Ele trabalha como analista de comércio exterior no Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, em Brasília. E, mesmo estando ausente, a continuidade de seu pagamento foi garantida por um despacho publicado no Diário Oficial da União. O documento autoriza seu afastamento entre 2 de junho e 17 de julho e não lhe suspende o salário.
Procurado pelo jornal, Ricci disse que não iria comentar a reportagem porque a Fifa não permite o contato dos árbitros com a imprensa.
Ele irá apitar o jogo da Croácia contra a Nigéria neste sábado (16/6). Ricci também atuou como quarto árbitro na partida de abertura da Copa do Mundo, em que a Rússia venceu a Árabia Saudita por 5 a 0.
A Fifa informou que só irá divulgar o valor pago aos árbitros pelo trabalho no Mundial ao final da competição.
Só em 2018, o ministério já autorizou pelo menos outros três afastamentos remunerados para ele participar de eventos da Fifa no exterior, segundo despachos no Diário Oficial: em fevereiro (2 a 11) e em março (9 a 17) no Qatar e em abril (20 a 29) na Itália.
A assessoria de imprensa da pasta afirmou que, após pedido do Ministério do Esporte, o órgão é obrigado a liberar o servidor para participar do evento. Argumentou, ainda, que se trata do único árbitro brasileiro na Copa do Mundo.
Fonte: Portal Metrópoles


Complexo de Pinhais, onde estão presos da Lava Jato, tem o 3º detento morto


Desta vez foi “eliminado” por uma briga com outro detento João Carlos Cassiano Coelho, de 26 anos, mas o Departamento Penitenciário do Paraná assegura que os presos da lava jato estão “seguros” em outra ala
Blog do Esmael - O Departamento Penitenciário do Paraná (DEPEN) confirmou o terceiro assassinato deste ano na prisão da lava jato — o Complexo Médico-Penal de Pinhais — na região metropolitana de Curitiba.
Desta vez foi “eliminado” por uma briga com outro detento João Carlos Cassiano Coelho, de 26 anos, mas o DEPEN assegura que os presos da lava jato estão “seguros” em outra ala.
Em março deste ano já tinham sido assassinados dois presos no mesmo Complexo Médico-Penal, a poucos metros da ala dos prisioneiros do juiz Sérgio Moro.
Na época, os presos políticos ficaram bastante apreensivos com as mortes de presos comuns no local.

Processo contra Gleisi é ancorado apenas em delações, que se contradizem


"Tudo se baseia em declarações falsas, contraditórias e conflitantes entre si, por parte de três réus que transacionaram com agentes do Ministério Público Federal em busca de benefícios penais e financeiros, sem apresentar nenhuma prova do que diziam", aponta um memorial preparado pela defesa da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que tem se colocado à frente da luta pela redemocratização do País
247 reproduz, a seguir, um memorial sobre o caso da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), preparado por sua assessoria, a partir das alegações finais da defesa – O processo contra a senadora Gleisi Hoffmann, seu marido Paulo Bernardo e o empresário Ernesto Kugler tem todas as características de uma farsa, com sinais evidentes de perseguição política por meios judiciais. Tudo se baseia em declarações falsas, contraditórias e conflitantes entre si, por parte de três réus que transacionaram com agentes do Ministério Público Federal em busca de benefícios penais e financeiros, sem apresentar nenhuma prova do que diziam.
O ponto de partida foi uma delação premiada do ex-diretor da Petrobras, contraditada por um depoimento do doleiro Alberto Youssef, vazado para a imprensa em outubro de 2014. Essas delações deram origem a um inquérito ilegal e secreto da Polícia Federal aberto em março de 2015. Ao longo do processo, Yousseff e o também réu delator Antonio Pieruccini foram mudando suas versões na medida em que eram desmentidas pelos fatos e por outros depoentes.
Nas alegações finais, a defesa aponta inúmeras contradições entre os fatos e a denúncia da PGR. Além de nunca ter pedido ou recebido, dos delatores mentirosos, dinheiro para sua campanha ao Senado em 2010, Gleisi Hoffmann não poderia jamais ter sido acusada de corrupção passiva, pois não ocupava cargo público na época. Pela mesma razão, é falso dizer que teria praticado "ato de ofício" para supostamente beneficiar Paulo Roberto Costa, a quem sequer conhecia.
Gleisi Hoffmann não pediu nem recebeu dinheiro ilegal para sua campanha ao Senado em 2010; não teve, antes, durante ou depois de ser eleita, qualquer ingerência sobre nomeações ou demissões na Petrobrás; não teve participação em desvios naquela estatal ou em quaisquer outros, e todas a provas produzidas no processo comprovam sua inocência diante das falsas acusações.
A FARSA CRIADA PELA PF E PELA PGR
Nas alegações finais, a defesa de Gleisi Hoffmann mostra que o inquérito policial foi montado com peças obtidas ilegalmente (quebra de sigilos telefônicos sem autorização judicial, inclusive da senadora, entre outras arbitrariedades) e desmonta cada elemento da falsa narrativa dos delatores e da PGR:
1.Delaçoes contraditórias: Em delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, diz ter ouvido do doleiro Alberto Youssef que este fora procurado pelo ex-Ministro Paulo Bernardo, pedindo R$1 milhão para a campanha eleitoral de Gleisi Hoffmann. Alberto Youssef, a seu turno, afirma que Paulo Roberto, e não ele, fora procurado por Paulo Bernardo; e novamente questionado, Paulo Roberto se contradiz e alega, agora, que Alberto Youssef não lhe disse se foi o próprio Paulo Bernardo ou algum interlocutor que o havia procurado.
2.Mudança de versões: Alberto Youssef prestou seis depoimentos e apresentou versões diferentes sobre a suposta entrega do dinheiro. Primeiro disse que entregou pessoalmente R$ 1 milhão a um intermediário em seu escritório em São Paulo. Depois disse que o dinheiro foi entregue "em 2 ou 3" parcelas. Na última versão, já correndo risco de ter sua delação anulada por ter mentido, Youssef apresentou o amigo e sócio Antônio Pieruccini como suposto portador, até Curitiba, de 4 parcelas de R$ 250 mil, que teriam sido entregues ao empresário Ernesto Kluger.
3.Provas são contra o delator: Pieruccini disse que buscou o dinheiro em São Paulo, em quatro viagens, mas só apontou a data da suposta última entrega. O inquérito procurou comprovar as viagens e estadias de Pieruccini em São Paulo, nos registros de companhias aéreas e rodoviárias. Não há registros de passagens em seu nome no período investigado. Diante dessas evidências, Pieruccini afirmou, em novo depoimento, que fazia suas viagens de carro, 5 horas para ir e 5 para voltar, sempre no mesmo dia. Não há registros dessas supostas viagens nos pontos de pedágio entre as duas cidades. Disse ainda que telefonou de seu celular 4 vezes para Kluger, para combinar as entregas. O levantamento do sigilo telefônico de ambos mostra que Pieruccini não fez nenhum telefonema para Kluger no período. Disse que recebia os valores das mãos de Rafael Ângulo, também réu e tesoureiro de Youssef. Ângulo negou esta versão em depoimento e afirmou que nunca ouviu falar em pagamentos de Youssef para a campanha da senadora.
4.Delações cruzadas: Pieruccini é réu colaborador da Lava Jato e é orientado pelo mesmo advogado do doleiro Youssef, o notório Figueiredo Basto que tem ligações com Sergio Moro e é o pioneiro da indústria das delações. O depoimento de Pieruccini, pleno de contradições, é o único que sustenta a última versão do doleiro. Trata-se, portanto, da chamada corroboração cruzada, quando um réu sustenta a mentira do outro, em proveito de ambos. Se a palavra de um delator não pode ser tomada como prova, tampouco pode ser validada por outro réu com interesses comuns.
5. Perdão para os delatores mentirosos: Mesmo diante de todas estas inconsistências e mentiras, a PGR pediu abertura de ação penal contra Gleisi, Paulo Bernardo e Kluger, que negaram peremptoriamente em depoimentos todas as acusações. Mas os supostos corruptores e seus agentes (Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef e Pieruccini) obtiveram perdão judicial e não foram denunciados pela PGR. Que tipo de denúncia de corrupção é esta, em que só existem supostos corruptos e nenhum corruptor?
6."Corrupção" sem ter cargo público: Na denúncia ao STF, a PGR acusa Gleisi Hoffmann pelo "recebimento de vantagens indevidas em razão do mandato parlamentar que cumpria" e em "comprovada atuação como parlamentar e líder do Partido dos Trabalhadores". É evidente a má-fé: em 2010, quando teriam suposta e falsamente ocorrido os fatos investigados, Gleisi Hoffmann não ocupava nenhum cargo público, não tinha mandato parlamentar nem era líder do PT. Não tinha, durante a campanha, e não teve, depois de eleita, qualquer ingerência na indicação ou manutenção de diretores da Petrobrás,
7."Ato de ofício" sem cargo público: A tese da PGR, sustentada unicamente na palavra de um delator, é de que Paulo Roberto Costa teria entregue (a quem?, pois isso não está descrito o na denúncia) R$ 1 milhão (o que nunca ocorreu) em troca de suposto apoio para manter-se no cargo de Diretor de Abastecimento da Petrobrás (o que nunca esteve na alçada de Gleisi Hoffmann). Num delírio acusatório, a PGR afirma: "No caso em exame, houve a prática efetiva de atos de ofício, consumando-se o abuso de poder de funcionários públicos." Mais uma vez: que ato de ofício poderia ter sido praticado por alguém sem cargo público em 2010?
8."Ato de ofício por omissão": Apelando por fim para o absurdo, a PGR afirma que o suposto e inexistente ato de ofício não teria sido praticado durante a campanha eleitoral de 2010, mas depois, no mandato e no período em que Gleisi foi Ministra-Chefe da Casa Civil. E nesta hipótese de futurologia, segundo a denúncia, a Senadora teria praticado "ato de ofício por omissão". Ocorre que até mesmo as testemunhas de acusação (o ex-senador Delcídio Amaral e o empresário Ricardo Pessoa) declararam em juízo que Gleisi Hoffmann nunca teve envolvimento nos desvios da Petrobrás. O fato é que a senadora sequer conhecia Paulo Roberto Costa, muito menos tinha conhecimento dos desvios, como não tinha a sociedade brasileira, antes que fossem revelados no curso da Operação Lava Jato. E recorde-se que Paulo Roberto perdeu seu cargo em 2012, dois anos antes do início da operação.
9.Denúncia sem provas: Não há nos autos nenhuma prova ou sequer indício da alegada e inexistente movimentação financeira, seja em contas pessoais, de pessoas jurídicas ou de campanha. Nenhum telefonema, gravação, fotografia, documento ou anotação capaz de corroborar minimamente as falsas alegações.
10. Denúncia sem crime: Entre tantos defeitos, a denúncia do Ministério Público não foi capaz de individualizar qualquer conduta ilegal da senadora Gleisi Hoffmann. Nem mesmo a alegação inicial, da transferência (inexistente) de R$ 1 milhão se refere a ela, mas apenas vagamente à "campanha". Ninguém pode ser condenado, nem sequer denunciado, sem que se mostre o suposto crime cometido. E Gleisi Hoffmann não cometeu nenhum crime.
AS SETE VERSÕES DA MENTIRA
1) Alberto Youssef inicialmente afirmou que teria entregue pessoalmente a quantia de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) para um senhor em shopping em Curitiba
2) em declarações complementares, "corrige" circunstâncias fundamentais dessa "estória" ao afirmar que "não entregou o valor todo de uma vez, mas em três ou quatro operações";
3) mais à frente, estabelece nova dúvida, ao dizer que "em razão do fluxo de caixa, decidiu que essa entrega ocorreria em duas ou três vezes";
4) por fim, nova teoria: se contradiz e passa a afirmar que "o declarante não veio pessoalmente fazer essa entrega", pois quem a teria efetivado seria seu emissário, Rafael Ângulo Lopes. Ouvido pela PGR Rafael Ângulo, também signatário de um acordo de colaboração premiada, negou veementemente ter entregue quaisquer valores à campanha da senadora Gleisi.
5) Quando estava prestes a perder os benefícios do acordo de delação, Youssef apontou Antônio Carlos Fioravante Pieruccini como suposto portador das remessas de dinheiro. Sob orientação do mesmo advogado, Pieruccini intenta dar credibilidade à versão de ex-sócio e amigo. Ele alega 04 (quatro) encontros para operacionalizar as entregas ao empresário Ernesto Kugler, que nega veemente a história.
6) Pieruccini disse que buscava o dinheiro no escritório de Alberto Youssef em São Paulo para transportar até Curitiba e entregar a Kugler. A investigação não encontrou nenhum passagem em nome de Pieruccini nas empresas aéreas ou rodoviárias no alegado período. Tampouco encontrou ligações telefônicas entre Pieruccini e Kueger, exceto uma de 13 segundos sem relação com caso.
7) Diante de mais uma contradição, Pieruccini alegou que fazia as viagens de Curitiba a São Paulo em seu próprio automóvel, indo e voltando no mesmo dia (10 horas no percurso de ida e volta em média). A investigação não encontrou nenhum registro da passagem do automóvel de Pieruccini pelospedágios entre as duas cidades.
A INDIGNAÇÃO DE GLEISI HOFFMANN
Em seu depoimento à Justiça, transcrito nas alegações finais, a senadora Gleisi Hoffmann mostrou sua indignação com as falsas denúncias e com o julgamento midiático a que foi submetida por causa de uma denúncia sem fundamento e sem provas. Eis a transcrição deste trecho do depoimento:
"Então na verdade, eu quero deixar registrado isso, porque como eu lhe disse, eu não tive nenhum outro momento que eu pude falar nesse processo, única vez que eu falei foi no inquérito policial, na Polícia Federal, eu não fui mais ouvida. E tive que ouvir todos, inclusive através da imprensa, com delações vazadas, com depoimentos vazados, com tudo. É verdade que a denúncia foi aceita, num clima eminentemente político, que já mudou muito (...).

Então é óbvio que a gente fica indignado que a gente tem que ficar respondendo uma coisa que é mentirosa. Me desculpa, é mentirosa. Eles não me deram esse dinheiro, eu não peguei esse dinheiro, entendeu? E eu quero saber qual é o meu crime de corrupção passiva. O que eu fiz pra essa gente que justifique eu estar sendo acusada de corrupção passiva. O que eu fiz pro Paulo Roberto Costa? O que eu fiz pros fornecedores da Petrobrás? Onde eu dei vantagem? Mesmo depois, como ministra chefe da Casa Civil. Onde eu dei vantagem? Nenhuma, nem como senadora. Peguem todas as minhas votações que eu tive no Senado, meus projetos de lei, meus posicionamentos e vocês vão ver que não tem uma votação ali que possa ter beneficiado. Muito pelo contrário. Então eu só tenho que ficar extremamente indignada (...).

Então, eu sinceramente, doutor, eu espero, não estou pedindo pra ter nenhum tratamento diferenciado. Muito pelo contrário, eu só quero ter o tratamento dentro da lei, do devido processo legal. Se tiver nexo causal, se vocês provarem que eu pratiquei corrupção passiva e que eu lavei dinheiro, eu vou responder pelos crimes. Mas eu não fiz. E, portanto, tem que ter prova nesse processo. Porque, senão, não dá pra condenar.


Mesmo preso há mais de 60 dias, Lula ainda tem forte apoio de vigília


O ex-presidente Lula se entregou à Polícia Federal no dia 7 de abril, mas continua recebendo o apoio de vários manifestantes com uma vigília próximo à sede da Polícia Federal no Paraná, onde ele se encontra preso; apesar de estar detido por ter sido condenado sem provas, ele é líder absoluto em todas as pesquisas eleitorais
Paraná 247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se entregou à Polícia Federal no dia 7 de abril, o "cacique" do PT, líder absoluto em todas as pesquisas eleitorais, continua recebendo o apoio de vários manifestantes, que fazem uma vigília próximo à sede da Polícia Federal no Paraná, onde ele se encontra preso.
Lula foi condenado sem provas no processo do triplex em Guarujá (SP), após a acusação do Ministério Público Federal de que ele recebeu um apartamento da empreiteira OAS com espécie de propina no valor de R$ 3,7 milhões. Mas, na apresentação da denúncia, em setembro de 2016, o procurador Henrique Pozzobon admitiu que não havia "prova cabal" de o que o ex-presidente era o proprietário do imóvel.
Em janeiro deste ano (2018), a Justiça do Distrito Federal determinou a penhora dos bens da construtora, dentre eles o triplex que investigadores da Operação Lava Jato diziam pertencer a Lula. Também vale ressaltar que Sérgio Moro emitiu a ordem de prisão sem o esgotamento de todos os recursos judiciais.
No dia 12 de janeiro deste ano, 12 dias antes do julgamento em segunda instância, pelo Tribunal Regional Federal da Quarta Região, sediado em Porto Alegre, 600 juristas divulgaram nesta sexta-feira (12) uma carta em cinco idiomas para o mundo, denunciado o estado de exceção judicial no Brasil, que tem dentre os alvos o ex-presidente. Segundo o texto, "com cumplicidade de parte do Poder Judiciário, o Sistema de Justiça, não apenas em relação a Lula, mas especialmente em razão dele, tem sufocado o direito à ampla defesa, tratando-o de forma desigual e discriminatória e criado normas processuais de "exceção" contra ele e vários investigados e processados, típico 'lawfare', subordinado ao processo eleitoral" (veja aqui).
Pesquisa Datafolha, divulgada no domingo (10) pelo jornal "Folha de S.Paulo", apontou que, mesmo preso, Lula assegura a primeira posição, com 30%, seguido pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), com 17%, e pela ex-senadora Marina Silva, da Rede (10%). Na quarta posição está o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) na quarta posição, com 6% dos votos junto com Ciro Gomes (PDT). 
Lula também venceria com facilidade no segundo turno (leia aqui).

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Educação nacional é tema de debates em Apucarana


Encontro reúne todos os municípios de abrangência do Núcleo Regional de Educação
(Foto: Profeta)

Apucarana sediou, nesta sexta-feira (15), um importante debate sobre o ensino ofertado no país. A etapa intermunicipal da 3ª Conferência Nacional de Educação (Conae) foi realizada no campus da Universidade Estadual do Paraná e envolveu 340 profissionais da área, provenientes das 16 cidades abrangidas pelo Núcleo Regional de Educação.
A atual edição da Conae discute “A Consolidação do Sistema Nacional de Educação (SNE) e o Plano Nacional de Educação (PNE): monitoramento, avaliação e proposição de políticas para a garantia do direito à educação de qualidade social, pública, gratuita e laica”.
“Esse tema foi subdividido em oito eixos que envolvem, entre outros assuntos, os planos decenais, o regime de colaboração, a gestão democrática, a diversidade e as políticas intersetoriais de desenvolvimento da educação. Um documento será montado com as contribuições feitas na etapa intermunicipal e encaminhado para as conferências estadual e federal que devem acontecer até o final do ano,” explicou a chefe do Núcleo Regional de Educação, Maria Onide Balan Sardinha.
A presidente da regional Sul e da seccional paranaense da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), que também é Secretária Municipal de Educação em Apucarana, Marli Fernandes, falou da importância de um Sistema Nacional de Educação. “O desenvolvimento desse sistema vai garantir que todos os alunos do país, apesar das diferenças regionais, tenham acesso a um ensino igualitário e de qualidade. Um grande passo nessa direção já foi dado com a aprovação, no final do ano passado, da Base Nacional Comum Curricular”, comentou a secretária.
O prefeito de Apucarana, Beto Preto, participou da abertura da etapa intermunicipal da 3ª Conae. Ele destacou que a sociedade deve participar ativamente das discussões organizadas nas áreas da Saúde e da Educação. “Conferências como essa representam excelentes oportunidades para a população cobrar dos governos a manutenção e a ampliação dos investimentos. Nós vivemos um momento de transição política e temos que tomar muito cuidado para não eleger candidatos descompromissados com o bem estar e o futuro dos brasileiros,” afirmou.
Os participantes ainda assistiram a duas palestras sobre o tema da 3ª Conae, apresentadas pela Supervisora de Ensino da Secretaria Municipal de Educação de Barretos-SP, Silvia Aparecida de Almeida, e pelo Coordenador da Rede de Monitoramento e Avaliação dos Planos de Educação do Paraná, Maurício Pastor dos Santos.
“O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) divulgou um relatório, em junho, apontando que nós estamos praticamente estagnados no cumprimento do Plano Nacional de Educação. A União e seus entes federados precisam garantir os recursos e instrumentos para que as metas e estratégias desse documento sejam conquistadas. Por isso, acho que momentos de discussão como esse são importantes,” avaliou Silvia Almeida.
Estiveram também presentes na abertura da etapa intermunicipal da 3ª Conae, o prefeito de Cambira, Emerson Toledo Pires; o prefeito de Faxinal, Ylson Álvaro Cantagallo; o vice-prefeito de Apucarana, Júnior da Femac; o vice-prefeito de Novo Itacolomi, Wilson Romualdo Lopes; além de vereadores e secretários municipais de educação de diversas cidades.


Mídia conservadora agora admite: economia do golpe leva país à tragédia


O "sonho dourado" dos golpistas virou pesadelo; o Valor Econômico, jornal oficial do "mercado", jogou a toalha e admite que a promessa de crescimento econômico virou pó; O Estado de S.Paulo estampou em sua manchete: "BC intervém e gasta US$ 5 bi, mas dólar vai a RS 3,80", reconhecendo que a gestão saudada pela direita está queimando loucamente as reservas do país
247 - O "sonho dourado" dos golpistas virou pesadelo. O Valor Econômico, jornal oficial do "mercado", jogou a toalha hoje, num texto de sua diretora-adjunta de redação, Cláudia Safatle. "A expectativa de crescimento da economia se esvai", começa seu artigo, que espanta-se com a queda das projeções do mesmo "mercado" de crescimento do PIB em 2018 de 3% para irrisório 1%. E já aponta para o cenário de um "duplo mergulho" do país na recessão: "a prudência recomenda não descartar de pronto o risco dessa tragédia". Enquanto isso, um dos mais dogmáticos e radicais insufladores e apoiadores do golpe e de Temer, o jornal O Estado de S.Paulo, estampou em sua manchete hoje: "BC intervém e gasta US$ 5 bi, mas dólar vai a RS 3,80" - a gestão do Banco Central saudada pela direita como a mais competente do século está queimando loucamente as reservas do país, sem conseguir afastar o fantasma da crise cambial.
É uma reversão completa em toda a falsa narrativa das mídias, economistas, analistas e jornalistas econômicos entusiastas do golpe, que garantiam: uma vez derrubada Dilma, o país iria como um foguete ao paraíso econômico. Safatle, surfando na onda da campanha contra os governos do PT, chegou a lançar um livro sob o título "Anatomia de um desastre - os bastidores da crise econômica que mergulhou o país na pior recessão da história". O objetivo do livro esta atacar os governos Lula e Dilma e desmoralizar as políticas desenvolvimentistas, alardeando as virtudes do neoliberalismo e do financismo. Agora deu nisso.
No artigo, o desalento com o fiasco das candidaturas do golpe (chamadas de "centro") às eleições de 2018 é patente: "Na política, olhando as pesquisas eleitorais anteriores e posteriores à greve dos caminhoneiros, o quadro não é muito diferente. Mas, no mercado, só agora 'a ficha caiu', segundo disse Arminio Fraga, mostrando a dificuldade de o centro se articular em torno de uma candidatura para neutralizar os extremos.
Vale a pena ler a íntegra do artigo, relato do fracasso da aventura neoliberal do golpe. O texto é esquizofrênico porque ao mesmo tempo que constata o fracasso do "remédio", pede que sejam ministradas doses ainda mais altas ao paciente:  
A expectativa de crescimento da economia se esvai. O ano começou com projeções de expansão de 3% do PIB. Hoje as estimativas convergem para o patamar de 1%. Depois de bons indicadores de atividade em abril já se esperava uma piora em maio. Como a coleta de dados se concentra nas três primeiras semanas, ainda não refletirá a greve dos caminhoneiros.
A pergunta, agora, é o quanto a greve, que por dez dias paralisou o país, vai derrubar o crescimento em junho, comprometendo o desempenho do segundo trimestre. E, mais ainda, o quanto a crise que começou com os caminhoneiros e antecipou o mau humor aguardado para as vésperas das eleições - com forte deterioração dos preços dos ativos nas últimas semanas - pode azedar o ambiente econômico dos próximos trimestres.
É prematuro falar em um duplo mergulho ("double dip") do país na recessão. Mas a prudência recomenda não descartar de pronto o risco dessa tragédia.
A economista Sílvia Matos, coordenadora do boletim Macro do Ibre-FGV, alerta para os prováveis efeitos secundários da paralisação dos transportes no país, com impactos microeconômicos. Uma questão a ser respondida, por exemplo, é se a indústria reduziu os seus pedidos em junho. É importante saber, também, o quanto dos efeitos da greve na atividade serão permanentes.
A última estimativa que ela fez para o PIB deste ano é 1,9%, mas quando for rever os dados, poderá chegar a algo como 1,3%. O pior cenário que a economista considera nos seus prognósticos é o de uma estagnação do produto. Para que ocorra o duplo mergulho, a piora tem que ser muito grande, diz Sílvia Matos. Não é impossível, mas hoje parece improvável.
Desde a saída da recessão o país cresce apenas 0,5% por trimestre, compatível com a variação de 1,9% do PIB anual. Nesse ritmo, a economia levará mais três anos para voltar ao patamar pré-crise.
Ao se embaralhar com as eleições, a greve acabou com os resquícios de autoridade do governo Temer, que perdeu o presidente da Petrobras e vê a empresa novamente se desmilinguir e, de quebra, ainda se meteu na armadilha do tabelamento dos fretes.
Antes desses eventos, o país já se defrontava com a mudança do cenário externo, dado pela política monetária do Federal Reserve Bank (Fed), que prenunciava o fim do interregno benigno que estimulou as economias emergentes.
O Brasil - "país que não perde a oportunidade de perder oportunidades", como costumava dizer Roberto Campos - deixou passar o período de juros muito baixos nos Estados Unidos e não fez os deveres de casa, a começar da reforma da Previdência.
Os sinais emitidos pelo Fed desde o início do ano respondem majoritariamente pelas desvalorizações do real frente ao dólar até o fim de maio. De lá para cá, o peso da depreciação cambial decorre de fatores internos.
Dos candidatos, se espera programa, e não bravatas
Na política, olhando as pesquisas eleitorais anteriores e posteriores à greve dos caminhoneiros, o quadro não é muito diferente. Mas, no mercado, só agora "a ficha caiu", segundo disse Arminio Fraga, mostrando a dificuldade de o centro se articular em torno de uma candidatura para neutralizar os extremos.
O fato é que o mau humor se instalou nos mercados de juros, ações e câmbio. A taxa de juros, desde então, só sobe: o DI - janeiro de 2020, que pagava 6,99% ao ano no início de maio, ontem avançou para 9,44% ao ano. A bolsa, que em meados de maio havia atingido pouco mais de 86 mil pontos, ontem patinava em 71 mil pontos.
O dólar, que iniciou o mês de março cotado a R$ 3,25, ontem custava R$ 3,81, a despeito das intervenções do Banco Central.
Diante da piora dos mercados e do cenário eleitoral inalterado, as expectativas vão se deteriorando. A última pesquisa Focus, do BC, elevou para 3,82% a inflação do ano, um aumento importante se comparado com os 3,49% do início de maio. A performance para o PIB também perdeu força, caindo de 2,70% no início do mês passado para 1,94% na pesquisa mais recente.
A cena atual nos remete a 2002, quando os candidatos assistiram à disparada do dólar, o aumento dos juros e a aceleração da inflação, que atingiu 12, 53%. Tal deterioração ocorreu mesmo após a divulgação da Carta aos Brasileiros pelo candidato do PT, Lula, em junho de 2002 e com a costura, pela equipe de FHC, de um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) de US$ 30 bilhões. O país não tinha reservas e o acordo daria algum conforto a quem fosse eleito presidente da República.
Agora o país tem reservas da ordem de US$ 380 bilhões, mas ao contrário de 2002, está com as contas públicas em frangalhos. Em bom português, o Estado está quebrado. Para honrar a dívida, o governo precisa de reformas e a da Previdência lidera a lista de prioridades.
Os pré-candidatos a presidente não disseram a que vieram. Apostar no caos é um tiro no pé, pois quanto pior a situação mais difícil será o exercício do governo de quem vencer as eleições. Cedo ou tarde os candidatos terão que expor os seus programas de governo.
Se não há interlocutores para patrocinar uma transição civilizada, é bom que se apressem a melhorar o discurso com maturidade e sem bravatas.
O artigo pode ser lido no original aqui.

Antes de abrir mão de processo, Moro anulou depoimento de réu que citou Richa


Sergio Moro decidiu abrir mão de julgar um processo que envolve corrupção nos pedágios do Paraná, no qual figura como réu o ex-braço direito de Beto Richa (PSDB), Carlos Felisberto Nasser, ex-titular da Casa Civil do governo do Paraná; no depoimento anulado, Nasser havia afirmado que recebeu recursos do Grupo Triunfo para campanhas políticas
247, com Jornal GGN - O Conjur divulgou na segunda (11) que o juiz Sergio Moro decidiu abrir mão de julgar um processo que envolve corrupção nos pedágios do Paraná, no qual figura como réu o ex-braço direito de Beto Richa (PSDB), Carlos Felisberto Nasser, ex-titular da Casa Civil.
Segundo a denúncia, o "esquema criminoso de corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro" envolvia o "Grupo Triunfo, incluindo a Empresa Concessionária de Rodovias do Norte (Econorte), concessionária da exploração de rodovias federais no Paraná", que teria efetuado pagamentos subreptícios de vantagem indevida a agentes da Administração Pública Estadual."
Três dias antes de Moro declinar competência para julgar o caso, o depoimento do réu Carlos Nasser, ex-assessor da Casa Civil do governo do Paraná, foi anulado por ele. No depoimento anulado, Nasser havia afirmado que recebeu recursos do Grupo Triunfo para campanhas políticas.
Leia abaixo reportagem do Conjur:
Por Felipe Luchete, do Conjur - Depois de declarar que “não faria sentido” dispersar provas envolvendo operadores já investigados na operação “lava jato”, o juiz federal Sergio Moro voltou atrás nesta segunda-feira (11/6) e abriu mão de julgar processos sobre suposto esquema de propinas envolvendo uma rodovia do Paraná. Ele alegou excesso de trabalho e baseou-se em voto derrotado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Assim, a chamada 48ª fase da “lava jato” — que fez buscas na sede do governo estadual e resultou na prisão de seis pessoas em fevereiro deste ano, mesmo sem ligação com denúncias na Petrobras —, deve passar agora para outra vara criminal de Curitiba, ainda indefinida.
O caso envolve a suspeita de que uma concessionária tenha superfaturado despesas e simulado contratos para esconder repasses de vantagem indevida, o que teria inclusive aumentado as tarifas de pedágio de forma artificial. A investigação chegou primeiro à Vara Federal de Jacarezinho (PR), mas o juízo preferiu encaminhar os autos a uma das varas especializadas em lavagem de dinheiro.
Moro quis assumir os processos em novembro de 2017, pois disse ter encontrado “pontos de conexões probatórias óbvios” no uso de atividades dos operadores Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran.
O juiz reconheceu na época que atividades em outros estados poderiam ser distribuídas a outros juízos pelo país, porém considerou insensato impedi-lo de analisar os indícios de crimes em Curitiba, com entregas de dinheiro por lá e em benefício de agentes públicos da própria cidade.
O advogado José Carlos Cal Garcia Filho, que representa um dos acusados, questionou no TRF-4 a competência de Moro, assim como a defesa de outro envolvido, representado por Rodrigo Muniz Santos. A maioria da 8ª Turma analisou os argumentos em maio deste ano, porém considerou inadequada a via eleita — pedido de Habeas Corpus, em vez de exceção de incompetência.
O relator, desembargador federal João Pedro Gebran Neto, ficou vencido ao reconhecer que o inquérito originário não apresenta qualquer relação com a Petrobras.
Muito trabalho
Quase um mês depois do julgamento, foi Sergio Moro quem reconsiderou o próprio entendimento. Na decisão desta segunda, ele disse que já está sobrecarregado com “as persistentes apurações de crimes relacionados a contratos da Petrobras e ao Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht”.
Embora esteja desde 2015 sem receber outros processos, o titular da 13ª Vara Federal de Curitiba disse que cuida de casos com muita complexidade, “gerando natural dificuldades para processamento em tempo razoável”. Afirmou ainda que, conforme “juízos de conveniência e oportunidade”, é mais recomendável acompanhar o voto do relator no TRF-4, apesar de vencido.
A medida, afirma, também encerrará qualquer novo questionamento das defesas sobre a prevenção. O julgador determinou a redistribuição de uma ação penal e processos conexos entre as varas criminais de Curitiba, excluindo-se a própria. Moro, entretanto, manteve válidos os atos processuais já praticados.
As defesas queriam que fossem derrubadas as decisões anteriores, mas ele disse que cabe ao próximo juízo decidir o que fazer com os atos antigos.
Clique aqui para ler a decisão.

5016582-60.2018.4.04.7000