Depois da
greve dos caminhoneiros e de protestos de petroleiros em todo o país,
presidente da estatal pede para sair
A Petrobras deve
anunciar ainda nesta sexta o nome da pessoa que
irá presidir a empresa. / Reprodução
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A Federação Única
dos Petroleiros (FUP) comemorou a demissão de Pedro Parente do comando da
Petrobras. Essa era uma das principais reivindicações da categoria, que
realizou paralisações e protestos nessa semana em diversas cidades do
país.
Em
um comunicado divulgado à imprensa na manhã desta sexta-feira (1), a empresa
informou a saída do executivo da presidência. “A Petrobras informa que o senhor
Pedro Parente pediu demissão do cargo de presidente da empresa na manhã de
hoje. A nomeação de um CEO interino será examinada pelo Conselho de
Administração da Petrobras ao longo do dia de hoje. A composição dos demais
membros da diretoria executiva da companhia não sofrerá qualquer alteração.
Fatos considerados relevantes serão prontamente comunicados ao mercado”, disse
o comunicado.
Para
a diretora da FUP, Cibele Vieira, apesar da vitória, não basta mudar o nome de
quem preside. É preciso uma mudança substancial na política de gestão da
estatal. “A gente considera uma grande vitória das mobilizações, da greve de alerta.
Agora, não adianta nada vir outro e continuar fazendo a mesma coisa. O que a
gente quer é alguém que volte a pensar a Petrobras para o povo brasileiro. Não
adianta colocar outra pessoa e manter o preço atrelado ao preço internacional”.
Segundo
Vieira, outra grande vitória do movimento grevista foi a ampliação do debate
com toda a sociedade, que sofre com a política de preços da Petrobras. “Quando
começou a greve dos caminhoneiros as pessoas não sabiam o que estava
acontecendo dentro da Petrobras. Que a empresa estava reduzindo carga, para
aumentar a importação de propósito, para conseguir vender as refinarias.
Conseguimos colocar isso em pauta, debater com o povo e agora a gente pede
soluções permanentes”.
Depois
de serem multados em R$ 2 milhões diários pelo Tribunal Superior do Trabalho
(TST), os petroleiros anteciparam a retomada dos trabalhos na quinta-feira
(31). Mas prometem seguir mobilizados rumo a uma greve por tempo indeterminado,
caso não haja mudanças concretas na política de gestão da estatal.
“A
paralisação é contra o desmonte da Petrobras. Se eles cancelarem as vendas de
refinarias, por exemplo, se mudarem a política de preços, podemos repensar. A
gente não faz paralisação porque gosta, mas por um objetivo. Se for necessário,
vamos sim fazer a greve por tempo indeterminado”, afirmou Cibele.
A
Petrobras deve anunciar ainda nesta sexta o nome da pessoa que irá presidir a
empresa.
Brasil
de Fato