sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Gleisi tem razão ao pedir 'Fora, Moro'

A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, ensina que um magistrado imparcial não pode esconder "prova" contra o acusado. Por isso ela tem razão quando grita 'Fora, Moro!'
A dirigente petista denunciou nesta sexta-feira (6) que o juiz Sérgio Moro, da lava jato, diz ter "prova secreta" contra o ex-presidente Lula.

"Moro diz ter 'prova secreta', e impede que advogados de Lula possam fazer ampla defesa. Não pode um juiz ou o órgão de acusação escolher as partes do documento que a defesa pode ter conhecimento", escreveu Gleisi nas redes sociais.

O PT e os defensores de Lula afirmam que o comportamento de Moro "contraria todas as regras nacionais e internacionais sobre o devido processo legal ao negar à defesa acesso a documentos que a acusação dispõe e utiliza no processo". "A 'prova secreta' é inadmissível e irá gerar a nulidade de todo o processo", diz uma nota dos advogados do ex-presidente.
Ou seja, Gleisi e o PT têm razão ao pedir 'Fora, Moro!' do processo requerendo a suspeição do magistrado. Sérgio Moro não é juiz, é parte, é partido, é lava jato. Só não vê quem não quer.


Veja tenta agora destruir o monstro que alimentou

Reprodução: Fernando Frazão/Agência Brasil

A capa de Veja deste fim de semana é sintomática; ao tratar o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) como "ameaça", a revista da Abril, que contribuiu para criminalizar a política com seu jornalismo de guerra movido contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente deposta Dilma Rousseff, tenta destruir o monstro do fascismo que ela própria ajudou a alimentar; o plano da direita brasileira era promover um golpe e realizar uma "ponte para o futuro", que seria a volta do PSDB ao poder; como deu tudo errado, a mudança de rota agora prevê o combate ao maior beneficiário do ambiente de ódio e desesperança implantado no País por publicações como Veja
247 – "Delenda Bolsonaro". Eis o novo grito de guerra que ecoa na Marginal Pinheiros, onde se editam as revistas da Editora Abril.
Na nova capa de Veja, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) é tratado como "ameaça" e passa a ser o novo alvo a ser destruído.
Esse foco no candidato que se consolidou em segundo lugar nas pesquisas é motivado pelo fracasso do golpe de 2016.
Com seu jornalismo de guerra voltado para a destruição do ex-presidente Lula e da presidente deposta Dilma Rousseff, Veja não alcançou seus objetivos. A meta era criminalizar o PT e colocar Michel Temer no poder para realizar reformas impopulares da chamada "ponte para o futuro". Por futuro, entenda-se PSDB.
Como se sabe, tudo deu errado. O golpe apodreceu num mar de corrupção e hoje os políticos do PMDB e do PSDB estão entre os mais impopulares do País, segundo a pesquisa Ipsos. Para piorar o desespero dos meios de comunicação, Lula lidera todas as pesquisas e disputaria um segundo turno com Bolsonaro.
Era natural que o ambiente de ódio disseminado pela mídia tradicional favorecesse o candidato mais identificável com esse sentimento. O prefeito de São Paulo, João Doria, bem que tentou surfar nessa onda, mas o público deixou claro que prefere o original ao genérico.

Agora, portanto, o jornalismo de guerra entra em uma nova etapa de sua batalha. Primeiro, é preciso destruir Bolsonaro para depois retomar os ataques a Lula.

Para combater informações falsas, advogados criam a "TV Lula"


Diante da enxurrada de ataques com falsas informações a Luiz Inácio Lula da Silva, a equipe jurídica do ex-presidente montou uma estrutura de comunicação própria, para levar aos brasileiros as informações corretas, muitas vezes omitidas pela imprensa tradicional; desde maio, uma equipe de sete profissionais —incluindo roteirista, produtor e câmera— produz vídeos dedicados à defesa de Lula, direcionados sobretudo às redes sociais; a maioria dos filmes tem entre 5.000 e 20 mil visualizações, mas há picos de 200 mil em alguns casos
247 - Insatisfeita com o espaço ocupado na imprensa, a assessoria jurídica do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem agora sua própria estrutura de comunicação.
O objetivo é levar à população informação correta sobre o petista, vítima constante de ataques, uma vez que lidera todas as pesquisas para as eleições de 2018.
Desde maio, uma equipe de sete profissionais —incluindo roteirista, produtor e câmera— produz vídeos dedicados à defesa de Lula, direcionados sobretudo às redes sociais.
A equipe alimenta as páginas "A Verdade de Lula" no Facebook e as do casal de advogados Cristiano Zanin e Valeska Teixeira Martins. 
Um fotógrafo/cinegrafista acompanha os advogados de Lula nas viagens para produção de imagens e declarações, a exemplo dos depoimentos prestados pelo ex-presidente ao juiz Sergio Moro na cidade de Curitiba.
Os vídeos têm duração média de dois a cinco minutos e são produzidos em geral ao ritmo de um por dia.

FORÇAS ARMADAS: 30º BIMec recebe comandante da 5ª Divisão do Exército Brasileiro

Empossado recentemente para o comando, general Carvalho conheceu de perto atividades da unidade militar em Apucarana 
(Foto: Divulgação)

O comandante da 5ª Divisão de Exército (5ª DE), general de Divisão Lourival Carvalho Silva, conheceu nesta semana as instalações do 30º Batalhão de Infantaria Mecanizado Sentinela do Norte do Paraná (30º BIMec), de Apucarana. Responsável pelo setor operacional do Exército Brasileiro no Paraná e em Santa Catarina, ele esteve acompanhado do general de Brigada, Marcos de Sá Affonso da Costa, comandante da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada (15ª Bga Inf Mec), com sede em Cascavel.
Recepcionado em um jantar quarta-feira (04/10) pelo comandante do 30º BIMec, tenente-coronel Luis Barbosa Deina, e pelo prefeito de Apucarana, Beto Preto, o general de divisão explicou que responde pela 5ª Região desde o final de julho deste ano, quando assumiu o comando em solenidade realizada no Quartel General do Pinheirinho, em Curitiba. “A 5ª Divisão de Exército exerce a sua competência constitucional nos Estados do Paraná e Santa Catarina, atuando em garantia da soberania do país, desempenhando sua missão interna no plano operacional de salvaguardar a lei, a ordem e os poderes constituídos. A estada hoje em Apucarana teve por objetivo conhecer de perto as atividades da unidade militar”, destacou General Carvalho.
A trajetória e capacidade do comandante foram enaltecidas pelo prefeito Beto Preto. “Trata-se de um oficial oriundo da Arma de Cavalaria, com experiência como Comandante de Organização Militar e Grande Unidade, já atuando em diversas missões internacionais”, pontou Beto, que na recepção ao general esteve acompanhado do vice-prefeito Júnior da Femac. Também prestigiou a visita o colaborador Emérito do Exército, Oezir Marcelo Kantor.
Trajetória – Nascido em 10 de dezembro de 1958, em Paraguaçu Paulista (SP), General Carvalho iniciou sua carreira militar em 3 de março de 1975, na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, sediada em Campinas (SP). Foi declarado Aspirante a Oficial da Arma de Cavalaria em 12 de dezembro de 1981, sendo classificado no 1o Regimento de Carros de Combate, no Rio de Janeiro e, ainda, como Aspirante a Oficial, foi designado para a XXIV Viagem de Instrução do Navio-Escola Custódio de Mello.
Além dos Cursos de Formação, Aperfeiçoamento e de Altos Estudos Militares, possui ainda os cursos de: Piloto de Aeronave na Marinha do Brasil; Aplicação de Aviação do Exército na França; Piloto de Combate no Centro de Instrução de Aviação do Exército; Preparação de Instrutores de Voo na Força Aérea Brasileira; e Relações Internacionais na França.
Das condecorações com que foi agraciado, destacam-se a Ordem do Mérito da Defesa, Militar, Naval, Mérito Aeronáutico e Judiciário Militar; Medalha Militar de Ouro com passador de Platina; Medalha do Pacificador; Medalha Marechal Hermes de bronze com uma coroa; Medalha Marechal Osório; Medalha Marechal Trompowsky; além de cinco condecorações estrangeiras.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Prefeitura


Richa distorce Simples para aumentar imposto, acusa Arruda

Relator do Simples Nacional, sancionado no ano passado, o deputado paranaense João Arruda, do PMDB, assina artigo denunciando que o governo Beto Richa “distorce” o Simples para promover aumento de imposto.
Segundo ele, a notícia veiculada pelo governo sob o titulo "Paraná mantém a menor tributação do País para pequenas empresas" é “flagrantemente recheada de inverdades e meias verdades, para tentar convencer as pessoas de que as mudanças propostas pelo governador não serão prejudiciais aos pequenos empreendedores”.
Como relator do Simples Nacional João Arruda assegura que a citação de que "por imposição de legislação federal, o Governo do Estado enviou para a Assembleia Legislativa projeto de lei para adequar as quantidades e os intervalos das faixas de tributação e instituir alíquotas progressivas do ICMS vai contra o que foi debatido e aprovado na Câmara Federal”.
-- O Simples Nacional dá aos estados e municípios autonomia para que administrem o ICMS e o ISS, respectivamente. É de se presumir que o próprio governador Beto Richa está alheio aos benefícios do Simples. Esses benefícios estão sendo retirados dos empresários do Paraná através da medida de seu secretário da Fazenda, Mauro Ricardo, acusou Arruda.
O deputado peemedebista sustenta que “Richa está para acabar com os avanços do Simples no Paraná” e acusa que o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo “está agindo de má-fé”.
Isto porque – diz – o secretário esteve com ele, em seu gabinete, tratando do novo Simples, quando relatou o projeto.
Testemunho
Até para que “não pareça mera oposição de ocasião, mas que se legitime a gravidade da decisão do governador Beto Richa”, o deputado João Arruda sugere que sejam consultados também os deputados federais Luiz Carlos Hauly (PSDB) ou Rubens Bueno (PPS), uma vez que eles compõem a base do governo.
Arruda adianta que levará a perspectiva de Mauro Ricardo ao presidente da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa (a maior frente do Congresso Nacional), deputado Jorginho Mello, e ao presidente do Sebrae, Afif Domingos, um requerimento para que a Receita explique a suposta necessidade de leis estaduais aumentarem o ICMS, além de quais estados estão agindo nesse sentido.
-- O Paraná perde e o governo do estado dá mais uma demonstração de desrespeito ao parlamento brasileiro, lamenta o deputado. Com informações da jornalista Roseli Abrão.


PF: esquema de desmatamento no Pará era comandado por paranaenses

(Foto: Divulgação/PF-PA)

Os principais alvos da operação Anhangá Arara, da Polícia Federal (PF) são paranaenses. A operação, que investiga um esquema de desmatamento na Amazônia no Pará e apura um prejuízo ambiental de quase um bilhão de reais, foi desencadeada na quarta-feira (4) em três estados.
O madeireiro paranaense de União da Vitória Nelson da Silva, patriarca da família investigada, seria o líder do esquema.
Na Região Sul, os mandados expedidos pela Justiça Federal de Altamira, no Pará, foram cumpridos em residências dos investigados, em Curitiba e União da Vitória, cidade de origem da família no Paraná, além de Porto União, em Santa Catarina.
As atividades da Madeireira Silva & Suski deram origem à investigação. A empresa está em nome do filho de Nelson, o engenheiro florestal Daniel Antonio da Silva.
A Tropicalmad Indústria de Madeiras, com sede em União da Vitória, em nome da ex-esposa de Nelson, seria responsável pela exportação. Uma empresa chamada Nelson da Silva Indústria, era intermediária. A Madeireira Silva & Suski e a Nelson da Silva Indústria foram fechadas pela Justiça.
De acordo com a PF, madeiras nobres na Terra Indígena Cachoeira Seca, no oeste do Pará, eram extraídas de maneira ilegal pelas madeireiras investigadas e depois eram exportadas.
O escoamento era feito pelos portos de Paranaguá, no Paraná, Itajaí, em Santa Catarina, e de Belém, no Pará, depois que a carga passava por uma rota de fachada para dar impressão de legalidade.
A investigação aponta que grupo fraudava créditos florestais por meio de inserção de dados falsos no Sisflora – um sistema de controle de produtos florestais, além de utilizar Planos de Manejo Florestal que não eram cumpridos.
Um dos levados a depor na operação da PF é funcionário da Secretaria de Meio Ambiente do Pará. Ele é suspeito de fraudar guias florestais para legalizar a madeira.
O delegado responsável pela operação, Yuri Rodrigo de Oliveira, afirma que a empresa usada para a exportação tem sede no Paraná.
“O patriarca da família é responsável pela coordenação da extração ilegal e pelo escoamento da madeira para essas três empresas”, explica o delegado responsável pela operação, Yuri Rodrigo de Oliveira.
“A empresa base, a Silva & Suski, era responsável por receber toda madeira extraída e legalizar essa madeira aqui. Após a legalização, através da inserção de dados falsos no Sisflora, e através de fraude em créditos florestais, dava um teor legal à madeira, transmita a uma empresa intermediária – Nelson da Silva Indústria – e depois transmitia, já com teor legal, para a empresa Tropicalmad que era responsável pela exportação. Um esquema criminoso altamente arquitetado. Não são amadores”, afirma o delegado.
Além de Nelson, que seria o líder do esquema, foram ouvidos após condução coercitiva os funcionários dele, Carlos Esteves, e Egon Behrens.

Desmatamento 

A investigação da madeireira Silva e Suski teve origem em uma fiscalização do Ibama, em 2015. O instituto confiscou maquinário da madeireira dentro da reserva Cachoeira Seca. A empresa acumula quatro multas no Instituto, num total de R$ 611 mil.
Com o relatório do Ibama, a PF passou a investigar a operação. O delegado afirma que mesmo com a ação do Ibama, a empresa não parou de desmatar.
O principal alvo dos madeireiros é o ipê, uma madeira de alto valor comercial e facilmente identificada na floresta pela cor das flores.
(Foto: Divulgação/ISA)

O lucro com o ipê compensaria a abertura de centenas de quilômetros de estradas. Levantamento do Instituto Socioambiental mostra que a exploração ilegal de madeira foi responsável por abrir 892 quilômetros de vias clandestinas dentro da Cachoeira Seca ao longo dos últimos cinco anos.
O método de desmatamento consiste em abrir estradas e ir até as árvores, sem que grandes clareiras fiquem expostas ao registro de satélites e aeronaves.
“Após a fraude em créditos florestais mediante a inserção de dados falsos no sistema Sisflora, após o esquentamento da madeira, o grupo escoava a madeira para outras empresas, com destino final na exportação”, completa. Segundo ele, a madeira era vendida para países como Estados Unidos, Panamá, Argentina e países da Europa e Ásia.

Cachoeira Seca

O nome da operação, Anhangá Arara, significa proteção à morada dos índios. Habitada por um grupo indígena da etnia Arara, que se manteve isolado até 1987, Cachoeira Seca é a terra indígena do país com a maior taxa de desmatamento recente.
Somente no ano passado, foram desmatados 1.315 hectares, segundo Instituto Socioambiental. Não há um levantamento para estimar a área desmatada pelo grupo investigado na Operação Anhangá Arara.

Justiça Federal 

processo está em sigilo. A juíza federal Maria Carolina Valente do Carmo, da Vara Federal de Altamira, também determinou o bloqueio de bens dos investigados. Os valores não foram informados.
Uma perícia da Polícia Federal estima o dano ambiental em um valor aproximado de 574 milhões de reais, referentes a extração ilegal de madeira e mais 322 milhões em produtos florestais extraídos ou destruídos na abertura das áreas classificadas como ‘corte raso’.
No total, a Justiça Federal do Paraná expediu dez mandados de condução coercitiva – quando a pessoa é encaminhada para depor por força policial -, seis mandados de busca e apreensão e 11 de sequestro de bens e valores.

Defesa

A reportagem entrou em contato com o filho de Nelson da Silva, que não quis se pronunciar.
O advogado Maurício Dieter, que representa a família, afirmou que o inquérito está finalizado e que vai se manifestar em juízo, no devido processo legal.

Fonte: paranaportal.uol

Fim da estabilidade de servidores públicos visa demissão em massa, dizem sindicatos

Em tramitação no Senado, projeto gera polêmica; defensores afirmam que medida seria para garantir eficiência

Atualmente, a legislação autoriza a demissão, mas o trâmite se dá por meio 
de um processo administrativo / Wikicommons

O fim da estabilidade de servidores públicos, aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, nessa quarta-feira (4), preocupa entidades sindicais. A medida está em discussão no Congresso através doProjeto de Lei do Senado (PLS) 116/2017. Para o diretor-executivo da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), Pedro Armengol, a medida seria uma forma de possibilitar uma demissão em massa, reduzindo o tamanho do Estado:
"O que eles querem é uma margem pra ter a possibilidade de demitir servidor público sem nenhum tipo de justificativa porque, com o ajuste fiscal, a partir da Emenda Constitucional 95 [que cria o teto dos gastos públicos ], a União, os estados e municípios vão ter que demitir servidores porque não vão ter recursos financeiros disponíveis para pagá-los”, diz.
O projeto é de autoria da senadora Maria do Carmo Alves (Dem/SE) e autoriza a perda do cargo público por “insuficiência de desempenho”. Atualmente, a legislação autoriza a demissão, mas o trâmite se dá por meio de um processo administrativo.
Os parlamentares favoráveis ao PLS afirmam que a medida é importante para garantir a eficiência no serviço público. No entanto, críticos da proposta dizem que ela se baseia em critérios subjetivos de avaliação, o que abriria margem para possíveis arbitrariedades.
Para o servidor público federal Danilo Morais, o projeto insere o serviço público em uma lógica semelhante à da esfera privada. Ele acredita que a medida vai gerar insegurança e questionamentos judiciais: 
“O Fisco não pode ter meta de resultados cada vez mais ambiciosas como um vendedor, por exemplo, pode ter. Um vendedor tem que vender cada vez mais. Agora, quem trabalha no Fisco não pode arrecadar cada vez mais. A lei tributária vai dizer até quando ele pode tributar e quando ele deve parar. Imagine, por exemplo, um trabalhador que trabalha num protocolo de uma repartição burocrática. Ele vai bater meta de que ordem? Ele vai ter uma meta de receber 100 documentos por dia? E se esses documentos não chegarem? Nada disso está sendo dialogado nesse projeto”.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) apresentou nove emendas com sugestões de mudanças no PLS, mas elas não foram aceitas pelo relator. Ela aponta, entre outras coisas, que projetos dessa natureza não podem ser propostos pelo Poder Legislativo: A Constituição é clara ao dizer que é exclusividade do Executivo a organização dos servidores públicos, a iniciativa – via projeto – de organização do serviço público e, principalmente, a questão da estabilidade no emprego”. 
O Senado abriu uma enquete virtual para consultar os internautas a respeito da proposta. Até o momento, mais de 103 mil pessoas votaram contra o fim da estabilidade de funcionários públicos e cerca de 35 mil votaram a favor. Depois da aprovação na CCJ, a matéria será analisada por mais três comissões legislativas e, se aprovada, será votada em plenário.
Fonte: Brasil de Fato


Emenda na reforma política vai permitir censura na internet durante eleições

A emenda que visa coibir “discurso de ódio” ou “disseminação de informações falsas” abre brecha para a censura de quem falar mal deste ou daquele candidato nas redes sociais
De autoria do deputado Aureo (SD-RJ), uma emenda incluída no projeto da reforma política, aprovada na tarde desta quinta-feira (5) no Senado, deixou parlamentares, assessores e internautas um tanto quanto preocupados. A emenda abre possibilidade de censura na internet durante o período de campanha e eleições.
A proposta, que deve passar por sanção presidencial nesta sexta-feira (6), permite a qualquer usuário obter a suspensão de conteúdo “de discurso de ódio, disseminação de informações falsas ou ofensa em desfavor de partido ou candidato” sem a necessidade de ordem judicial. Redes sociais como Facebook ou Twitter, se acionados, terão que derrubar o conteúdo em questão em até 24h com base em uma simples notificação.
O mais preocupante da emenda é que não há a necessidade de uma decisão judicial para aplicar a remoção de conteúdo. Ela pode ocorrer com uma simples denúncia.

“A denúncia de discurso de ódio, disseminação de informações falsas, ou ofensa em desfavor de partido, coligação, candidato ou de habilitado conforme o art. 5 c, feita pelo usuário de aplicativo ou rede social na internet, por meio do canal disponibilizado para esse fim no próprio provedor, implicará suspensão, em no máximo 24 horas, da publicação denunciada até que o provedor certifique-se da identificação pessoal do usuário que a publicou, sem fornecimento de qualquer dado do denunciado ao denunciante, salvo por ordem judicial”, diz o texto.
Revista Fórum

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Fundo público de campanha foi aprovado com 10 votos da bancada do Paraná

Alex Canziani (PTB) votou contra a destinação
de dinheiro público para as campanhas
Dos 30 deputados federais do Paraná, 24 participaram da sessão de ontem da Câmara que aprovou a criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, no valor de R$ 1,7 bilhão – 10 votaram a favor e 14 contra.
Votaram a favor do fundo os deputados Assis do Couto (PDT), Dilceu Sperafico (PP), Edmar Arruda (PSD), Enio Verri (PT), João Arruda (PMDB), Nelson Meurer (PP), Osmar Bertoldi (DEM), Osmar Serraglio (PMDB). Reinhold Stephanes (PSD) e Zeca Dirceu (PT).

Votaram contra os deputados Alex Canziani (PTB), Alfredo Kaefer (PSL), Ariel Machado (Rede), Christiane Yared (PR), Fernando Francischini (SD), Giacobo (PR), Leandre (PV), Luiz Nishimori (PR), Luiz Carlos Hauly (PSDB), Nelson Pandovani (PSDB), Rubens Bueno (PPS), Sandro Alex (PSD), Sergio Souza (PMDB) e Takayama (PR).

Superlotação: governo tem R$ 2,5 bilhões parados para presídios

Os problemas no sistema penitenciário brasileiro se acumulam de norte a sul. Depois de diversas rebeliões no nordeste, nas últimas semanas a situação do sul do País chamou a atenção. Sem vagas em presídios, a superlotação de celas em delegacias revoltou presos e policiais na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Enquanto isso, levantamento da Contas Abertas mostra que R$ 2,5 bilhões ainda estão “parados”, lançados como “disponibilidades” do Funpen. Há anos os recursos do Fundo, constituído na década de 90, não são plenamente aplicados.
Dessa forma, o saldo contábil do Fundo cresceu sistematicamente. Para se ter ideia, em 2000 o saldo disponível e não aplicado atingia apenas R$ 175,2 milhões. No ano passado, as disponibilidades chegaram a atingir R$ 3,8 bilhões.
O Funpen foi instituído pela Lei Complementar nº 79, de 7 de janeiro de 1994, com a finalidade de proporcionar recursos e meios para financiar e apoiar as atividades e programas de modernização e aprimoramento do Sistema Penitenciário Brasileiro. O Fundo é coordenado pelo Ministério da Justiça (MJ).
Após as rebeliões em presídios no início do ano, o governo repassou R$ 1,1 bilhão para a área.
Para o secretário-geral da Contas Abertas, Gil Castello Branco, é inconcebível que estejamos vivenciando esse verdadeiro caos no sistema penitenciário enquanto o saldo disponível contabilizado no Funpen seja de R$ 2,5 bilhões.
“Tal número evidencia que a questão carcerária não é, de fato, prioridade nas políticas públicas. Ainda que a crise fiscal implique em contenção das despesas, o País não pode conviver com as "masmorras" existentes. A determinação do STF para que os recursos do Funpen fossem liberados, está sendo cumprida apenas parcialmente”, afirma.
Contingenciamento na Justiça
Em setembro de 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou à União que liberasse imediatamente o saldo acumulado do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) para ser gasto com o sistema prisional e proibiu novos contingenciamentos do dinheiro no futuro.
A decisão foi tomada por unanimidade no julgamento de uma ação proposta pelo PSOL. Os ministros da corte declararam a inconstitucionalidade da situação atual do sistema penitenciário brasileiro, por violar massivamente os direitos fundamentais dos detentos.
Mais de um ano depois, ofício do presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, questionou o Ministério da Justiça sobre os recursos destinados ao sistema penitenciário. A OAB destacou exatamente a inércia após a decisão do STF.
A entidade apontou que até outubro de 2016 não haviam sido divulgadas medidas para cumprimento da decisão judicial, tampouco informados os valores descontingenciados e repassados aos Estados para reformas estruturantes, construção e ampliação de estabelecimentos prisionais, dentre outras finalidades.
Apesar da determinação do STF e da pressão da OAB, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, creditou a liberação bilionária ao governo atual, dizendo que no governo anterior o dinheiro ia para fazer superávit. Em dezembro passado, o mesmo governo Temer baixou medida provisória que transfere parte de recursos destinados ao Funpen, verba prevista para construir e reformar unidades prisionais, para a Segurança Pública. A medida alterou a distribuição do dinheiro arrecadado em loterias, principal fonte do Fundo. A regra anterior determinava que 3% da verba das loterias ia para o Funpen. A partir de agora, o repasse será de 2,1%, enquanto 0,9% vai para o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP).
Fonte: Contas Abertas


Centro de Iniciação do Esporte recebe estrutura metálica

(Foto: Edson Denobi)
A empresa Aliança Engenharia e Assessoria Ltda., vencedora da concorrência pública, iniciou nesta semana a instalação da estrutura metálica da cobertura do Centro de Iniciação Esportiva (CIE), no Jardim América. A obra, que está sendo edificada em uma área de 7 mil metros quadrados junto ao Parque Japira, já alcançou 21% do cronograma.  Foram realizadas obras de preparação do terreno, fundação, instalação de estrutura metálica entre outros serviços.
“Essa semana já foram instaladas as tesouras metálicas de sustentação da cobertura do futuro ginásio poliesportivo. A execução da obra está seguindo o cronograma estabelecido em contrato, e a data prevista para a entrega é fevereiro de 2018”, explica o secretário de obras, engenheiro Herivelto Moreno.
Os recursos, na ordem de R$4.163.721,93, foram conquistados a fundo perdido pelo prefeito Beto Preto, junto ao Ministério do Esporte. “O CIE é um equipamento público multiuso para a prática de esportes voltados à iniciação e ao esporte de alto rendimento, estimulando a formação de atletas em áreas de vulnerabilidade social”, informa o prefeito.
Apucarana foi contemplada com o “Modelo III” de CIE, o maior oferecido pelo Governo Federal dentro do programa, e terá área construída de 3.750 metros quadrados, incluindo ginásio poliesportivo com arquibancada para cerca de 200 pessoas e outras estruturas para o desenvolvimento de até 13 modalidades olímpicas, sete paraolímpicas e uma não-olímpica.


Responsável pela Rio 2016, Nuzman é preso

Reprodução

Em um desdobramento da Operação Unfair Play, a força-tarefa da Lava Jato acaba de prender o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Arthur Nuzman, e seu braço-direito Leonardo Gryner; na segunda-feira, foi revelado que Gryner se reuniu em um hotel em Paris, em 2009, com o empresário Arthur Soares, acusado de pagar milhões em subornos ao ex-governador Sérgio Cabral e atualmente foragido; Nuzman, Gryner e Arthur são suspeitos de intermediar a compra de votos de integrantes do Comitê Olímpíco Internacional (COI) para a eleição do Rio como sede da Olimpíada de 2016; Nuzman é presidente do COB há 22 anos; pedido de prisão foi decretado pelo juiz Marcelo Bretas
Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quinta-feira (5), o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, pela sua suposta participação em uma operação de compra de jurados para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Nuzman foi preso em casa, no Alto Leblon, zona sul do Rio.
Vinte policiais federais cumprem hoje dois mandados de prisão temporária e seis mandados de busca e apreensão na cidade (em Ipanema, Leblon, Laranjeiras e Centro), expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
A operação da PF é um desdobramento da Operação Unfair Play- Segundo Tempo é realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e foi deflagrada em continuidade às investigações sobre a escolha do Rio pelo Comitê Olímpico Internacional como sede das Olimpíadas de 2016.
Entre os alvos da Operação estão Carlos Arthur Nuzman e o diretor-geral de operações do Comitê Rio 2016, Leonardo Gryner, que também foi preso.
Eles serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Às 11h haverá entrevista na sede da Superintendência da Polícia Federal na Praça Mauá, no Rio, para explicar os motivos da operação.
Abaixo, reportagem da Reuters:
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, em desdobramento de investigação sobre suspeita de compra de votos na eleição que escolheu o Rio de Janeiro como sede dos Jogos de 2016, informou a PF.
Além de Nuzman, o ex-diretor do COB e do Comitê Rio 2016 Leonardo Gryner também foi preso, acrescentou a PF em comunicado.
Nuzman, de 75 anos, já havia sido alvo de mandado de busca e apreensão em sua casa no Rio de Janeiro e levado à PF para prestar depoimento no início de setembro em operação deflagrada pela PF e o Ministério Público Federal em parceria com a Procuradoria francesa.
As autoridades dizem que Nuzman foi o “agente responsável” por viabilizar repasse de propina do grupo criminoso do ex-governador Sérgio Cabral para a compra de votos de dirigentes africanos na eleição de 2009 do Comitê Olímpico Internacional (COI) para escolha da sede dos Jogos de 2016.
Nuzman nega ter cometido qualquer irregularidade.


Paraná Pesquisas: Deputado que salvar Temer não se reelege

Reuters/Agência Câmara

Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas exclusivo para o 247 mostra que a população brasileira não irá tolerar os deputados que derem voto pelo arquivamento da segunda denúncia contra Michel Temer, de organização criminosa e obstrução de Justiça; segundo a pesquisa, 74,9% dos entrevistados disseram que não reelegeriam um deputado federal que votasse contra a denúncia de Temer; o instituto também perguntou se os brasileiros votariam em um candidato a presidente apoiado por Michel Temer. 75,8% disseram que não votariam; na expectativa de barrar o mais rapidamente possível a denúncia na Câmara, Temer recebeu nessa terça-feira, 3, mais de 50 deputados no Palácio do Planalto e prometeu de tudo: de imposto sindical à burocracia que atrapalha a inscrição de times de futebol em campeonatos
247 - Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas exclusivo para o 247 mostra que a população brasileira não irá tolerar os deputados que derem voto para abafar a segunda denúncia contra Michel Temer, de organização criminosa e obstrução de Justiça. 
Segundo a pesquisa, 74,9% dos entrevistados disseram que não reelegeriam um deputado federal que votasse pelo arquivamento da denúncia contra Temer, isto é, pela sua permanência na Presidência. 13,3% disseram que reelegeriam, 8,5% responderam talvez, e 3,3% não souberam ou não quiseram opinar. 
Paraná Pesquisas também perguntou se os brasileiros votariam em um candidato a presidente apoiado por Michel Temer. 75,8% disseram que não votariam, 8,3% disseram que votariam, 13,8% responderam talvez, e 2,2% não opinaram. 
A pesquisa foi feita online entre os dias 30 de setembro e 3 de outubro com 2.160 brasileiros. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos. 
Na expectativa de barrar o mais rapidamente possível a denúncia na Câmara, Temer recebeu nessa terça-feira, 3, mais de 50 deputados no Palácio do Planalto e prometeu ajudar nas demandas regionais dos políticos que estiveram em seu gabinete. Temer foi denunciado por organização criminosa e obstrução à Justiça.
Os assuntos foram os mais diversos: de imposto sindical à burocracia que atrapalha a inscrição de times de futebol em campeonatos; da criação de universidades no interior a pedidos de recursos para obras de creches na Bahia. A todos os deputados, Temer seguia o mesmo modus operandi: anotava as demandas e prometia ajudar (leia mais).


quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Comissão do Senado aprova fim da estabilidade do servidor público

Pedro França/Agência Senado

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (4) regras para a demissão de servidor público estável por "insuficiência de desempenho", aplicáveis a todos os Poderes, nos níveis federal, estadual e municipal, baseadas em projeto apresentado pelo relator, senador Lasier Martins (PSD-RS); as avaliações serão realizadas por uma comissão e terão periodicidade de um ano; caso o servidor não obtenha conceito suficiente em duas avaliações consecutivas
Agência Senado - A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (4) regras para a demissão de servidor público estável por "insuficiência de desempenho", aplicáveis a todos os Poderes, nos níveis federal, estadual e municipal. A regulamentação tem por base o substitutivo apresentado pelo relator, senador Lasier Martins (PSD-RS), a projeto de lei (PLS 116/2017 – Complementar) da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE). A matéria ainda passará por três comissões, a começar pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
Debate de quase duas horas antecedeu a votação, encerrada com nove votos favoráveis à proposta e quatro contrários. Pelo texto, o desempenho funcional dos servidores deverá ser apurado anualmente por uma comissão avaliadora e levar em conta, entre outros fatores, a produtividade e a qualidade do serviço. Deve ser garantido o direito ao contraditório e à ampla defesa.
No texto de Maria do Carmo, a responsabilidade pela avaliação de desempenho seria do chefe imediato de cada servidor. A justificar sua opção por transferir a tarefa a uma comissão, Lasier Martins afirmou que nem sempre o chefe imediato é um servidor estável, mas sim um comissionado sem vínculo efetivo com a administração pública.
O relator disse que também pesou na sua decisão temores de entidades representativas dos servidores, expostas em debate na CCJ. Para as entidades, não seria razoável deixar exclusivamente a cargo da chefia imediata uma avaliação que levar à exoneração de servidor estável. Segundo ele, foi citado o risco de uma decisão de tamanha gravidade ser determinada “por simpatias ou antipatias no ambiente de trabalho”.
Quanto à periodicidade das avaliações, Maria do Carmo havia sugerido elas ocorressem a cada seis meses. Ao justificar a opção por processos com periodicidade anual, Lasier afirmou que seis meses seria um intervalo de tempo “muito curto” para a realização das avaliações, gerando carga de atividades que nem todos órgãos públicos estariam aptos a cumprir com  a necessária eficiência.
Fatores de avaliação

De acordo com o substitutivo, a apuração do desempenho do funcionalismo deverá ser feita entre 1º de maio de um ano e 30 de abril do ano seguinte. Produtividade e qualidade serão os fatores avaliativos fixos, associados a outros cinco fatores variáveis, escolhidos em função das principais atividades exercidas pelo servidor no período. Estão listados, entre outros, “inovação, responsabilidade, capacidade de iniciativa, foco no usuário/cidadão”.
A ideia é que os fatores de avaliação fixos contribuam com até metade da nota final apurada. Os fatores variáveis deverão corresponder, cada um, a até 10% da nota. A depender da nota final, dentro de faixa de zero a dez, o desempenho funcional será conceituado dentro da seguinte escala: superação (S), igual ou superior a oito pontos; atendimento (A), igual ou superior a cinco e inferior a oito pontos; atendimento parcial (P), igual ou superior a três pontos e inferior a cinco pontos; não atendimento (N), inferior a três pontos.
Demissão

A possibilidade de demissão estará configurada, segundo o substitutivo, quando o servidor público estável obtiver conceito N (não atendimento) nas duas últimas avaliações ou não alcançar o conceito P (atendimento parcial) na média tirada nas cinco últimas avaliações. Quem discordar do conceito atribuído ao seu desempenho funcional poderá pedir reconsideração ao setor de recurso humanos dentro de dez dias de sua divulgação. A resposta terá de ser dada no mesmo prazo.
Também caberá recurso da decisão que negar, total ou parcialmente, o pedido de reconsideração. Mas essa a possibilidade só será aberta ao servidor que tiver recebido conceito P ou N. O órgão de recursos humanos terá 15 dias, prorrogáveis por igual período, para decidir sobre o recurso.
Esgotadas todas essas etapas, o servidor estável ameaçado de demissão ainda terá prazo de 15 dias para apresentar suas alegações finais à autoridade máxima da instituição onde trabalha. O substitutivo deixa claro também que a insuficiência de desempenho relacionada a problemas de saúde e psicossociais poderá dar causa à demissão, mas apenas se a falta de colaboração do servidor no cumprimento das ações de melhoria de seu desempenho não decorrer exclusivamente dessas circunstâncias.
Carreiras de Estado

O texto de Maria do Carmo estabelecia um processo de avaliação de desempenho diferente para servidores de carreiras exclusivas de Estado, como policiais, procuradores de órgãos de representação judicial, defensores públicos e auditores tributários. Essas categorias poderiam recorrer à autoridade máxima de controle de seu órgão caso houvesse indeferimento total ou parcial de recurso contra o resultado da avaliação. A exoneração por insuficiência de desempenho também dependeria de processo administrativo disciplinar específico.
Lasier Martins mudou a proposta com a justificativa de que poderia haver inconstitucionalidade na medida. Na reformulação desse dispositivo, ficou estipulado que a exoneração por insuficiência de desempenho de servidores vinculados a atividades exclusivas de Estado dependerá de processo administrativo específico, conduzido segundo os ritos do processo administrativo disciplinar.
Emendas

Onze emendas foram apresentadas ao projeto, mas Lasier acatou apenas duas, apresentadas pelo senador Humberto Costa (PT-PE), de modo parcial. Uma delas garante prioridade aos servidores avaliados com insuficiência de desempenho nos programas de capacitação e treinamento dos respectivos órgãos. A emenda também livraria o servidor nesta condição de ser penalizado com o conceito “P” (atendimento parcial) ou “N” (não atendimento) nas próximas avaliações caso seu órgão não fornecesse a reciclagem exigida. Esse parte da emenda, porém, não foi aproveitada.
Lasier aproveitou o ponto referente à necessidade de os órgãos priorizarem a oferta de programas de capacitação e treinamento aos servidores com insuficiência de desempenho. Entretanto, considerou “descabido” o bloqueio das avaliações posteriores de quem está nessa faixa, na hipótese de a reciclagem não ter sido ofertada.
A segunda emenda se refere ao processo de desligamento dos servidores que exercem atividades exclusivas de Estado. Nesse caso, ele adotou a proposta para que a exoneração por insuficiência de desempenho dependerá de processo administrativo específico, além de sugestão para deixar claro, como queria Humberto Costa, que a decisão final nesse caso competirá à autoridade máxima da instituição.
A base das alterações sugeridas por Humberto Costa foi o parecer do senador Romero Jucá (PMDB-RR) a projeto de lei da Câmara (PLC 43/1999- Complementar), de autoria do Executivo, que também disciplinava a perda de cargo público por insuficiência de desempenho do servidor estável. Esse projeto foi arquivado em 2007, sem que a Câmara dos Deputados se manifestasse sobre o substitutivo oferecido por Jucá e aprovado pelo Senado.
Eficiência

Ao defender sua proposta, Maria do Carmo disse que seu objetivo não é prejudicar os "servidores públicos dedicados", “que honram cotidianamente os vencimentos que percebem e são imprescindíveis para o cumprimento das atribuições estatais”. Disse ser necessário levar em conta que, quando não há a perda do cargo de um agente público negligente, sérias consequências derivam dessa omissão.
“A sociedade se sente lesada, porquanto desembolsa pesados tributos para o correto funcionamento da máquina pública que, por sua vez, não lhe retorna o investimento em bens e serviços. Além disso, a mensagem passada aos servidores responsáveis e que prestam bem o seu papel é de que não vale a pena o esforço, pois aquele funcionário que não trabalha e sobrecarrega os demais jamais será punido”, argumentou.
Lasier concordou com Maria do Carmo sobre a necessidade “premente” de regulamentação do processo de avaliação de desempenho do servidor público. Apesar de enxergar a estabilidade não só como um direito, mas também como uma garantia de que a atividade estatal será exercida com maior impessoalidade e profissionalismo, o relator na CCJ observou que esse instituto “não pode ser uma franquia para a adoção de posturas negligentes ou desidiosas pelo servidor”.
Rejeição

Durante a discussão, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) apresentou voto em separado pela rejeição. Justificou que sua divergência não se fundamentava na “defesa cega” de supostos privilégios dos servidores, esse um discurso de defensores do Estado mínimo e do desmonte das políticas públicas. Segundo ele, a proposta ainda motiva dúvidas tanto técnicas quando a respeito de seus objetivos.
— Há dúvidas razoáveis sobre seus fins políticos reais, direcionados, em alguma medida, a favorecer um expurgo arbitrário do serviço público, com vistas à redução do tamanho do Estado, numa perspectiva econômica ortodoxa, arcaica e, sobretudo, autoritária — sustentou.
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que pediu verificação de presença na votação, disse que o momento não é próprio, nem a forma do projeto serve para abrir um debate tão importante. Para ela, há o risco de se cometer inúmeras injustiças com os servidores. Lamentou que nove emendas suas tenham sido rejeitadas e a apontou hipótese de vício constitucional no projeto, pois iniciativas referentes a carreiras de servidores caberiam apenas ao Executivo.
"Meritocracia"

A senadora Ana Amélia (PP-RS) disse não associar o projeto com o fim da estabilidade, mas, sim, como defesa da “meritocracia”. Outros senadores, como Eduardo Braga (PMDB-AM), mesmo defendendo a proposta, disse que ainda há necessidade de aprimoramento, que podem ser feitos nas próximas comissões que analisarão a matéria.
O senador Armando Monteiro (PTB-PE) concordou com a tese de Braga de que o desempenho do servidor muitas vezes é prejudicado pela falta de condições de trabalho, mas disse que isso não é motivo que que não se falam avaliações de desempenho.
— É possível identificar às vezes, em precaríssimas condições materiais, servidores que se superam em meio a essas limitações e dão belos exemplos cotidianamente do seu compromisso e, verdadeiramente, daquilo que eles internalizam como sendo a sua missão — afirmou Monteiro.
A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) votou a favor, mas também apontou a possibilidade de vício de constitucionalidade. No caso de leis complementares, que se aplicam a todos os poderes e entes federativos, ela afirmou que só é possível legislar em relação a normas gerais, e não específicas, como faz o projeto. A senadora chegou a defender o adiamento da votação para que o assunto fosse melhor estudado, mas observou que ajustes podem ainda ser feitos nas demais comissões.