Apresentador vê como perigosa debandada dos "outsiders" neste pleito
Divulgação / Band |
José Luiz Datena ficou mal na terça (8). "A história do
Joaquim me deu uma ressaca política grande", conta o apresentador da Band.
Ao desistir de disputar a Presidência, o ministro aposentado do Supremo
Tribunal Federal Joaquim Barbosa (PSB) consolidou o que Datena vê como perigosa
debandada dos "outsiders" neste pleito.
"Era o cara
que [eu] passaria perto de votar", diz. "Virei órfão político."
Dos vários efeitos colaterais que produziu, a saída de cena de Barbosa pode
ajudar a propulsionar a estreia nas urnas do jornalista que cimentou sua
carreira televisiva em programas policiais como "Cidade Alerta" e
"Brasil Urgente" e agora apresenta "Agora É Com Datena".
Ele
já flertava com uma candidatura ao Senado, mas nos últimos tempos, diz, havia
aberto mão da ideia. "Tinha bem claro que não queria participar de disputa
nenhuma."
Pesquisa
Ibope de abril coloca Datena (DEM), 60, em primeiro na corrida pelas duas vagas
paulistas na Casa, com 33%. Está tecnicamente empatado com Eduardo Suplicy
(PT), 32%, e à frente de Marta Suplicy (MDB), 25%, e Marco Feliciano (Podemos),
14%.
Algo
mudou no apresentador após Barbosa abdicar da eleição. "Passei a começar a
pensar de forma diferente de ontem pra hoje, fiquei puto", afirma à
reportagem por telefone.
Ele
lembra de Luciano Huck, outro a abandonar o barco eleitoral. Datena não daria
seu voto ao global, mas o reconhece como "um cara legal". Barbosa,
esse sim, seria "uma lufada de ar fresco".
Diz
que não julga o ex-presidente do STF. "Eu também já desisti uma vez."
Seu nome circulou como pré-candidato à Prefeitura de SP pelo PP."
"Quando
vi que realmente estava sendo levado a uma gelada por partido e políticos, caí
fora", afirma dois anos depois. Mas, se ninguém de fora da política se
aventurar nela, "como a gente vai mudá-la de dentro pra fora?",
questiona.
"Muitas
pessoas questionam por que os outsiders estão deixando a política. O cara tá
com medo de disputar porque a vida dele vai ser esmiuçada, virada de
ponta-cabeça, vão na barriga da mãe do cara pra procurar delito. Ou ele acha
que o sistema é podre e não vai mudar nada."
Se
terá seu nome nas urnas em outubro, aí já não depende só dele. Datena conta que
conversou com o presidente de sua legenda e da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia.
Maia
é também pré-candidato ao Planalto. O colega do DEM diz que não votaria nele.
Em
abril, após pular de PT para PP para PRP nos últimos três anos, Datena se
filiou ao DEM. "Não sou favorável à despolitização total, porque isso é
espaço gravíssimo para um regime de exceção, e sou absurdamente
democrático."
A
dança das cadeiras partidária não quer diz nada, diz. "Eu, por mim, não me
filiaria a partido algum." Ele afirma que sempre teve "mais tendência
à esquerda". Hoje, não se vê em "caixinhas" ideológicas.
Em
2015, após 13 anos na legenda, ele se desfiliou do PT de Ribeirão Preto.
"Não fará falta", não tem o perfil do partido", disse na época o
presidente da legenda na cidade, Jorge Parada.
"Achei
ótimo. Se tivesse, provavelmente estaria preso em Curitiba", responde
Datena. Com informações da Folhapress.
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