(Foto: REUTERS/Sergio Moraes) |
A
Associação dos Engenheiros da Petrobras divulgou nota em que cobra explicações
de Pedro Parente sobre sua gestão, na visão da entidade lesiva aos interessa da
Petrobras e à sociedade brasileira. Segue a íntegra da nota:
PEDRO PARENTE saiu sem explicar porque a
PETROBRÁS, sob seu comando, vinha praticando preços internacionais para os
combustíveis, não obstante produzir e refinar petróleo no Brasil.
PEDRO PARENTE não explica porque tentou
privatizar a PETROBRÁS DISTRIBUIDORA segunda maior empresa do BRASIL. Também
não esclareceu a operação de venda da LIQUIGÁS, do setor GLP, vetada pelo CADE
e a venda de mais de 2.000 km de gasodutos, com comprovados prejuízos para a
companhia.
Construiu a ignorância sobre a PETROBRÁS e a
deixa sem responder:
Por que manter preços no mercado interno acima
dos internacionais, viabilizando a importação por concorrentes, enquanto a
estatal perde participação no mercado e suas refinarias ficam ociosas?
Por que vender ativos valiosos, sem
concorrência, em negociatas diretas, ao arrepio da lei, ao mesmo tempo em que a
empresa mantém em caixa somas astronômicas, sempre superiores a US$ 20 bilhões?
Por que atender pleitos de fundos abutres
americanos adiantando R$ 10 bilhões antes da conclusão do processo, ao mesmo
tempo em que nega responsabilidade no déficit da Petros?
Por que atuou sempre no sentido de dar apoio aos
que denegriam o nome da companhia divulgando falácias de que ela teria passado
por problemas financeiros e nunca realçando a importância do pré-sal para a
PETROBRÁS e o Brasil?
O demissionário mostra desprezo pela verdade ao
afirmar na carta ao PRESIDENTE TEMER que “A empresa passava por graves
dificuldades sem aporte de capital do tesouro, que na ocasião se mencionava ser
indispensável e da ordem de dezenas de bilhões de reais”. Ao receber o comando
como presidente encontrou caixa de R$ 100 bilhões, cerca de US$ 28 bilhões na
época. O índice de liquidez corrente – acima de 1,50 – e a geração operacional
de caixa superior aos US$ 25 bilhões por ano demonstram que a companhia tinha
plenas condições de cumprir com seus compromissos.
O Sr. PARENTE derrete-se em elogios ao Conselho
de Administração esquecendo-se que a contribuição mais expressiva e definitiva
é a dos milhares de empregados.
“A PETROBRÁS é hoje uma empresa com reputação
recuperada”, afirmação carregada de vaidade, jactância. A reputação da
PETROBRÁS jamais foi abalada por práticas. CONDENAVEIS, REPULSIVAS DE POLÍTICOS
CORRUPTOS, EMPRESÁRIOS DESONESTOS E BANDIDOS QUE NÃO SOUBERAM HONRAR A CAMISA
DA PETROBRÁS.
PEDRO PARENTE finge desconhecer os graves
equívocos no plano de negócios e gestão/planejamento estratégico, elaborado por
sua orientação, vendendo gasodutos e termelétricas, ativos que monetizam e
agregam valor ao gás natural, sabidamente combustível de transição para uma
economia mais limpa. Retirando a companhia da Petroquímica, renunciando à
produção de Biocombustíveis, etanol e biodiesel, abandonando empreendimentos do
Refino e da produção de Fertilizantes. Decisões que já resultam em prejuízo na
geração operacional de caixa e comprometem a segurança energética e alimentar
do País.
Quanto à afirmação de que “me parece assim, que
as bases de uma trajetória virtuosa para a PETROBRÁS estão lançadas”, nada mais
falso. Em apenas dois anos PEDRO PARENTE vendeu, em processo tortuoso, marcado
por muitos questionamentos na justiça, dezenas de bilhões, em ativos rentáveis,
estratégicos, desintegrando a companhia.
Ao afirmar que “a política de preços da
PETROBRÁS, sob intenso questionamento”, mais uma vez sofisma, tergiversa. A
PETROBRÁS jamais praticou esta política. PARENTE deveria classificá-la como
política da gestão PARENTE. Perversa, desastrada, entreguista. Ela só beneficia
aos refinadores estrangeiros, “traders” multinacionais e importadores
concorrentes da PETROBRÁS. Acarreta gastos desnecessários, de bilhões de
dólares, impactando o balanço de pagamentos. Mantém ociosas nossas refinarias.
Traz de volta o carvão e a lenha, formas rudimentares de energia, devido aos
escorchantes preços do GLP. Arranha a imagem da PETROBRÁS. Política de PARENTE
e não da PETROBRÁS.
O missivista é um arrivista na indústria do
petróleo. Parte. Não deixa saudades para os PETROLEIROS. Talvez para os grupos
estrangeiros, especuladores e oportunistas, ávidos pelo controle dos ativos da
PETROBRÁS, vendidos a preços de fim de feira.
A mensagem de PARENTE, alinhada com a histeria
de certos segmentos do “MERCADO” é uma condenação absurda e maliciosa da
política. A PETROBRÁS é uma ESTATAL, sociedade de economia mista, pertence ao
povo brasileiro. Tem uma missão que não se esgota no pagamento de dividendos. O
MERCADO DE AÇÕES pode ser importante para os especuladores. Muito mais
importante para a nossa PETROBRÁS é a SOBERANIA NACIONAL. São as contribuições
da PETROBRÁS para o desenvolvimento econômico, social e tecnológico do BRASIL.
Sua segurança energética. É preciso adotar a boa Política. Ela ainda é
praticada por alguns. Estes podem ajudar a PETROBRÁS a cumprir sua nobre
missão. Dos politiqueiros, dos que alugam os mandatos, dos que conquistam o
poder por usurpação, e ou fraudes, os PETROLEIROS com os BRASILEIROS querem
distância.
Queremos livrar a PETROBRÁS da herança deixada
por PEDRO PARENTE, sua POLÍTICA DE PREÇOS antinacional e seu PLANO DE NEGÓCIOS
entreguista e privatista.
ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS DA PETROBRÁS (AEPET),
01/06/2018
AEPET, junho de 2018