quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Paraná inaugura maior abatedouro de peixes do Brasil

(Foto:Divulgação)
A C.Vale inaugura, nesta sexta-feira (20), em Palotina, o maior abatedouro de peixes do Brasil. O novo empreendimento deve fortalecer a piscicultura de água doce no estado. A nova unidade tem como meta abater 75 mil tilápias por dia até o final de 2018.
Em processo de expansão, a piscicultura tem sido uma aposta de empresários do agronegócio no Paraná. A pioneira no ramo foi a cooperativa Copacol, que, em 2008, investiu em um dos maiores complexos integrados de peixes do país, instalado no Município de Nova Aurora.
Segundo o presidente da C. Vale, Alfredo Lang, com o novo abatedouro, a região Oeste do Paraná deve se tornar a maior unidade de processamento do país, chegando à capacidade total, que será de 600 mil peixes por dia.
“Nós estabelecemos uma meta de 75 mil e devemos concluir isso no ano que vem. Na sequência, queremos ir para 150 mil e de 150 mil para 300 mil e de 300 mil para 600 mil. Este que estamos fazendo hoje é o maior e mais moderno abatedouro de peixes do país, com esse volume que estamos começando”.
A estrutura física que está sendo construída, de 10.012 metros quadrados, foi construída com tecnologia suíça, norte-americana e brasileira, e terá capacidade de produção de 200 toneladas por dia. Ela foi construída para permitir a triplicação da produção apenas com a instalação de novas máquinas.
A C.Vale ainda não tem previsão de quando o abatedouro vai alcançar a capacidade máxima de processamento.

Oportunidade

A decisão sobre a construção do abatedouro se deve à oportunidade vista, pela cooperativa, na cadeia de distribuição interna e de exportação de frango. Segundo o presidente Alfredo Lang, os mesmos clientes já manifestam interesse no mercado de peixes. “Vamos seguir o exemplo do frango. Vamos fazer o filé, ter outros produtos, fazer produtos cozidos também. Vamos caminhar através de nossos clientes de frango, que serão nossos compradores do peixe, estão aguardando. Tanto no mercado interno quanto externo”, explica.
“É uma questão de tempo. O caminho já abrimos, que era o mais difícil: abrir o caminho para os clientes. E já temos mais pedidos do que estávamos planejando produzir inicialmente”, comemora Alfredo. Inicialmente, a venda deve ficar restrita ao mercado interno.
A produção vai começar com a integração de 70 cooperados. A C.Vale investiu R$ 110 milhões no abatedouro, que deve gerar 450 empregos. O abatedouro começou a ser construído em dezembro de 2016. A fábrica de rações que vai fornecer o alimento aos peixes entrou em operação em agosto.

Inauguração

A solenidade de inauguração terá seis mil convidados nesta sexta-feira. Associados, clientes e fornecedores da cooperativa no Brasil e no exterior foram chamados para o evento, que começa às 14h. A cerimônia acontecerá em tenda climatizada, no parque industrial, em Palotina.
A cerimônia também vai marcar os 20 anos do frigorífico de frangos que, atualmente, processa 540 mil aves/dia.
Para ter acesso ao local da inauguração, os convidados deverão apresentar credencial personalizada.

Fonte: agronegocio.paranáportal.uol

Arapongas: Prefeito reúne secretariado municipal

O prefeito Sergio Onofre, conduziu na manhã desta quinta-feira, mais uma reunião de trabalho com seu secretariado, com o objetivo de discutir assuntos referentes à avaliação e planejamento das ações de cada Secretaria Municipal.

Conforme o prefeito, estas reuniões são periódicas e fazem parte de medida adotada pela Administração desde o início do ano e tem propósito organizacional e de evolução constantemente das metas e planejamentos de cada Secretaria, conforme as prerrogativas de cada uma delas.

“Estas reuniões são muito importantes, pois além de mostrarem o trabalho que cada Secretaria vem desenvolvendo, também oportunizam uma união e uma maior integração entre os setores, com o objetivo de atender a nossa população com eficiência e bons índices de resolutividade”, comentou o prefeito. 

Durante a reunião, cada secretário teve a oportunidade de expor os projetos desenvolvidos em suas respectivas Pastas e demais ações inerentes ao bom andamento dos serviços públicos.

Nota Oficial da Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana

Direção da AMS publica informações oficiais sobre acidente entre ambulância e um caminhão na tarde de ontem, na BR 376
(Foto: Edson Denobi)
A Autarquia Municipal de Saúde, através do seu diretor presidente Roberto Kaneta, emite nota oficial a respeito do acidente ocorrido ontem à tarde, no km 391 da BR-376, em Imbaú, nos Campos Gerais, envolvendo uma ambulância da saúde pública do município.
O veículo era ocupado por quatro pessoas. A motorista da ambulância, uma criança que era transportada de volta a Apucarana após um atendimento médico especializado no Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, e seus pais.
A direção da AMS comunica com pesar que a criança, P.R.S.S, de um ano e seis meses, veio a óbito às 4h45 de hoje, no Hospital Doutor Feitosa, em Telêmaco Borba, para onde foi levada pelos socorristas da Concessionária RodoNorte. A AMS está aguardando a liberação do corpo para ser transladado para Apucarana no veículo da Autarquia Municipal de Serviços Funerários (Aserfa).
A mãe da criança, Cláudia Franciele de Medeiros, está internada no Hospital Bom Jesus de Ponta Grossa, consciente e seu estado é estável. O pai da criança, Vanderlei Silva dos Santos, também está internado no Hospital Bom Jesus de Ponta Grossa, em estado estável. A direção da AMS está tentando sua transferência para o Hospital da Providência de Apucarana.
A motorista da ambulância, a servidora Rosilda de Fátima Ferreira, está bem e já está em Apucarana. Segundo Rosilda, o acidente teria sido provocado pela queda da carga (placas de celulose) do caminhão sobre a ambulância, após o motorista perder o controle do veículo. A Polícia Rodoviária está apurando maiores detalhes sobre a circunstância do acidente.
O acidente entre a ambulância e o caminhão ocorreu por volta de 17 horas de ontem. A Autarquia Municipal de Saúde disponibilizou dois veículos para levar familiares das vítimas do acidente para Telêmaco Borba e Ponta Grossa na noite de ontem. O prefeito Beto Preto está acompanhando o caso e determinou atenção especial para as vítimas e familiares.


Temer foi salvo na CCJ com voto de três deputados do Paraná.

Rubens Bueno (PPS) votou contra Michel Temer
Dos quatro deputados federais do Paraná que integram a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, três votaram com o relatório que recomendou o arquivamento da segunda denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer (PMDB) por obstrução da justiça e organização criminosa. A lista dos que votaram para livrar Temer da investigação no Supremo Tribunal Federal inclui o ex-ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB), Evandro Roman (PSD) e Edmar Arruda (PSD). Apenas Rubens Bueno (PPS) votou pelo prosseguimento da denúncia. O parecer teve 39 votos favoráveis, 26 contrários e 1 abstenção.
A questão agora deve ser votada pelo plenário da Câmara na próxima quarta-feira. Para ter prosseguimento e seguir para o STF, a denúncia precisa receber o apoio de, pelo menos, 342 deputados, o equivalente a dois terços do total de 513 parlamentares da Casa. Havendo autorização da Câmara para prosseguimento da denúncia, os ministros da Corte decidirão se o presidente Michel Temer vira réu. Nesse caso, ele será afastado do cargo por até 180 dias.
A acusação contra Temer de obstrução da Justiça refere-se ao suposto aval dado pelo presidente para que a JBS comprasse o silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB/RJ) e do operador financeiro Lúcio Funaro, ambos presos.
Joesley Batista, da JBS, gravou uma conversa com Temer na noite de 7 de março na garagem do Palácio do Jaburu. No entendimento de Janot, o presidente concordou quando Joesley contou que estava pagando a Cunha e Funaro para que eles não contassem o que sabem sobre os esquemas ilícitos.
A acusação de envolvimento em organização criminosa resulta de uma investigação sobre o suposto “quadrilhão do PMDB da Câmara”. Relatório da Polícia Federal indicou que Temer tinha poder de comando nesse grupo e utilizava terceiros para executar tarefas sob seu controle.


quarta-feira, 18 de outubro de 2017

“Nenhum crime pode ficar impune”, disse Aécio, o culpado, quando condenou Dilma, a inocente


Quando votou pelo golpe que derrubou Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que depois foi flagrado em grampo da JBS pedindo R$ 2 milhões em propina e chegou a ser afastado do mandato pelo Supremo, disse com toda a sua hipocrisia: "Ninguém pode cometer crime impunemente"; relembre o vídeo
Minas 247 - Quando votou pelo golpe que derrubou Dilma Rousseff, em 2016, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse com toda a sua hipocrisia: "Ninguém pode cometer crime impunemente".
Muitos fatos aconteceram depois dessa votação que confirmaram que o golpe foi comprado e que Dilma, que foi deposta da presidência, era inocente, enquanto todos os políticos que articularam sua queda, eram corruptos.
Aécio, por exemplo, foi flagrado em um grampo da JBS pedindo R$ 2 milhões em propina ao empresário Joesley Batista e ameaçou de morte seu primo 'Fred', que pegaria o dinheiro pessoalmente, em malas.
O tucano chegou a ser afastado do mandato pelo Supremo Tribunal Federal e obrigado a se recolher noturnamente, mas foi salvo pelo Senado na noite desta terça, numa votação comprada.


Engenheiros se levantam com destruição promovida por Temer

Agência Brasil/Divulgação

Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros reage contra um projeto de lei anunciado pelo governo federal que visa flexibilizar a regulamentação profissional de engenheiros estrangeiros; "Isso significa que, mesmo diante de um trágico cenário de desemprego na engenharia brasileira, o governo irá privilegiar profissionais de outros países. Esta é uma medida entreguista que aprofunda a desnacionalização da economia e o desmonte da engenharia e da soberania", protesta a entidade; segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) há hoje ao menos 8.239 obras paralisadas em todo o País, num total de investimentos de cerca de R$ 32 bilhões; em entrevista à TV 247 no final de agosto, o presidente licenciado da Federação Nacional dos Engenheiros, Murilo Pinheiro, estimou que o Brasil tem hoje 50 mil engenheiros desempregados
247- Os engenheiros se levantaram nesta terça-feira 17 contra um projeto de lei anunciado pelo governo de Michel Temer que deverá ser anunciado ao Congresso com o objetivo de flexibilizar a regulamentação profissional de engenheiros estrangeiros (leia mais).
Em nota, a Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros afirmou que a proposta "significa que, mesmo diante de um trágico cenário de desemprego na engenharia brasileira, o governo irá privilegiar profissionais de outros países". "Esta é uma medida entreguista que aprofunda a desnacionalização da economia e o desmonte da engenharia e da soberania", protesta ainda a entidade.
De acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), atualmente há pelo menos 8.239 obras paralisadas em todo o Brasil, num total de investimentos de cerca de R$ 32 bilhões. "Esse cenário significa milhares de engenheiros desempregados no Brasil sem reposição dos postos de trabalho", continua a Fisenge, lembrando que "este processo foi iniciado pela Operação Lava Jato, que priorizou a penalização das empresas, no lugar das pessoas".
Em entrevista concedida à TV 247 no final de agosto, o presidente licenciado da Federação Nacional dos Engenheiros, Murilo Pinheiro, estimou que o Brasil tem hoje 50 mil engenheiros desempregados. Assista abaixo à íntegra da entrevista e leia a seguir a nota da Federação dos Engenheiros:
Fisenge repudia projeto que flexibiliza entrada de engenheiros estrangeiros no país
O governo federal anunciou o envio de um projeto de lei, ao Congresso Nacional, com o objetivo de flexibilizar a regulamentação profissional de engenheiros estrangeiros. Isso significa que, mesmo diante de um trágico cenário de desemprego na engenharia brasileira, o governo irá privilegiar profissionais de outros países. Esta é uma medida entreguista que aprofunda a desnacionalização da economia e o desmonte da engenharia e da soberania. Atualmente, de acordo com um levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) há, pelo menos, 8.239 obras paralisadas em todo o país, num total de investimentos de cerca de R$ 32 bilhões. Esse cenário significa milhares de engenheiros desempregados no Brasil sem reposição dos postos de trabalho. Este processo foi iniciado pela Operação Lava Jato, que priorizou a penalização das empresas, no lugar das pessoas. Repudiamos a corrupção e reivindicamos a punição de responsáveis, mas não podemos permitir esse método, que desmonta a engenharia brasileira e criminaliza as empresas.
Com o aquecimento da economia, entre os anos de 2002 e 2014, o país viveu um período de pleno emprego da engenharia. A preservação das empresas nacionais, o investimento público em infraestrutura e a valorização dos engenheiros brasileiros representam saídas para a crise econômica, uma vez que o mercado de trabalho da engenharia tem relação direta com o crescimento do país. O Brasil possui uma geração de engenheiros e de engenheiras altamente competentes com excelência tecnológica que, inclusive, foi responsável por uma das mais notáveis descobertas mundiais: a prospecção de petróleo em águas profundas, técnica que possibilitou a descoberta do pré-sal.
A justificativa do governo federal para "destravar o mercado da construção civil – imobiliário e de infraestrutura – para estrangeiros" é falaciosa e tem a finalidade de entregar o Brasil e os empregos a estrangeiros. Há que se destacar que não existe reciprocidade em outros países para a entrada e a admissão de engenheiros brasileiros.
Repudiamos, veementemente, esta medida e convocamos todos os profissionais, estudantes e entidades representativas dos profissionais e empresas de engenharia do Brasil para se mobilizar contra esta medida que acaba com o mercado para os profissionais e empresas brasileiras.
Rio de Janeiro, 16 de outubro de 2017.
Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros


Cardozo: Mídia escondeu que golpe foi comprado por Eduardo Cunha


Ex-ministro da Justiça e advogado da presidente deposta Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo criticou o comportamento da mídia brasileira, que tem ignorado o depoimento em que o doleiro Lúcio Funaro como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha comprou votos de deputados no impeachment de Dilma; "É como se quisessem esconder essa podridão debaixo do tapete, vamos só registrar que ela existe. Estamos diante de um impeachment presidencial em que alguém disse que houve compra de votos. Isso era para manchetes principais dos telejornais", disse; Cardozo confirmou a juntada da delação de Funaro aos autos do mandado de segurança que será julgado pelo STF, pedindo a anulação do impeachment
Rede Brasil Atual - O ex-ministro da Justiça e advogado da ex-presidenta Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, confirmou a juntada da delação do doleiro Lúcio Funaro aos autos do mandado de segurança que será julgado pelo STF, pedindo a anulação do impeachment.
"Se nós tivermos um julgamento justo, dentro daquilo que manda a Constituição, dentro daquilo que mandam as nossas leis, não tenho a mínima dúvida de que esse processo de impeachment é nulo, absolutamente nulo", disse Cardozo, em entrevista a Marilu Cabañas e Glauco Faria na Rádio Brasil Atual. "Agora tudo se comprova mais ainda com essa delação do doleiro Lúcio Funaro de que Eduardo Cunha, um dos grandes – senão o grande – mentores do processo de impeachment, comprou votos. É a comprovação do desvio de poder, daquilo que nós falamos desde o início da defesa de Dilma Rousseff e depois levamos ao noticiário."
O ex-ministro criticou o comportamento da mídia em geral, que tem ignorado o depoimento do doleiro em relação à denúncia de compra de votos para se aprovar o impedimento da ex-presidenta. "Dá impressão que alguns jornais só publicaram para dizer que publicaram. Estamos diante de um impeachment presidencial em que alguém disse que houve compra de votos. Isso era para manchetes principais dos telejornais."
Cardozo também comentou o fato de ter feito a defesa de Dilma Rousseff no Senado, no final de agosto de 2016, quando na prática os parlamentares já tinham se decidido a derrubar a presidenta, a despeito de argumentações técnico-jurídicas. "Quando o juiz não está disposto a ouvir as razões do advogado, quando está surdo, fale mais alto para que seus gritos sejam ouvidos fora da sala de audiência e aqueles que estão lá fora percebam o que está acontecendo, percebam a injustiça. No fundo, foi essa linha que nós seguimos."
Confira abaixo os principais trechos da entrevista.
Anulação do impeachment de Dilma
Se nós tivermos um julgamento justo, dentro daquilo que manda a Constituição, dentro daquilo que mandam as nossas leis, não tenho a mínima dúvida de que esse processo de impeachment é nulo, absolutamente nulo. As provas são evidentes, não havia crime de responsabilidade cometido por Dilma Rousseff, foram pretextos utilizados para que ela fosse substituída do cargo.
Há um claro vício que costumamos chamar no Direito de desvio de poder, que é quando você utiliza uma competência que a Constituição e a lei lhe dão para atingir uma finalidade que não é aquela que a lei determina. Isso aconteceu com o Parlamento brasileiro, ou seja, promoveram um processo de impeachment não para punir uma presidenta da República porque tinha praticado crime de responsabilidade, mas para afastá-la do cargo porque ela incomodava setores da elite brasileira, incomodava setores da classe política brasileira.
Agora tudo se comprova mais ainda com essa delação do doleiro Lúcio Funaro de que Eduardo Cunha, um dos grandes – senão o grande – mentores do processo de impeachment, comprou votos. É a comprovação do desvio de poder, daquilo que nós falamos desde o início da defesa de Dilma Rousseff e depois levamos ao noticiário. Estamos juntando isso e se alguém duvidava que a situação era desgarrada da moralidade, da democracia, do estado de Direito, agora se comprova e se espera que o Judiciário decida a respeito.
As provas da nulidade do impeachment
Em condições normais, com as provas que juntamos era para anular o processo de impeachment, não tenho dúvidas disso. Quando falo em condições normais, digo que, para haver uma decisão judicial, é preciso ter prova. E prova tem. A nulidade do impeachment é escancarada.
Os governos anteriores, Lula, Fernando Henrique Cardoso, tinham praticado os mesmos atos e nem o Tribunal de Contas nem ninguém disse que havia alguma ilegalidade, não havia nenhum jurista que dissesse que aquilo era ilegal. De repente se criou uma tese de que era ilegal e Dilma disse: "tá bom, já que a tese é essa que o Tribunal está decidindo, então vamos manter". Mudou e "não, não, (Dilma) vai ser punida pelo passado". Uma vergonha.
O desvio de poder ficou escancarado, notório, Eduardo Cunha disse que se o PT não desse os votos para tirá-lo da Comissão de Ética da Câmara iniciaria o impeachment, e quando o PT disse "não vamos apoiar Eduardo Cunha, vamos abrir o processo de cassação", uma hora depois ele deu uma coletiva dizendo que estava aberto o processo. E não escondeu de ninguém, estou abrindo o processo em represália mesmo, porque Dilma Rousseff não conseguiu os votos do PT pra me ajudar.
Depois disso, tiveram vários episódios, como o áudio do senador Romero Jucá dizendo que era preciso tirar Dilma e fazer um pacto para acabar com a sangria da classe política brasileira. E agora se afirma textualmente que houve pagamento – boato que existia há muito tempo – no depoimento do Funaro. É um conjunto de provas evidente, aberto, de que o impeachment foi nulo. E se estamos em um Estado de Direito, tem que voltar.
Mídia minimiza compra de votos
Se você observar, o espaço dado pelos jornais a esse fato é mínimo. Dá impressão que alguns jornais só publicaram para dizer que publicaram. Estamos diante de um impeachment presidencial em que alguém disse que houve compra de votos. Isso era para ser manchete dos principais telejornais.
Chega a ser assustador o que acontece no Brasil. Parece que para alguns fatos se faz um registro apenas para constar, "olha, publiquei". Em relação a outros, quando atinge certas pessoas, inclusive em situações muito menos graves, às vezes construídas, acaba tendo grande repercussão. É como se houvesse fatos que não interessam e outros que interessam muito, mesmo que não existam.
Nos jornais, essa declaração do Funaro foi minimizada ao máximo, era uma notinha no jornal, uma tripinha. É como se quisessem esconder essa podridão debaixo do tapete, vamos só registrar que ela existe. Muito triste.
Estado de exceção
O que é um Estado de exceção? É a negação do Estado de direito, que é aquele que tem certas regras e se cumprem as regras, as pessoas são governadas pelas leis. Hoje não temos isso, a lei diz uma coisa e o Estado faz outra; a lei diz uma coisa e tem abuso, desrespeito a prerrogativas.
Efetivamente estamos vivendo dias de Estado de exceção, e o que mais me preocupa é que tem gente que aplaude isso e não percebe que quando a exceção está na sala de estar do vizinho, amanhã ou depois vai chegar na sua cozinha, no seu dormitório. Quando você abre mão de regra, direito, princípio, garantia, você está abrindo mão para o outro e também no futuro para você. Se você não tem a dimensão humana da solidariedade, pelo menos seja pragmático, perceba que a exceção vai te aniquilar.
A defesa no Senado e a certeza da derrota
Tínhamos muito claro naquele momento (época da apresentação da defesa da presidenta no Senado, em 30 de agosto de 2016) que o processo de impeachment estava consumado. Não tinha nenhuma dúvida sobre isso. Eu pessoalmente não tinha nenhuma dúvida, desde que a coisa chegou no plenário da Câmara era muito claro. E ali havia duas alternativas para a defesa de Dilma Rousseff. Ou se partia para a situação dizendo "vou me ausentar, não vou fazer a defesa, vou denunciar que isso é uma farsa e vou embora", nomeando um advogado dativo e o impeachment sendo consumado, ou se aproveitava o processo para desmascará-lo, para desnudá-lo aos olhos do povo e mostrar que aquilo era uma farsa.
Naquele momento, me lembrei muito de uma situação que vivi na ditadura militar. Era estudante à época, peguei o finalzinho da ditadura e me lembro de uma palestra em que um professor foi arguido sobre como se sentiam os advogados na ditadura sabendo que as cartas eram marcadas e que a condenação era inexorável, não adiantava fazer nada porque a condenação era irremediável. Como se sentia o advogado naquele momento?
E veio uma resposta que me marcou e esteve presenta na minha cabeça durante o impeachment de Dilma. Quando o juiz não está disposto a ouvir as razões do advogado, quando está surdo, fale mais alto para que seus gritos sejam ouvidos fora da sala de audiência e aqueles que estão lá fora percebam o que está acontecendo, percebam a injustiça. No fundo, foi essa linha que nós seguimos.
A vida e a história
Há momentos que a gente fala para a vida, e há momento que a gente fala para a história. A gente fala para a vida quando acha que pode reverter os fatos daquele momento, e para a história quando acha que não pode reverter, vai ser engolido pela vida, mas precisa deixar marcado o que aconteceu, até como exemplo para que no futuro não ocorra mais.
A defesa foi muito isso, inclusive para mim era uma defesa em que tinha que me controlar muito emocionalmente, foi muito difícil. Eu tinha que ter a serenidade para dar o argumento técnico e mostrar que aquilo era uma verdadeira palhaçada, ao mesmo tempo que não podia usar a palavra "palhaçada" e passar do tom. Mas foi realmente um exercício de contenção interna para que pudesse cumprir meu papel.
A determinação de Dilma
Claro que sou amigo de Dilma, mas tenho uma admiração profunda pela força que essa mulher tem. E naquele dia (30 de agosto de 2016, em sua defesa no Senado) que ela ficou horas no depoimento, estava em um nível de exaustão que era impressionante, e em alguns momentos percebi ela exausta e falava: a senhora quer que peça que pare? O próprio presidente Ricardo Levandowski consultava: "tá tudo bem, continuamos?". E ela dizia: "eu vou até o fim". Uma determinação, uma força interior para vencer adversidades que fica como exemplo para a história da combatividade de uma mulher que foi atingida, discriminada, injustiçada, e que perdeu seu cargo de pé, lutando até o final.

Convivi com Dilma desde 2010, participei da coordenação da sua campanha e minha função era acompanhar as viagens, cuidar da agenda e do jurídico. Nunca vi nada que a desabonasse. E quando ela percebia que tinha alguma coisa errada, ela ia violentamente para cima disso. Não foram poucas as vezes em que ela me chamou como ministro da Justiça e dizia: "Veja o que está acontecendo lá e tome as medidas necessárias". Não importava se fosse companheiro, amigo, inimigo. Ela é intransigente nessa questão ética. Tenho absoluta convicção de que quem falar alguma coisa está inventando, nunca vi absolutamente nada que pudesse desabonar Dilma Rousseff nesse aspecto.

Mauro Bertoli presta contas no plenário, mas não revela gastos com publicidade

O blog fez uma busca no Portal de Transparência da Câmara e encontrou lançamentos de pagamentos à imprensa local superior R$ 33 mil reais durante o mês de setembro. Embora a despesa com publicidade seja constitucional, não se conhece o motivo do receio do presidente em mostrar os números no plenário da casa.


O presidente da Câmara Municipal de Apucarana Mauro Bertoli (DEM) fez no Plenário da casa, durante a sessão ordinária realizada na tarde desta segunda-feira (16), a prestação de contas referente movimentação financeira verificada no mês de setembro/2017. A medida deveria atender ao disposto na Lei Municipal 263/12, mas o demonstrativo que deveria ser esclarecedor, se transformou num emaranhado de dúvidas.  Dois quadros das despesas com números diferentes foram apresentados, um lançado a título de despesa geral (R$ 536.370,28) e outro a título de despesas pagas (R$ 646.975,16).  A medida adotada dificulta a leitura e a identificação dos pagamentos realizados para os veículos de comunicação social (imprensa), relativo aos gastos com publicidade.
É fato que o presidente, durante as prestações de contas em Plenário, não gosta de mostrar os valores pagos à imprensa local.  Em nenhum ato de prestação de contas em plenário, desde que assumiu a presidência em janeiro, foi feito referência aos valores destinados aos veículos. A despesa com publicidade é constitucional e não se conhece o motivo do receio do presidente na revelação dos números.
De acordo com o art. 1º da Lei 263/12, a prestação de contas deve ser realizada de forma detalhada e o não cumprimento pode acarretar sanções previstas no Decreto Lei 201/67, que trata da responsabilidade de prefeitos e vereadores. Segundo o dicionário da língua portuguesa, DETALHAR, significa: Descrever com todos os detalhes, minuciar ou pormenorizar, mas os responsáveis pela elaboração do demonstrativo para apresentação no Plenário, parece que faz questão de ignorar o sentido da palavra.
Segundo o relatório apresentado, o saldo disponível em 31/08 era de R$ 1.661.865,20. O duodécimo transferido pela Prefeitura foi de R$ 828.692,57 e a renda com aplicação financeira R$ 4.339,49. O demonstrativo mostrou ainda, o montante de despesas geral no total de R$ 536.370,28 e o total de despesas pagas no valor de R$ 646.975,16. Conforme anunciado pelo presidente, o saldo disponível em conta corrente no dia 30/09 é de R$ 1.847.922,10.
O blog fez uma busca no Portal de Transparência e encontrou os seguintes lançamentos de valores pagos à imprensa:
DOC
VEÍCULO
MÊS/REF
VL BRUTO
03
Tribuna do Norte
08/2017
12.500,00
04
AN Notícias
06/2017
1.875,00
07
TV Tibagi
07/2017
5.138,25
08
TV Mais
07/2017
2.645,00
09
Rádio Nova AM
07/2017
7.834,32
15
AN Notícias
07/2017
1.875,00
16
Idem
08/2017
1.875,00


Soma
33.742,57
02
Rádio Cultura (*)
08/12
3.850,00
  (*) Serviço de transmissão das sessões                    

Confira a relação das despesas apresentadas no Plenário
01
Folha de Pagamento

425.743,55
02
Material de consumo

19.163,06
03
Serviços Terceiros (PJ)

16.560,00
04
Diárias

940,24
05
Indenizações trabalhistas

2.264,86
06
Encargos Sociais (INSS/FGTS)

90.909,31
07
Material permanente

45,00


Soma
536.370,28


CCJ encerra discussão e pode votar denúncia contra Temer ainda hoje

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após cinco horas de debates, a CCJ da Câmara encerrou a discussão da denúncia do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot contra  Michel Temer, e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral); discursaram 48 deputados favoráveis à continuação da denúncia, e 13 contrários. O parecer do relator, deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), apresentado no último dia 10, é pela não autorização para abertura de processo contra Temer e os dois ministros; os três são acusados pelo Ministério Público Federal pelos crimes de organização criminosa e obstrução da Justiça; votação na CCJ ainda poderá ocorrer hoje, após a fala do relator e dos advogados dos três acusados.
Agência Câmara - Após cinco horas de debates, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) encerrou a discussão da denúncia do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o presidente da República, Michel Temer, e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).
Discursaram 48 deputados favoráveis à continuação da denúncia, e 13 contrários. O parecer do relator, deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), apresentado no último dia 10, é pela não autorização para abertura de processo contra Temer e os dois ministros. Os três são acusados pelo Ministério Público Federal pelos crimes de organização criminosa e obstrução da Justiça.
A votação na CCJ ainda poderá ocorrer hoje, após a fala do relator e dos advogados dos três acusados.
A reunião foi suspensa e será retomada às 16 horas.
Leia reportagem anterior, da Reuters, sobre o assunto:
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), reabriu nesta quarta-feira pela manhã a sessão de discussão sobre a tramitação da denúncia contra o presidente Michel Temer, que poderá ser votada ainda nesta tarde pelo colegiado.
Até a noite anterior, constavam ainda nove deputados inscritos para se pronunciarem na CCJ sobre a acusação criminal contra o presidente e também os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria do Governo.
Na manhã de quarta-feira, novas inscrições foram feitas: ao menos quatro de deputados contrários a Temer e de um favorável, a do deputado Carlos Marun (PMDB-MS).
Desde a véspera, a estratégia de deputados governistas é acelerar os trabalhos com a dispensa de fazer discursos.
A ordem é tentar votar o parecer do deputado Bonifácio Andrada (PSDB-MG) contra o prosseguimento da denúncia até a quinta-feira na CCJ e, na próxima semana, no plenário da Câmara.