Entidades
do setor estão divididas sobre acordo proposto pelo Planalto
Manifestação
na BR-040, no Rio de Janeiro / Marcelo Camargo/Agência Brasil
As entidades que
representam os caminhoneiros em Brasília estão divididas sobre os termos do
acordo negociado por parte das organizações com o governo Michel Temer (PMDB).
O documento foi apresentado na noite da quinta-feira (24). O documento contém,
basicamente, medidas de desoneração e isenção fiscal. Algumas organizações não
acataram o teor do texto.
Parte
dos representantes, entretanto, chegou a se retirar da mesa de negociações e
afirmou não ter aderido ao acordo governamental, que tinha como contrapartida
uma trégua por parte dos manifestantes. Além disso, caminhoneiros que estão nos
bloqueios em estradas têm afirmado não reconhecer os negociadores como
representantes da categoria. A origem exata das mobilizações ainda é incerta,
mas trabalha-se com a hipótese de que tenha sido iniciada de forma espontânea
através de grupos de WhatsApp, tendo sido assumida posteriormente pelas
entidades representativas nacionais.
Temer anunciou
na tarde desta sexta-feira (25) que autorizou o emprego das Forças Armadas e de
órgãos de segurança federais para desbloquear
estradas onde ocorrem manifestações de caminhoneiros.
Nas
mobilizações locais, o movimento é conduzido, basicamente, por três setores:
patronal, constituído pelas empresas de logística e transporte; entidades de
empregados dessas empresas e organizações que representam caminhoneiros
autônomo, ou seja, que trabalham de forma individual ou são microempresários.
Algumas das últimas são as que mais resistem a aceitar o acordo. Estima-se que
cerca de 30% dos transportes sejam realizados por esta categoria.
A
Confederação Nacional dos Transportes, representante patronal no setor,
formalmente não participa e não apoia a paralisação, mas participou das
negociações convidada pelo governo e defendeu o teor das propostas.
A
Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) aderiu à proposta do
governo, mas outras duas que também representam o mesmo setor, a União Nacional
dos Caminhoneiros (Unicam) e a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam,)
são as principais entidades a resistir, pedindo medidas permanentes e concretas
em relação a questão dos combustíveis.
Brasil
de Fato