Atualmente, o número
de precatórios – cuja lista só aumenta e está disponível no site do Tribunal de
Justiça do Paraná (TJPR) – é de 1.117 processos
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Secretário da Fazenda Marcelo Machado expõe situação econômica do município
durante apresentação da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) (Fotos: Edson Denobi)
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A audiência
pública para detalhamento do projeto de Lei Municipal nº 013/2018, que dispõe
sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano de 2019, realizada
nesta segunda-feira (09/04) no plenário da Câmara Municipal de Vereadores,
revelou a preocupação dos vereadores com o impacto do pagamento dos chamados
precatórios ou dívidas judiciais, nas contas municipais. Recentemente, mudanças
nas regras em instâncias superiores forçaram a Prefeitura de Apucarana, que
detém percaptamente a maior dívida pública do Paraná, a repassar pagamentos
mensais que eram na ordem de R$290 mil para R$1,11 milhão, comprometendo ainda
mais a capacidade de investimento por parte do município.
Após a explanação dos principais pontos da
LDO 2019, que discorre sobre as metas fiscais (arrecadação e despesas),
demonstrativos de riscos fiscais e providências, prioridades, disposições e
planejamento global do orçamento para o próximo exercício, o secretário da
Fazenda da Prefeitura de Apucarana, Marcello Augusto Machado, respondeu a
alguns vereadores sobre o tema. “Essa é uma situação que sempre preocupou a
gestão do prefeito Beto Preto, que trata o assunto com transparência e
administra a cidade mediante um planejamento de pés no chão, com um olho na
receita e outro na despesa para manter os serviços e investimentos da
prefeitura em andamento”, destacou Machado.
Atualmente, o número de precatórios – cuja
lista só aumenta e está disponível no site do Tribunal de Justiça do Paraná
(TJPR) – é de 1.117 processos. Segundo ilustrou o secretário, é como se a
administração de Apucarana carregasse consigo uma outra cidade de 25 mil
habitantes. “De 2013 a 2017, realizamos R$60 milhões em investimentos e R$60
milhões saíram dos cofres municipais para o pagamento de dívidas judiciais
(precatórios), onde é importante frisar que nenhum centavo foi de responsabilidade
da gestão do prefeito Beto Preto, mas de gestores que o antecederam e não
cumpriram com a obrigação de manter obrigações em dia, como direitos
trabalhistas e pagamento de fornecedores. Com R$120 milhões em investimentos,
certamente teríamos feito muito mais pela educação, saúde, assistência social,
esporte e lazer, infraestrutura urbana e rural, industrialização, entre outras
áreas”, ponderou Marcello Machado. Ele frisou que além dos R$1,11 milhão
mensais, há ainda as Requisições de Pequeno Valor (RPV). “Com isso, a
prefeitura todos os meses despende cerca de R$1,5 milhão para dívidas”,
revelou.
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Servidores públicos acompanharam a apresentação da LDO pelo secretário Marcelo Machado |
O temor de sequestro de valores junto aos
repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), sobretudo para saldar
pagamentos realizados a menor em 2017, enquanto não se consolidava a mudança de
que elevou o percentual a ser pago em precatórios (de R$290 mil para R$1,11
milhão/mês), foi descartada pelo secretário da Fazenda. “Temos um canal de
comunicação aberto com o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) e não acredito
nesta hipótese, pois tanto a equipe técnica que cuida das negociações
referentes a estes casos, quanto os desembargadores estão sensíveis ao caso de
Apucarana. Assim, vamos negociar e parcelar o atrasado, que é na casa dos R$10
milhões, sem necessidade de outras execuções”, respondeu Machado, salientando
que a Procuradoria Jurídica do Município encaminhará até 31 de agosto, a
relação dos débitos decorrentes de precatórios inscritos até 1º de julho para
serem incluídos na proposta orçamentária de 2019.
Os investimentos em obras previstos para
2019 também foram citados pelo secretário Marcelo Machado. “Além das iniciadas
neste ano, a administração tem planos de muitas obras para o próximo exercício,
em diversas áreas e bairros, que fazem parte dos motivos que levaram o prefeito
Beto Preto a manter-se no cargo e abdicar de disputar a eleição para deputado
Federal”, destacou.
LDO
2019 –
Tecnicamente, a LDO é um instrumento de conexão entre o Plano Plurianual (PPA)
e o Orçamento anual (LOA), estabelecendo a ligação orçamentária entre o curto e
o longo prazo. Segundo texto da proposta de lei entregue aos vereadores de
Apucarana, a elaboração orçamentária para o exercício financeiro de 2019 dará
maior prioridade para políticas de inclusão social; austeridade na gestão de
recursos públicos; promoção do desenvolvimento econômico sustentável; promoção
de desenvolvimento urbano; promoção do desenvolvimento rural; conservação e
revitalização do ambiente; combate à exploração de crianças e adolescentes;
promoção da saúde municipal; promoção do ensino/educação integral. As obras já
iniciadas terão prioridade na alocação dos recursos para a sua continuidade e
conclusão.
Uma vez aprovada a LDO pelos vereadores,
que deve acontecer até o recesso de meio do ano, a Prefeitura de Apucarana terá
até 30 de setembro para encaminhar o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA),
também para 2019.
Presenças – Acompanharam a audiência
pública de apresentação da LDO 2019 os vereadores Mauro Bertoli (presidente),
Antônio Carlos “Sidrin”, Márcia Sousa, Rodolfo Mota, Gentil Pereira, Luciano
Molina, Marcos da Vila Reis, Franciley “Poim” Godoi e Lucas Leugi. Os
secretários municipais presentes foram Laércio de Morais (Chefe de Gabinete),
Nicolai Cernescu Júnior (Gestão Pública) e Ana Paula Nazarko (Assistência
Social).