Gastão Schefer Neto destruiu caixas de som para impedir apoiadores de
desejar bom dia a Lula
Apoiadores
de Lula estão há 26 dias acompanhando ex-presidente, preso na PF
de Curitiba desde 7 de abril/Gibran Mendes
Desde o início do
acampamento Lula Livre, nas proximidades da Superintendência da Polícia Federal
em Curitiba, os dias de resistência têm início com um coro de vozes
desejando bom dia ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o
próprio Lula, em mensagem a seus apoiadores, disse que ouve a mensagem todos os
dias, e que o carinho o ajuda a perseverar diante da prisão injusta a que está
submetido.
Nesta
sexta-feira (4), porém, um ato inesperado de violência impediu que a
população se comunicasse com Lula. Um delegado da Policia Federal, identificado
como Gastão Schefer Neto, aproximou-se agressivamente do acampamento e
depredou o equipamento de som utilizado pela organização da vigília.
Felipe
Mongruel, advogado que responde desde o início pelo Acampamento se mostrou
indignado diante da não prisão do agressor em coletiva à imprensa na
qual relatou as medidas tomadas pela defesa.
“As
duas deputadas que estavam presentes hoje pela manhã, Ana
Perugini e Márcia Lia [ambas do PT-SP], deram voz de prisão ao
agressor por depredação de patrimônio e avisaram a Polícia Militar. Porém, o
que aconteceu foi que ele foi levado para a casa. Está solto. Ou seja, isso é
um total absurdo”, disse o advogado. Segundo ele, o ataque compreende os crimes
de agressão e depredação ao patrimônio público.
Omissão
das polícias
Mongruel
destacou também que o acampamento e a vigília são totalmente legais
e obedecem a todos os acordos feitos com o poder público e a Policia
Federal: “Neste trato, no interdito proibitório, estamos obedecendo todas as
regulações. O terreno do acampamento é alugado. Então, aqui tudo está absolutamente
legal. O que é ilegal é a omissão das polícias.”
Um
boletim de ocorrência foi registrado e no início da tarde houve uma reunião com
a Corregedoria e Superintêndencia da Polícia Federal, com a presença dos
advogados de defesa, as deputadas e testemunhas, para expor o caso e
solicitar providências.
Nesta
reunião, os representantes do acampamento reafirmaram que atos violentos contra
os apoiadores de Lula vêm se repetindo, e que a omissão das polícias tem
se tornado um agravante.
“O
que ficou claro na reunião foi a total omissão das policias e nós solicitamos
para a defesa inclusive da própria instituição que o policiamento se
intensifique. Se ninguém está se responsabilizando pela segurança, com o que
vamos nos defender além dos próprios punhos e coragem?”, indagou
o advogado.
Em
nota, a organização da Vigilia Lula Livre, relatou como foi o ataque do
delegado contra manifestantes e o equipamento de som, bem como a reação rápida
dos manifestantes que estavam presentes. Confira a nota:
Nota
da Vigília Lula Livre
A vigília Lula livre, que
realizava pacificamente o ato de Bom Dia ao presidente Lula, foi atacada mais
uma vez na manhã desta sexta (4), desta vez por um delegado da Polícia Federal,
identificado como Gastão Schefer Neto.
Ele aproximou-se aos berros da
esquina democrática Olga Benário, ameaçando a todos e todas que ali estavam. Na
sequência, quebrou o equipamento de som utilizado nos atos. Neto foi conduzido
e ouvido pela Polícia Militar depois de continuar tentando intimidar os
militantes, registrando seus rostos com um telefone celular.
Independentemente das sanções
penais cabíveis pela agressão praticada pelo delegado Gastão Schefer, a Polícia
Federal tem a obrigação de tomar as medidas disciplinares em relação ao seu
delegado que agrediu manifestantes pacíficos. Do contrário, a instituição se
tornará cúmplice de mais este atentado.
Graças à atuação dos militantes
que voluntariamente cuidam da segurança da esquina Olga Benário, Neto foi
contido sem que nada de mais grave acontecesse com sua integridade física ou da
dos presentes.
A deputada federal Ana Perugini
(PT-SP) e a deputada estadual Márcia Lia (PT-SP), que testemunharam toda a
ação, estiveram com a Superintendência e a Corregedoria imediatamente após o
ocorrido. A deputada estadual Rosangela Zeidan (PT-RJ) também estava no
ato no momento. Será registrado ainda um Boletim de Ocorrência. As lideranças
dos movimentos e dos partidos tomarão todas as medidas legais cabíveis.
Trata-se do segundo ataque
envolvendo agentes da Polícia Federal contra a vigília, quase um mês depois de
manifestantes terem sido agredidos com bombas de efeito moral e gás
lacrimogêneo na chegada do presidente Lula ao prédio da Superintendência da
Polícia Federal, onde é mantido desde então como preso político.
Os movimentos e partidos
presentes na Vigília Lula Livre ressaltam que estão legalmente ocupando as ruas
nas imediações do prédio da Polícia Federal e cumprindo todas as cláusulas do
acordo firmado com as autoridades para garantir o direito constitucional à
livre manifestação. Além disso, todas as medidas de organização e civilidade
são tomadas para garantir a boa convivência com os moradores do bairro Santa
Cândida e minimizar os contratempos causados pelo grande trânsito de pessoas no
entorno.
A vigília Lula livre espera o
cumprimento por parte das autoridades do compromisso de garantir a segurança de
todos e todas e a pronta investigação dos ataques verbais e físicos contra as
pessoas que por aqui transitam ou acampam.
Atos de violência ou intolerância
não irão nos calar. Aqui seguiremos até a soltura do presidente Lula da prisão
injusta, dando continuidade a um projeto de um país para todos e todas.
Lula Inocente!
Lula Livre!
Curitiba, 4 de maio de 2018
Vigília Lula Livre
Fonte: Brasil de Fato