Deputados Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Pimenta (PT-RS)
apresentarão ao Conselho Nacional do Ministério Público um pedido de
informações sobre a alegação de contrato de confidencialidade feita pelo
procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava
Jato, para não revelar quanto cobra por palestra e a identidade de seus
clientes; "Não existe juiz e promotor alegar cláusula de confidencialidade.
Isso não existe no serviço público", argumentou Pimenta; após polêmica de
que suas palestras custam entre R$ 30 mil e R$ 40 mil, de acordo com o site de
uma empresa que o agencia, Dallagnol disse estar montando um fundo de combate à
corrupção com parte do dinheiro recebido
247 - Os deputados
federais Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Pimenta (PT-RS) estão redigindo uma
representação a ser protocolada ao Conselho Nacional do Ministério Público
(CNMP) com um pedido de informações sobre os valores e a identidade dos
clientes para os quais o procurador da República Deltan Dallagnol ministra suas
palestras.
"Não
existe juiz e promotor alegar cláusula de confidencialidade. Isso não existe no
serviço público", argumentou Pimenta. Dallagnol alegou contrato de
confidenciabilidade para não revelar quanto cobra por palestra, divulgou nesta
segunda-feira 19 a colunista Mônica Bergamo.
Segundo
ela, o procurador pediu a uma empresa de São Paulo que estava oferecendo
palestras dele com preço entre R$ 30 mil e R$ 40 mil para retirar as
informações do site "imediatamente". Dallagnol afirmou não possuir
contrato com a Motiveação, que dizia tê-lo em seu casting havia um ano, nem com
outras agências, acrescentou a jornalista.
Após a
polêmica, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato divulgou uma nota em seu Facebook dizendo que está montando um fundo de
combate à corrupção com parte do dinheiro recebido. Leia abaixo a íntegra de
seu post:
Amigos,
diante de críticas maldosas que circulam em grupos de aplicativos e em blogs,
achei relevante prestar os seguintes esclarecimentos a vocês. Por favor, leia e
compartilhe:
1 – O
combate à corrupção sempre foi objeto de meu interesse profissional e
acadêmico. Por isso, escrevi sobre o tema em 2012 e há mais de década trabalho
na área.
2 –
Estou convicto de que o meu papel não se restringe apenas à esfera judicial,
cabendo atuar na área acadêmica e cidadã. Por essa razão, resolvi trabalhar no
combate à corrupção não apenas na frente repressiva-institucional, mas também
na preventiva-cidadã, por meio de palestras em que posso promover valores de
respeito à lei e ao bem comum e exercer minha cidadania em busca de reformas
anticorrupção.
3 – A
maior parte das palestras é gratuita e nunca autorizei que empresas de
agenciamento usassem meu nome para a divulgação de serviço oneroso (quem o fez
agiu sem minha autorização e estão sendo adotadas providências para que cessem
a indevida divulgação).
4 –
Dentro do mesmo espírito, no caso de palestras remuneradas sobre ética e
corrupção em grandes eventos, tenho destinado o dinheiro para entidades
filantrópicas ou para a promoção da cidadania, da ética e da luta contra a
corrupção.
5 -
Embora eu pudesse legalmente dar destinação pessoal aos recursos, como muitos
profissionais da área pública e privada fazem, optei por doar praticamente tudo
para que não haja dúvidas de que a minha motivação é apenas contribuir
modestamente, como qualquer cidadão de bem, para um país com menos corrupção e
menos impunidade.
6 –
Realizei palestras em grandes eventos em 2016 e o valor, nos casos em que houve
pagamento, foi INTEGRALMENTE destinado para a construção do hospital
oncopediátrico Erasto Gaertner, uma entidade filantrópica que contribuirá com o
tratamento de câncer em crianças de vários locais do país. Em 2017, após
descontado o valor de 10% para despesas pessoais e os tributos, os valores
estão sendo destinados a um fundo que será empregado em despesas ou custos
decorrentes da atuação de servidores públicos em operações de combate à
corrupção, tal como a Operação Lava Jato, para o custeio de iniciativas contra
a corrupção e a impunidade, ou ainda para iniciativas que objetivam promover,
em geral, a cidadania e a ética.
7 –
Nunca divulguei isso antes para evitar que tal atitude fosse entendida como ato
de promoção pessoal. Contudo, diante de ataques maldosos e mentirosos, reputo
conveniente deixar isso claro para evitar qualquer dúvida de que o que me
motiva é o senso de dever, como procurador e como cidadão.
Deltan
Dallagnol, procurador da República e coordenador da Força Tarefa da Lava Jato
em Curitiba