Cooperativas agropecuárias do Paraná anunciaram que
suspenderão os abates de suínos, aves e peixes em razão da falta de
matérias-primas para suas unidades frigoríficas, uma vez que os protestos dos
caminhoneiros contra a alta dos preços dos combustíveis avançam pelo terceiro
dia consecutivo; a Aurora, terceira maior produtora de carnes de aves e suínos
do Brasil, já havia suspendido as operações em Santa Catarina, Paraná, Rio
Grande do Sul e Mato Grosso do Sul
Reuters - Cooperativas agropecuárias do Paraná anunciaram nesta
quarta-feira que suspenderão os abates de suínos, aves e peixes em razão da
falta de matérias-primas para suas unidades frigoríficas, uma vez que os
protestos dos caminhoneiros avançam pelo terceiro dia consecutivo, prejudicando
o transporte de produtos.
De acordo com a
Ocepar, que representa essas associações, ao menos quatro cooperativas já
comunicaram que vão interromper as atividades: C. Vale, Frimesa Cooperativa
Central, Lar e Copagril.
O
anúncio desta quarta-feira se segue ao da Aurora, terceira maior produtora de
carnes de aves e suínos do Brasil, que na véspera informou a suspensão das
operações em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul,
com perda potencial de 50 milhões de reais.
Com
sede em Palotina, no oeste paranaense, a C.Vale deixará de processar carnes de
frango e peixe —por dia, a cooperativa abate 530 mil frangos e 50 mil tilápias.
"A
medida foi tomada em função das dificuldades para armazenagem e transporte de
carnes... A retomada das atividades ocorrerá assim que as rodovias forem
liberadas. Para isso, a direção da C.Vale espera que governo federal e
representantes dos caminhoneiros cheguem a um acordo o mais brevemente
possível...", afirmou o presidente da C.Vale, Alfredo Lang, segundo nota
da Ocepar.
Uma
reunião entre representantes do movimento grevista e do governo está prevista
para esta quarta-feira.
Já a
Frimesa alertou que suspendeu o processamento de suínos nos frigoríficos de
Medianeira e Marechal Cândido Rondon, enquanto a Copagril interromperá a partir
de quinta-feira os trabalhos na unidade de Marechal Cândido Rondon.
Por
fim, a Lar, com sede em Medianeira, parou o abate de 615 mil aves e a
industrialização de outras 80 toneladas de produtos.
"A
suspensão da operação de abate e industrialização tornou-se inevitável em razão
dos efeitos do movimento grevista que impossibilita a passagem de caminhões com
insumos necessários para abastecer as indústrias, aves vivas para o abate,
expedição dos estoques para atender clientes e mercados a nível regional e nacional...",
afirmou o presidente da cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues, segundo a
Ocepar.
Por
José Roberto Gomes