sábado, 10 de junho de 2017

Gilmar salva Temer e desmoraliza o TSE


Dois anos depois de lutar para que prosperasse a ação proposta pelo senador afastado Aécio Neves contra a presidente legítima Dilma Rousseff, quando as contas da campanha presidencial de 2014, já haviam sido aprovadas, o ministro Gilmar Mendes deu o voto de Minerva no julgamento que absolveu a chapa Dilma-Temer por 4 a 3; a mudança de posição se deve ao fato de o PSDB ter tomado o governo de assalto, nomeando quatro ministros; na decisão, Gilmar disse que deu força à ação "mas não para cassar mandato"; Temer foi salvo também por dois ministros que nomeou, Admar Gonzaga e Tarcísio Neto, além de Napoleão Nunes Maia Filho; charge de Latuff retrata a tragédia brasileira
247 - Dois anos depois de lutar para que prosperasse a ação proposta pelo senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) contra a presidente legítima Dilma Rousseff, quando as contas da campanha presidencial de 2014, já haviam sido aprovadas, o ministro Gilmar Mendes deu o voto de Minerva no julgamento que absolveu a chapa Dilma-Temer por 4 a 3 na noite desta sexta-feira no Tribunal Superior Eleitoral.
A mudança de posição se deve ao fato de o PSDB ter tomado o governo de assalto, nomeando quatro ministros. Em seu voto, Gilmar disse que deu força à ação, "mas não para cassar mandato". 
Antes de Gilmar, votaram pela cassação da chapa o relator do processo, ministro Herman Benjamin, e os ministros Luiz Fux e Rosa Weber. Votaram pela absolvição os ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Admar Gonzaga e Tarcísio Neto. Os dois últimos foram nomeados recentemente por Temer para o tribunal.
No retorno do julgamento nesta tarde, o vice-procurador eleitoral, Nicolao Dino, apresentou um pedido para que o ministro Admar Gonzaga seja impedido de participar do julgamento. O motivo, segundo ele, é o fato de Gonzaga já ter atuado como advogado de Dilma Rousseff, ré no processo. Os ministros rejeitaram o pedido por unanimidade.
Rosa Weber vota pela cassação da chapa Dilma-Temer no TSE
André Richter - A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Rosa Weber votou hoje (9) a favor a cassação da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições de 2014. Com o voto da ministra, o placar da votação está empatado em 3 a 3. O voto de desempate será do presidente, Gilmar Mendes, presidente da Corte.
No voto, a ministra defendeu a inclusão das delações de ex-executivos da Odebrecht na análise da ação impetrada pelo PSDB, em 2014, e disse que fatos novos podem ser analisados pelo TSE.
A ministra adiantou seu voto logo no início da leitura de sua manifestação. Ao anunciar que acompanhava o entendimento do relator, ministro Herman Benjamin, ela classificou de "histórico" o voto dele.
Na sessão desta manhã, o relator Herman Benjamin votou pela cassação da chapa por abuso de poder político e econômico pelo recebimento de propina para financiar parte da campanha. Ele ponderou, no entanto, que os crimes atribuídos à chapa vencedora também foram praticados por outros partidos.
Até o momento, também votaram contra a cassação os ministros Admar Gonzaga, Napoleão Maia e Tarcísio Vieira. Luiz Fux votou com o relator pela cassação.
Fux diz que TSE precisa se posicionar e vota pela cassação da chapa Dilma-Temer
Ivan Richard Esposito - O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luiz Fux votou hoje (9) pela cassação da chapa Dilma-Temer. O ministro concordou com a tese do relator, Herman Benjamin, de incluir na ação o conteúdo das delações premiadas de executivos da Odebrecht e dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura. Com isso, o placar da votação passa a ser de 3x2 contra a cassação da coligação Com a Força do Povo.
Em seu voto, Fux citou afirmação do presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, de que "até as pedras sabem que o ambiente político hoje está severamente contaminado" e disse que o TSE precisa se posicionar. "A hora do resgate é agora".
"Ouvimos aqui de todo os integrantes que os fatos são gravíssimos, insuportáveis, revelam crimes gravíssimos. Me pergunto, como magistrado, será que se eu como magistrado que vou julgar uma causa, agora, com esse conjunto, com esse quadro sem retoques de ilegalidade, infrações, eu vou me sentir confortável usando um instrumento processual para não encarar a realidade? A resposta pra mim é absolutamente negativa", disse Fux.
Para o ministro, o direito e a realidade não podem ser "apartados" justamente no momento da decisão final. "Não teria a paz necessária que deve ter um magistrado se eu pudesse não enfrentar esses fatos", acrescentou.
"Acolho as conclusões fático-probatórias do relator, que ninguém conhece melhor o processo do que ele, acolho a sua afirmação dentre os ilícitos comprovados de propina-poupança. Também acolho a prática ilícita do pagamento para João Santana. Confirmo o voto de que propina foi distribuída pela SetBrasil, propina caixa dois na conta-corrente da Odebrecht", justificou o ministro.
TSE: Tarcísio Vieira é o terceiro a votar contra cassação da chapa Dilma-Temer
André Richter - O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Tarcísio Vieira votou hoje (9) contra a cassação da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições de 2014. Com o voto dele, o placar da votação está em 3 a 1 pela absolvição da chapa. Faltam os votos de três ministros.
Em seu voto, Vieira entendeu que as delações de ex-executivos da Odebrecht não podem ser analisadas pela Corte porque não estavam na petição original do PSDB, de 2014, quando o partido entrou com a ação pedindo a cassação da chapa vencedora das eleições presidenciais daquele ano.
Sobras as provas que restaram, como outros depoimentos de delatores da Operação Lava Jato, que também citam repasses de propina para a chapa, Tarcísio Vieira disse que as evidências não são suficientes para concluir que os recursos desviados para o PT e PMDB abasteceram a campanha de 2014.
"Não houve qualquer confirmação categórica [de testemunhas] acerca da utilização de propina de contratos de empreiteiras vinculadas com a Petrobras na campanha de 2014", disse o ministro.
Na sessão desta manhã, o relator do processo, ministro Herman Benjamin, votou pela cassação da chapa por abuso de poder político e econômico pelo recebimento de propina para financiar parte da campanha. Ele ponderou, no entanto, que os crimes atribuídos à chapa vencedora também foram praticados por outros partidos.
Até o momento, também votaram contra a cassação os ministros Admar Gonzaga e Napoleão Maia. Os próximos a votar serão os ministros Luiz Fux, Rosa Weber e o presidente da Corte, Gilmar Mendes.
Admar Gonzaga vota contra a cassação da chapa Dilma-Temer no TSE
Ivan Richard Esposito - Alegando falta de provas e descartando o conteúdo das delações dos executivos da Odebrecht e dos marqueteiros João Santana e Mônia Moura, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga votou há pouco contra a cassação da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições de 2014. Com isso, o placar da votação passa a ser de 2 votos contra e 1 a favor da cassação.
"Diante disso, à míngua de um contexto probatório contundente diante da gravidade sustentada, não reconheço a prática de abuso de poder em decorrência dos fatos em análise", disse Gonzaga em seu voto. "Não vislumbro a ocorrência de outros fatos que corroborem a destinação de fato abusivo", reforçou.
No início do seu voto, Admar Gonzaga criticou o pedido de suspeição dele feito pelo vice-procurador eleitoral, Nicolao Dino. Para ele, o pedido é uma crítica aos advogados. "Não está em jogo aqui uma causa das eleições de 2010 que advoguei, e fiz com todo o esforço, e quando daqui sair, respeitada a quarentena, o farei novamente. Temos verificado essa astúcia de trazer, pouco antes da minha manifestação, uma espécie de constrangimento que eu não merecia. Esse comportamento tático não vai me constranger. Estou aqui revigorado para honrar os colegas [advogados] que estão aqui", disse o ministro, que representa a classe dos advogados na composição da Corte.
Aos recusar a utilização dos depoimentos de executivos da empreteira Odebrecht e dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura, Gonzaga alegou a preservação da segurança jurídica. "É preciso resguardar a segurança jurídica e política no exercício dos mandatos. É essencial conferir o mínimo de legitimidade aos exercentes do poder político, que não podem tomar decisões importantes com a espada de Dâmocles na cabeça, e uma espada que aumente de tamanho a cada dia", disse o ministro.
Gonzaga reconheceu que os depoimentos das delações tratam de "fatos gravíssimos que merecem apuração", mas que não podem ser tratados nesta ação, "em respeito à regra da congruência". "No Brasil de hoje [no contexto da Lava Jato], a cada vez que se mete a mão sai uma galinha. Mas tem que se reformular [a ideia] para o direito eleitoral. Pode sair a pena, mas tem que ser daquela galinha", disse em referência à peça inicial.
Na sequência da sessão, deverão votar os ministros Tarcisio Vieira, Rosa Weber, Luiz Fux, e o presidente do tribunal, Gilmar Mendes, caso a votação esteja empatada.
Napoleão Maia vota contra cassação da chapa Dilma-Temer no TSE
André Richter - O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Napoleão Maia votou hoje (9) contra a cassação da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições de 2014. Com o voto do ministro, o placar da votação está empatado em 1 a 1. Faltam os votos de cinco ministros.
Em seu voto, Maia votou contra a inclusão das delações de executivos da Odebrecht no processo e disse que não há provas suficientes para comprovar que a campanha eleitoral usou recursos ilegais de propina para financiar a disputa. De acordo com o ministro, as provas são somente ilações.
"Se for aceito isso, abre um leque infinito de punições para todo mundo que foi eleito com essa poupança [propina]", disse.
O ministro também entendeu que, nos casos de processos eleitorais, as provas devem ser limitadas ao pedido inicial. Maia também ressaltou que garantir a defesa das partes não significa concordar com suas condutas. "O garantismo é uma coisa, a impunidade é outra".
Na sequência da sessão, deverão votar os ministros Admar Gonzaga, Tarcisio Vieira, Rosa Weber, Luiz Fux, e o presidente do tribunal, Gilmar Mendes.
Na sessão desta manhã, o relator do processo, ministro Herman Benjamin, votou pela cassação da chapa por abuso de poder político e econômico pelo recebimento de propina para financiar parte da campanha. Ele ponderou, no entanto, que os crimes atribuídos à chapa vencedora também foram praticados por outros partidos.
TSE rejeita pedido para impedir ministro Admar de julgar chapa Dilma-Temer
André Richter - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou há pouco pedido do vice-procurador eleitoral, Nicolao Dino, para impedir o ministro Admar Gonzaga de atuar no julgamento da ação na qual o PSDB pediu a cassação da chapa Dilma-Temer. Dino afirmou que Gonzaga atuou como advogado da campanha da ex-presidenta Dilma Rousseff antes de ser nomeado para o tribunal.
Após o pedido, a questão foi colocada em votação no plenário. Admar confirmou que não atuou como advogado da chapa e a suspeição foi rejeitada pela Corte. Após a deliberação, o presidente do TSE, Gilmar Mendes, acusou o Ministério Público Eleitoral (MPE) de não cumprir o princípio da lealdade processual e surpreender a Corte com o pedido.
Votação
Na sequência da sessão, deverão votar os ministros Napoleão Nunes Maia, Admar Gonzaga, Tarcisio Vieira, Rosa Weber, Luiz Fux e Gilmar Mendes. Na sessão desta manhã, o relator do processo, ministro Herman Benjamin, votou pela cassação da chapa por abuso de poder político e econômico pelo recebimento de propina para financiar parte da campanha. Ele ponderou, no entanto, que os crimes atribuídos à chapa vencedora também foram praticados por outros partidos.
Relator no TSE finaliza voto e pede cassação de chapa Dilma-Temer
Alex Rodrigues e Yara Aquino - O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Herman Benjamin – relator do julgamento da ação em que o PSDB pede a cassação da chapa vencedora das eleições presidenciais de 2014 – concluiu a leitura de seu voto, ao decidir pela cassação da chapa presidencial Dilma Rousseff-Michel Temer. Segundo ele, houve abuso de poder econômico e político.
Concluída a leitura do voto do relator, o ministro Luiz Fux, substituindo o presidente da Corte, Gilmar Mendes interrompeu a sessão, que deve ser retomada por volta das 15 horas. Após o intervalo, os outros seis ministros começarão a proferir seus votos. A princípio, ficou acordado que cada ministro terá direito a 20 minutos de fala.
Após decidir sobre a cassação do mandato, a Corte definirá a possibilidade de tornar inelegíveis a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) e o presidente Michel Temer (PMDB). Sobre a unicidade da chapa e o alcance de sua decisão sobre o mandato do atual presidente, Michel Temer, Benjamin disse que, "no Brasil, ninguém elege vice-presidente da República". "Elegemos uma chapa que está irmanada; fundida para o bem e para o mal", razão porque defende a aplicação da pena também a Temer", destacou.
Em seu voto, Herman Benjamin desconsiderou alguns indícios de práticas ilícitas que, embora segundo o próprio ministro, estejam comprovadas, não têm vínculos com a premissa inicial do processo. O ministro afastou o julgamento do pagamento de propina para a contratação de serviços para a construção da Usina Angra 3; a distribuição de propina na obra da Usina de Belo Monte e o pagamento, via caixa 2, dos serviços prestados pelo casal de publicitários João Santana e Mônica Moura.
Sobre quase todos esses pontos refutados, o ministro disse haver provas da prática de irregularidades, mas insuficientes para estabelecer uma relação direta entre a infração verificada e a petição inicialmente ajuizada pelo PSDB.
"Finalizo dizendo que tentei ser e me comportar como os ministros desta casa, os de hoje e os de ontem, e quero dizer que, tal qual cada um dos outros seis ministros que estão nessa bancada comigo, eu, como juiz, recuso o papel de coveiro de prova viva. Posso até participar do velório, mas não carrego o caixão", declarou Benjamin.
Para o relator, a chapa Dilma-Temer incorreu na prática de abuso de poder político e econômico ao receber propina da construtora Odebrecht por contratos assinados com a Petrobras e pagar as contas da campanha eleitoral de 2014 com esses recursos, conforme mostrou as investigações da Operação Lava Jato. Entre os gastos pagos com os recursos ilícitos estariam o tempo de rádio e televisão para divulgação de propaganda eleitoral da chapa Com a Força do Povo, em 2014.
"A consideração conjunta das provas confere segurança a esse relator para considerar comprovado o episódio da compra de tempo de TV dos partidos políticos para a campanha majoritária da coligação Com a Força do Povo, em 2014, o que, sem dúvida, configura, a meu juízo, flagrante abuso de poder econômico", disse o ministro. "Não importa se os recursos foram efetivamente para a compra do tempo de rádio e televisão. O que importa é que esses recursos foram pedidos e recebidos de forma ilícita; que houve uma triangulação comprovada, por caixa 2, em pleno período eleitoral entre partidos integrantes da coligação Com a Força do Povo."


Janot renova pedido de prisão de Aécio


O procurador geral da República, Rodrigo Janot, reiterou nesta sexta-feira o pedido de prisão preventiva do senador afastado Aécio Neves e manutenção da prisão de sua irmã, Andrea Neves; respondendo a recursos dos réus, Janot enviou ao STF documento em que destaca "a abundância de provas materiais concretas e idôneas imputadas aos presos em concurso com Aécio Neves, a alta gravidade do delito e o risco de reiteração, o que torna a prisão preventiva imprescindível para garantia da ordem pública"; "São muitos os precedentes do Supremo Tribunal Federal que chancelam o uso excepcional da prisão preventiva para impedir que o investigado, acusado ou sentenciado torne a praticar certos delitos enquanto responde a inquérito ou processo criminal, desde que haja prova concreta do risco correspondente", diz Janot
Heloísa Cristaldo - repórter da Agência Brasil
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reiterou hoje (9) o pedido de prisão preventiva do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e manutenção da prisão de Andrea Neves, Mendherson Souza Lima e Frederico Pacheco. Em resposta a recursos, Janot enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) documento em que destaca a abundância de provas materiais concretas e idôneas imputadas aos presos em concurso com Aécio Neves, a alta gravidade do delito e o risco de reiteração, o que torna a prisão preventiva imprescindível para garantia da ordem pública.
"São muitos os precedentes do Supremo Tribunal Federal que chancelam o uso excepcional da prisão preventiva para impedir que o investigado, acusado ou sentenciado torne a praticar certos delitos enquanto responde a inquérito ou processo criminal, desde que haja prova concreta do risco correspondente", disse Janot.
Para o procurador, a transcrição de conversas entre os envolvidos mostra que há fartas evidências tendentes a demonstrar que Andrea Neves, Frederico de Medeiros e Mendherson Souza Lima trabalham diretamente nos negócios escusos feitos por Aécio. "Andrea Neves e Frederico de Medeiros trataram diretamente com Joesley Batista e Ricardo Saud, respectivamente, sobre a solicitação de propina no valor de R$ 2 milhões, ocorrida no ano em curso."
Segundo Janot, a irmã de Aécio, Andrea Neves, não só tem plena ciência do envolvimento do senador nas ilicitudes, como tem papel de protagonismo nas suas tratativas. O procurador ressaltou ainda que a relação de Andrea e Frederico Medeiros não pode ser considerada fato isolado. "A relação espúria que os une é muito anterior ao episódio mais recente de corrupção, e as provas colhidas demonstram que há um risco concreto de que, caso não sejam mantidos presos, reiterem nas graves condutas delitivas e possam destruir eventuais provas existentes em relação aos fatos ilícitos envolvendo Aécio Neves e ainda não totalmente esclarecidos".
Crime continuado e obstrução de Justiça
De acordo com Janot, existe risco de crime continuado, com a "probabilidade de que a lavagem de parte dos R$ 2 milhões recebidos da propina paga recentemente pela J&F, com participação direta de todos os requeridos, ainda esteja em curso".
Outro aspecto ressaltado por Janot nas gravações ambientais e interceptações telefônicas autorizadas pelo ministro do STF Edson Fachin, é fato de Aécio estar "adotando, constante e reiteradamente, estratégias de obstrução de investigações da Operação Lava Jato, seja por meio de alterações legislativas para anistiar ilícitos ou restringir apurações, seja mediante interferência indevida nos trabalhos da Polícia Federal, seja através da criação de obstáculos a acordos de colaboração premiada relacionados ao caso".
Segundo Janot, a prisão do senador afastado é a única maneira de salvaguardar a ordem pública e a própria instrução criminal. "Isso porque, além da possibilidade concreta de prática de novos delitos por parte dos requeridos, há o risco grave e concreto de que ações criminosas já iniciadas pelo senador Aécio Neves, para embaraçar as investigações em curso no âmbito do Supremo Tribunal Federal - relacionadas à organização criminosa da Operação Lava Jato - atinjam seu objetivo", afirmou.
Brasil 247


Prefeito visita idosa centenária de Apucarana

A idosa de 102 anos recebeu a visita do prefeito na manhã desta sexta-feira (09) no Núcleo Afonso Alves de Camargo
(Foto: Josias Pinto)
O prefeito Beto Preto esteve na manhã desta sexta-feira, no Núcleo Afonso Alves de Camargo, para visitar a senhora Joana Francisco Conceição Pereira que tem 102 anos de idade, e tinha um grande desejo de conhecer o prefeito pessoalmente.  Beto foi recebido pela idosa e suas filhas Leontina e Benedita, que cuidam em tempo integral da mãe e também de seu companheiro inseparável o cachorrinho Bilu.
Dona Joana nasceu no dia 20 de maio de 1915, em Canitar interior do estado de São Paulo, e que fica próximo da cidade de Ourinhos. Ela ficou viúva há 11 anos, teve 08 filhos e dezenas de netos, bisnetos e tataranetos. Mesmo não tendo mais obrigatoriedade de votar, ela fez questão de ir até a sessão eleitoral para votar no prefeito Beto Preto nas eleições de 2016.
Para o prefeito foi um momento muito importante e feliz, pois chegar a 102 anos de vida é considerado um privilégio e faz pensar sobre a importância de garantir a boa saúde e o que se tem feito para isto.
“A dona Joana é um exemplo de pessoa e de vida, que nos inspira a manter os cuidados com a nossa saúde para que amanhã possamos ter tanta vivacidade quanto ela. Quero agradecer pelo carinho, e desejar muita saúde, alegria e lucidez”, destacou o prefeito.
Assessoria de Imprensa da Prefeitura


Amuvi incentiva a cobrança da taxa de lixo junto à conta de água

Dos 26 municípios membros da Amuvi, apenas quatro mantém a cobrança na conta de água da Sanepar: Apucarana, Marilândia do Sul, Ivaiporã e São João do Ivaí
(Foto: Edson Denobi/PMA)
A Associação dos Municípios do Vale do Ivaí (Amuvi) voltou a defender a adesão das prefeituras a um convênio com a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), possibilitando que a taxa de coleta do lixo domiciliar seja faturada junto à conta de água. O assunto, que já havia sido abordado na reunião ordinária realizada no final de maio em Rosário do Ivaí, foi detalhado em reunião técnica nesta sexta-feira (09/06), na sede da associação em Apucarana. A prática atual é o lançamento do valor global da taxa junto ao carnê do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o principal atrativo para as prefeituras, em proceder a transferência de cobrança, é o incremento na arrecadação, uma vez que a inadimplência no pagamento do imposto territorial é grande em praticamente todas as prefeituras, ficando em média na ordem de 40%.
Participaram da reunião prefeitos, técnicos municipais envolvidos com tributação, gerentes e técnicos da Sanepar. Dos 26 municípios membros da Amuvi, apenas quatro mantém a cobrança na conta de água da Sanepar: Apucarana, Marilândia do Sul, Ivaiporã e São João do Ivaí. Como duas prefeituras possuem sistemas próprios de abastecimento, a sugestão da Amuvi foi estendida às demais 20 cidades. “Só há vantagens para o município. Nós, gestores públicos, temos expertise para a Educação, Saúde, Infraestrutura. O manejo dos resíduos sólidos tem que deixar para quem sabe. O melhor caminho é a terceirização e para isto são necessários recursos. Ao ser lançada junto à conta da Sanepar, as prefeituras têm maior garantia de recebimento da taxa, podendo subsidiar com segurança a prestação de serviços”, observou Beto Preto, presidente da Amuvi e prefeito de Apucarana.
Os recursos são repassados aos cofres municipais pela Sanepar até o 10º dia útil do mês. “É dinheiro que entra todo mês para subsidiar o serviço e o que sobra pode ser usado para uma obra, para a reforma de uma escola, de um posto de saúde, para a compra de medicamento, para cuidar melhor da população”, pontuou o presidente da Amuvi.
O modelo de Apucarana foi apresentado como referência. “Repassamos aos presentes a forma como lidamos com a questão, qual o embasamento jurídico, os caminhos para a prefeitura firmar o convênio, as bases de cálculo e de reajuste anual”, explicou Beto Preto. No caso de Apucarana, o presidente da Amuvi ressaltou que o convênio garante muitos avanços, embora a cidade ainda busque equacionar um déficit entre o que é arrecadado e investido, já que em 2016 a arrecadação com a taxa do lixo foi de R$ 5,9 milhões e o gasto de R$ 6,3 milhões. “No caso de Apucarana existem outros custos. Não é só a coleta domicilar, temos a gestão do aterro sanitário, serviço que também está à cargo da Sanepar, e a coleta do lixo reciclável”, explicou.
O gerente geral da Sanepar na Região Nordeste, Sérgio Bahls, pontuou que a estatal tem índice de inadimplência de no máximo 2%. “Temos uma cobrança efetiva de 98%”, informou. Entre as vantagens para as prefeituras, além do reduzido percentual de inadimplência, são ainda fluxo de caixa contínuo, possibilidade de o cliente parcelar o serviço em 12 vezes, atualização cadastral mensal e o recebimento pela prefeitura dos valores arrecadados até o décimo dia útil do mês subsequente ao pagamento pelos contribuintes.
O presidente da Amuvi, Beto Preto, disse que na próxima semana a associação deve enviar uma nota técnica a todas as prefeituras para auxiliar os gestores interessados. Para que o tributo possa ser lançado junto à conta de água da Sanepar já em 2018, os municípios deverão aprovar legislação municipal autorizatória e de base de cálculo até o dia 29 de setembro. Técnicos da Sanepar se colocaram à disposição para irem às câmaras municipais, caso necessário, explicar aos vereadores as vantagens da transferência de cobrança.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Prefeitura


sexta-feira, 9 de junho de 2017

Canziani critica livro infantil que faz apologia ao incesto e pedofilia

Obra estava sendo distribuída para escolas. Ministro da Educação já mandou recolher publicação.

O deputado federal Alex Canziani (PTB) está indignado com a obra literária “Enquanto o Sono não Vem”, de José Mauro Brandt, que estava para ser distribuída entre os alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental da rede pública de Educação, dentro da política do Pacto Nacional pela “Alfabetização na Idade Certa” (PNAIC). Para ele, um dos contos, intitulado “A Triste História de Eredegalda”, faz apologia ao incesto, à pedofilia e ao machismo: “Não queremos censurar livros, mas não se pode dar, a uma criança de 7 a 8 anos, uma história como essa”, realçou, de forma contundente. No conto, o pai, que é um rei, sugere a ideia de se casar com uma de suas filhas e transformar sua esposa em criada. A filha acaba morrendo no fim da história. O enredo rende polêmicas em muitas regiões do país.

O parlamentar paranaense, que preside a Frente Parlamentar da Educação do Congresso Nacional, criticou o livro na manhã da quarta-feira (7) durante reunião da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Ele pediu um aparte à presidência da CE para argumentar.

Alex Canziani entrou em contato com o MEC para solicitar o recolhimento do livro de todas as escolas do país. Ele também pediu uma audiência ao ministro Mendonça Filho para formalizar a queixa e reiterar sobre o recolhimento. Ontem (08), no começo da tarde, o ministro concordou com a tese de Canziani e anunciou o recolhimento dos livros com base em um parecer técnico.

Veja aqui o conto e a crítica que o deputado fez na Comissão de Educação, e aqui o vídeo do ministro onde ele anuncia o recolhimento da obra. Abaixo, o conto assinado por Mauro Brandt.

“A Triste História de Eredegalda”

Eram três filhas de um rei.
Todas três eram belas.
A mais bela de todas
Eredegalda chamava.

Um dia, seu pai lhe disse:
-Se quiseres casar comigo,
Serás a minha esposa,
E tua mãe, nossa criada.

-Isso não, querido pai,
Isso não pode ser,
Prefiro ficar fechada
Do que ver minha mãe criada.

Então o rei mandou construir três torres
E trancou Eredegalda dentro.
Só poderia comer carne salgada
Sem beber um copo d'água.

Eredegalda saiu chorando,
Chorando lágrimas de sangue.
Subiu à primeira torre
Para ver quem avistava.

Avistou suas irmãs,
Que na praia passeavam,
E disse: - Irmãs queridas,
Vêm me dar um copo d'água.

-Não lhe damos um copo d'água,
Pois papai já nos jurou
Pela ponta da sua espada
Se te dermos um copo d'água.

Eredegalda saiu chorando,
Chorando lágrimas de sangue.
Subiu à segunda torre
Para ver quem avistava.

Avistou a sua mãe,
Que na sala descansava,
E disse: -Ó mãe querida,
Vem me dar um copo d'água.

-Não lhe dou um pingo d'água,
Pois seu pai vai me matar,
Com a ponta da sua espada,
Se eu te der um copo d'água.

Eredegalda saiu chorando,
Chorando lágrimas de sangue.
Subiu à terceira torre
Para ver quem avistava.

Avistou o triste pai,
Que num jardim de rosas passava,
E disse: -Ó querido pai, por favor
Dê me um copo d'água.

-Não te dou um copo d'água,
Pois tu não quiseste ser minha.
Serias a minha amada;
Tua mãe nossa criada.

Eredegalda saiu chorando,
Chorando lágrimas de sangue,
E disse: - Pai, se é a mim que tu queres,
toma lá minha mão esquerda.

Vou mandar três cavaleiros,
Cada qual com um jarro d'água.
Aquele que chegar primeiro
Casará com Eredegalda.

Todos três chegaram juntos
Mas Eredegalda já estava morta,
Acompanhada de quatro anjos
E Jesus perto da porta.


Gleisi defende diretas e diz que Lula é o plano, A, B e C


Primeira mulher a presidir o Partido dos Trabalhadores, a senadora Gleisi Hoffmann (PR) diz que as prioridades do PT são claras: tirar Temer da presidência, barrar as reformas do governo, convocar uma Constituinte soberana, eleições diretas e, claro, eleger Lula como presidente da República; "Lula é o nosso candidato à presidência. É o plano A, B e C do PT. Vamos defendê-lo e preparar sua campanha", diz a senadora; para Gleisi, o Congresso Nacional já está sentindo a pressão da rua; "O que a sociedade brasileira está pensando. Isso é muito importante. É fruto das mobilizações, da organização dos movimentos e da própria esquerda. Não tenho dúvidas de que a gente está avançando e acumulando forças"
Por Ivan Longo, Revista Fórum - Em meio ao turbilhão de denúncias que abalam o Planalto, o Congresso, as instituições e a classe política como um todo, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) assumiu, no 6º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, no último sábado (3), a presidência nacional da legenda. Gleisi é a primeira mulher a presidir PT, considerado o maior partido de esquerda da América Latina, com mais de 1 milhão e meio de filiados, de acordo com dados do TSE.
Em entrevista exclusiva à Fórum, a nova presidenta do PT falou sobre a experiência de ser a primeira mulher a assumir o cargo e, entre outras análises, disse acreditar que, com as atuais denúncias de corrupção envolvendo inúmeros partidos e, principalmente, a base do governo e o próprio presidente, as pessoas estão tomando consciência “do que realmente se passa no Brasil”.
“As movimentações vêm crescendo e a sociedade brasileira está se conscientizando sobre o que se passa no país. Então, mesmo que a gente sofra derrotas no parlamento, na opinião pública e na consciência política nós estamos avançando.  E aí é uma questão de tempo para o parlamento refletir esses avanços e também a pressão popular”, afirmou.
De acordo com a petista, o partido demonstrou, no último congresso, uma unidade política e tática poucas vezes vista com relação ao que fazer nessa conjuntura política. O entendimento comum dentro da legenda, de acordo com Gleisi, é muito objetivo: tirar Temer da presidência, barrar as reformas do governo, convocar uma Constituinte soberana, eleições diretas e, claro, eleger Lula como presidente da República.
Leia a entrevista na íntegra.
Fórum – A senhora se tornou, domingo, a primeira mulher a assumir a presidência nacional do Partido dos Trabalhadores. Que caminhos levaram PT, considerando a importância de ser o maior partido de esquerda da América Latina, a eleger, neste momento, uma mulher para a presidência e quais acredita que serão os reflexos disso? 
Gleisi Hoffmann – Na realidade, entre os grandes partidos, o PT é pioneiro em ter uma mulher na presidência. E isso é fruto da luta que o PT tem com relação à questões de gênero na sociedade. Nós somos o primeiro partido que instituiu as cotas para as direções partidárias. Começamos com 30%, e nesse 6º Congresso aprovamos a paridade. Ou seja, pelo menos 50% dos cargos do partido têm que ser preenchidos por mulheres. O PT foi pioneiro nisso. E isso deu condições pra que a gente fizesse uma bancada feminina maior nos cargos eletivos, no Congresso, em muitas assembleias e câmaras municipais. O PT também foi o primeiro partido que elegeu uma mulher como prefeita e presidenta da República. O partido tem uma história de compromisso com as mulheres e, claro, minha eleição é fruto dessa caminhada do partido.
Não temos outro partido grande que seja presidido por uma mulher. O PT demonstra, com a minha eleição e com a aprovação da paridade nos cargos partidários, o compromisso com a luta de gênero e empoderamento político das mulheres.
Para mim é um grande desafio presidir o PT, o maior partido de esquerda da América Latina, um partido com história, com enraizamento social, com presença nacional. É um desafio e quero dividi-lo com meus companheiros mas, principalmente, com minhas companheiras.
Fórum – Já há alguns anos, de forma ainda mais intensa após o impeachment da ex-presidenta Dilma, o PT sofreu inúmeras derrotas, tanto no parlamento quanto nas ruas. Muitos criticam que o modelo de mobilização da própria esquerda no Brasil já está esgotado e precisa ser renovado. O que senhora pensa sobre isso e o que pretende fazer enquanto presidenta do PT? 
Gleisi – A mobilização da sociedade pode ser feita por diversas formas. Redes sociais, manifestações por veículos de comunicação…. Mas jamais vai ter uma que substitua a mobilização de rua. Ela é fundamental. Não acho que seja uma forma ultrapassada. O povo na rua sempre é uma das maneiras mais diretas de exercer a democracia, a voz popular na pressão de seus representantes. E a esquerda brasileira, o PT, junto com os demais partidos e os movimentos sociais, vem em um acúmulo de forças desde o processo de impeachment.
Nós tivemos uma derrota muito grande. Eu diria que a democracia brasileira foi derrotada. Mas a esquerda, a centro-esquerda, também, ao se retirar uma presidenta que era de um partido de esquerda e legitimamente eleita.
Mas as movimentações vêm crescendo e a sociedade brasileira está se conscientizando sobre o que se passa no país. Então, mesmo que a gente sofra derrotas no parlamento, na opinião pública e na consciência política nós estamos avançando. E aí é uma questão de tempo para o parlamento refletir esses avanços e também a pressão popular. Eu acho que uma prova disso foi a votação que tivemos essa semana na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado sobre a Reforma Trabalhista. Foram 14 votos a favor e 11 contra. Então, foi um placar apertado. Inclusive, a base do governo teve que fazer mudanças de parlamentares na comissão pra garantir a presença e a maioria. O parlamento já está sentindo a pressão da rua, o que a sociedade brasileira está pensando. Isso é muito importante. É fruto das mobilizações, da organização dos movimentos e da própria esquerda. Não tenho dúvidas de que a gente está avançando e acumulando forças.
Fórum – O que a senhora julga ser mais urgente fazer, como presidenta nacional, neste novo ciclo do partido que se inicia com sua eleição? 
Gleisi- Nós tivemos uma vitória muito importante que foi o nosso 6º Congresso Nacional, que foi um congresso com uma forte base de unidade política. Há muito tempo o partido não tinha uma unidade política e tática tão grande com relação ao que fazer no momento, com a conjuntura que estamos vivendo. Saímos de lá unificados em torno de tirar o Temer da presidência, termos eleição direta para substituí-lo, não aceitar o colégio eleitoral, barrar as reformas contra o povo e construir a convocação de uma Constituinte soberana. Isso nos dá o rumo do que nós precisamos fazer. Através dessa unidade política é que o partido vai se organizar.
O PT, hoje, embora tenha sofrido todas as críticas, a desconstrução, a cassada midiática, é o partido entre os grandes que se coloca de pé, que tem um programa a oferecer para a sociedade, uma alternativa para sair da crise e um programa de governo. E é o partido que tem a liderança de maior expressão popular e que está na frente em todas as pesquisas eleitorais para a disputa da presidência do Brasil. Esse é o nosso desafio. Construir essa caminhada de radicalizar a democracia brasileira com eleições diretas e preparar a candidatura do presidente Lula.
Fórum – Muitos dos que se afastaram do PT, ou mesmo uma ala crítica entre os próprios petistas, analisam que o partido tenha, ao longo dos anos, se afastado de suas bases. O que a senhora pensa sobre isso e o que pretende fazer à respeito? 
Gleisi – Eu não vejo essa distância com as bases. Eu vi um 6º Congresso como resultado de uma mobilização partidária, com mais de 300 mil pessoas que foram às urnas do partido eleger os delegados para encontros nacionais. Um encontro de alto nível, com grande debate político. Vejo o Partido dos Trabalhadores nas ruas ao lado dos movimentos sociais, sindicados, radicalizando na defesa dos direitos da população brasileira, contra a reforma Trabalhista, contra a reforma da Previdência… Se houve um afastamento político do PT principalmente na época em que eramos governo, em que a relação com os movimentos ficou mais institucionalizada, vejo que agora o PT está vivenciando o dia a dia dos movimentos sociais, as lutas populares e esta próximo de suas bases. E vamos continuar fazendo isso. Radicalizando cada vez mais nessa aproximação.
Fórum – Boa parte dos problemas enfrentados pelo PT na Justiça, senão a maioria, tem origem no financiamento irregular de campanha. O que a senhora pretende mudar na presidência do partido em relação a isso?
Gleisi – Nós já fizemos uma mudança, inclusive, legal: de não ter mais financiamento de empresa privada em campanha. Isso é muito importante. O PT já fez, como outros partidos, essa ultima eleição, nesses termos. Acho que isso resolve grande parte dos problemas. O que temos agora é que aprovar a reforma política e regulamentar melhor. Por que não basta apenas a proibição de financiamento por empresa privada, mas também temos que ter um teto de gastos de campanha. Hoje, mesmo o teto fixado pela legislação é muito alto. Então o que acontece é que se nós não tivermos campanhas mais baratas, vão acabar se elegendo as pessoas mais ricas, que tem mais dinheiro. Isso é um problema. Temos que lutar para que tenhamos teto de gasto de campanha eleitoral e e lutar para baratear os custos, termos campanhas mais simples, de conversa com o povo, menos cinematográficas… Acho que, com isso, a gente consegue melhorar muito.
Fórum – Com todo o desgaste sofrido nos últimos anos pelas denúncias e a narrativa midiática, o PT acabou sendo associado ao estigma de partido mais corrupto, ao partido que “acabou com o país”, entre outras associações negativas. Como superar essa marca e reaproximar a população que se afasta ou que se afastou? 
Gleisi – É importante dizer que temos várias novas filiações no PT. Tivemos um público jovem muito grande agora no 6º Congresso, de todas as regiões do Brasil. Então, o PT não parou de filiar. Mas você tem razão em dizer que nós tivemos um desgaste grande, até por que teve uma campanha sistemática. Quando estourou essa questão da Lava Jato, o PT foi vendido pelos grandes meios de comunicação como partido mais corrupto do Brasil, que era uma organização criminosa. Aliás, o próprio Aécio Neves fez vários pronunciamentos na tribuna do Senado dizendo que o PT era uma organização criminosa. Recuperar isso é um convencimento junto à opinião pública.
Eu penso que o posicionamento do PT, hoje, em relação às reformas, em ser firme de enfrentar as denúncias, não se esconder, fazer o debate, demonstra que nós temos coragem para enfrentar e que não fizemos nada de errado. Errado à nível de crime. Acho que essa questão de financiamento de campanha realmente foi ruim para o partido. Talvez, lá atrás, nós tivéssemos que ter firmado mais posição pela reforma política, pela reforma eleitoral. Mas acho que agora temos condições de trabalhar isso. E o PT enfrentou, é isso que importa.
As pessoas estão vendo, depois dessas denúncias todas que acabam caindo sobre outros partidos, PMDB, PP, PSDB, que não era nada daquilo que a imprensa vendia. O PT não era a organização mais corrupta, uma organização criminosa. As pessoas estão vendo agora o que está acontecendo com outros partidos e, principalmente, como esses partidos estão envolvidos no desvio de recursos públicos. O PT não teve ninguém com enriquecimento ilícito, não teve envio de dinheiro para o exterior, não teve mala de dinheiro – coisas que estamos vendo nos outros partidos. Acho que a população começou a ter uma visão mais crítica daqueles que só criticavam o PT.
Fórum – Muitos dizem que o PT errou ao não fortalecer mais as ditas mídias alternativas diante do cerceamento midiático que vem sofrendo da imprensa tradicional há algum tempo. O que a senhora pensa sobre? 
Gleisi – Com certeza nós tínhamos que ter dado mais atenção e ter trabalhado mais com o que a gente chama de mídia alternativa ou alternativas de mídia. Isso não tenho dúvidas. A minha relação com a dita grande mídia é uma relação institucional, como é no Senado. Agora, eu tenho uma relação mais próxima, e vou ter uma relação ainda mais próxima, com essas alternativas de mídia, com os veículos de comunicação que têm uma visão do processo político diferenciada, muito mais próxima a visão que nós temos.
Fórum – A possibilidade de uma queda de Temer ainda este ano aquece o debate sobre a convocação de eleições diretas ou eleições indiretas. Qual será a prioridade do PT? Pensar em 2018 ou em “diretas, já”? 

Gleisi – Primeiro é importante dizer que Lula é o nosso candidato à presidência. É o plano A, B e C do PT. Vamos defendê-lo e preparar sua campanha. Agora, nesse momento que a conjuntura está nessa situação de crise aguda com relação à presidência da República e as instituições, nós estamos fortes em um movimento unificado das “diretas, já”. Participamos, inclusive, com a frente de partidos políticos que não têm a mesma visão nossa de candidatura à presidência, mas que também acham que a saída é por eleições diretas. Então, nossa prioridade é eleições diretas, não participação ao colégio eleitoral, barrar essas reformas que estão desconstruindo os direitos dos trabalhadores e, claro, a saída imediata de Michel Temer.

Pequenas empresas parcelaram mais de R$ 20 bilhões de dívidas tributárias

Mais de 342 mil empresas optantes pelo Simples Nacional regularizaram seus débitos tributários com a Receita Federal e parcelaram cerca de R$ 20 bilhões aos cofres da União. O resultado da parceria entre a Receita e o Sebrae, que culminou em mutirão de regularização, permitiu que as micro e pequenas empresas permanecessem no regime especial, informou o Fisco.
A Lei complementar nº 155/2016 permitiu o parcelamento especial em 120 meses de dívidas tributárias existentes até maio de 2016 para empresas que faturam até R$ 3,6 milhões ao ano. Antes, a regularização poderia ocorrer apenas com o pagamento à vista ou com o parcelamento em até 60 meses.
Em setembro de 2016, a Receita emitiu intimações para 587 mil empresas comunicando sobre a necessidade de regularização de débitos no valor de R$ 21,3 bilhões. Após o Mutirão da Regularização, lançado em dezembro de 2016 e encerrado em março de 2017, 96% do total notificado foi regularizado pelos devedores, informou a Receita.
Agência Brasil


Sampaoli estréia com vitória e tira invencibilidade de Tite

Acabou o aproveitamento de 100% de Tite à frente da seleção brasileira. Time sentiu a falta do protagonismo do atacante Neymar, poupado pelo técnico brasileiro.
Bem marcado, Gabriel Jesus encontrou espaço
para driblar o goleiro e perder gol incrível
Nesta sexta-feira (9), o Brasil perdeu por 1 a 0 para a Argentina, em bom amistoso que foi acompanhado por 95.569 no Melbourne Cricket Ground, na Austrália.
O zagueiro Mercado, aos 44 do primeiro tempo, foi o responsável pelo único gol da partida, que marcou a boa estreia do técnico Jorge Sampaoli à frente da Albiceleste - ele teve apenas uma semana para treinar o time, mas mostrou bem seu estilo no duelo.
A partida ainda foi marcada por uma chance incrível perdida pelo atacante Gabriel Jesus. Na segunda etapa, ele driblou o goleiro Romero e tinha tudo para empatar o jogo, mas acabou mandando na trave. No rebote, Willian acertou novamente o poste argentino.
Foi a primeira derrota de Tite no comando do Brasil. Desde sua estreia, o triunfo por 3 a 0 sobre o Equador, em setembro do ano passado, ele havia disputado nove partidas e vencido todas. Na 10ª, porém, o treinador acabou superado pela primeira vez.
Vale lembrar que o Brasil atuou sem Neymar, seu principal jogador, poupado.
O retrospecto dos rivais agora mostra 37 vitórias argentinas, 41 triunfos brasileiros e 25 empates em 103 confrontos. E a Argentina volta a vencer o Brasil pela primeira vez desde 2012. Desde então, eram três partidas, com duas derrotas e um empate dos hermanos.
Agora, as duas seleções voltam a campo nos próximos dias para mais amistosos.
O Brasil pega a Austrália, na quinta-feira, novamente às 7h05 (horário de Brasília).
No mesmo dia, mas às 9h, a Argentina encara Cingapura, no 2º jogo de Sampaoli.
Primeira etapa
Em sua estreia pela Argentina, Jorge Sampaoli montou a equipe em seu esquema favorito, com três zagueiros e um forte trio de ataque formado por Lionel Messi, Paulo Dybala e Gonzalo Higuaín. Já Tite seguiu com uma linha de quatro na defesa, Renato Augusto, Paulinho e Fernandinho no meio e Willian, Philippe Coutinho e Gabriel Jesus na frente.
Em uma partida em que os dois times tentaram sempre jogar com a bola no chão, evitando chutões, quem deu o primeiro susto foram os Albicelestes, com Di María invadindo a área pela esquerda e acertando a trave do goleiro Weverton, logo aos 5 minutos.
No decorrer da primeira etapa, porém, o duelo foi marcado pelo equilíbrio e por grande intensidade. Com chutes de fora da área de Renato Augusto e Dybala, os dois times chegaram com perigo.
A melhor chance brasileira veio em ótimo contra-ataque puxado por Willian, que achou Philippe Coutinho livre na direita com um bom passe. O meia do Liverpool até driblou o goleiro Romero e o deixou caído no chão, mas chutou em cima da zaga.
E quando parecia que a primeira etapa terminaria empatada, veio o gol argentino.
Após cobrança de falta na área, Otamendi cabeceou firme e acertou a trave de Weverton. A bola acabou voltando para a pequena área e encontrou o zagueiro Mercado completamente livre. Sem qualquer problema, ele só estufou as redes brasileiras.
A defesa brasileira ficou pedindo impedimento, mas Mercado estava em posição legal.
Segunda etapa
Na volta do intervalo, Sampaoli mudou seu esquema, trocando o centroavante Higuaín pelo meia-atacante Correa, ganhando mobilidade. Além disso, rapidamente trocou o ala José Luis Gómez pelo jovem Nicolas Tagliafico, do Independiente, para ganhar velocidade. Tite, por sua vez, preferiu manter o mesmo time que encerrou a primeira etapa.
As mexidas do argentino acabaram não fazendo efeito, e o Brasil passou a dominar o jogo, pressionando e buscando o empate. O gol quase veio em ótima jogada de Philippe Coutinho pela esquerda, driblando dois adversários e batendo firme. No entanto, seu chute acabou batendo em Paulinho, que atuou como "zagueiro" e acabou afastando o perigo.
A seleção brasileira seguiu em cima e perdeu mais duas chances ótimas aos 16. Primeiro, Gabriel Jesus recebeu enfiada, driblou Romero e bateu de esquerda, mas acertou a trave. No rebote, Willian chegou enchendo o pé de primeira, acertando o outro poste. Inacreditável!
Tite, então, resolveu mexer, colocando Douglas Costa no lugar de Renato Augusto e depois trocando Fagner por Rafinha na lateral direita e Giuliano por Paulinho no meio. Sampaoli respondeu com Guido Rodríguez na vaga de Dybala e Lanzini por Banega.
Sem o mesmo ritmo de antes, porém, o jogo de uma esfriada, e o Brasil não conseguiu passar pela defesa argentina, perdendo pela primeira vez com Tite no comando.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 0 x 1 ARGENTINA
Local: Melbourne Cricket Ground, em Melbourne (AUS)
Data: 9 de junho de 2017, sexta-feira
Horário: 07h05 (horário de Brasília)
Público: 95.569 torcedores
Árbitro: Chris Beath (AUS)
Assistentes: Paul Cetrangolo e Nathan MacDonald (ambos AUS)
Cartões amarelos: Paulinho e Rafinha (BRA); Maidana (ARG)
GOL
ARGENTINA: Mercado, aos 44 minutos do primeiro tempo
BRASIL: Weverton; Fagner (Rafinha), Thiago Silva, Gil e Filipe Luís; Fernandinho, Paulinho e Renato Augusto (Douglas Costa); Willian, Philippe Coutinho e Gabriel Jesus (Taison) 
Técnico: Tite
ARGENTINA: Romero; Mercado (Mammana), Otamendi e Maidana; José Gómez (Tagliafico), Biglia, Banega (Lanzini) e Di María (Acuña); Messi, Dybala (Guido Rodríguez) e Higuaín (Correa) 
Técnico: Jorge Sampaoli