A palavra
de ordem "Fora Beto Richa" predominou na manifestação, organizada
pela APP Sindicato
Segundo
o dirigente sindical, os educadores tem uma pauta extensa, com mais de 50
itens, porém o ato foi focado em alguns pontos centrais para a categoria: o
congelamento dos salários desde 2016; a redução salarial dos professores
temporários (PSS); contra a redução da jornada de hora atividade e ataques às
licenças na distribuição de aulas; contra redução de turmas e fechamento de
escolas; em apoio ao projeto de lei de retirada de faltas consignadas
ilegalmente pelo governo estadual; e contra a Lei da Mordaça.
Hermes
classificou as medidas do governador Beto Richa (PSDB) como “totalitárias” e
dignas de um “estado de exceção”. Ele ressaltou a falta de palavra do
governador em relação a questão envolvendo os professores PPS. “O governador
está punindo aquele servidor que já tem os mais baixos salários do serviço
público do Estado”, apontou.
“É
um absurdo mexer com a jornada dos pedagogos e pedagogas, penalizando esses
profissionais. É um absurdo reduzir o salário dos PSS. Isso é uma crueldade
contra os professores, contra os servidores da educação”, comentou o deputado
Professor Lemos (PT), presente na mobilização junto com os colegas Péricles de
Mello (PT), Requião Filho (PMDB) e Tadeu Veneri (PT).
Em
estado de greve, professores e funcionários das escolas do Paraná já estão há
dois anos sem reajuste e não terão a reposição da inflação em 2018, como
anunciado semana passada pelo secretário da Fazenda, Mauro Ricardo. “Mesmo a
receita do Estado crescendo 6% em 2017, o secretário anunciou que novamente o
funcionalismo não terá reajuste. Ele [Mauro Ricardo] falou que os trabalhadores
da educação já recebem bem, mas porque não menciona os privilégios dos cargos
de alto escalão, dos comissionados?”, questionou Hermes Leão.
Prato vazio
Logo
após a mobilização em frente à Alep, servidores da educação ocuparam as
galerias da Assembleia para acompanhar a primeira sessão do ano e cobrar maior
fiscalização dos deputados em relação as ações do governador Beto Richa,
especialmente na apuração das denúncias da Operação Quadro Negro, que investiga
desvios de recursos na construção de escolas.
Ao
fazer a abertura da sessão, o secretário chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni,
fez um balanço de 2017 e afirmou que “a educação era uma prioridade do
governo”. A afirmação causou reação no funcionalismo público, que passou a
vaiar o homem de confiança do governador e entoar o coro de “fora Beto Richa”,
provocando a intervenção imediata do presidente da Alep, Ademar Traiano (PSDB).
Convidados
a se retirar da Casa do Povo, os servidores fizeram uma caminhada simbólica da
Alep até as portas do Palácio Iguaçu, com pratos vazios em mãos, que foram
deixados na entrada da sede do governo, simbolizando a redução de salários dos
professores contratados por Processo Seletivo Simplificado (PSS) e congelamento
de dois anos de salários do conjunto do funcionalismo. Do Brasil de Fato
via porém.net.