Anuário
revela ainda que estado registra índice importante de chacinas
A cada três horas
e meia, uma pessoa é vítima de morte violenta no Paraná. Em 2016, foram 2.914
ocorrências em todo o estado, segundo dados do Anuário de Segurança Pública,
divulgado ontem pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Mas não é só isso.
O Paraná se destaca (negativamente) também pelos casos de roubo a instituições
financeiras, chacinas e estupros.
Nos casos de roubo a bancos, o estado até
registrou uma queda de 9,9% nas ocorrências, que passaram de 454 em 2015 para
409 no ano passado. Ainda assim, permanece como o líder nacional na
estatística, quando considerado o número absoluto. Se levado em consideração a
taxa de ocorrências por 100 instituições financeiras, fica em segundo lugar,
com 8,2, atrás apenas da Paraíba (11,4, com 103 roubos).
Com relação às chacinas (ou homicídios
múltiplos, com mais de três vítimas), foram 12 casos em 2016, mesmo número de
2015, mas com alta no número de vítimas, que subiu de 38 para 39. O percentual
de casos em relação ao total de homicídios dolosos é o maior do país, de 1%,
índice igual ao do Rio de Janeiro, que registrou mais casos (41 ocorrências com
136 vítimas). O Rio Grande do Sul teve 26 casos com 90 mortes, mas o percentual
é mais baixo, de 0,6%.
Um dos dados mais preocupantes, porém, é
com relação à violência sexual. É que por aqui se registra, aproximadamente, um
estupro a cada duas horas. Em 2016 foram 4.164 ocorrências, alta de 2% na
comparação com 2015, o que deixa o Paraná em terceiro lugar no ranking
nacional, atrás apenas de Rio de Janeiro (4.308) e São Paulo (10.055).
Os números são preocupantes,
principalmente tendo em vista que o efetivo policial no estado está em queda.
Na Polícia Civil, por exemplo, o efetivo fixado (número ideal de oficiais) é de
7.305, mas no ano passado havia apenas 4.281 oficiais na corporação (efetivo
existente), com a perda de 77 agentes em relação a 2015.
Na Polícia Militar, a situação é parecida.
A corporação tem um efetivo fixado de 27.948 militares (considerando o Corpo de
Bombeiros), mas o efetivo existente em 2015, último ano com dados disponíveis,
era de 19.433 – um déficit de 8.515 policiais. Os dados de 2016 não foram
divulgados pela instituição.
Para cada policial
morto, 11 suspeitos vão parar no caixão
A violência no Paraná, porém, não se limita aos criminosos. É que a polícia do
estado está entre as que mais mata no país. Em 2016, foram 267 mortes
decorrentes de intervenção policial, alta de 8,5% na comparação com 2015,
quando haviam sido 246 óbitos. Na grande maioria dos casos (95,5%), a Polícia
Militar foi a responsável pelas mortes, com importante alta nas ocorrências
fora de serviço, que saltaram de 28 para 45.
Por outro lado, o estado registrou aumento de 31,6% no número de policiais
mortos em e fora de serviço. No ano passado foram 25 oficiais mortos contra 19
em 2015. As principais vítimas são os PMs, com 23 mortes (19 fora de serviço).
Já entre os policiais civis, foram dois óbitos não naturais ou em confronto,
ambos fora de serviço.
Com isso, então, temos que a polícia do Paraná, a quarta que mais mata no país,
é também a quarta que mais morre. Segundo a Sesp, isso ocorre porque os
criminosos estão cada vez mais bem armados, ao passo que a polícia tem
respondido mais agilmente aos chamados.
Bem Paraná